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segunda-feira, 9 de novembro de 2015

A 09 de Novembro de 2010 - Morreu Mário Anacleto Pereira Dias



Mário Anacleto Pereira Dias, tenor português, conferencista, escritor e professor, faleceu em Ermesinde no dia 9 de Novembro de 2010, vítima de ataque cardíaco fulminante. Nascera em Santa Maria da Feira, onde foi sepultado.
Diplomado com o Curso Superior de Canto do Conservatório de Música do Porto, na classe de Fernanda Correia, também trabalhou com Mark Brown (Música Antiga), Montsserrat Figueras (Técnica e Interpretação de Música Ibérica), Rudolf Knoll (Técnica e Interpretação da Ópera), Ré Koster (Interpretação do Lied) e José de Oliveira Lopes (Lied e Ópera).
Licenciou-se em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, tendo feito o mestrado em História da Arte na mesma universidade. Era mestre de Comunicação Organizacional pela Universidade Complutense de Madrid e doutor em Musicologia e Interpretação pelaUniversidade Nacional de Música de Bucareste.
Realizou numerosos recitais a solo, com piano, guitarra, órgão e orquestra, tendo participado – como artista convidado – em muitas récitas, a convite do Círculo Portuense de Ópera. Desempenhou também papéis nas óperas “La Traviata”, “Madame Butterfly” e “Cármen”, entre outras.
Foi co-fundador em 1974 e solista (até 1981) do Grupo de Música Vocal Contemporânea, actuando em numerosos Festivais Internacionais de Música, nomeadamente em Cascais, Lisboa, Coimbra, Braga, Madeira, Berlim, Dresden, Leipzig, Bratislava, Vigo e Córdoba.
Gravou para a Tribuna Europeia de Compositores Contemporâneos obras de Joly Braga Santos e para a etiqueta EMI-Valentim de Carvalho obras de Fernando Lopes Graça. Gravou igualmente dois CD a solo, com obras para canto e piano de compositores portugueses.
Colaborou com a RTP e a RDP em diversos programas, quer como artista convidado quer como divulgador da cultura musical.
Em 2008, apresentou-se em quatro concertos no Brasil, em São Paulo(Instituto Baccarelli de Heliópolis, Espaço Cachuera, Casa das Rosas eBeneficência Portuguesa). Actuou também em Bucareste e Pitesti, na Roménia, e ainda no Concerto de Ano Novo, na Ilha Terceira nos Açores, onde cantou o “Dichterliebe” de Schumann e várias canções de Serge Rachmaninoff. Participou no XVI Festival Internacional de Teatro de Sibiu(Roménia), em Junho de 2009. Realizou uma tournée de 7 concertos na Venezuela e participou noutros concertos em Florença, Roma, Nápoles, Ourense e Vigo, no segundo semestre de 2009.
Na sua carreira, desenvolveu uma técnica precisa e de grande equilíbrio com a expressão. No seu reportório incluiu óperas, composições de autores portugueses, fados, serenatas napolitanas e canções de diversas escolas. Brahms, Strauss, Tchaikovsky, Rachmaninoff, Fernando Lopes Graça, Schubert e Schumann eram alguns dos seus compositores favoritos.
Foi director do Conservatório de Música do Porto entre 1994 e 1996, período durante o qual introduziu a Classe de Jazz e promoveu a criação da Banda de Jazz, da Banda Sinfónica, do Grupo de Música Antiga e do Quarteto de Saxofones. Foi professor da mesma instituição e do Conservatório de Música da Maia, até à sua morte.
Publicou dois livros: “Fado, itinerários de uma cultura viva” e “Crónica dos dias bons”. Preparou um ‘romance histórico sobre detalhes ocultos da vida do Padre António Vieira’ e um ‘ensaio sobre o expressionismo português nas obras de Fernando Pessoa e de Fernando Lopes Graça’, que foram publicados postumamente em 2010.


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