Irei falar de tudo e do nada. Histórias e estórias. Coisas pensantes e desconcertantes. Fundado a 30 de Novembro de 2009 numa 2ª Feira
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segunda-feira, 31 de dezembro de 2018
domingo, 30 de dezembro de 2018
domingo, 23 de dezembro de 2018
sábado, 22 de dezembro de 2018
sexta-feira, 21 de dezembro de 2018
É Natal!...
PRESÉPIO MINIMALISTA
1
O presépio actual
Ficou tão minimalista,
Que mantém só o curral!...
Perdeu-se o resto de vista!...
2
Deixou de ter o Menino,
Por questões de identidade!...
Dar género ao pequenino
Era ilegalidade!...
3
O José e a Maria,
Sendo uns refugiados,
A Direita não queria
Que fossem cá abrigados!...
LEMBRETE 12053
Os Reis Magos são banidos,
Por conflitos raciais!...
Também foram removidos,
Pelo PAN, os animais!...
4
Quanto ao ouro e mirra,
Também desapareceram!...
Mas, neste caso, houve birra,
Dos banqueiros, que os venderam!...
5
Ficou, assim, resumido
Ao estábulo natal,
Que irá ser convertido
Em alojamento local!...
17/12/2018
quinta-feira, 20 de dezembro de 2018
quarta-feira, 19 de dezembro de 2018
Festividades natalícias no Alto Douro no início do séc.XX
«O Natal era a festa mais importante do ano. Ela era preparada pelo Advento, que se estendia por quatro domingos sucessivos. Visto ser um período de oração e de penitência, as quartas e sextas do Advento eram de abstinência de carne. (…)
A véspera de Natal decorria em grande azáfama por causa dos preparativos para a festa: na igreja, montando o presépio e enfeitando o templo; em casa fazendo as limpezas e cozinhando a doçaria. O momento alto chegava com a consoada. Era a festa da família. Pais, filhos, netos juntavam-se em volta da mesma mesa, enfeitada e recheada, para afirmarem e fortalecerem a sua união. (…)
A seguir à ceia natalícia, era costume antigo as pessoas celebravam o nascimento de Jesus com entremeses (Vila Nova de Foz Coa), autos (Freio de Espada à Cinta), ramos e representações (Mirandela)… (…)À meia-noite começava a Missa do Galo. (…)
O ambiente simultaneamente de festa e de partilha que caracterizava o período de Natal permitiu que nascesse a tradição de cantar os Natais, as Janeiras e os Reis. Só a data e as quadras iniciais é que mudavam: os Natais, de 24 a 31 de Dezembro, acentuando o nascimento de Jesus; as Janeiras, nos primeiros dias de Janeiro, sublinhando o desejo de um bom ano; os Reis, de 5 a 21 de Janeiro, reportando-se à visita dos Reis Magos. O espírito, contudo, era sempre o mesmo. Os três anunciavam o nascimento de Jesus e lhe cantavam loas ao ar livre, exaltavam as pessoas visitadas, a quem desejavam boas festas e a quem se pedia, finalmente, em paga, um presente. Quando completo, o rito compunha-se de vários momentos: saudação inicial e gáudio litúrgico, loas às pessoas da casa, peditório e despedida. (…)
Finda a cantoria, os patrões abriam as portas da casa e presenteavam-nos com bolos, figos secos, passas, castanhas, maças, pêras de Inverno, vinho de consumo e tratado e, por vezes, até presunto e salpicão. (…)»
Fonte: ALTO DOURO, terra de vinho e de gente – A vida quotidiana alto-duriense no primeiro terço do séc. XX – A.L. Pinto da Costa Edições Cosmos, Novembro de 1997, pág.189 a 196.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2018
quinta-feira, 6 de dezembro de 2018
6 de Dezembro de 2018 - Festa de S. Nicolau na Rússia, o Papa Noel do Ocidente
Festa de São Nicolau é uma festa, celebrada anualmente no dia 5 de dezembro nos Países Baixos e no dia 6 de dezembro na Bélgica com a vinda de São Nicolau que entrega presentes para as crianças. A festa também é comemorada, mas em menor escala, na Alemanha, na Áustria, na França, na Indonésia, no Luxemburgo, na Suíça, na Polônia, na República Checa e principalmente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2018
Soeiro Pereira Gomes, escritor português , morreu a 5 de Dezem,bro de 1949
Joaquim Soeiro Pereira Gomes nasceu em Gestaçô, Porto, em 1910. Frequentou a Escola Agrícola de Coimbra, onde tirou o curso de regente agrícola, e mais tarde emigrou para Angola, onde exerceu a sua profissão durante cerca de um ano, na Companhia do Catumbela. Voltou para Portugal e fixou-se em Alhandra, em 1932, onde trabalhou como empregado de escritório na Fábrica de Cimentos Tejo. Aqui desenvolveu uma intensa actividade de dinamização cultural junto do operariado. Mas foi como escritor que Soeiro Pereira Gomes se notabilizou, sendo um dos mais coerentes e claros exemplos da ficção neo-realista em Portugal. "É nas páginas de O Diabo, semanário fundamental no processo de elaboração de uma poética e de uma consciência geracional neo-realistas, que publica, a partir de 1939, os seus primeiros textos." (Osvaldo Silvestre) Da sua obra constam dois romances, onde a crítica social é profunda, e vários contos, que são uma exaltação do comunismo e dos seus militantes. Militante comunista, Soeiro Pereira Gomes foi membro do Comité Central do PCP, o que o levou a entrar na clandestinidade em 1943, condição em que viria a morrer seis anos depois, vítima de tuberculose, impossibilitado de receber o tratamento médico de que necessitava. A sua obra maior é Esteiros, publicado em 1941, com ilustração de Álvaro Cunhal. "Dedicado aos "filhos dos homens que nunca foram meninos" o romance acompanha (...) as deambulações de um grupo de míudos (...), cuja condição social lhes impõe, em vez da escola, o trabalho numa rudimentar fábrica de tijolos à beira-Tejo. É certo que algum primarismo de processos construtivos, bem como algum esquematismo, são reconhecíveis no romance (...). Tudo isso, porém, Esteiros transcende pela terrível verdade humana de um grupo de crianças que responde à violência do sistema social através de uma solidariedade alimentada por uma permanente derrogação à moral social dominante (...)"(idem) Engrenagem "é igualmente uma obra central do nosso neo-realismo, antes de mais por ser uma das muito poucas abordagens do universo do capitalismo industrial, de facto quase ausente da produção neo-realista" portuguesa.(idem) Engrenagem, romance publicado em 1951, já depois da sua morte, foi escrito na clandestinidade, assim como os Contos Vermelhos, Última Carta e Refúgio Perdido, também publicados postumamente. |
A professora da matemática
E um final delicioso, em que toda essa parafernália de estupidez é destruída através dos seus próprios argumentos…
segunda-feira, 3 de dezembro de 2018
domingo, 2 de dezembro de 2018
sexta-feira, 30 de novembro de 2018
Parabéns Abaciente pelo 9º aniversário
TUDO COMEÇOU NAQUELE DIA 30 DE NOVEMBRO DE 2009 E AO LONGO DESTE JÁ VASTO PERCURSO FOI FAZENDO AMIGOS E LEITORES ASSÍDUOS E ACIDENTAIS. A TODOS OS LEITORES DEVO DIZER QUE VAMOS CONTINUAR O NOSSO CAMINHO E SEMPRE QUE POSSÍVEL DAR SINAIS DE VITALIDADE. QUERO AINDA AGRADECER A TODOS OS LEITORES E SEGUIDORES O CARINHO E A VOSSA ATENÇÃO DEDICADA.
OBRIGADO
João Couto
segunda-feira, 26 de novembro de 2018
terça-feira, 20 de novembro de 2018
segunda-feira, 19 de novembro de 2018
domingo, 18 de novembro de 2018
sábado, 17 de novembro de 2018
quinta-feira, 15 de novembro de 2018
quarta-feira, 14 de novembro de 2018
terça-feira, 13 de novembro de 2018
segunda-feira, 12 de novembro de 2018
domingo, 11 de novembro de 2018
quinta-feira, 8 de novembro de 2018
Aníbal Augusto Milhais, mais conhecido por Soldado Milhões - Herói da 1ª Guerra Mundial
Aníbal Augusto Milhais, mais conhecido por Soldado Milhões (1895-1970), é o herói de guerra português mais celebrado do século XX. Combateu na I Guerra Mundial, o primeiro conflito industrial, onde se distinguiu pela sua bravura em La Lys, assim escrevendo a letras de ouro o seu nome na história militar nacional. Aqui o vemos, num programa cujo nome desconheço, em 1967, poucos anos antes de falecer, a ser entrevistado por Carlos Cruz para a RTP, contando a história dos seus feitos heróicos cerca de 50 anos depois dos eventos narrados. Este vídeo, uma raridade dos arquivos da RTP, é dedicado à memória de todos os bravos do Corpo Expedicionário Português, em particular aos heróis anónimos que perderam a vida longe da ditosa pátria-mãe.
Soares de Passos poeta romântico
ANTÓNIO AUGUSTO SOARES DE PASSOS, EXPOENTE DO ULTRARROMANTISMO (1826-1860)
Fundou o jornal "O Novo Trovador" quando frequentava o curso de Direito em Coimbra, que reunia poetas da segunda geração romântica. Terminado o curso, regressou ao Porto, onde colaborou nos jornais "O Bardo" e "A Grinalda". Os seus poemas foram publicados em 1856 numa coletânea intitulada "Poesias". Soares de Passos, apesar de ter falecido prematuramente, é um dos mais significativos poetas ultrarromânticos portugueses. A sua composição mais reverenciada é "O Noivado do Sepulcro", que foi alvo de grande chacota dos escritores realistas. Soares de Passos nasceu no Porto a 27 de novembro de 1826 e faleceu na mesma cidade a 8 de Fevereiro de 1860.
quarta-feira, 7 de novembro de 2018
terça-feira, 6 de novembro de 2018
segunda-feira, 5 de novembro de 2018
quarta-feira, 31 de outubro de 2018
terça-feira, 30 de outubro de 2018
segunda-feira, 29 de outubro de 2018
domingo, 28 de outubro de 2018
sábado, 27 de outubro de 2018
sexta-feira, 26 de outubro de 2018
quinta-feira, 25 de outubro de 2018
A Batalha de Azincourt integrada na Guerra dos cem anos, deu-se a 25 de Outubro de 1415
, deu-se a 25 de Outubro de 1415
quarta-feira, 24 de outubro de 2018
terça-feira, 23 de outubro de 2018
segunda-feira, 22 de outubro de 2018
domingo, 21 de outubro de 2018
sábado, 20 de outubro de 2018
sexta-feira, 19 de outubro de 2018
António Granjo, líder do Partido Liberal Republicano é assassinado no episódio conhecido como Noite Sangrenta, a 19 de Outubro de 1921
António Joaquim Granjo nasceu em Chaves, em 27 de Dezembro de 1881, e veio a falecer a 19 de Outubro de 1921. Era filho de Domingos Pires Granjo, um curtidor e vendedor de peles e de Maria Joaquina Granjo. Obteve,em 1907, o bacharelato em Direito pela Universidade de Coimbra, para onde se deslocou em 1899, tivera formação religiosa, frequentando o Seminário de Braga, entre 1893 e 1898, e cursando Teologia no Porto, no ano seguinte.
Assentou praça em 1899 no Regimento de Cavalaria nº 6, mas a 15 de Outubro desse mesmo ano pediu baixa da vida militar, experiência a que dará continuidade mais tarde, quando liderar um grupo de voluntários contra as invasões monárquicas de 1911 e 1912 e integrar o Corpo Expedicionário Português na qualidade de alferes miliciano. Depois de concluir os estudos superiores em Coimbra, regressa à sua terra natal, onde se dedicará à advocacia até se fixar em Lisboa, no ano de 1919.
Quando estudante em Coimbra convive com Cândido Guerreiro, José Lobo de Ávila Lima, Fernando Emídio da Silva, António Abranches Ferrão, sendo António Granjo um dos alunos melhor classificados do seu curso. Casou ainda estudante, em 8 de Outubro de 1906, com Cândida Lamelas. Funda o Centro Republicano de Chaves, que se torna uma verdadeira "sociedade revolucionária" (Rocha Martins, Vermelhos, Brancos e Azuis, vol. II).
A sua actividade política começa no contexto das greves estudantis em Coimbra - quando, em 1907, integra o Comité Revolucionário Académico – e consolida-se, logo a seguir, por via da organização de um núcleo revolucionário em Chaves e da participação no Comité Revolucionário de Trás-os-Montes,onde tem um importante papel na propaganda republicana.
Participou na tentativa revolucionária de 28 de Janeiro de 1908, tendo desenvolvido contactos na cidade do Porto, onde vivia o irmão Manuel Augusto Granjo. A sua acção, durante esta tentativa revolucionária republicana que fracassou, seria tomar o forte S. Neutel, em Chaves, para apoderar-se das munições e armas ali existentes.
A 8 de Outubro de 1910, foi proclamada a República em Chaves, com a sua presença na Câmara Municipal. Faziam parte do núcleo revolucionário de Chaves juntamente com o nosso biografado: Antão Fernandes de Carvalho, Vitor Macedo Pinto, Adelino Samardã (jornalista e organizador da Carbonária na região transmontana), José Mendes Guerra e António da Silva Correia.
A 6 de Outubro de 1911 partiu para Vinhais, para enfrentar as invasões monárquicas comandadas por Paiva Couceiro, levando com ele António Cachapuz, Joaquim Monteiro, Vitorino Vidago e António Luis Pereira. Nesse mesmo ano, dá início à sua carreira de deputado, eleito e reeleito por Chaves até 1921, em que se destaca, logo em 1912, por defender a amnistia para os inimigos do novo regime.
Em 1912, trava-se de razões contra os denominados jovens turcos: Álvaro de Castro, Sá Cardoso, Álvaro Pope, Américo Olavo, que defendiam as opiniões de Afonso Costa, enquanto António Granjo se perfilava ao lado de António José de Almeida.
Em Maio de 1917, ingressa como alferes miliciano no Regimento de Infantaria nº 19, de Chaves, após ter concluido o curso de alferes no Regimento de Infantaria nº18, no Porto. Antes de partir manda elaborar o seu testamento antes de partir incorporado no Corpo Expedicionário Português em direccção à Flandres.
Quando regressa envolve-se nas conspirações e revoltas de 12 de Outubro de 1918 e de 10 de Janeiro de 1919, contra Sidónio Pais. A primeira das tentativas restringiu-se às cidades de Coimbra, Évora e Vila Real. A segunda, deflagrou somente em Santarém.
Proclamada a República, torna-se administrador do concelho de Chaves e, em 1911, é iniciado na Maçonaria, no triângulo 187, de Santa Marta de Penaguião, adoptando o nome simbólico deBuffon. Pertenceu depois à Loja Cavalheiros da Paz e Concórdia, em Lisboa. Manteve ligações a esta sociedade até ao final da sua vida, quando pertencendo à Loja Liberdade e Justiça, nº 373, de Lisboa, foi alertado por uma prancha datada de 15 de Outubro de 1921, que referia os problemas causados pela "questão dos eléctricos" e a necessidade de "meter na ordem obrigando a cumprir as leis nacionais e estrangeiras" (Rocha Martins, ob. cit.).
Depois de deixar o Partido Republicano Português e de se tornar membro do Partido Evolucionista, integra ainda o Partido Liberal, de que foi líder entre 1919 e a cujo directório pertenceu até 1921. Estreia-se como ministro entre 30 de Março e 28 de Junho de 1919, à frente da pasta da Justiça num governo liderado por Domingos Pereira.
Em 15 de Janeiro de 1920, sendo já membro do Partido Liberal, a cujo Directório pertenceu desde os finais de 1919 a 1921, é nomeado ministro do Interior, mas não chega a tomar posse.Quando voltou a ser nomeado para cargos governativos, assumiu a pasta da Agricultura e chefiou o próprio Executivo, ambas as funções decorrendo entre 19 de Junho e 20 de Novembro de 1920, além de se ter encarregado da pasta das Finanças, a título interino, entre 14 de Setembro e 18 de Outubro de 1920. Será, ainda, ministro do Comércio, de 24 de Maio a Agosto de 1921, até acumular, pela última vez, a chefia do Executivo com uma pasta ministerial, desta feita, a do Interior, no período de 30 de Agosto até à Noite Sangrenta de 19 de Outubro de 1921, que ditou a queda do Governo e a sua própria morte.
Da sua participação na Grande Guerra, escreveu um livro de impressões, que intitulou A Grande Aventura (Cenas de Guerra), além de ter publicado poesia e dirigido o jornal A República a partir de 9 de Março a 19 de Julho de 1920, em virtude de António José de Almeida ter sido eleito presidente da República. Volta a assumir esta função entre 20 de Novembro de 1920 e 9 de Junho de 1921. Colaborou ainda na revista Livre Pensamento de Coimbra, em 1905. Foi ainda colaborador de O Norte, Porto, 1918-1920.
Escreveu: Carta à Rainha D. Amélia (1909) e Águas obras em verso; Vitória de Uma Mocidade, 1907; A Grande Aventura (cenas de Guerra), 1919, dedicado ao Regimento de Infantaria nº 19 (prosa).
Cândido Portinari - Conheça o Homem e a Obra
Nascido em Brodowski, interior de São Paulo, no dia 29 de dezembro de 1903, Cândido Torquato Portinari era filho de imigrantes italianos. Com seis anos de idade, já começou a demonstrar aptidão para o desenho e, sem concluir o ensino primário, aos 14 anos, participou da restauração da Igreja da cidade. Com 15 anos, começou a estudar no Liceu de Artes, seguido de cursos de desenho e pintura na Escola Nacional de Belas Artes. Sua primeira exposição foi aos 20 anos. Casou-se com a uruguaia Maria Victoria Martinelli, com quem teve um único filho, João Cândido. Em 1962, o artista foi vítima de intoxicação com as tintas que utilizava em seus trabalhos, vindo a falecer.
Após sua primeira exposição, em 1923, o artista ganha três prêmios com o retrato do escultor Paulo Mazzucchelli no Salão da Escola de Belas Artes. No ano seguinte, participou do salão com sua obra Baile na Roça e, em 1928, com o retrato do poeta Olegário Mariano. Com este último, ganhou um prêmio de uma viagem para a Europa. Antes de ir, Portinari fez uma exposição individual com 25 retratos.
Durante sua viagem, estudou muito e quase não pintou e em dois anos em Paris, encantou-se pela pintura moderna da Escola Parisiense. Em 1930, conhece Maria Martinelli, com quem se casa. De volta ao Brasil, seu quadro O Café foi premiado na mostra internacional promovida pelo Instituto Carnegie de Nova York, em 1935. O artista pintou painéis Guerra e Paz, na sede da ONU em NY, e o mural da Biblioteca do Congresso em Washington.
O autor de quase 5 mil obras, tinha reconhecimento internacional merecido, e recebia convites para exposições, além de encomendas de diversos países ao redor do mundo.
O artista tinha características peculiares em suas obras. Procurava mostrar as questões sociais de seu país, Brasil, além de usar elementos artísticos adotados da arte moderna europeia. Portinari, em suas obras de arte, reflete suas influências advindas do surrealismo, do cubismo e da arte dos muralistas mexicanos, utilizando-se de arte figurativa e sempre valorizando as tradições da pintura.
Entre suas pinturas, as que mais receberam destaque foram “São Francisco de Assis”, “A Primeira Missa no Brasil”, “Tiradentes” e a “Chegada de D. João VI ao Brasil”. Entre seus retratos, os mais conhecidos e populares são o que fez de sua mãe, de Mário de Andrade, de Olegário Mariano e, além disso, ilustrou para as edições de luxo da Livraria Gallinard Graham Greene e André Maurois.
quinta-feira, 18 de outubro de 2018
segunda-feira, 15 de outubro de 2018
sábado, 13 de outubro de 2018
quarta-feira, 10 de outubro de 2018
terça-feira, 9 de outubro de 2018
segunda-feira, 8 de outubro de 2018
António Borges Coelho, nasceu a 7 de Outubro de 1928
ANTÓNIO BORGES COELHO (n. 1928)
Nasceu em Murça (Vila Real), a 7 de Outubro de 1928. O seu percurso de vida caracterizou-se, até hoje, por uma intensa actividade política e académica. Antes da vida de académico que actualmente o torna conhecido, teve uma vida de total entrega à luta contra o salazarismo. António Borges Coelho, o historiador com grande prestígio, o antifascista que não abdica do investimento pessoal na preservação da memória da Ditadura, é o professor de quem os alunos ficaram amigos, é o amigo que se admira pelas qualidades raras de coerência de princípios, pela simplicidade e humildade. É um cidadão com uma vida exemplar, que diz de si mesmo:«Nós vivemos errando, a nossa identidade é forjada pela memória/Sinto-me bem com a minha consciência/ É difícil meterem-me numa forma, política ou não política/ É preciso dizer não para que a água da vida corra limpa/ Viver é uma maravilha, mesmo havendo dias cinzentos»
Foi preso em 1957, como militante e funcionário do Partido Comunista Português na clandestinidade. Saiu da cadeia de Peniche (onde casou com Isaura Borges Coelho) em 1962. Dois anos depois chega às livrarias a primeira grande obra deste historiador: «Raízes da expansão portuguesa». Segue-se «A Revolução de 1383».
Homem com uma vida repleta de experiências e diversas obras de vulto na historiografia nacional, Borges Coelho marcou na docência diversas gerações de alunos.
1. Licenciado em Histórico-filosóficas (1967), é hoje um dos historiadores portugueses mais prestigiados. Catedrático jubilado da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, participou em numerosos júris de provas de mestrado, de doutoramento e de agregação e orientou inúmeras teses de mestrado e de doutoramento.
Autor de uma vasta e riquíssima bibliografia (em que se incluem também a poesia, o teatro e a ficção), participou em diversos congressos e reuniões científicas, nomeadamente em Espanha e no Brasil. Foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem de Santiago e recebeu o Prémio da Fundação Internacional Racionalista. Deu a sua “Última Lição” em 1998, mas continua a dedicar-se com o mesmo entusiasmo à investigação e à divulgação daquilo que não é possível dissociar do seu nome: a História. Nos anos mais recentes, vem publicando uma "História de Portugal": I Donde Viemos; II Portugal Medievo; III Largada das Naus; IV Na Esfera do Mundo; V Os Filipes; VI Da Restauração ao Ouro do Brasil (2017). [ ver obras abaixo]
«Combinação do homem de pensamento com o homem de acção/ Todos o respeitam e respeita todos/ Por onde passa deixa uma chama de Liberdade/ Em História, vai buscar sectores sociais que habitualmente não apareciam, traz a arraia-miúda para a primeira linha da História/ No discurso historiográfico não segue os cânones, persegue o rigor e o prazer da palavra» – dizem alguns colegas e amigos, que enaltecem a sua brilhantíssima inteligência, o grande carácter, a invulgar coerência no seu percurso cívico e político, a grande humildade e a sua afabilidade. Falam do cidadão profundamente livre, da sua coragem e civismo. Admiram-no por, nos seus 80 e alguns anos, não abandonar um mundo de utopia. « Um catedrático verdadeiramente modelar, um homem com uma dimensão humana única, extraordinária/ um humanista no sentido menos abstracto do termo, em contínua luta pelos direitos humanos, sem esmorecimentos, sem amargura, sem desespero» - referem outros.
2. Borges Coelho, em criança, quis ser pastor, guardar cabras da casa da família, o que fazia quando regressava da escola. Marcado pelo sofrimento que via à sua volta e por livros que o fascinaram, - Crónica de D. João I de Fernão Lopes (Insurreição de Lisboa) - escolheu ser padre franciscano e ninguém o demoveu de seguir esse caminho. Entrou para o seminário. Em 1945, no fim do 5º ano, aluno de excelente classificações, muito atraído pela escrita, escreve uma História da Literatura Grega e poemas. Dá-se conta de que aquele mundo não era o seu e tenta fugir, o que determina a sua expulsão do seminário. Essa experiência marca-o muito, pela opressão vivida. A recusa do mal que ali se sentia revolta-o e «contribuiu para a sua insubmissão, qualquer insubmissão política ou não política»
Nos finais dos anos 40 vai para Lisboa, inscreve-se na faculdade, mas influenciado pelo ambiente social de miséria, por leituras e por colegas do MUD Juvenil, sai da faculdade logo no 2º ano, para se dedicar exclusivamente à política. Surge como poeta de grande impacto entre a juventude.Entra para funcionário do MUD Juvenil e, depois, do PCP. Passa fome, vive em condições muito precárias, mantém a ambição literária e da escrita, mas dá prioridade à luta. Anos depois, em 1956, quando chega a dirigente do PCP, é preso, condenado em Tribunal Plenário e fica 6 anos na cadeia, dos quais 6 meses no isolamento. Escreve então um poema à namorada, que é decorado e recitado em todas as festas de jovens antifascistas: «Até logo». A meio da pena, casou-se no Forte de Peniche com a namorada Isaura (até hoje sua grande companheira) - que havendo sido presa em 1953, e ficado vários anos na prisão de Caxias, não tinha autorização para o visitar ou escrever. Um casamento em que esteve separado por um vidro de todos os amigos presentes na “festa” que durou uma hora. Na sequência da fuga de Peniche, em 1960, (fuga em que opta por não entrar porque já decidira vir a retomar a investigação), é castigado e enviado para o Aljube e, então, submetido à tortura de «estátua». Fica numa cela (“curro”) durante 6 meses, em tal solidão (“vivendo apenas com a (sua) memória”) que chega a desejar ir a interrogatório para quebrar o isolamento. Mas, sempre firme no seu comportamento, nunca prestou quaisquer declarações. Regressa a Peniche, onde começa o seu trabalho de escrita como historiador, apesar de um regime apertado de proibições. Libertado, não volta à clandestinidade, decidindo terminar a licenciatura, sem nunca se afastar da luta.
Ouvi-lo é receber uma lição de vida. «Nós vivemos errando, a nossa identidade é forjada pela memória/Sinto-me bem com a minha consciência/ É difícil meterem-me numa forma, política ou não política/ É preciso dizer não para que a água da vida corra limpa/ Viver é uma maravilha, mesmo havendo dias cinzentos»
Afirma que tem paixão pela História, pela Filosofia e pela escrita, mas que a sua vida foi marcada pela História. É sócio fundador do Movimento Cívico Não Apaguem a Memória (NAM). Em 2014, discursou em nome do NAM na sessão de Homenagem aos Advogados dos presos políticos do regime fascista, que foi promovida por esse Movimento na Assembleia da República.
3. Numa homenagem a A. Borges Coelho, em Mértola, em 2007, o historiador José Mattoso fez um discurso que não podia retratá-lo melhor, no seu percurso de vida:
«No princípio da sua vida adulta arriscou a vida e a liberdade lutando contra a ditadura salazarista. Não virou a cara às agressões da tortura, da humilhação, da violência física e da prisão.
Por isso pôde falar, ainda há poucos meses, em nome das vítimas do tribunal da Boa Hora da época salazarista, «gravemente ofendidas na sua dignidade e no seu próprio corpo», e dizer que é preciso avivar a memória e lembrar as «mulheres e homens que nada tinham senão o corpo e a mente, e indicavam, com o seu sacrifício, que há momentos em que é preciso dizer não para que a água da vida corra limpa». Desprezou o cerco das ameaças, da marginalização e da vigilância da PIDE, viveu do seu trabalho como jornalista, e, sem bolsas, sem ajuda de ninguém, fez o seu curso de Histórico-Filosóficas.
Pedimos-lhe, enfim, professor Borges Coelho, que aceite esta homenagem por ter alcançado o mais alto lugar na hierarquia universitária, e por ter, como mestre, orientado, ajudado e encorajado muitos alunos e discípulos a desenvolver as suas capacidades. E ainda que a aceite por não ter esquecido os seus compromissos e o seu respeito pela cultura popular, por ter demonstrado sempre, na vida pública, uma atitude de clara e inteira responsabilidade cívica.
Prestamos-lhe, portanto, uma homenagem. No sentido que a palavra tem actualmente, a homenagem representa o reconhecimento público do mérito de alguém. Os méritos não faltam, na verdade, ao professor Borges Coelho. Enunciei aqueles que parecem mais verdadeiros e mais relevantes a quem se reuniu aqui nesta sala, para nela participar. Reconhecemo-los e proclamamo-los em alta voz, para que aquele a quem se dirigem tenha a certeza de que mereceu a pena enfrentar riscos e humilhações que só lhe fortaleceram a dignidade, mereceu a pena consagrar longas horas à investigação e à docência, mereceu a pena cultivar a força transfiguradora e simbólica da palavra poética e dramática. E, reciprocamente, para que, tendo recolhido os dons que ele com tanta generosidade espalhou no seu caminho, tomemos consciência do que dele recebemos, para medirmos a responsabilidade que da nossa parte devemos assumir, para proteger, cultivar e fazer frutificar a semente que com a sua vida lançou à terra.
O que neste momento fazemos tem alguma coisa de ritual de passagem. A luta, o trabalho e a acção criativa do professor Borges Coelho foram-se desenrolando ao longo de muitos anos. Eu, como menos cinco do que ele, sinto-me já, também, na fase dos balanços e da passagem de testemunho. Dou graças à vida (e creio que ele também), por me ter proporcionado alguns sucessos. Um daqueles que me é mais grato, e creio que a ele também, é o de perceber, em ocasiões como esta, que os nossos valores devem ser entregues a outras mãos, e que quem os percebe e recebe deve, por sua vez, transmiti-los a outros que deles façam semente de vida, de dignidade, de alegria e de liberdade. As palavras de agora destinam-se a conferir a este ritual a intensidade possível, para que ele fique gravado no nosso coração e na nossa memória e sirva de penhor a quem o guarda em si, para escolher, sem medo, o lugar justo nos combates de amanhã.
É neste sentido de ritual de passagem que estamos aqui para lhe prestar homenagem. Ocorre-me lembrar que a palavra, no seu sentido original, significava a cerimónia por meio da qual os cavaleiros se tornavam «homens» de um senhor, ou seja, seus vassalos. Reconheciam a sua condição e prometiam fidelidade. Apesar de esta comparação parecer incompatível com a acepção anterior, creio que afinal serve para reforçar o que com ela queria dizer. Não queremos, evidentemente, ser os vassalos de ninguém. Mas queremos, sem dúvida, ser solidários com o professor Borges Coelho, seguir os seus exemplos, lutar pelos mesmos valores, prolongar a sua obra. Ora ela contrasta de tal modo com os procedimentos que no nosso tempo se impuseram na vida profissional, na política, na vida pública e na educação, que só podemos imaginar uma atitude de combate para quem se sente do mesmo lado que ele. Não somos seus vassalos, nem seus cavaleiros, mas somos da sua família. Prestamos-lhe esta homenagem para afirmar isso mesmo.
Se comecei por enumerar as suas qualidades não foi para fazer o elogio que, na verdade, merece. Foi para dizer que esta cerimónia representa, da nossa parte, um compromisso: o de não nos conformarmos com as injustiças da sociedade em que vivemos, nem com a mediocridade que tantas vezes é garantia de sucesso, nem com as promessas de vantagens que corrompem e escravizam. Para dizer que representa, sobretudo, o compromisso de não ceder ao medo com que o frenesim da acumulação capitalista nos ameaça, ao projectar por todo o lado, não só nas empresas, mas também no sector público, nas escolas, na comunicação social, e até no mundo das artes, o fantasma asfixiante do medo – o medo dos despedimentos, o medo do desemprego, o medo da denúncia, o medo de ser diferente.
Queremos agradecer ao professor Borges Coelho ter-nos mostrado o caminho certo, seja o do combate frontal como o que ele travou na sua juventude, seja o da conquista de uma posição a partir da qual possamos fazer ouvir a nossa voz, como ele fez também, subindo, pela sua competência científica e a sua autoridade moral, ao topo da carreira universitária.
Queremos agradecer-lhe ter tido a coragem de, com risco da própria vida, militar no combate revolucionário de assim contribuir para eliminar um regime opressor e injusto.
Queremos agradecer-lhe ter feito da História uma demonstração de que o destino de Humanidade se decide de muitas e variadas formas, mas sobretudo no campo da luta de classes. Por isso estudou os vestígios concretos da cultura árabe entre nós, e demonstrou que a cultura nacional, longe de ter destruído os seus vestígios, os tinha incorporado sob a forma de técnicas de produção e trabalho próprios das classes trabalhadoras, e que elas representam a resistência popular à dominação aristocrática e burguesa. Por isso disse algures que «a luta social só perde o canto das armas nos braços que empurram a prensa, nos pés que calcam as uvas antes do mosto, nos troncos curvados ceifando as espigas».
Queremos agradecer-lhe ter demonstrado a falsidade da representação da história portuguesa como uma secular cruzada contra o Islão, e ter denunciado a iniquidade dos processos usados pelas instituições eclesiásticas que invocavam a fé para espalhar a destruição e a morte. Foi o que ele exprimiu quando perguntou: «Nas pinturas do Apocalipse de Lorvão, é a espada ou a cruz que corta as cabeças? Símbolo humano de redenção e sacrifício, a cruz virou espada que retalha e sacrifica, que abre os braços e logo crava o ferro». Por isso estudou a Inquisição de Évora, que, em nome da mesma cruz, esmagava o pensamento, espalhava o terror e a delação, e impedia o desenvolvimento cultural e económico.
Queremos, enfim, agradecer-lhe por não ter deixado que as marcas da repressão e tortura de que foi vítima, em vez de se traduzirem em ódio, antes desabrochassem em celebração da vida pela palavra poética, pela amizade do convívio, pela ironia bem humorada, pela disponibilidade e o optimismo. Às vezes, como dizia em nome do movimento Não apaguem a memória!, «é preciso dizer não para que a água da vida corra limpa». Outras vezes, porém, como esta em que estamos aqui e agora, ao celebrar, com toda a alegria e com todo o afecto, este ritual de passagem, queremos dizer «sim», para que a mesma água da vida continue a correr limpa, ainda para além da morte.»
Obras:
Roseira Verde (1962)
Raízes da Expansão Portuguesa (1964)
O 25 de Abril e o Problema da Independência Portuguesa
A Revolução de 1383 (1965)
Ponte Submersa (1969)
Portugal na Espanha Árabe (1972-1975)
Comunas ou Concelhos? (1973)
Fortaleza (1974)
No Mar Oceano (1981)
Questionar a História (1983)
A Inquisição em Évora (1987)
Os Nomes das Ruas (1993)
Ao Rés da Terra (poesia) (2002)
História de Portugal I - Donde Viemos (2010)
História de Portugal II - Portugal Medievo (2010)
História de Portugal III - Largada das Naus (2011)
História de Portugal IV - Na Esfera do Mundo (2013)
História de Portugal V - Os Filipes (2015)
História de Portugal VI - Da Restauração ao Ouro do Brasil (2017)
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Biografia da autoria de Helena Pato
Biografia da autoria de Helena Pato
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