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quarta-feira, 14 de julho de 2010

A 15 de Julho de 1869... Patenteada, em França a margarina

A 15 de Julho de 1869... Patenteada, em França a margarina

Napoleão III queria algo semelhante à manteiga, mas de fácil conservação e custo mais reduzido. A Europa vivia o início da era da industrialização, de grande impulso na natalidade, mas também de crise económica, com famílias em dificuldades a recorrerem ao crédito. Nas fábricas, ao almoço comia-se pão. A manteiga era um produto caro e escasso. Por isso, o imperador francês procurava um substituto da manteiga para o povo, soldados e marinheiros. Depois de dois anos de experiências, o químico Hippólyte de Mége Mouriés é premiado por Napoleão III com a patente da margarina, a 15 de Julho de 1869. O alimento era uma pasta com emulsão de água em óleo, à base de gordura animal, composta de sebo, leite desnatado e úbere triturado. O nome ficou a dever-se ao seu aspecto brilhante, resultando a palavra “margarina” do grego “margaron”, que significa pérola.
O registo da patente da margarina marca também o início de uma luta entre defensores da margarina e da manteiga. Os apoiantes da margarina sublinham, além da maior facilidade em barrar o produto, a sua origem vegetal, a presença de vitaminas A, D e E o facto de esta não alterar o colesterol, trazendo o seu consumo benefícios à saúde. Os adeptos da margarina criticam ainda a origem animal e a predominância de gorduras saturadas na manteiga. Por seu lado, os adeptos da manteiga referem que a margarina é um dos produtos alimentares com mais aditivos: corantes, espessantes, emulsificantes, flavorizantes, acidulantes, umectantes, aromatizantes e estabilizantes. A primeira fábrica de margarina surge na Holanda, em 1871, altura a partir da qual o consumo de margarina se generalizou na Europa. A “boa” imagem da manteiga levou a que muitos comerciantes vendessem “gato por lebre”. Em consequência, em 1887, entra em vigor a lei da margarina, que perdurou quase 100 anos. Esta determinava, por exemplo, que o nome “margarina” tinha de ser impresso com destaque na embalagem, com um traço vermelho. Em Portugal, a margarina é introduzida pela actual Unilever, em 1926, que importou da Holanda a Co-wherd Vaqueiro. A “Vaqueiro” apostou na publicidade porta-a-porta para convencer as donas de casa das potencialidades de trocarem a tradicional manteiga pela alternativa margarina para fazer face às dificuldades económicas da população.
Actualmente, a margarina é produzida com óleo vegetal e diferentes medidas de gordura e óleo. Os principais produtores do produto são os Estados Unidos, a Rússia, a Índia e a
Alemanha.
(Letícia Amorim)

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