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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Militão Bessa Ribeiro, nasceu em Murça a 13 de Agosto de 1896



MILITÃO RIBEIRO

Militão Bessa Ribeiro, nasceu em Murça a 13 de Agosto de 1896 e foi assassinado na Cadeia Penitenciária de Lisboa a 2 de Janeiro de 1950, com 53 anos.
Militão Ribeiro passou 10 anos nas cadeias fascistas, dos quais seis no Campo de Concentração do Tarrafal.
Assassinado pela pide a 2 de Janeiro de 1950, apenas no dia 12 do mesmo mês se realizou o funeral do herói comunista. Envenenado paulatinamente pela besta policial, foi-lhe sistematicamente negado apoio médico, pelo que intuiu com toda a objectividade, que a sua morte estava orquestrada pelo fascismo salazarista.
Vigiado 24 sobre 24 horas pelos esbirros inhumanos da polícia fascista, decidiu escrever uma segunda carta a explicar a sua situação, tendo-o feito com o seu próprio sangue.
2ª carta de Militão Ribeiro ao seu Partido:
«Fui assassinado cobardemente. Depois de 2 rusgas à cela disseram-me que minha situação iria ser resolvida breve. A partir dessa data comecei a piorar e a sentir o pão, fruta e caldo de farinha (segue passagem ininteligível) comecei a sentir agitação no coração, ventre (passagem ininteligível) entrega do pão e fruta. Chegado ala C certo dia tive interferências que até aí nunca tinha tido.
Mas meu assassinato começou no Porto e seguiu-se aqui pela falta de tratamento e medicamentos impróprios quase todos para a minha doença!
É assim que o salazarismo assassina os que defendem o povo.
Que a minha morte traga novos combatentes à luta.
Viva um Portugal melhor
Viva o P. Comunista».
Nem mesmo depois de morto Militão Ribeiro foi poupado à acção criminosa do fascismo. Depois de várias peripécias processuais quanto a realização da autópsia, das incertezas quanto ao dia, hora e destinos do funeral – a pide tentou que a realização do funeral fosse relâmpago e que não fosse para Murça, tanto mais que a notícia da morte de Militão Ribeiro já se tornara conhecida – este acabou por se realizar nove dias depois da morte, seguindo directamente do Instituto de Medicina Legal de Lisboa para o cemitério de Murça, terra natal de Militão Ribeiro, não sem que tivesse sido “escoltado” pela pide e montado um serviço policial de controlo em vários pontos do país e uma brigada da pide vigiado o acto fúnebre e apreendido as máquinas fotográficas, agredido participantes no funeral e procedido à identificação de várias pessoas.
O Prof. Ruy Luís Gomes e outros democratas discursaram junto à campa, num desafio à ordem fascista que procurava intimidar o povo de honrar este herói do PCP.

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