Previsão do Tempo

quinta-feira, 31 de março de 2016

Bee Gees de 1960 a 2012


A cavalo dado não se olha dente!...


A nova arma de segurança pessoal!...


O novo "Todo-terreno"!...


A 4L arranca sempre!...


ESCALADA DA TORRE DOS CLÉRIGOS EM 1917




ESCALADA DA TORRE DOS CLÉRIGOS EM 1917

Será que os nossos leitores sabem que a Torre dos Clérigos, no Porto, foi escalada por dois acrobatas galegos, em Julho de 1917?
Pois assim aconteceu, dois acrobatas, pai e filho, de nomes D. José e D. Miguel Puertullano, ao que se diz para fazerem promoção de uma marca de bolachas, escalaram, sem quaisquer instrumentos de ajuda, os 76 metros de altura que a torre tem.
Uma vez lá no alto fizeram ainda umas acrobacias na cruz que existe a rematar a torre. Espalharam depois pelo ar o que parecem ser papelinhos coloridos (a). Cá em baixo havia uma enorme multidão observando tudo isto.
E para vos mostrar esta aventura temos mesmo um vídeo de cerca de 8 minutos que foi feito a partir do filme efectuado na altura, por Raul de Caldevilla. Chamo a vossa atenção para a forma como estão vestidos os acrobatas. Calças e camisa e… nem sequer faltou a gravata!
Assim, tereis oportunidade de desfrutar esta fantástica façanha. Espero que vos seja agradável toda esta sequência de imagens, infelizmente sem qualquer som.
(Filme enviado por um amigo. A foto de abertura foi feita pela autora do post e mostra a parte superior da torre dos Clérigos vista do lado da cadeia da Cordoaria, enquadrada por fachadas e telhados de prédios antigos)

(a) - Numa pesquisa posterior soube que os referidos papelinhos eram publicidade a umas bolachas de uma fábrica portuense. Lá no alto da torre, antes, eles haviam tomado chá acompanhando-o com as ditas bolachinhas.

Acordo ortográfico? Não!... Obrigado.

Use o livro como protecção!...

segunda-feira, 28 de março de 2016

Douro antigo



Graças ao legado de Emílio Biel podemos recordar parte da história do Douro de antigamente. Desde a feitura de socalcos para a plantação de vinhas, o seu tratamento, a vindima, o transporte das uvas em carros de bois e às costas dos trabalhadores até aos lagares onde eram pisadas, o transporte das pipas de vinho nos barcos rabelos para os armazéns, etc. etc.

Não falta por aí "Lágrimas de crocodilo"!...



Os lambe-cús... Uma praga nacional...





Os lambe-cús... Uma praga nacional...

O Engraxanço e o Culambismo Português.


Noto com desagrado que se tem desenvolvido muito em Portugal uma modalidade desportiva que julgara ter caído em desuso depois da revolução de Abril. Situa-se na área da ginástica corporal e envolve complexos exercícios contorcionistas em que cada jogador procura, por todos os meios ao seu alcance, correr e prostrar-se de forma a lamber o cu de um jogador mais poderoso do que ele.
Este cu pode ser o cu de um superior hierárquico, de um ministro, de um agente da polícia ou de um artista. O objectivo do jogo é identificá-los, lambê-los e recolher os respectivos prémios. Os prémios podem ser em dinheiro, em promoção profissional ou em permuta. À medida que vai lambendo os cus, vai ascendendo ou descendendo na hierarquia.
Antes do 25 de Abril esta modalidade era mais rudimentar. Era praticada por amadores, muitos em idade escolar, e conhecida prosaicamente como «engraxanço». Os chefes de repartição engraxavam os chefes de serviço, os alunos engraxavam os professores,os jornalistas engraxavam os ministros, as donas de casa engraxavam os médicos da caixa, etc... Mesmo assim, eram raros os portugueses com feitio para passar graxa. Havia poucos engraxadores. Diga-se porém, em abono da verdade, que os poucos que havia engraxavam imenso.
Nesse tempo, «engraxar» era uma actividade socialmente menosprezada. O menino que engraxasse a professora tinha de enfrentar depois o escárnio da turma. O colunista que tecesse um grande elogio ao Presidente do Conselho era ostracizado pelos colegas.Ninguém gostava de um engraxador.

Hoje tudo isso mudou. O engraxanço evoluiu ao ponto de tornar-se irreconhecível. Foi-se subindo na escala de subserviência, dos sapatos até ao cu. O engraxador foi promovido a lambe-botas e o lambe-botas a lambe-cu. Não é preciso realçar a diferença, em termos de subordinação hierárquica e flexibilidade de movimentos, entre engraxar uns sapatos e lamber um cu. Para fazer face à crescente popularidade do desporto, importaram-se dos Estados Unidos, campeão do mundo na modalidade, as regras e os estatutos da American Federation of Ass-licking and Brown-nosing.Os praticantes portugueses puderam assim esquecer os tempos amadores do engraxanço e aperfeiçoarem-se no desenvolvimento profissional do Culambismo.

(...) Tudo isto teria graça se os culambistas portugueses fossem tão mal tratados e sucedidos como os engraxadores de outrora. O pior é que a nossa sociedade não só aceita o culambismo como forma prática de subir na vida, como começa a exigi-lo como habilitação profissional. O culambismo compensa. Sobreviver sem um mínimo de conhecimentos de culambismo é hoje tão difícil como vencer na vida sem saber falar inglês.
Miguel Esteves Cardoso, in 'Último Volume'


Visita ao Parque Natural Peneda-Gerês

sexta-feira, 18 de março de 2016

Rio Ave - Da Cabreira até á foz




Das Pupilas do Senhor Reitor. 


Andava a pobre cabreira
O seu rebanho a guardar,
Desde que rompia o dia
Ate a noite fechar.

De pequenina nos montes
Não tivera outro brincar,
Nas canseiras do trabalho
Seus dias vira passar.
— Assim como tu - disse Daniel.

Margarida sorriu, fazendo com a cabeça um movimento afirmativo, e continuou:

Sentada no alto da serra
Pôs-se a cabreira a chorar,
Por que chorava a cabreira,
Ides agora escutar

"Aí! que triste a sina minha,
"Aí que triste o meu penar
"Que não sei de pai nem mãe,
"Nem de irmãos a quem amar

"De pequenina nos montes
"Nunca tive outro brincar
"Nas canseiras do trabalho
Meus dias vejo passar".

Mas, ao desviar os olhos
Viu coisa que a fez pasmar.
Uma cabra toda branca
Se lhe fora aos pés deitar.

— Assim, pouco mais ou menos - disse Daniel, pousando a cabeça nos braços encruzados sobre as urzes do chão.


Margarida prosseguiu:


Branca toda, como a neve,
Que nem se deixa fitar,
Coberta de finas sedas,
Que era coisa singular!
E, maliciosamente, com um sorriso de travessura infantil, passou os dedos por entre os cabelos de Daniel.

Nunca a tinha visto antes
No seu rebanho a pastar,
E foi a fazer-lhe festa...
E foi para a afagar...

E continuava a correr as mãos pela cabeça de seu jovem companheiro, que sorria.


Eis vai a cabra fugindo
Pelos vales sem parar;
Ia a cabreira atrás dela
Mas não a pôde alcançar.

E andaram assim três dias.
E três noites sempre a andar!
Até que a porta de uns paços
Afinal foram parar.

Chorava o rei e a rainha
Há dez anos sem cessar,
Que lhe roubaram a filha
Numa noite de luar.

E dez anos são passados
Sem mais dela ouvir falar,
Eis chega a cabreira à porta
À porta foi se sentar

"Ai que bonita cabreira...
E Margarida, ao cantar este verso, não pôde conservar-se séria, vendo Daniel levantar os olhos para ela.

Que lá embaixo vejo estar!
E uma cabra toda branca
Que nem se deixa fitar

Meus criados e escudeiros
Ide a cabreira buscar".
Isto dizia a rainha,
Este foi seu mandar.

Foram buscar a cabreira
E a cabra de a acompanhar
Até a sala dos paços
Onde o rei a viu chegar.

"Pela minha c'roa de ouro
Eu quero agora apostar,
Que esta é a filha roubada
Numa noite de luar".

Milagre! Quem tal diria!
Quem tal pudera contar!
A cabrinha toda branca
Ali se pôs a falar.

A seguinte quadra foi cantada também por Daniel e sem ofensa da harmonia:


"Esta é a filha roubada
Numa noite de luar,
Andou sete anos no monte
Quem nasceu para reinar!"

O resultado da intervenção de Daniel foi acabarem os dois a rir, com grande risco de deixarem incompleta a cantiga.


A rogos do seu companheiro, Margarida, passados alguns momentos, concluiu:


Que alegrias vão nos paços,
E que festas sem cessar!
A filha há tanto perdida,
No trono os pais vão sentar,

E vêm damas p'ra vesti-la
E vêm damas p'ra calçar,
E as mais prendadas de todas
Para as tranças lhe enfeitar

Vão procurar a cabrinha...
Ninguém a pôde encontrar;
Mas...

Foi olhando Daniel que a pequena Guida terminou:


Mas um anjo de asas brancas
Viram as céus a voar

E assim acabou a última quadra da xácara, e por algum tempo, as duas crianças se conservaram caladas, como se quisessem seguir ainda, até as derradeiras vibrações, as notas melodiosas daquela voz, ao desvanecerem-se no espaço.


quinta-feira, 17 de março de 2016

Por mais difícil que seja, é preciso seguir em frente.

Sim isto é poesia, isto é melodia!... Grande Ary e grande Carlos do Carmo.



"Estrela da Tarde"

Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia

Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia

Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza

Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram
Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram

Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram


Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza

Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto

Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto

quarta-feira, 16 de março de 2016

Abaças - Vila Real e os seus acessos!...



ORA VOLTAMOS À VACA FRIA!...

HÁ MAIS DE UM MÊS APELEI A ALGUÉM DE DIREITO PARA DAREM UM JEITO AOS ACESSOS À FREGUESIA DE ABAÇAS - VILA REAL, NUM DOS ACESSOS OS BURACOS FORAM SUBSTITUÍDOS POR MONTÍCULOS DE ALCATRÃO, AGORA AS VIATURAS AO PASSAREM EM VEZ DE CAÍREM NOS BURACOS SALTAM, O QUE É , JULGO EU, UM POUCO MAIS CÓMODO . MAS NO ACESSO VIA SOUTO FARO AS COISAS SÃO MAIS REQUINTADAS, SE NÃO VEJAMOS:

1º - MANDARAM VARRER A VIA (FINALMENTE), SÓ QUE O LIXO FOI VARRIDO PARA AS VALETAS (VISÃO PROFISSIONAL DO ASSUNTO).


2º - RETIRARAM ALGUMAS DERROCADAS DAS BERMAS (ATÉ QUE ENFIM CHEGOU A HORA).

3º - COLOCARAM ALGUM ALCATRÃO NOS BURACOS, ISTO JÁ LÁ VAI À VONTADE UM MÊS E NUNCA MAIS LÁ PUSERAM OS PÉS, ENCONTRANDO-SE A VIA NESTAS CONDIÇÕES.

PS: ESTAS IMAGENS NÃO SÃO DA SÍRIA NEM DO IRAQUE!... SÃO DE PORTUGAL, PAÍS DA COMUNIDADE EUROPEIA, MEMBRO DO EURO, MEMBRO DA NATO E DA ONU E DO SÉCULO XXI.












Cuidado com as "cobras"!...

terça-feira, 15 de março de 2016

Para ver e pensar!...

Andar a pé dá saúde!

Haja alegria!... Isto é o que está a dar!...

A Afurada - Gaia - Portugal



Do lado de Gaia ergue-se uma aldeia que escala as colinas onde os habitantes vigiam o mar, entre casas coloridas e uma paisagem... maravilhosa.

Bairro da Cantareira - Porto



Uma sugestão de percurso na foz, num dos bairros mais emblemáticos da cidade do Porto: a Cantareira. Um passeio feito de cor entre as actividades ligadas ao rio e ao mar, as ruelas estreitas preenchidas de histórias, um casario rústico que subiu o morro e ficou por ali a contemplar a paisagem.

Bom dia Portugal!...

Dedicado a todas as pessoas de mente estruturada e preconceituosa!!!

terça-feira, 8 de março de 2016

Para todas as Mulheres, neste Dia Internacional da Mulher.



Calçada de Carriche
Luísa sobe,
sobe a calçada,
sobe e não pode
que vai cansada.
Sobe, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe
sobe a calçada.
Saiu de casa
de madrugada;
regressa a casa
é já noite fechada.
Na mão grosseira,
de pele queimada,
leva a lancheira
desengonçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Luísa é nova,
desenxovalhada,
tem perna gorda,
bem torneada.
Ferve-lhe o sangue
de afogueada;
saltam-lhe os peitos
na caminhada.
Anda, Luísa.
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Passam magalas,
rapaziada,
palpam-lhe as coxas,
não dá por nada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Chegou a casa
não disse nada.
Pegou na filha,
deu-lhe a mamada;
bebeu da sopa
numa golada;
lavou a loiça,
varreu a escada;
deu jeito à casa
desarranjada;
coseu a roupa
já remendada;
despiu-se à pressa,
desinteressada;
caiu na cama
de uma assentada;
chegou o homem,
viu-a deitada;
serviu-se dela,
não deu por nada.
Anda, Luísa.
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Na manhã débil,
sem alvorada,
salta da cama,
desembestada;
puxa da filha,
dá-lhe a mamada;
veste-se à pressa,
desengonçada;
anda, ciranda,
desaustinada;
range o soalho
a cada passada;
salta para a rua,
corre açodada,
galga o passeio,
desce a calçada,
desce a calçada,
chega à oficina
à hora marcada,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga;
toca a sineta
na hora aprazada,
corre à cantina,
volta à toada,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga.
Regressa a casa
é já noite fechada.
Luísa arqueja
pela calçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada,
sobe que sobe,
sobe a calçada,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.

António Gedeão, in 'Teatro do Mundo'


Amélia dos olhos doces,
Quem é que te trouxe grávida de esperança?
Um gosto de flor na boca,
Na pele e na roupa, perfumes de França.

Cabelos cor-de-viúva,
Cabelos de chuva, sapatos de tiras,
E pois, quantas vezes,
Não queres e não amas
Os homens que dormem,
Os homens que dormem contigo na cama.

Amélia dos olhos doces,
Quem dera que fosses apenas mulher.
Amélia dos olhos doces,
Se ao menos tivesses direito a viver.

Cabelos cor-de-viúva,
Cabelos de chuva, sapatos de tiras,
E pois, quantas vezes,
Não queres e não amas
Os homens que dormem,
Os homens que dormem contigo na cama.

Amélia gaivota, amante, poeta,
Rosa de café.
Amélia gaiata, do bairro da lata,
Do Cais do Sodré.

Tens um nome de navio,
Teu corpo é um rio onde a sede corre.
Olhos doces, quem diria,
Que o amor nascia onde Amélia morre.

Cabelos cor-de-viúva,
Cabelos de chuva, sapatos de tiras,
E pois, quantas vezes,
Não queres e não amas
Os homens que dormem,
Os homens que dormem contigo na cama.

Amélia dos olhos doces...

08 de Março de 2016 - Dia Internacional da Mulher




Abaças - Vila Real (Rua do Calvário)





Abaças - Vila Real - "O verdadeiro mundo rural"