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quinta-feira, 30 de abril de 2015

A 30 de Abril de 1919 -- Morre o arquiteto Miguel Ventura Terra, autor da remodelação do Palácio de São Bento, da Igreja dos Anjos e de vários projetos distinguidos com o Prémio Valmor.

Fotografia de Miguel Ventura Terra

Miguel Ventura Terra nasceu em Seixas do Minho, Caminha, a 14 de Julho de 1866.
Frequentou o curso de Arquitectura da Academia Portuense de Belas Artes entre 1881 e 1886.
Em 1886, como pensionista do Estado na classe de Arquitectura Civil, viajou até Paris. Nesta cidade estudou na École Nationale et Speciale des Beaux-Arts, onde alcançou o diploma de Arquitecto de 1ª classe do Governo Francês, e no atelier de Victor Laloux.
Em 1894 ficou em segundo lugar no concurso para o Monumento do Infante D. Henrique, no Porto.
Regressou a Portugal em 1896. Neste foi nomeado arquitecto de 3ª classe da Direcção de Edifícios Públicos e Faróis e triunfou no concurso para a reconversão do edifício das Cortes na Câmara dos Deputados e Parlamento, em Lisboa.
É autor de palacetes, de habitações de rendimento mais qualificadas, essencialmente na capital, construções ecléticas, cosmopolitas e utilitárias, mas também de importantes equipamentos urbanos como a primeira creche lisboeta (1901), da Associação de Protecção à primeira Infância, a Maternidade Dr. Alfredo da Costa (1908) e os liceus Camões (1907), Pedro Nunes (1909) e Maria Amália Vaz de Carvalho (1913).
Miguel Ventura Terra projectou, igualmente, dois pavilhões da representação portuguesa na Exposição de Paris, de 1900, bem como o pedestal do monumento ao Marechal Saldanha, com o escultor Tomás Costa (1900), em Lisboa, a Igreja de Santa Luzia, de Viana do Castelo (1903), a Sinagoga de Lisboa (Shaaré Tikvá ou Portas da Esperança) inaugurada em 1904 na Rua Alexandre Herculano, o edifício do Banco Totta & Açores, na Rua do Ouro (1906), Lisboa, naquela que constitui a primeira intervenção moderna na baixa pombalina, o Teatro Politeama (1912-1913), representativo da Arte do Ferro, também em Lisboa, e o Palace Hotel de Vidago, concluído após a sua morte.
Alcançou quatro vezes o Prémio Valmor de Arquitectura (1903, 1906, 1909 e 1911) e uma Menção Honrosa, no mesmo concurso (1913).
Todas as obras denotam o gosto do artista por uma monumentalidade não exacerbada, por fachadas assimétricas e pela utilização de novos materiais.
Também trabalhou na área do urbanismo. Concebeu projectos para o parque Eduardo VII, em Lisboa, planos para a zona ribeirinha da capital (1908) e o plano de urbanização do Funchal (1915).
Miguel Ventura Terra foi um dos grandes responsáveis pela criação da Sociedade dos Arquitectos Portugueses, em actividade desde 1903, e da qual foi o primeiro presidente. Exerceu o cargo de vogal do Conselho dos Monumentos Nacionais e foi vereador da Câmara Municipal de Lisboa até 1913.
Este artista, republicano e maçon, morreu na cidade de Lisboa a 30 de Abril de 1919.

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