Previsão do Tempo

domingo, 30 de agosto de 2015

Para rir até mais não!... CSKA - Sporting

UM EXEMPLO DE VIDA!

MANUELA DE AZEVEDO ( n. 1911) *

A primeira mulher jornalista portuguesa, também vítima do lápis azul da censura. Antifascista e democrata, foi convidada para o jornal República, em 1938, como jornalista profissional.


Manuela de Azevedo nasceu em Lisboa, em 31 de Agosto de 1911, mas passou a adolescência na Beira Alta. Em Viseu, iniciou a primeira actividade profissional, como professora do ensino particular, mas cedo se lhe manifestou a vocação para o jornalismo. Colaborou em vários jornais da região até que, em 1938, entra para o jornal República, como jornalista profissional.
De 1942 a 1945 foi chefe de Redacção das revistas "Vida Mundial" e Vida Mundial Ilustrada. Insatisfeita com o jornalismo semanal, surge-lhe uma oportunidade e entra para o Diário de Lisboa, onde fez todo o tipo de notícias e revelou todo o seu talento em crónicas e reportagens inéditas e arriscadas.
A vida nos campos de arroz do Vale do Sado, a pesca ao cachalote na Madeira, onde esteve 13 horas num pequeno barco, sem comer, ou a descida a centenas de metros, nas Minas de São Domingos, são exemplos disso.
Manuela de Azevedo entrevistou personalidades como Calouste Gulbenkian, Ernest Hemingway, Evita Perón, Rudolf Nureyev e o ex-Rei Humberto de Itália, que se exilara em Portugal.
Manuela de Azevedo foi jornalista mais de 60 anos, mas também escreveu e publicou dezenas de livros de poesia, contos, novelas, romance, crónicas, ensaios, biografias e peças de teatro.
Ao longo das últimas décadas fundou e dirigiu a Casa-Memória de Camões, em Constância, a Vila Poema do distrito de Santarém.
Em 2010 publicou "Os pobres de Cristo" e em 2009, publicou a sua auto biografia, intitulada "Memórias de uma mulher de letras", uma co-edição do Museu Nacional da Imprensa e das Edições Afrontamento. Um livro com cerca de 200 páginas, está dividido em quatro capítulos: "Nascimento e Infância", "No país da Juventude", "A la minute", "Ossos do Ofício" e "Para um Mundo Melhor". Nesta obra, Manuela de Azevedo conta-nos vários episódios da sua actividade jornalística ao longo de sete décadas. Recorda a censura, quando os seus textos passavam pelo lápis azul, como a peça de teatro "A Dona de Casa" que escreveu em conjunto com José Ribeiro dos Santos e que, no ensaio geral, foi censurada. Humberto Delgado, Henrique Galvão, entre muitas outras figuras do século XX, são algumas das personalidades que conheceu e cujas impressões relata nesta obra.
Amiga chegada de Maria Lamas, revela no Memórias que com ela falava da miséria em que o povo vivia, das dificuldades de toda a ordem, da falta de liberdade de expressão. Jornalista de esquerda, nunca deixou de combater o regime. Com os seus 104 anos continua a escrever. No dia 31 de Agosto vai estar presente no lançamento do seu último livro.

Mãe há só uma!...


A mulher forte



Querido filho(a):
Enquanto viver nesta casa obedecerá as regras. Quando tiver sua casa, estabelecerá suas próprias regras.
Aqui não governa a democracia, pois não fiz campanha eleitoral para ser sua mãe: você não votou em mim. Somos mãe e filho pela graça de Deus, e eu aceito respeitosamente o privilégio e a responsabilidade de te criar e educar. Ao aceitar adquiro a obrigação de desempenhar o meu papel de mãe.
Não sou sua amiga, nossas idades são muito diferentes. Podemos compartilhar muitas coisas, porém não somos amiguinhos. Sou sua mãe! E isso é cem vezes mais importante que ser um amigo!
Amigo poderá ter muitos, mãe só existe uma... Nesta casa fará o que eu digo e não deve questionar-me porque tudo o que eu ordenar estará motivado pelo amor e respeito. Te será difícil compreender até que tenha um filho, até lá, confia em mim...
Te Amo!
Sua mãe

Texto de Pablo Canelapantoja

Auto-estradas e portagens!...



Sabem o que é isto ? Isto é um selo e custa 40 Francos Suíços , cerca de 32 Euros !

Isto permite-me circular em todas as auto-estradas da Suíça, todas as 24 horas , de todos os dias de um ano . São 8760 horas !

Em Portugal dá para quê ? Para ir de Lisboa ao Algarve ? Circular 3 horas ?

Porquê ? Porque existem Gulosos = Gestores e Accionistas de Pps ! = a empresas público / privadas , a chuparem, a sugarem o Estado e o Povo .

Parece que copiam o que é mau , mas é certo que não copiam nem implementam as coisas boas .

Gosta ? Concorda ? Então Partilhe isto para que sirva de chapada nas fuças dos políticos portugueses .

sábado, 29 de agosto de 2015

Momento de poesia

ANTES QUE SEJA TARDE

Amigo,
tu que choras uma angústia qualquer
e falas de coisas mansas como o luar
e paradas
como as águas de um lago adormecido,
acorda!
Deixa de vez
as margens do regato solitário
onde te miras
como se fosses a tua namorada.
Abandona o jardim sem flores
desse país inventado
onde tu és o único habitante.
Deixa os desejos sem rumo
de barco ao deus-dará
e esse ar de renúncia
às coisas do mundo.
Acorda, amigo,
liberta-te dessa paz podre de milagre
que existe
apenas na tua imaginação.
Abre os olhos e olha
abre os braços e luta!
Amigo,
antes da morte vir
nasce de vez para a vida.
Manuel da Fonseca

O EURO EM FRACTURAÇÃO!


Sobre História da Arte


REALISMO - descrição pura e simples.

IMPRESSIONISMO - procura distorcer para passar o significado mais impactante da situação.

FAUVISMO - desproporção mensageira (mais grossos, força dos dois, confronto). Foco nos olhos pintados e mal-arredondados, significando a tensão/atenção.

ARTE NOUVEAU - O inseto tira o sujeito da situação de urbanidade, relembrando-o a vida natural, que o incomoda.

EXPRESSIONISMO -  formas agressivas, cinzas, deformadas e pontudas para demonstrar o sentimento interno das duas criaturas (raiva, ódio, etc.)

CUBISMO - Três olhos indicando a atenção total e mental do sujeito sobre seu inimigo. Por quê? Pois a presença do inseto deforma todo o ambiente.

FUTURISMO - foco na velocidade... do ataque. A "pá" já foi e vemos os reflexos do movimento veloz.

ABSTRATO - que porra é essa?

DADAÍSMO - percebemos o lado doentio, contradirório do sorriso. A "pá" está presa sob ferros, simbologia do seguinte: a situação causa certa hesitação, medo, incerteza, como semi-paralisia do braço.

SUPREMATISMO - Gerra entre os dois. Triâgulo pontudo (ameaçador) invadindo o espaço; reação dele pela lateral (branca).

Metafísica - Percebemos o livro, como se a essência deles estivesse tendo uma esperiência diferente, tentando compreender. O momento é tudo. calculam, estudam e não serão o mesmos após.

SURREALISMO - o tronco mostra uma certa paralisia, hesitação, insegurança. A "vaca" é a dimensão que o sujeto dá àquele problema/bicho. A mesa pegando fogo é como vê a situação (deseperadora, desmanchadora). A "pá"/gaveta: matar o inseto/vaca é também livrar-se de seu medo: o medo (ou outro sentimento incômodo) é que o impulsiona à ação, buscando o relaxamento psíquico.

Os outros três é pós-modernidade: forma sem conteúdo.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

A POLÍTICA FAZ PARTE DA EXISTÊNCIA HUMANA!

EM AGOSTO VENTO NO ...ROSTO!

SER COMUNISTA!...

Aí está! ... A fotografia da fotografia!

Chouriça especial fruto dos novos tempos.

Tu pintas e eu repinto!...



O SONHO E A POESIA!


O que eu quero ser quando for grande


Andava eu na quarta classe e fiz uma redacção
sobre o que eu queria ser um dia quando crescesse



Quero ser um marinheiro, sulcar o azul do mar
vaguear de porto em porto até um dia me cansar
quero ser um saltimbanco, saber truques e cantigas
ser um dos que sobe ao palco e encanta as raparigas

A sessôra chamou-me ao quadro e deixou-me descomposto
Ò menino atolambado, que gracinha de mau gosto

Lá fiz outra redacção, quero ser um funcionário
ser zeloso, ter patrão, deitar cedo e ter horário
ser um barquinho apagado sem prazer em navegar
humilde, bem comportado, sem fazer ondas no mar

A sessôra bateu palmas e deu-me muitos louvores
apontou-me como exemplo e passou-me com quinze valores

Carlos Tê

DA ARGENTINA PARA O MUNDO - Tango en la boca



Tango....Pasión ARGENTINA

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Momento de alta poesia!...

Estou cansado, pá - Vernáculo - Eu também!...



UHF - Vernáculo (para um homem comum)

Estou cansado, pá
Cansado e parado por dentro
Sem vontade de escolher um rumo
Sem vontade de fugir
Sem vontade de ficar
Parei por dentro de mim
Olho à volta e desconheço o sítio
As pessoas, a fala, os movimentos
A tristeza perfilada por horários
Este odor miserável que nos envolve
Como se nada acontecesse
E tudo corresse nos eixos.
Estou cansado destes filhos da puta que vejo passar
Idiotas convencidos
Que um dia um voto lançou pela TV
E se acham a desempenhar uma tarefa magnífica.
Com requinte de filhos da puta
Sabem justificar a corrupção
O deserto das ideias
Os projectos avulso para coisa nenhuma
A sua gentil reforma e as regalias
Esses idiotas que se sentam frente-a-frente no ecrã
À hora do jantar para vomitar
O escabeche de um bolo de palavras sem sentido
Filhos da puta porque se eternizam
Se levam a sério
E nos esmigalham o crânio com as suas banalidades:
O sôtor, vai-me desculpar
O que eu quero é mandá-los cagar
Para um campo de refugiados qualquer
Vê-los de Marlboro entre os dedos a passear o esqueleto
Entre os esqueletos
Naquela mistura de cheiros e cólicas que sufoca
Apenas e só -- sufoca.

Estou cansado
Cansado da rotina
Desta mentira que é a vida
Servida respeitosamente
Com ferrete
Obediente
Obediente.

Estou cansado de viver neste mesmo pequeno país que devoram
Escudados pelas desculpas mais miseráveis
Este charco bafiento onde eles pastam
Gordos que engordam
Ricos que amealham sem parar
Idiotas que gritam
Paneleiros que se agitam de dedo no ar
Filhos da puta a dar a dar
Enquanto dá a teta da vaca do Estado
Nada sabem de história
Nada sabem porque nada lêem além
Da primeira página da Bola
O Notícias a correr
E o Expresso, porque sim!
Nada sabem das ideias do homem
Da democracia
Atenas e Roma
Os Tribunos e as portas abertas
E a ética e o diálogo que inventaram o governo do povo pelo povo
Apenas guardam o circo e amansam as feras
Dão de comer à família até à diarreia
Aceitam a absolvição
E lavam as manápulas na água benta da convivência sã
Desde que todos se sustentem na sustentação do sistema
Contratualizem (oh neologismo) o gado miúdo
Enfatizem o discurso da culpa alheia
Pela esquizofrenia politicamente correcta:
Quando gritam, até parece que se levam a sério
Mas ao fundo, na sacristia de São Bento
O guião escrito é seguido pelas sombras vigentes.

Estou cansado
Cansado da rotina
Desta mentira que é a vida
Servida respeitosamente
Com ferrete
Obediente
Obediente.

Estou farto de abrir a porta de casa e nada estoirar como na televisão
Não era lá longe, era aqui mesmo
Barricadas, armas, pedradas, convulsão
Nada, não há nada
Os borregos, as ovelhas e os cabrões seguem no carreiro
Como se nada lhes tocasse -- e não toca
A não ser quando o cinto aperta
Mas em vez da guerra
Fazem contas para manter a fachada:
Ah carneirada, vossos mandantes conhecem-vos pela coragem e pela devoção na gritaria do futebol a três cores
Pelas vitórias morais de quem voa baixinho
E assume discursos inflamados sem tutano.

Estou cansado
Cansado da rotina
Desta mentira que é a vida
Servida respeitosamente
Com ferrete
Obediente
Obediente.

Estou cansado, pá
Sem arte, sem génio, cansado:
Aqui presente está a ementa e o somatório erróneo do desempenho de uma nação
Um abismo prometido
Camuflado por discursos panfletários:
Morte aos velhos!
Morte aos fracos!
Morte a quem exija decência na causa pública!
Morte a quem lhes chama filhos da puta!
- E essa mãe já morreu de sífilis à porta de um hospital.
Mataram os sonhos
Prenderam o luxo das ideias livres
Empanturraram a juventude de teclados para a felicidade
E as famílias de consumo & consumo
Até ao prometido AVC
Que resolve todas as prestações:
Quem casa com um banco vive divinamente feliz
E tem assistência no divórcio a uma taxa moderada pela putibor.
Estou cansado, pá
Da surdez e da surdina
Desta alegria por porra nenhuma
Medida pelo sorriso de vitória do idiota do lado
Quando te entala na fila e passa à frente
É a glória única de muita gente
Uma vida inteira...

Eleitos, cuidem da oratória...

(António Manuel Ribeiro)

* Baseado no poema "Vernáculo" do livro "O Momento a Seguir", edição Sete Caminhos (2006) -- contém expressões do português vernáculo.

Tema incluído no álbum "A Minha Geração" (2013) - editado em 24/06/2013.