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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A 31 de Outubro de 1517, Martinho Lutero afixou as 95 Teses na Igreja de Wittenberg

As 95 Teses de Martinho Lutero


A “Disputa do Doutor Martinho Lutero sobre o Poder e Eficácia das Indulgências”, conhecida como as 95 Teses, desafiou os ensinamentos da Igreja na natureza da penitência, a autoridade do papa e da utilidade das indulgências. As 95 teses impulsionaram o debate teológico que acabou por resultar no nascimento das tradições luteranas, reformadas e anabatistas dentro do cristianismo. Este documento é considerado por muitos como um marco da Reforma Protestante.

A ação de Lutero foi em grande parte uma resposta à venda de indulgências por João Tetzel, um frade dominicano, delegado do Arcebispo de Mainz e do papa. O objetivo desta campanha de angariação de fundos foi o financiamento da Basílica de S. Pedro em Roma.Mesmo apesar de o príncipe-eleitor (soberano) de Lutero, Frederico, o Sábio, e o príncipe do território vizinho, o duque Georg da Saxónia terem proibido a venda de indulgências em seu território, muitas pessoas viajaram para as poder adquirir. Quando estas pessoas vieram confessar-se, apresentaram a indulgência, afirmando que não mais necessitavam de penitenciar pelos seus pecados, uma vez que o documento os perdoava de todos os pecados.

Lutero afixou as 95 teses na porta da igreja castelo em Wittenberg, Alemanha, a 31 de Outubro de 1517. Alguns académicos questionaram a veracidade desta noção, notando que não existem relatos de contemporâneos para ela. Outros afirmaram que não houve necessidade de tais relatos pois esta acção era nos dias de Lutero o modo comum de anunciar eventos nas universidades do tempo. As portas de igrejas funcionavam na altura como os placares informativos funcionam hoje nos campus universitários. Outros ainda sugeriram que as 95 teses podem muito bem ter sido afixadas em Novembro de 1517. A maioria é unânime pelo menos em que Lutero terá remetido estas teses por correio ao Arcebispo de Mainz, ao papa, a amigos e a outras universidades nessa data, então historiadores como Gottfried Fitzer, Erwin Iserloh e Klemens Houselmann, contestatam essa versão e disseram que não houve de fato a fixação das 95 teses em Wittemberg. Do relato de Johannes Schneider, um criado de Lutero, é que se extraiu a notícia da afixação das teses. Escreveu apenas: “No ano de 1517, Lutero apresentou em Wittenberg, sobre o EIba, segundo a antiga tradição da universidade, certas sentenças para discussão, porém modestamente e sem haver desejado insultar ou ofender alguém”. Então alguns concluem que não houve esse evento.

Segundo a tradição luterana que celebra a persona Lutero (1483-1546), as “95 Teses” foram afixadas na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg em 31 de outubro de 1517. Se este ato, recorrentemente celebrado como fundador da Reforma Luterana, realmente aconteceu, não teria, em si mesmo, nada de excepcional: na verdade, isso era um modo costumeiro de se anunciar uma “disputa” ou “justa teológica” entre os doutos de Wittenberg. Portanto, não se tratava de uma ação que deveria ter uma conotação individual, visto que as disputas eram debates que envolviam professores e estudantes. Isso explica o fato de Lutero pedir para aqueles que não pudessem se fazer presentes à disputa que, ao menos, enviassem as suas opiniões por escrito para serem lidas. Afinal, segundo as regras da eloqüência, as “teses” deveriam ser vistas como “pontos a serem debatidos” em uma plenária de doutos.

Nesse sentido, trata-se de um ato público envolvendo doutos e/ou seus estudantes, como demonstra o fato de as teses terem sido escritas originalmente em latim e não em alemão (língua familiar de Lutero). Observa-se também que o tom irônico e uma certa preocupação com a métrica e a rima fazem parte do ritual de “belo discurso” (arte da retórica) – conhecimento obrigatório nas universidades de teologia e direito da época de Lutero. Portanto, ao lançar as suas “95 Teses”, Lutero tornava públicas (mas não populares) as suas idéias, com a finalidade de expor a doutos algumas questões que o incomodavam a respeito das “vendas de perdão/indulgências”, cujas contradições práticas e doutrinais, somadas à corrupção de determinados setores do clero, eram vistas por ele como uma ameaça à credibilidade da fé cristã e da Igreja de Roma. Isso significa que, ao tornar públicas as suas teses, Lutero esperava receber o apoio do papa, em vez de sua censura. No entanto, depois de novas disputas teológicas, desta vez com agentes enviados pelo Papa Leão X (1475-1521; pontificado: 1513-1521), foi redigida contra Lutero uma carta de excomunhão datada em 21 de janeiro de 1521, que ele receberia meses depois.

Entre 1517 e 1521, Lutero fora submetido a algumas disputas teológicas – e quase metade de suas teses foi refutada pelos doutos do papa. Aos poucos, a situação fugiu dos muros da universidade, e muitas idéias de Lutero foram convenientemente distorcidas por membros da nobreza alemã, que utilizaram a “desculpa da fé” para tomar bens e terras de famílias inimigas e da própria Igreja. Imprevisivelmente, toda esta situação foi consolidando uma atmosfera de cisma religioso na Europa que estava longe das intenções de Lutero. Portanto, deve-se entender que a ação de Lutero misturou-se involuntariamente com interesses políticos e com outras tendências do debate teológico e da cultura religiosa que remontavam ao século XIII.

Ora, isso nos possibilita entender por que Lutero manifestou-se tanto contra as revoltas camponesas (marcadamente “anabatistas”) quanto contra os nobres que mesclavam seus interesses mundanos com o debate teológico que ele suscitara. Além disso, não se deve perder de vista que Lutero estava historicamente inscrito no universo sociocultural do Antigo Regime e, portanto, era muito cioso das hierarquias sociais. Por isso mesmo, criticava a nobreza e parte do clero por não darem “bom exemplo” ao explorarem os camponeses com tributações extraordinárias, pois isso apenas servia, segundo a sua opinião, para alimentar novas circunstâncias de revoltas sociais. Assim, não é paradoxal que, em 1520, ele tenha escrito o seu “Apelo à Nobreza Germânica” e, em 1525, no contexto das guerras camponesas, tenha escrito “Sobre a Autoridade Secular”, admoestando ambos os estamentos por criarem situações de instabilidade política e social.

Nestes dois escritos, Lutero define claramente o caracter secular da autoridade política como chave para se manterem equilibrados os direitos e responsabilidades que justificavam as hierarquias sociais tradicionais. Portanto, frente a um mundo que se apresentava instável e inseguro, Lutero apelava para dispositivos tradicionais como meios de restauração da segurança no mundo, mas com uma novidade doutrinal que jamais foi praticada plenamente em parte nenhuma da Europa do Antigo Regime: uma década antes de ceder ao pragmatismo dos príncipes protestantes da Liga de Smalkalde (1531-1547), quando então ratificou o princípio “cujus regio, ejus religio”, Lutero afirmava que era Deus que deveria julgar a fé individual e, portanto, nenhuma autoridade política deveria, em nome dela, causar perdas de vida e de bens entre seus súditos.

Por fim, valeria fazer uma última indagação: Se a ação de Lutero de lançar as suas teses em 1517 não teria nada de excepcional, por que posteriormente isso foi celebrado em muitos livros didáticos de história com uma certa conotação de heroicidade ou excepcionalidade?

Em primeiro lugar, porque os desdobramentos não necessariamente luteranos de uma fé reformada ganharam avultado corpo e agentes sociais nas décadas que se seguiram a Lutero. Sem isso, não há quem celebre ou crie memória social em torno de determinado evento como “marco fundador”. Em todo caso, foi ao final do século XVII, contexto da expansão militar de Luís XIV (que revogou o Édito de Nantes em 1685) na Europa Central, que se começou a celebrar nos meios protestantes o “dia de lançamento das 95 Teses de Lutero” como um marco histórico de ruptura com Roma.

Em segundo lugar, desde meados do século XVIII, várias idéias de outros escritos de Lutero foram lidos numa chave interpretativa iluminista de progresso cultural, particularmente as implicações sociais e institucionais de sua percepção de que a fé ou a consciência religiosa não deveria ser matéria dos príncipes. Aliás, vale lembrar que Immanuel Kant (1724-1804) está inscrito na tradição luterana quando escreve o artigo “O que é Esclarecimento?”(1784), no qual define um nexo causal entre secularização, tolerância religiosa e progresso cultural.

Em terceiro lugar, é bastante significativo lembrarmos que, no último terço do século XIX, políticos e intelectuais – bem antes da sociologia de Max Weber – começaram a estabelecer um nexo causal entre “protestantismo”, “progresso capitalista” e “expansão colonial moderna”, de modo a explicar e justificar a emergência imperial da Grã-Bretanha e da Prússia em face à “decadência ibérica” e à “derrocada napoleônica”.

Cronologia:

1483: 10 de novembro: Nasce Lutero.

1509: Henrique VIII(1491-1547) torna-se rei da Inglaterra. Nasce João Calvino em 10 de julho.

1517, 31 de outubro: Lutero fixa as suas “95 Teses” na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg.

1518: Lutero recusa-se a retratar-se perante o papa Leão X(1475-1521; pontificado: 1513-1521).

1520, junho: Leão X condena 41 proposições de Lutero.

1521, 21 de janeiro: Leão X excomunga Lutero, mas levam vários meses até a ordem de excomunhão chegar à Alemanha.

1522: Lutero publica a sua advertência contra os distúrbios e publica a tradução do grego para o alemão do Novo Testamento, com gravuras de Lucas Cranach (1472-1553).

1523: Lutero publica texto que fala do direito de a comunidade de fiéis julgar toda a doutrina e nomear e demitir clérigos.

1524-1525: Revolta camponesa liderada por Thomas Müntzer (1490-1525).

1525: Lutero publica texto contra os “profetas sagrados” e contra as “revoltas camponesas”.

1528: Mandato imperial ameaça de morte os anabatistas.

1530: Carlos V (1500-1558) – rei de Espanha desde 1516 e eleito imperador Habsburgo desde 1519 – fracassa em impor uma ortodoxia religiosa ao império.

1534: Ruptura de Henrique VIII da Inglaterra com Roma, supressão dos monastérios e concessão de permissão para os padres se casarem. Na Alemanha, Lutero publica a tradução do hebreu para o alemão do Velho Testamento.

1534-1535: Anabatistas tomam o poder em Münster, mas seu “reino” é derrubado pela coligação de forças católicas e protestantes.

1536: Surge a primeira edição de “Instituições da Religião Cristã”, de João Calvino. Ocorre também a introdução da bíblia vernacular na Inglaterra.

1542: Calvino organiza o seu catecismo em Genebra.

1544: Calvino admoesta os anabatistas.

1545, 13 de dezembro: Começa o Concílio de Trento.

1546, 18 de fevereiro: Morre Lutero.

1547: Eduardo VI(1537-1553) assume o trono na Inglaterra e demonstra forte tendência calvinista.

1549: Eduardo VI lança o livro de pregações e pretende forçar a uniformidade religiosa em torno da fé reformada na Inglaterra.

1553: Morre Eduardo VI e sua irmã mais velha, Maria I(1516-1558), pretende o retorno da Inglaterra ao Catolicismo.

1558: Morre Carlos V da Espanha e Maria I da Inglaterra. Elizabeth (1533-1603) assume o trono da Inglaterra e tenta restaurar o anglicanismo de seu pai, Henrique VIII, o que significava evitar os extremos puritano(Eduardo VI) e católico(Maria I).

1560, Março: Fracasso de uma conspiração de jovens aristocratas huguenotes contra a Casa Católica do Duque de Guise na França. Primeiro édito de tolerância é editado.

1561, Setembro-Novembro: Colóquio de Poissy, mas fracassa a tentativa de restaurar a unidade entre huguenotes e católicos na França.

1562, março: Massacre dos huguenotes em Vassy comandada pela Casa Católica de Guise. Primeira Guerra Civil Religiosa na França.

1563: Em março, Catarina de Médicis(1519-1589; regente: 1560-1574) tenta por fim à guerra civil francesa com a assinatura da Paz de Amboise, que concede certo grau de tolerância para os huguenotes. Neste mesmo ano, encerra-se o Concílio de Trento.

1564, 27 de maio: Morre João Calvino. Théodore de Béze (1519-1605) sucede Calvino como líder da reforma protestante centrada em Genebra.

1572, 23-24 de agosto: Noite do Massacre de São Bartolomeu em Paris.

1598: Publicação do Édito de Nantes.

1685: Revogação do Édito de Nantes.

As 95 Teses de Martinho Lutero

Com um desejo ardente de trazer a verdade à luz, as seguintes teses serão defendidas em Wittenberg sob a presidência do Rev. Frei Martinho Lutero, Mestre de Artes, Mestre de Sagrada Teologia e Professor oficial da mesma. Ele, portanto, pede que todos os que não puderem estar presentes e disputar com ele verbalmente, façam-no por escrito.

Em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Amém.

1. Ao dizer: “Fazei penitência”, etc. [Mt 4.17], o nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo quis que toda a vida dos fiéis fosse penitência.

2. Esta penitência não pode ser entendida como penitência sacramental (isto é, da confissão e satisfação celebrada pelo ministério dos sacerdotes).

3. No entanto, ela não se refere apenas a uma penitência interior; sim, a penitência interior seria nula se, externamente, não produzisse toda sorte de mortificação da carne.

4. Por conseqüência, a pena perdura enquanto persiste o ódio de si mesmo (isto é a verdadeira penitência interior), ou seja, até a entrada do reino dos céus.

5. O papa não quer nem pode dispensar de quaisquer penas senão daquelas que impôs por decisão própria ou dos cânones.

6. O papa não tem o poder de perdoar culpa a não ser declarando ou confirmando que ela foi perdoada por Deus; ou, certamente, perdoados os casos que lhe são reservados. Se ele deixasse de observar essas limitações, a culpa permaneceria.

7. Deus não perdoa a culpa de qualquer pessoa sem, ao mesmo tempo, sujeitá-la, em tudo humilhada, ao sacerdote, seu vigário.

8. Os cânones penitenciais são impostos apenas aos vivos; segundo os mesmos cânones, nada deve ser imposto aos moribundos.

9. Por isso, o Espírito Santo nos beneficia através do papa quando este, em seus decretos, sempre exclui a circunstância da morte e da necessidade.

10. Agem mal e sem conhecimento de causa aqueles sacerdotes que reservam aos moribundos penitências canônicas para o purgatório.

11. Essa cizânia de transformar a pena canônica em pena do purgatório parece ter sido semeada enquanto os bispos certamente dormiam.

12. Antigamente se impunham as penas canônicas não depois, mas antes da absolvição, como verificação da verdadeira contrição.

13. Através da morte, os moribundos pagam tudo e já estão mortos para as leis canônicas, tendo, por direito, isenção das mesmas.

14. Saúde ou amor imperfeito no moribundo necessariamente traz consigo grande temor, e tanto mais quanto menor for o amor.

15. Este temor e horror por si sós já bastam (para não falar de outras coisas) para produzir a pena do purgatório, uma vez que estão próximos do horror do desespero.

16. Inferno, purgatório e céu parecem diferir da mesma forma que o desespero, o semi desespero e a segurança.

17. Parece necessário, para as almas no purgatório, que o horror devesse diminuir à medida que o amor crescesse.

18. Parece não ter sido provado, nem por meio de argumentos racionais nem da Escritura, que elas se encontrem fora do estado de mérito ou de crescimento no amor.

19. Também parece não ter sido provado que as almas no purgatório estejam certas de sua bem-aventurança, ao menos não todas, mesmo que nós, de nossa parte, tenhamos plena certeza disso.

20. Portanto, por remissão plena de todas as penas, o papa não entende simplesmente todas, mas somente aquelas que ele mesmo impôs.

21. Erram, portanto, os pregadores de indulgências que afirmam que a pessoa é absolvida de toda pena e salva pelas indulgências do papa.

22. Com efeito, ele não dispensa as almas no purgatório de uma única pena que, segundo os cânones, elas deveriam ter pago nesta vida.

23. Se é que se pode dar algum perdão de todas as penas a alguém, ele, certamente, só é dado aos mais perfeitos, isto é, pouquíssimos.

24. Por isso, a maior parte do povo está sendo necessariamente ludibriada por essa magnífica e indistinta promessa de absolvição da pena.

25. O mesmo poder que o papa tem sobre o purgatório de modo geral, qualquer bispo e cura tem em sua diocese e paróquia em particular.

26. O papa faz muito bem ao dar remissão às almas não pelo poder das chaves (que ele não tem), mas por meio de intercessão.

27. Pregam doutrina mundana os que dizem que, tão logo tilintar a moeda lançada na caixa, a alma sairá voando [do purgatório para o céu].

28. Certo é que, ao tilintar a moeda na caixa, pode aumentar o lucro e a cobiça; a intercessão da Igreja, porém, depende apenas da vontade de Deus.

29. E quem é que sabe se todas as almas no purgatório querem ser resgatadas, como na história contada a respeito de São Severino e São Pascoal?

30. Ninguém tem certeza da veracidade de sua contrição, muito menos de haver conseguido plena remissão.

31. Tão raro como quem é penitente de verdade é quem adquire autenticamente as indulgências, ou seja, é raríssimo.

32. Serão condenados em eternidade, juntamente com seus mestres, aqueles que se julgam seguros de sua salvação através de carta de indulgência.

33. Deve-se ter muita cautela com aqueles que dizem serem as indulgências do papa aquela inestimável dádiva de Deus através da qual a pessoa é reconciliada com Ele.

34. Pois aquelas graças das indulgências se referem somente às penas de satisfação sacramental, determinadas por seres humanos.

35. Os que ensinam que a contrição não é necessária para obter redenção ou indulgência, estão pregando doutrinas incompatíveis com o cristão.

36. Qualquer cristão que está verdadeiramente contrito tem remissão plena tanto da pena como da culpa, que são suas dívidas, mesmo sem uma carta de indulgência.

37. Qualquer cristão verdadeiro, vivo ou morto, participa de todos os benefícios de Cristo e da Igreja, que são dons de Deus, mesmo sem carta de indulgência.

38. Contudo, o perdão distribuído pelo papa não deve ser desprezado, pois – como disse – é uma declaração da remissão divina.

39. Até mesmo para os mais doutos teólogos é dificílimo exaltar simultaneamente perante o povo a liberalidade de indulgências e a verdadeira contrição.

40. A verdadeira contrição procura e ama as penas, ao passo que a abundância das indulgências as afrouxa e faz odiá-las, ou pelo menos dá ocasião para tanto.

41. Deve-se pregar com muita cautela sobre as indulgências apostólicas, para que o povo não as julgue erroneamente como preferíveis às demais boas obras do amor.

42. Deve-se ensinar aos cristãos que não é pensamento do papa que a compra de indulgências possa, de alguma forma, ser comparada com as obras de misericórdia.

43. Deve-se ensinar aos cristãos que, dando ao pobre ou emprestando ao necessitado, procedem melhor do que se comprassem indulgências.

44. Ocorre que através da obra de amor cresce o amor e a pessoa se torna melhor, ao passo que com as indulgências ela não se torna melhor, mas apenas mais livre da pena.

45. Deve-se ensinar aos cristãos que quem vê um carente e o negligencia para gastar com indulgências obtém para si não as indulgências do papa, mas a ira de Deus.

46. Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem bens em abundância, devem conservar o que é necessário para sua casa e de forma alguma desperdiçar dinheiro com indulgência.

47. Deve-se ensinar aos cristãos que a compra de indulgências é livre e não constitui obrigação.

48. Deve ensinar-se aos cristãos que, ao conceder perdões, o papa tem mais desejo (assim como tem mais necessidade) de oração devota em seu favor do que do dinheiro que se está pronto a pagar.

49. Deve-se ensinar aos cristãos que as indulgências do papa são úteis se não depositam sua confiança nelas, porém, extremamente prejudiciais se perdem o temor de Deus por causa delas.

50. Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa soubesse das exações dos pregadores de indulgências, preferiria reduzir a cinzas a Basílica de S. Pedro a edificá-la com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.

51. Deve-se ensinar aos cristãos que o papa estaria disposto – como é seu dever – a dar do seu dinheiro àqueles muitos de quem alguns pregadores de indulgências extorquem ardilosamente o dinheiro, mesmo que para isto fosse necessário vender a Basílica de S. Pedro.

52. Vã é a confiança na salvação por meio de cartas de indulgências, mesmo que o comissário ou até mesmo o próprio papa desse sua alma como garantia pelas mesmas.

53. São inimigos de Cristo e do Papa aqueles que, por causa da pregação de indulgências, fazem calar por inteiro a palavra de Deus nas demais igrejas.

54. Ofende-se a palavra de Deus quando, em um mesmo sermão, se dedica tanto ou mais tempo às indulgências do que a ela.

55. A atitude do Papa necessariamente é: se as indulgências (que são o menos importante) são celebradas com um toque de sino, uma procissão e uma cerimônia, o Evangelho (que é o mais importante) deve ser anunciado com uma centena de sinos, procissões e cerimônias.

56. Os tesouros da Igreja, a partir dos quais o papa concede as indulgências, não são suficientemente mencionados nem conhecidos entre o povo de Cristo.

57. É evidente que eles, certamente, não são de natureza temporal, visto que muitos pregadores não os distribuem tão facilmente, mas apenas os ajuntam.

58. Eles tampouco são os méritos de Cristo e dos santos, pois estes sempre operam, sem o papa, a graça do ser humano interior e a cruz, a morte e o inferno do ser humano exterior.

59. S. Lourenço disse que os pobres da Igreja são os tesouros da mesma, empregando, no entanto, a palavra como era usada em sua época.

60. É sem temeridade que dizemos que as chaves da Igreja, que foram proporcionadas pelo mérito de Cristo, constituem estes tesouros.

61. Pois está claro que, para a remissão das penas e dos casos especiais, o poder do papa por si só é suficiente.

62. O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.

63. Mas este tesouro é certamente o mais odiado, pois faz com que os primeiros sejam os últimos.

64. Em contrapartida, o tesouro das indulgências é certamente o mais benquisto, pois faz dos últimos os primeiros.

65. Portanto, os tesouros do Evangelho são as redes com que outrora se pescavam homens possuidores de riquezas.

66. Os tesouros das indulgências, por sua vez, são as redes com que hoje se pesca a riqueza dos homens.

67. As indulgências apregoadas pelos seus vendedores como as maiores graças realmente podem ser entendidas como tais, na medida em que dão boa renda.

68. Entretanto, na verdade, elas são as graças mais ínfimas em comparação com a graça de Deus e a piedade da cruz.

69. Os bispos e curas têm a obrigação de admitir com toda a reverência os comissários de indulgências apostólicas.

70. Têm, porém, a obrigação ainda maior de observar com os dois olhos e atentar com ambos os ouvidos para que esses comissários não preguem os seus próprios sonhos em lugar do que lhes foi incumbidos pelo papa.

71. Seja excomungado e amaldiçoado quem falar contra a verdade das indulgências apostólicas.

72. Seja bendito, porém, quem ficar alerta contra a devassidão e licenciosidade das palavras de um pregador de indulgências.

73. Assim como o papa, com razão, fulmina aqueles que, de qualquer forma, procuram defraudar o comércio de indulgências,

74. muito mais deseja fulminar aqueles que, a pretexto das indulgências, procuram fraudar a santa caridade e verdade.

75. A opinião de que as indulgências papais são tão eficazes a ponto de poderem absolver um homem mesmo que tivesse violentado a mãe de Deus, caso isso fosse possível, é loucura.

76. Afirmamos, pelo contrário, que as indulgências papais não podem anular sequer o menor dos pecados venais no que se refere à sua culpa.

77. A afirmação de que nem mesmo São Pedro, caso fosse o papa atualmente, poderia conceder maiores graças é blasfêmia contra São Pedro e o Papa.

78. Dizemos contra isto que qualquer papa, mesmo São Pedro, tem maiores graças que essas, a saber, o Evangelho, as virtudes, as graças da administração (ou da cura), etc., como está escrito em I.Coríntios XII.

79. É blasfêmia dizer que a cruz com as armas do papa, insigneamente erguida, eqüivale à cruz de Cristo.

80. Terão que prestar contas os bispos, curas e teólogos que permitem que semelhantes sermões sejam difundidos entre o povo.

81. Essa licenciosa pregação de indulgências faz com que não seja fácil nem para os homens doutos defender a dignidade do papa contra calúnias ou questões, sem dúvida argutas, dos leigos.

82. Por exemplo: Por que o papa não esvazia o purgatório por causa do santíssimo amor e da extrema necessidade das almas – o que seria a mais justa de todas as causas –, se redime um número infinito de almas por causa do funestíssimo dinheiro para a construção da basílica – que é uma causa tão insignificante?

83. Do mesmo modo: Por que se mantêm as exéquias e os aniversários dos falecidos e por que ele não restitui ou permite que se recebam de volta as doações efetuadas em favor deles, visto que já não é justo orar pelos redimidos?

84. Do mesmo modo: Que nova piedade de Deus e do papa é essa que, por causa do dinheiro, permite ao ímpio e inimigo redimir uma alma piedosa e amiga de Deus, mas não a redime por causa da necessidade da mesma alma piedosa e dileta por amor gratuito?

85. Do mesmo modo: Por que os cânones penitenciais – de fato e por desuso já há muito revogados e mortos – ainda assim são redimidos com dinheiro, pela concessão de indulgências, como se ainda estivessem em pleno vigor?

86. Do mesmo modo: Por que o papa, cuja fortuna hoje é maior do que a dos ricos mais crassos, não constrói com seu próprio dinheiro ao menos esta uma basílica de São Pedro, ao invés de fazê-lo com o dinheiro dos pobres fiéis?

87. Do mesmo modo: O que é que o papa perdoa e concede àqueles que, pela contrição perfeita, têm direito à plena remissão e participação?

88. Do mesmo modo: Que benefício maior se poderia proporcionar à Igreja do que se o papa, assim como agora o faz uma vez, da mesma forma concedesse essas remissões e participações cem vezes ao dia a qualquer dos fiéis?

89. Já que, com as indulgências, o papa procura mais a salvação das almas do que o dinheiro, por que suspende as cartas e indulgências, outrora já concedidas, se são igualmente eficazes?

90. Reprimir esses argumentos muito perspicazes dos leigos somente pela força, sem refutá-los apresentando razões, significa expor a Igreja e o papa à zombaria dos inimigos e fazer os cristãos infelizes.

91. Se, portanto, as indulgências fossem pregadas em conformidade com o espírito e a opinião do papa, todas essas objeções poderiam ser facilmente respondidas e nem mesmo teriam surgido.

92. Portanto, fora com todos esses profetas que dizem ao povo de Cristo “Paz, paz!” sem que haja paz!

93. Que prosperem todos os profetas que dizem ao povo de Cristo “Cruz! Cruz!” sem que haja cruz!

94. Devem-se exortar os cristãos a que se esforcem por seguir a Cristo, seu cabeça, através das penas, da morte e do inferno.

95. E que confiem entrar no céu antes passando por muitas tribulações do que por meio da confiança da paz.

31 DE OUTUBRO: AS HISTÓRIAS DESTE DIA



DESCRIÇÃO: Martinho Lutero afixa na porta da igreja de Wittenberg as suas 95 teses. O Vaticano admite, após 359 anos, que tinha errado ao condenar Galileu. A primeira passadeira para peões. A Frente Nacional de Libertação da Argélia começa a revolta militar contra o domínio francês. Os Queen com "Bohemian Rhapsody".

terça-feira, 30 de outubro de 2012

A mulher madura é mesmo madura!

Portugal no seu melhor



Será para rir ou para chorar!

AQUI ESTÃO OS GAJOS QUE GANHAM MAIS DINHEIRO QUE O PRESIDENTE DOS E.U.A.

E esta, heim?

Eis uma profissão nobre: Profissão nadador salvador



Nadador Salvador exercendo a sua profissão!

Efeitos do furacão Sandy



A tempestade “Sandy” mergulhou a cidade de Nova Iorque num verdadeiro caos.

Furacão devastador - Aviso à população!

ALERTA

30 DE OUTUBRO: AS HISTÓRIAS DESTE DIA



DESCRIÇÃO: "A Guerra dos Mundos", na versão radiofónica de Orson Welles, semeia o pânico na América. O príncipe Juan Carlos tornou-se chefe de estado de Espanha. A batalha do Salado. Nascidos a 30 de Outubro: Fedor Dostoievski, Paul Valéry, Ezra Pound e Diego Maradona. Roy Orbison e "Oh, Pretty Woman".

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Que Show: simplesmente e-s-p-e-t-a-c-u-l-a-r-!!!



Notar a platéia, notar o " o camarote real" e principalmente o "GRANDE FINAL" . Que Show: simplesmente e-s-p-e-t-a-c-u-l-a-r-!!!

A 29 de Outubro de 1936, chegam ao Tarrafal os primeiros deportados políticos

Corria o ano de 1936, e na Europa proliferavam regimes ditatoriais e autoritários. Os campos de concentração foram uma das formas que os vários líderes do velho continente arranjaram para isolar todos os que divulgavam ideias opostas às do regime vigentes.


Em Portugal, não foi diferente. A 23 de Abril de 1936, no Decreto-Lei n.º 26 539, António de Oliveira Salazar criava a “Colónia Penal do Tarrafal”. Segundo a obra “Tarrafal na memória dos Prisioneiros”, de Nélida Freire Brito, este foi o período mais agudo do fascismo português.A colónia criada a sul da ilha Santiago, considerada pelas autoridades como uma das mais inóspitas na altura, destinava-se aos “presos por crimes políticos e sociais” e estava sob dependência da Polícia de Vigilância e Defesa do Estado, PVDE, cujo director, Agostinho Lourenço, trabalhava sob influência de Salazar.

Os primeiros 152 deportados políticos chegaram à colónia penal a 29 de Outubro desse ano. Até 1954, o estabelecimento recebeu apenas presos antifascistas portugueses. O mais novo prisioneiro do Tarrafal tinha 17 anos na altura da primeira leva. Edmundo Pereira viveu para contar a sua história.

Pelo Tarrafal passaram vários nomes da política portuguesa, é o caso de Bento Gonçalves e Mário Castelhano. Ainda na primeira fase, estiveram lá inclusive dois prisioneiros alemães queteriam sido presos sem documentos em Lisboa.
À semelhança de um campo de concentração nazi

Construído à semelhança de um campo de concentração existente na Europa, a colónia era um rectângulo vedado por arame farpado entrelaçado com estacas de madeira. Os presos viviam em barracas de lona dispostas em fila. Inicialmente não havia energia eléctrica. Depois de algum tempo, os próprios presos foram mandados cercar o campo com duas valas. As mesmas permanecem lá até aos dias de hoje.

A água foi sempre escassa e era mandada buscar pelos presos a um fosso a um 700 metros do campo. Os oficiais e os directores consumiam água potável de outra fonte, em Ribeira das Pratas. Não havia banheiro. As fezes eram depositadas pelos prisioneiros no mar. No seu estudo, Nélida Brito explica que embora o grau de repressão na colónia fosse muito menor no Tarrafal, do que o vivido no sistema nazi, “tudo o que foi idealizado para os dois
casos era muito semelhante”.


O Campo da morte lenta

Uma das formas de castigo mais célebre entre os guardas e directores da prisão, mas a mais detestada e temida pelos prisioneiros, foi a “Frigideira” ou a “Câmara de Torturas”. Uma caixa rectangular de cimento e sem janelas, cuja área total seria de cerca de nove metros quadrados, e que estava exposta ao Sol durante o dia todo. A temperatura interior podia chegar aos 60 graus, segundo alguns presos. Chegavam a ficar lá 12 ao mesmo tempo.

Os motivos para ir parar à frigideira eram vários, entre os quais os mais absurdos como o encostar à parede do barracão por um preso, fazendo assim com que o cal saísse da parede. O objectivo por detrás destas punições foi sempre enfraquecer os presos.

Os trabalhos forçados na própria colónia também eram uma forma de castigo. A Brigada Brava, formada por presos punidos, chegou a efectuar vários trabalhos na colónia. Os castigos foram mais severos durante os mandatos de dois dos mais temidos directores desta primeira fase da prisão – Manuel dos Reis, o “Manuel dos Arames”, e João da Silva, o “Faraó”. O paludismo, a biliosa e as doenças dos intestinos eram as doenças das quais os presos mais padeciam. O primeiro médico responsável do campo foi Esmeraldo Pais Prata, conhecido por o “Tralheira”, também delegado de saúde e administrador do concelho do Tarrafal. Prata chegou a afirmar mesmo que não estava na colónia “para curar, mas para passar certidões de óbito”. Nos relatos dos presos é possível constatar que este profissional da saúde não usava sequer anestesia para extracção dentária, apesar de a ter em farmácia. Não dava quinino aos presos. A ideia era mesmo deixá-los sucumbir ao paludismo, comum em época de chuvas intensas que se faziam sentir uma vez por ano.

A preparação inicial das refeições esteve a cargo de empregados cabo-verdianos, mas os presos acabaram por ficar com esta tarefa. O arroz foi durante esta primeira fase o prato principal. Foi criada uma horta para 
abastecimento interno e os legumes enriqueceram a dieta dos presos, que em épocas menos severas conseguiam comprar leite e frutas aos caboverdianos que iam vender à porta. A população da ilha foi durante muitos anos afastada do campo sob o pretexto de que os prisioneiros eram criminosos terríveis, o mesmo voltou a acontecer na altura em que os presos africanos lá estiveram e que foram pintados de canibais. No início da década de 1940, as condições melhoraram no centro prisional. O director Olegário Antunes permitiu até a instalação de uma biblioteca no recinto. Os presos já tinham juntado até a altura cerca de 700 exemplares.

Os presos mais instruídos ensinavam aos que não tinham estudo, dando mesmo formação naárea da política. A solidariedade entres os detidos chegou mais longe, tendo eles criando comunas, conforme a filiação partidária de cada um, dividindo entre eles encomendas e dinheiro até.

Durante este período houve duas grandes tentativas de fuga. Ambas fracassaram. A ideia dos presos era chegar ao Senegal. Segundo dados oficiais portugueses nesta fase morreram 32 indivíduos. O investigador e jornalista José Vicente Lopes contabilizou 34. O campo foi mandado encerrar em Janeiro de 1954, segundo consta, Salazar teria sido pressionado internacionalmente a fechar as portas da colónia penal.
A resistência africana

O encerramento da prisão do Tarrafal foi sol de pouca dura. Em 1961, Adriano Moreira, ministro do Ultramar português, assina a respectiva portaria (17) e a Colónia Penal do Tarrafal reabre sob o nome de “Campo de Trabalho de Chão Bom”.

Desta vez o propósito é outro. A guerra colonial leva os portugueses a deportar para o Tarrafal não os seus compatriotas, mas sim os nacionalistas africanos das colónias. São eles angolanos e guineenses na sua maioria, e já nos finais da década, também cabo-verdianos, em menor número. Na mesma altura surgem ou são “readaptados” outros campos: em Angola, Moçambique e na Guiné.

Os primeiros presos da nova fase chegaram ao Tarrafal em Fevereiro de 1962. Eram 31 angolanos. Metade da prisão, que ficou dividida assim em duas alas, passara a estar ocupada por presos de delito comum, cabo-verdianos. Os contactos entre os dois grupos não eram permitidos.

Os guineenses chegaram em Outubro e foram logo uma centena. Segundo José Vicente Lopes, os presos angolanos tinham um tratamento diferenciado em relação aos restantes, devido ao “peso internacional de Angola”. A alimentação também era diferente entre os dois grupos. Estes dois grupos “dificilmente conseguiam fazer intercâmbios entre eles”.

Estiveram detidas no “Campo de Trabalho de Chão Bom” várias personalidades, entre eles, escritores, políticos, militares, etc. Nomes como Luandino Vieira, António Cardoso, Mário Mamadú Turé, Luís Fonseca.

Inicialmente ainda houve trabalhos forçados no campo, os prisioneiros tiveram ainda de carregar pedras, por exemplo. Mas com o passar do tempo os detidos passaram a ser pagos, com uma quantia simbólica, pelos trabalhos efectuados. Os presos trabalhavam na horta, por exemplo, mas os cabo-verdianos já não podiam trabalhar no cultivo.

As condições médicas melhoraram bastante. Havia consultas semanais e os casos mais graves iam parar a Praia, segundo José Vicente Lopes havia até uma certa cumplicidade entre os médicos e os pacientes. Houve casos em que os médicos prolongavam a estada dos doentes na Praia, propositadamente.

“Para manter a população longe, os portugueses diziam que (os angolanos) eram canibais”, esclarece José Vicente Lopes. Mas pouco a pouco está situação foi-se alterando com os contactos que se estabeleciam entre os cabo-verdianos presos por delitos comuns, os habitantes de Tarrafal, que iam lá vender à porta da prisão, e os detidos das outras colónias. As condições melhoraram tanto que a Cruz Vermelha Internacional que fez duas visitas ao
campo saiu de lá impressionada. Os presos tinham direito a ir ao mar, escoltados pelos guardas, mas esta regalia não era permitida aos cabo-verdianos. Alguns presos foram autorizados a estudar e a fazer exames, concluindo assim os estudos.
“Holandinha” substitui a “Frigideira”

As muralhas da prisão e as torres de vigia foram construídas já no início da década de 1970. A malograda “Frigideira” deixou de existir. Em seu lugar foi construída uma cela disciplinar num compartimento de cimento dentro um espaço anexo à cozinha. Deu-se lhe o nome de “Holandinha”, porque como explica Vicente Lopes quando se pegava alguém e levava-se em viagem, ele ia para a Holanda, a Meca da emigração cabo-verdiana. Este apelido foi dado, segundo consta, pelos cabo-verdianos presos na ala comum.

“A tortura foi sobretudo psicológica”, explica o investigador cabo-verdiano. Os indivíduos eram mantidos em quartos escuros, afastados da família, etc.


“Dadinho” Fontes, o cabo-verdiano que dirigiu o campo

Eduardo Vieira Fontes foi o único cabo-verdiano e o director que mais tempo dirigiu o campo, entre 1967 a 1974. Os presos cabo-verdianos foram muito duros nas críticas em relação ao “Dadinho” Fontes, natural de Santa Catarina. Vieira Fontes chegou a ser apelidado como um “carrasco”.

Já os presos angolanos e guineenses já foram menos duros nas críticas. Dadinho Fontes chegou mesmo a interceder por Luandino Vieira, sendo o escritor libertado antes de cumprir até ao fim a pena de 14 anos. Actualmente Eduardo Vieira Fontes reside nos EUA, nunca mais regressou a Cabo Verde.

Os últimos presos dessa fase saíram das muralhas da prisão a 1 de Maio de 1974. Uma semana depois do 25 de Abril. Vieira Fontes ainda tentou resistir, mas a “situação era insustentável”. Segundo José Vicente Lopes morreram nessa segunda fase, pelo menos segundo os registos, três africanos – dois guineenses e um angolano. Desta vez não houve registo de tentativas de fuga.

Independência e encerramento definitivo

Mas este não foi ainda o fechar de portas em definitivo da prisão. Num período conturbado no território cabo-verdiano, no pós-25 de Abril, as autoridades portuguesas, sob a pressão do PAIGC (Partido Africano da Independência de Guiné e Cabo Verde), prenderam no Tarrafal, de uma vez só 70 indivíduos, acusados ser contra a unidade de Guiné e Cabo Verde ou de pertenceram à PIDE, por exemplo, mas que foram sendo libertados.

As condições, segundo José Vicente Lopes, já não eram semelhantes sequer às do tempo de colónia penal, contudo “estes indivíduos estavam privados da sua liberdade”, salienta o investigador. O campo foi definitivamente extinto a 19 de Julho de 1975. Décadas mais tarde, 2009 a colónia penal, o campo de trabalho, é transformado num Museu da Resistência. No ano passado, foi constituída uma comissão encarregue de preparar a candidatura do estabelecimento a Património da Unesco.

José Vicente Lopes afirma que “o Tarrafal começa por ser um campo de morte lenta, mas no fim é aproveitado para ser um postal do sistema prisional português”.

RELEMBRANDO 1929: O ANO DA QUEBRA DA BOLSA DE NOVA IORQUE - PARTE 1

RELEMBRANDO 1929: O ANO DA QUEBRA DA BOLSA DE NOVA IORQUE - PARTE 2

domingo, 28 de outubro de 2012

As Brumas de Avalon - Filme

O Caso Roswell - Legendado (Completo)



Este filme é baseado em fato verídico acontecido em 1947 na cidade de Roswell, no estado de Novo México (EUA). O Major do Exército Jesse Marcel é chamado para investigar destroços que foram encontrados por um fazendeiro. O material examinado é impressionante e parece ser parte de um OVNI. O major é chamado pelo Pentágono e obrigado a se calar, assim como todos os envolvidos com o caso. Trinta anos depois o major decide fazer uma completa investigação sobre o ocorrido e acaba descobrindo que o que ele viu e ouviu não foi nada comparado com o que houve....O que você está para assistir não é apenas mais um filme, é a retratação de um dos mais impressionantes fatos ocorridos até hoje: O Caso Roswell.

FACTURA EDP - Explicada tim tim por tim tim





FACTURA EDP - Explicada tim tim por tim tim
 
Com muita amizade

 

 
 
desta feita está mais detalhado. Ora leiam e...pasmem !
 

SABEM QUAL É VERDADEIRAMENTE O CONSUMO DE ELECTRICIDADE NUMA FACTURA EM QUE PAGAM  116,00 ? ?! V DESCRIMINAÇÃO NO QUADRO ABAIXO ? E SURPREENDAM-SE !


 

 

 
ACHAM  A ELECTRICIDADE  CARA ! ?....

ESTE EMAIL DEVE SER REPASSADO  PARA TODA A GENTE FICAR A CONHECER O ROUBO QUE NOS É FEITO NA FACTURA DA EDP !!!

O QUE PAGAMOS  ...


e sentados para não caírem:

- 7% de Taxa para a RDP e RTP (para que Malatos, Jorge Gabrieis, Catarinas Furtados e outras que tais possam receber 17.000 e mais ?/mês);


- 3% são a harmonização tarifaria para os Açores e Madeira, ou seja, é um esforço que o país (TODOS NÓS) fazemos pela insularidade.

- 10% para rendas aos Municípios e Autarquias. Mas que m... vem a ser esta renda? Explico: à EDP (TODOS NÓS) pagamos aos Municípios e Autarquias uma renda sobre os terrenos, por onde passam os cabos de alta tensão. Mas TODOS NÓS, já pagamos durante 2011, 250 M? aos Municípios e Autarquias por aquela renda !.

- 30% para compensação aos operadores.!? Ou seja, TODOS NÓS, já pagámos em 2011, 750 M? para a EDP, Tejo Energia e Turbo Gás!...

- 50% para o investimento nas energias renováveis. Aqueles incentivos que o Sócrates deu para o investimento nas energias renováveis e que depois era descontado no IRS, também o pagamos. Ou seja, mais uns "trocos" de...1.250 M?.

- 7% de outros custos incluídos na tarifa, ou sejam 175 M?. Que custos são estes!? São Custos de: funcionamento da Autoridade da Concorrência, de funcionamento da ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Eléctricos), planos de promoção do Desempenho Ambiental da responsabilidade da ESE , planos de promoção e eficiência no consumo, também da responsabilidade... da ERSE ! Um MIMO !
Esclarecidos?  É uma vergonha. NÓS  pagamos tudo !!!!

Pagamos para os açorianos e madeirenses terem electricidade mais barata, pagamos aos Municípios e Autarquias, para além de IMI's, IRS's, IVA's em tudo que compramos e outras taxas... somos sugados, chupados, dissecados...
   
     
   
     
     

--
João J. C.Couto

O belo percurso académico de Miguel Relvas



Cadeiras feitas por Miguel Relvas na Lusófona


Cadeira em ZIG ZAG - De acordo com o curso



Cadeira clássica - Sobre a História do Curso


Cadeira Relvada - De acordo com o aluno em causa





Cadeira de efeito duplo - Neste caso e por excelente desempenho do aluno foi creditada por 36 cadeiras


Miguel Relvas aluno ( dando valor ao estudo)




Miguel Relvas formado e Doutorado ( estudar compensa)

A RÉGUA VISTA DO CÉU



A RÉGUA VISTA DO CÉU
(clicar em cima da imagem para ampliar)

28 de Outubro de 1922, termina a Marcha sobre Roma



Líder do fascismo na Itália , serve na I Guerra Mundial como soldado. Funda, em 1919, o movimento nacionalista Fascio de Combatimento e, em 1922, organiza a Marcha sobre Roma ,demonstração de força que origina um convite do rei para que encabece um novo governo.

No poder ,o Duce controla o sistema sindical ,proíbe greves, persegue a imprensa e estabelece um regime de partido único.

Alia-se a Alemanha na II Guerra Mundial . Derrubado pelos Aliados em 1943, é preso por correligionários e libertado pelos nazistas.

Morre nas mãos de guerrilheiros italianos.

No dia 28 de Outubro de 1886, é inaugurada a Estátua da Liberdade



No dia 28 de Outubro de 1886, o então presidente dos Estados Unidos, Stephen Grover Cleveland, inaugurava solenemente a obra monumental na entrada do porto de Nova York.



A Estátua da Liberdade sempre foi considerada a mãe de todos os imigrantes que passavam de barco diante do monumento antes de atracar em Ellis Island (a única porta de entrada para estrangeiros nos EUA entre 1892 e 1954).

Trata-se do maior monumento histórico da Idade Moderna. Ela foi doada pelos franceses aos americanos e não só recorda a união entre os dois países durante a revolução norte-americana de 1775-1783. A placa no braço da "Miss Liberty" também lembra a proclamação da independência dos EUA, a 4 de Julho de 1776.

Assim como a obra Liberdade Guiando o Povo, do pintor Eugène Delacroix, o monumento deveria simbolizar a liberdade iluminando o mundo, mas acabou se tornando símbolo do capitalismo e chamariz para imigrantes, que buscavam consolo no verso de Emma Lazarus, inscrito na base da estátua: "Dá-me os teus cansados, os teus pobres, as tuas massas ansiando por respirar livres... Eu ergo minha tocha ao lado da porta dourada".

Calcula-se que, entre 1892 e 1954, cerca de 12 milhões de estrangeiros ingressaram nos EUA pelo porto de Ellis Island. Quando viam a "Miss Liberty", sabiam que haviam chegado ao país dos sonhos.

Rosto da mãe do artista serviu de modelo

O governo francês havia encarregado Frederic Auguste Bartholdi de projetar uma estátua feminina caracterizada pela dignidade. O rosto da mãe do artista serviu de modelo. Ao ser confrontado com as dimensões da escultura encomendada, Bartholdi percebeu que precisava da ajuda de um engenheiro. O escolhido foi Gustave Eiffel, que mais tarde construiria a famosa torre em Paris.

Ele projetou o esqueleto da estátua, enquanto Bartholdi moldou as 350 placas externas de cobre. Elas foram empacotadas em 214 caixas e chegaram a Nova York em Junho de 1885. A montagem do monumento só começou em maio de 1886, depois de concluída a base. Passaram-se ainda quatro meses até a sua inauguração festiva, no dia 28 de Outubro de 1886.

O então presidente dos EUA, Grover Cleveland, prometeu na ocasião que os americanos não se esqueceriam que "a liberdade tem aqui sua pátria e seu lugar não deve ser desleixado." Mas o vento salgado do Atlântico, as emissões dos automóveis de Manhattan e as extremas oscilações de temperatura atacaram o monumento.

Restauração financiada com doações




Nos anos 70 do século passado, a estátua estava completamente enferrujada e deteriorada. Em 1982, o presidente Ronald Reagan criou a comissão preparatória do centenário da "Miss Liberty". Em 1984, foram iniciadas as obras de restauração, para as quais foram arrecadados 230 milhões de dólares em doações. No Dia da Independência (4 de Julho) de 1986, os norte-americanos festejaram a reinauguração do monumento.

A poucos metros da Estátua da Liberdade, no porto de Ellis Island, encontra-se o Muro de Honra dos Imigrantes Norte-Americanos, onde estão inscritos os nomes de 420 mil pessoas. As nacionalidades mais representadas são a italiana, russa e polaca. Os nomes de imigrantes de mais de 130 países estão gravados em painéis de aço inoxidável.

Qualquer imigrante que chega a qualquer porto norte-americano em qualquer ano pode gravar seu nome no muro, mediante uma doação de 100 dólares à Fundação Estátua da Liberdade – Ellis Island, encarregada da manutenção do monumento nacional dos EUA


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28 de Outubro de 1856, é inaugurado o Caminho de Ferro em Portugal

28 DE OUTUBRO: AS HISTÓRIAS DESTE DIA



DESCRIÇÃO: Inaugurada em Portugal a primeira linha de caminho de ferro. Em 1886, em Nova Iorque, é inaugurada a estátua da Liberdade. Benito Mussolini, à cabeça dos apoiantes do seu partido fascista, terminou a Marcha sobre Roma. Felipe González tornou-se primeiro-ministro. Os Sex Pistols lançam "God Save the Queen".

Caso BPN: O que esconde Cavaco?



O país vai pagar mais de 5 mil milhões de euros pelo buraco das fraudes cometidas durante anos no Banco Português de Negócios. Nesta campanha, Cavaco Silva não condenou os administradores que afundaram o banco. São os mesmos que deram a ganhar à sua família 357 mil euros no esquema de acções para os amigos da SLN, cinco anos antes do banco ser nacionalizado.

sábado, 27 de outubro de 2012

Imagem do Gil Vicente - S.L.Benfica 27/10/2012

Gil Vicente vs Benfica (EPA/JOSE COELHO)

O maior escândalo financeiro da história de Portugal!



Foi a maior burla de sempre em Portugal, qualquer coisa como 9.710.539.940,09 €uros!!!
(paga por todos nós, contribuintes, que não podemos reclamar e sem que nenhum dos conhecidos criminosos tenha sido responsabilizado…)
João Marcelino, diretor do Diário de Notícias, de Lisboa, considera que “é o maior escândalo financeiro da história de Portugal. Nunca antes houve um roubo desta dimensão, “tapado” por uma nacionalização que já custou 2.400 milhões de euros delapidados algures entre gestores de fortunas privadas em Gibraltar, empresas do Brasil, offshores de Porto Rico, um oportuno banco de Cabo Verde e a voracidade de uma parte da classe política portuguesa que se aproveitou desta vergonha criada por figuras importantes daquilo que foi o cavaquismo na sua fase executiva”.
O diretor do DN conclui afirmando que este escândalo “é o exemplo máximo da promiscuidade dos decisores políticos e económicos portugueses nos últimos 20 anos e o emblema maior deste terceiro auxílio financeiro internacional em 35 anos de democracia. Justifica plenamente a pergunta que muitos portugueses fazem: se isto é assim à vista de todos, o que não irá por aí?”
O BPN foi criado em 1993 com a fusão das sociedades financeiras Soserfin e Norcrédito e era pertença da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), que compreendia um universo de empresas transparentes e respeitando todos os requisitos legais, e mais de 90 nebulosas sociedades offshores sediadas em distantes paraísos fiscais como o BPN Cayman, que possibilitava fuga aos impostos e negociatas.
O BPN tornou-se conhecido como banco do PSD, proporcionando “colocações” para ex-ministros e secretários de Estado sociais-democratas. O homem forte do banco era José de Oliveira e Costa, que Cavaco Silva foi buscar em 1985 ao Banco de Portugal para ser secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e assumiu a presidência do BPN em 1998, depois de uma passagem pelo Banco Europeu de Investimentos e pelo Finibanco. O braço direito de Oliveira e Costa era Manuel Dias Loureiro, ministro dos Assuntos Parlamentares e Administração Interna nos dois últimos governos de Cavaco Silva e que deve ser mesmo bom (até para fazer falcatruas é preciso talento!), entrou na política em 1992 com quarenta contos e agora tem mais de 400 milhões de euros. Vêm depois os nomes de Daniel Sanches, outro ex-ministro da Administração Interna (no tempo de Santana Lopes) e que foi para o BPN pela mão de Dias Loureiro; de Rui Machete, presidente do Congresso do PSD e dos ex-ministros Amílcar Theias e Arlindo Carvalho.
Apesar desta constelação de bem pagos gestores, o BPN faliu. Em 2008, quando as coisas já cheiravam a esturro, Oliveira e Costa deixou a presidência alegando motivos de saúde, foi substituido por Miguel Cadilhe, ministro das Finanças do XI Governo de Cavaco Silva e que denunciou os crimes financeiros cometidos pelas gestões anteriores. O resto da história é mais ou menos conhecido e terminou com o colapso do BPN, sua posterior nacionalização e descoberta de um prejuízo de 1,8 mil milhões de euros, que os contribuintes tiveram que suportar. Que aconteceu ao dinheiro do BPN? Foi aplicado em bons e em maus negócios, multiplicou-se em muitas operações “suspeitas” que geraram lucros e que Oliveira e Costa dividiu generosamente pelos seus homens de confiança em prémios, ordenados, comissões e empréstimos bancários.
Não seria o primeiro nem o último banco a falir, mas o governo de Sócrates decidiu intervir e o BPN passou a fazer parte da Caixa Geral de Depósitos, um banco estatal liderado por Faria de Oliveira, outro ex-ministro de Cavaco e membro da comissão de honra da sua recandidatura presidencial, lado a lado com Norberto Rosa, ex-secretário de estado de Cavaco e também hoje na CGD. Outro social-democrata com ligações ao banco é Duarte Lima, ex-líder parlamentar do PSD, que se mantém em prisão preventiva por envolvimento fraudulento com o BPN e também está acusado pela polícia brasileira do assassinato de Rosalina Ribeiro, companheira e uma das herdeiras do milionário Tomé Feteira. Em 2001 comprou a EMKA, uma das offshores do banco por três milhões de euros, tornando-se também accionista do BPN.
Em 31 de julho, o ministério das Finanças anunciou a venda do BPN, por 40 milhões de euros, ao BIC, banco angolano de Isabel dos Santos, filha do presidente José Eduardo dos Santos, e de Américo Amorim, que tinha sido o primeiro grande accionista do BPN. O BIC é dirigido por Mira Amaral, que foi ministro nos três governos liderados por Cavaco Silva e é o mais famoso pensionista de Portugal devido à reforma de 18.156 euros por mês que recebe desde 2004, aos 56 anos, apenas por 18 meses como administrador da CGD. O Estado português queria inicialmente 180 milhões de euros pelo BPN, mas o BIC acaba por pagar 40 milhões (menos que a cláusula de rescisão de qualquer craque da bola) e os contribuintes portugueses vão meter ainda mais 550 milhões de euros no banco, além dos 2,4 mil milhões que já lá foram enterrados. O governo suportará também os encargos dos despedimentos de mais de metade dos actuais 1.580 trabalhadores (20 milhões de euros).
As relações de Cavaco Silva com antigos dirigentes do BPN foram muito criticadas pelos seus oponentes durante a última campanha das eleições presidenciais. Cavaco Silva defendeu-se dizendo que apenas tinha sido primeiro-ministro de um governo de que faziam parte alguns dos envolvidos neste escândalo. Mas os responsáveis pela maior fraude de sempre em Portugal não foram apenas colaboradores políticos do presidente, tiveram também negócios com ele. Cavaco Silva também beneficiou da especulativa e usurária burla que levou o BPN à falência. Em 2001, ele e a filha compraram (a 1 euro por acção, preço feito por Oliveira e Costa) 255.018 acções da SLN, o grupo detentor do BPN e, em 2003, venderam as acções com um lucro de 140%, mais de 350 mil euros. Por outro lado, Cavaco Silva possui uma casa de férias na Aldeia da Coelha, Albufeira, onde é vizinho de Oliveira e Costa e alguns dos administradores que afundaram o BPN. O valor patrimonial da vivenda é de apenas 199. 469,69 euros e resultou de uma permuta efectuada em
1999 com uma empresa de construção civil de Fernando Fantasia, accionista do BPN e também seu vizinho no aldeamento.
Para alguns portugueses são muitas coincidências e alguns mais divertidos consideram que Oliveira e Costa deve ser mesmo bom economista(!!!): Num ano fez as acções de Cavaco e da filha quase triplicarem de valor e, como tal, poderá ser o ministro das Finanças (!!??) certo para salvar Portugal na actual crise económica. Quem sabe, talvez Oliveira e Costa ainda venha a ser condecorado em vez de ir parar à prisão….ah,ah,ah.
O julgamento do caso BPN já começou, mas os jornais pouco têm falado nisso. Há 15 arguidos, acusados dos crimes de burla qualificada, falsificação de documentos e fraude fiscal, mas nem sequer se sentam no banco dos réus. Os acusados pediram dispensa de estarem presentes em tribunal e o Ministério Público deferiu os pedidos. Se tivessem roubado 900 euros, o mais certo era estarem atrás das grades, deram descaminho a nove biliões e é um problema político.
Nos EUA, Bernard Madoff, autor de uma fraude de 65 biliões de dólares, já está a cumprir 150 anos de prisão, mas os 15 responsáveis pela falência do BPN estão a ser julgados por juízes “condescendentes”, vão apanhar talvez pena suspensa e ficam com o produto do roubo, já que puseram todos os bens em nome dos filhos e netos ou pertencentes a empresas sediadas em paraísos fiscais. Oliveira e Costa colocou as suas propriedades e contas bancárias em nome da mulher, de quem entretanto se divorciou após 42 anos de casamento. Se estivéssemos nos EUA, provavelmente a senhora teria de devolver o dinheiro que o marido ganhou em operações ilegais, mas no Portugal dos brandos costumes talvez isso não aconteça. Dias Loureiro também não tem bens em seu nome. Tem uma fortuna de 400 milhões de euros e o valor máximo das suas contas bancárias são apenas cinco mil euros. Não há dúvida que os protagonistas da fraude do BPN foram meticulosos, preveniram eventuais consequências e seguiram a regra de Brecht: “Melhor do que roubar um banco é fundar um”.


DENUNCIAR A MÁFIA QUE SE ACOBERTA SOB A CAPA DE UM PARTIDO DITO SOCIAL-DEMOCRATA, MAS NÃO É MAIS DO QUE PARTIDO DE EXTREMA DIREITA, A SOLDO DE INTERESSES PRIVADOS E PODEROSOS.

AINDA HÁ GENTE HONESTA QUE APOIA ESTES VAMPIROS?

MAIS UMA PARA AJUDAR...

MAIS UMA PARA AJUDAR...


É verdade!


CARROS DOS JUÍZES DO TRIBUNAL CONSTITUCIONAL

Como pode progredir um País assim saqueado permanentemente pelas pessoas que deviam dar o exemplo de seriedade?
Em quem podemos confiar quando os mais altos responsáveis dão estes exemplos de saque?
É indigno!

Aqui vai mais um bom exemplo:
O Tribunal Constitucional é um tribunal de nomeação politica e, por esse facto, resolveram comprar automóveis de Luxo e Super Luxo para cada um dos 'Juízes' (de nomeação política).
Estes carros são utilizados pelos Juízes - num total de 13 Juízes - para todo o serviço, precisamente como acontece nas grandes Empresas.

1- O Presidente tem um BMW 740 D (129.245 € / 25.849 contos)

2- O Vice-Presidente: BMW 530 D ( 72.664 € /14.533 contos)

3- Os restantes 11 Juízes têm BMW 320 D ( 42.145 € /8.429 contos, cada )

Portanto, uma frota automóvel no valor de 665.504 €/ 133.101 contos (muito mais de meio milhão de Euros!)

É o único Tribunal Superior Europeu (se calhar mundial) onde os Juízes têm direito a carro como parte da sua remuneração (automóvel para uso pessoal). E DEPOIS QUEREM-NOS COMPARAR AOS PAÍSES DO NORTE

A que propósito? Pura ostentação! Ninguém se indigna? Quem é que autorizou este escândalo?

Ao mesmo tempo que o Governo sobrecarrega os portugueses em geral compra justamente as viaturas mais caras, superluxo. Não é aceitável, não se pode compreender...

Repassem e chateiem, por favor.
É por isso que a indignação civil é necessária para mostrar a estes (des)governantes que não andamos a dormir!

Skinning - Legendado (PT-BR) Filme Completo

Hoje muda a hora, vem aí a hora de Inverno.

27 DE OUTUBRO: AS HISTÓRIAS DESTE DIA



DESCRIÇÃO: Neste dia, em 1949, foi atribuído o primeiro prémio Nobel a um português, o médico Egas Moniz. Em 1807, Carlos IV de Espanha e Napoleão Bonaparte assinaram o tratado de Fontainebleau. A 27 de Outubro de 2002, Lula da Silva tornou-se presidente do Brasil.
Neste dia, em 1960, Ben E. King gravou "Stand by me".

DÚVIDA DA TEMPORADA

 DÚVIDA DA TEMPORADA
A crise parece que aguça o sentido de humor...
Embora ninguém ande com vontade de rir, aí vai
uma gira.


O otimista é aquele que diz: "Se isto continua assim, acabamos todos na rua a pedir esmola".

E o pessimista é aquele que pergunta: "A quem?".