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sexta-feira, 16 de julho de 2010

A 17 de Julho de 1936, inicia-se a Guerra Civil de Espanha

Inicio da guerra civil de Espanha
Guerra Civil de Espanha
17-07-1936



Neste dia, pode-se considerar que começou efectivamente a guerra civil de Espanha, quando no norte de África, as forças sob o comando do general Francisco Franco, passaram a controlar o Marrocos espanhol.
A 18 de Julho, em território europeu, tropas rebeldes declaram-se favoráveis ao golpe.
As forças favoráveis aos golpistas, tomaram no norte o controlo de toda a região da Galiza, incluindo a base militar de Ferrol, no sul controlam Sevilha, e a região do estreito de Gibraltar até à fronteira portuguesa. A norte controlam também toda a região do norte de Castela e a região ocidental de Aragão .

Também em 18 de Julho, são feitas pressões sobre o governo para que permita a distribuição de armamentos pelas milícias que foram sendo espontaneamente criadas pelos movimentos de esquerda e pelos sindicatos um pouco por toda a Espanha republicana. O Primeiro Ministro Casares Quiroga recusa-se a aceitar e demite-se. No mesmo dia é nomeado Diego Martinez Barrio, que se demite no dia seguinte (19 de Julho). Será substituido por José Giral, por cuja ordem se permite a entrega de armas às milícias em Madrid.

Na Catalunha, o presidente do governo regional, não autorizou a distribuição de armas, mas elas acabaram por ser distribuídas mesmo sem a sua autorização. As milícias e forças leais ao governo, fazem lograr o plano rebelde de tomar o centro de Barcelona enviando várias colunas para o centro da cidade, que se deveriam juntar no centro. Dos combates em Barcelona, resultam mais de 500 mortos, mas ao impedir a junção das colunas de rebeldes, as forças leais ao governo acabaram por impedir o triunfo destes logo no primeiro dia.
Em 19 de Julho nas cidades das regiões mais industrializadas, como Madrid e Barcelona é evidente que o golpe falhou completamente, não só por causa das acções populares, mas também porque o governo prevendo a revolta militar tinha colocado unidades de policia que lhe eram fieis em pontos fulcrais das principais cidades com o objectivo de debelar o golpe. Ao fim do dia, a revolta triunfou em Marrocos, em Pamplona, Burgos, Valhadolid, Cádiz, Cordova, Jeres de La Frontera e Sevilha, mas falhou em Madrid, Barcelona Oviedo, Bilbao, Badajoz e Málaga.

Em todos os lugares onde as forças rebeldes tomaram o controlo da situação, iniciou-se de imediato uma caça a quem quer que fosse de alguma maneira conotado com a Frente Popular. A violência que imediatamente se estabeleceu e o descontrolo da situação levou a que ocorressem movimentos violentos de represália contra os movimentos opostos.

Mas a espiral de violência que começou logo nos primeiros dias da guerra, não pode ser atribuida a mais ninguém que aos militares golpistas, os quais reconheceram que foram eles mesmos que a começaram, apresentando como argumento que apenas se defendiam do que consideravam ser os crimes da república, iniciados em 1934.


A somar a isto, era evidente em 20 de Julho, que em muitos dos lugares onde a revolta franquista tinha falhado, o governo não tinha conseguido estabelecer a ordem e o poder encontrava-se na mão de milícias regionais, normalmente ligadas ou a sindicatos ou a partidos políticos.


Nos primeiros dias da guerra, 13 milhões de espanhóis estavam nas áreas controladas pelo governo e 11 milhões encontravam-se nas áreas controladas pelos rebeldes.

Os 60.000 homens do exército espanhol que se encontravam na peninsula e nas ilhas baleares, estavam divididos em duas partes quase iguais, mas em Marrocos, encontrava-se a mais temida e operacional força, constituida por 25.000 homens muito melhor treinados e equipados do chamado exército de África, os quais estavam completamente do lado dos rebeldes.

Em África formava-se também um corpo de elite conhecido como «La legion» ou Legião, criado por um militar com ligações ao nazismo chamado Milan Astray, conhecido pelo seu comportamento violento expresso na famosa frase que proferiu já depois do inicio do conflito: «Longa vida à Morte».

As policias também se dividiram entre os dois blocos. A Guardia Civil, constituida por 34.000 homens, dividiu-se em 20.000 para o lado do governo e 14.000 para o lado dos rebeldes. Da chamada Guarda de Assalto, constituida por 31.000 homens, 22.000 ficaram com o governo e 9.000 com os rebeldes, e dos 15.000 carabineiros, 9.000 ficaram com o governo enquanto 6.000 estavam do lado rebelde.

A marinha foi dividida de forma muito menos favorável para os rebeldes. Ficaram sob o controlo do governo, trinta e sete navios, a saber um couraçado, três cruzadores, 20 contratorpedeiros e 13 submarinos, enquanto que os rebeldes podiam contar com apenas seis navios: Um couraçado, dois cruzadores, um contratorpedeiro e dois submarinos.
O problema para a Republica, consistia em que a grande maioria dos navios tinha ficado nas suas mãos porque as tripulações não tinham aderido ao golpe, pelo que a marinha republicana tinha navios, mas não tinha suficientes comandantes à altura para a comandar.

Mesmo assim, o domínio naval da república, constituiu-se no primeiro grande problema das forças rebeldes, ao controlarem as duas margens do estreito de Gibraltar, sem no entanto controlarem o mar.

Aquilo que era suposto ser um «pronunciamento» (mais um) comum na história da Espanha, por ter falhado nos primeiros dias, transformou-se na realidade numa guerra entre dois estados, e depois numa guerra entre duas formas de governo, de política e visões da sociedade. A divisão em praticamente metade das duas Espanhas, e os problemas étnicos históricos que caracterizam o país, acabou por ser a principal razão do conflito que se prolongou por praticamente três anos e que ficou com o título da mais sangrenta guerra civil na História da Europa.


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