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quarta-feira, 28 de julho de 2010

Guilherme Arantes, nasceu a 28 de Julho de 1953


Guilherme Arantes (São Paulo28 de julho de 1953) é um cantor e compositor brasileiro. Começou sua carreira como tecladista e vocalista da banda Moto Perpétuo - grupo de rock progressivo dos anos 70.

Em 1976, "um anjo mau, desses que vive nas telas de TV, disse: Vai, Guilherme! ser sucesso na vida. E ele foi." Mas, já em 1977, Guilherme Arantes, paulistano da Bela Vista – o famoso bairro do Bixiga - declarava à Folha de S. Paulo, bravo: "Eu não abandonei a FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo) no quarto ano para ser herói de gravadora". Referia-se a uma pendenga com a Som Livre. Até hoje Arantes é polêmico no que se refere a suas declarações, no que concerne ao mercado fonográfico.
Na mesma entrevista, ele explicava: "minha geração de músicos saiu aos trancos. O tempo dos festivais tinha passado e o dos grandes movimentos musicais também. Além disso, o momento estava mais para parar que para começar." A verdade é que, com o fim do Moto Perpétuo, grupo de rock progressivo, que durou de 1974 a 1975, veio o vazio. Ele mesmo confessaria: "o Moto Perpétuo durou quase um ano e quando paramos eu fiquei um pouco perdido".
Foi nessa altura da vida, que uma de suas composições estourou e foi utilizada na trilha sonora da telenovela Anjo Mau (de Cassiano Gabus Mendes, exibida na Rede Globo em 1976). E quem não se recorda da famosa frase musical "quando eu fui ferido, vi tudo mudar", que a rigor, segundo Arantes declarou a Leda Nagle, no Sem Censura, da TVE Rio, seria originalmente "me atirei no mundo e vi tudo mudar". A canção teria sido mudada às pressas, a pedido do produtor musical da telenovela, para adequar-se ao personagem vivido pelo ator José Wilker, reinterpretado mais tarde, em 1997, pelo colega de Polissonante – o primeiro grupo amador de Arantes – o ator Kadu Moliterno.
Quanto a Meu mundo e nada mais - a tal canção - se tornaria um ícone no imaginário popular brasileiro - identificada já nos primeiros acordes - a famosa abertura de solo de piano. Daí para a frente foram 25 temas para telenovelas da Rede Globo, várias canções incluídas em especiais infantis, entre elas o tão famoso Lindo balão azul, que o tornaria famoso nacionalmente, muitas gravações por parte de grandes nomes da MPB, incluindo o rei Roberto CarlosElis ReginaSá e Guarabira, MPB4, Caetano VelosoEmílio SantiagoMaria Bethânia, Leila Pinheiro, JoannaFafá de BelémQuarteto em Cy, entre tantos outros, além do bônus de "Deixa chover" tocada em "Joana, a Virgem" – telenovela de produção venezuelana.
E, com isso, lá se vão mais de trinta anos de carreira solo e o reconhecimento imediato de pelo menos vinte canções que ele canta e toca na televisão ou nos cerca de 140 espetáculos ao ano que promove Brasil afora. É fato corriqueiro ouvir o público cantando euforicamente seus 20 maiores sucessos com ele, em shows, embora declare, sempre nos bastidores, que jura que ainda vai gravar um disco chamado "Os Vinte Maiores Fracassos de Guilherme Arantes", com muitas de suas canções mais bonitas e que, por uma razão ou outra, não foram muito executadas.
Foram também 34 coletâneas e 25 discos de carreira, incluindo Clássicos (1994), em que propunha novas versões para os clássicos da música internacional do período 1968-1972, mas, como "bom leonino", e "inconformado" com "apenas isso" para sua extensa carreira de 30 anos, Arantes possui ainda, e para o orgulho do Brasil, já que ele é o único a obtê-lo até agora, o "certificado Steinway", da famosa fábrica americana de pianos, uma espécie de ISO 9002 dos pianistas mundiais.
Gravou, ainda, em 2000 um disco com características new age intitulado New classical piano solos, em que demonstra todo seu requinte pianístico, e que tem nos vocais a filha mais velha Marietta. Em 2001, gravou seu acústico, pela Sony Music, no Teatro Mars – no velho Bixiga – em São Paulo, que lhe rendeu também um DVD ao vivo, naquele mesmo ano.
Em 2003, após quatro anos sem disco de inéditas, retornou à gravadora Som Livre, com o álbum "Aprendiz", que trazia a música "Casulo", tema da novela "Agora é que são elas" (TV Globo) e nesse período também passou a realizar, esporadicamente, shows com Leila Pinheiro e outro com Flávio Venturini.
Em 2007, lançou pela Som Livre, dois produtos de uma só vez: o CD/DVD Intimidade, com os maiores sucessos reunidos em versões acústicas, gravados em clima intimista em seu Estúdio Coaxo de Sapo, na Bahia e o CD de músicas inéditas Lótus, com destaque para a retomada de parcerias com Nelson Motta, em "Vaivém (Amor de Carnaval) e "Verão de 59", além de "Disque Sim", música composta com Max Vianna, filho de Djavan. Nesse disco, a maior surpresa é o rap "Tributo" (cena de Cinema), uma valorização aos ídolos da Raça Negra. Na turnê de divulgação desse novo disco, que passou por São Paulo em fevereiro/2008, lotando o Citibank Hall, pelo menos 21 músicas são tocadas, em versão solo ou Banda.
Assim, nesses últimos trinta e quatro anos, Guilherme Arantes, que nunca negou sua eclética multiformação musical, de quem começou tocando chorinho aos quatro anos de idade, num cavaquinho presenteado pelo pai, o doutor Gelson Arantes, médico e amigo do doutor Paulo Vanzolini, transitou do rock ao pop, do pop à MPB, da MPB a New Age, da New Age de volta a MPB com uma familiaridade de dar inveja a qualquer músico de primeiríssima linha do cenário mundial.
"Sou um pouco de tudo", diz Guilherme Arantes, "e o que mais me inspira é o amor, departamento mais fascinante do ser humano, que foge à racionalidade e é um mundo vasto, profundo."
Isto remete, de imediato, ao cantor de Êxtase, Prelúdio, Um dia, um adeus. Mas, o paulistano da Bela Vista Guilherme Arantes está longe de ser somente reconhecido por esse repertório de canções românticas.
Garoto prodígio, tocou cavaquinho e bandolim aos 4 e piano aos 6. Deixou professores de piano de cabelo em pé e literalmente na mão. Em função de sua rebeldia musical tornou-se praticamente um autodidata. Músico profissional aos 15. Músico de baile aos 17. Tecladista do irreverente Jorge Mautner aos 19.
Aos 21, por influência do que acontecia na Europa pós-Beatles, torna-se progressivo, no já cultuado Moto Perpétuo. Verde Vertente hoje consta imponente em antologia do rock brasileiro dos anos 70, ao lado de A Barca do Sol, O Terço, Som Imaginário, Joelho de Porco, Bixo da Seda, Casa das Máquinas, entre outros.
Aos 23, Guilherme Arantes abandona a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade de São Paulo (FAU-USP), e passa a tocar 530 vezes na novela das 7 da mais poderosa das emissoras brasileiras, o que acabaria lhe rendendo o apelido de "menininho da Globo".
Mais tarde, uma jornalista da Folha de S. Paulo diagnosticaria: Um Anjo Mau disse: "Vai, Guilherme, ser sucesso na vida... e ele foi". E o tema Meu mundo e nada mais, adaptado para o personagem de José Wilker, em Anjo Mau, em 1976, seria só a porta de entrada de sua carreira solo, via Som Livre. A partir daí, foram 25 novelas, 25 discos de carreira, 34 coletâneas, um DVD acústico solo, em 2001, pela Sony, outro em 2007, pela Som Livre (Intimidade), projetos de outros com Leila Pinheiro, Flávio Venturini e, eventualmente, com algumas orquestras sinfônicas que se dignam a tocar MPB.

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