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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A 28 de Agosto de 1521, os Turcos ocupam Belgrado


Após a derrota na Batalha de Maritsa em 1371, e, em seguida, na Batalha do Kosovo em 1389, o Império Sérvio começou o seu declínio, com a conquista do território do sul pelos otomanos.  No entanto, o norte foi capaz de manter a sua independência, sob a forma doDespotado da Sérvia, com capital em Belgrado.
A cidade prosperou durante o governo dos "déspotas", como Estêvão Lazarević, filho do Príncipe Lázaro Hrebeljanović, governante sérvio que perdeu a vida na Batalha do Kosovo. As suas antigas muralhas, castelos, igrejas e portos foram refortificados, o que ajudou a resistir à pressão das forças otomanas durante quase 70 anos. Nessa altura, com uma população entre 40 e os 50 mil habitantes, Belgrado tornou-se uma cidade de refúgio para pessoas em fuga do domínio dos otomanos nos Balcãs. Durante o reinado de Jorge da Ráscia, quando a maior parte do território do despotado ficou sob jugo otomano, Belgrado pediu ajuda ao Reino da Hungria.  O ataque das forças otomanas, para as quais Belgrado constituía um obstáculo no caminho para a Europa Central, ocorreu em 1456 e culminou na batalha do Cerco a Belgrado (1456), na qual o exército sérvio, sob o comando de João Corvino venceu.
Liderados por Solimão, o Magnífico, os otomanos conseguiram entrar em Belgrado, a 28 de Agosto de 1521. A cidade foi saqueada e queimada, permitindo avanço em direção à Europa Ocidental e ameaçando o Sacro Império Romano, o que resultou no primeiro Cerco de Viena. Belgrado tornou-se a capital do Sandjak, a circunscrição administrativa do Império Otomano para a Sérvia, e por mais de 150 anos gozou de um período de calmaria que permitiu o florescimento do comércio, particularmente com as cidades-estado de Ragusa (actual Dubrovnik) e Veneza, bem como com a Grécia e a Áustria. Com muitos artesãos de diferentes grupos étnicos, como os armênios, os turcos e os ciganos, e renovada com uma nova aparência elogiada pela arquitetura oriental, Belgrado tornou-se um ponto de conexão das rotas comerciais entre o oriente e o ocidente atingiu o seu pico no século XVII. Nessa época, Belgrado contava já com uma população de 100.000 pessoas.  No final do século XVI, surgiram os primeiros sinais de recrudescimento de tensões na região, como o episódio da Insurreição do Banato em 1594, a maior revolta dos sérvios frente à ocupação otomana. A repressão das autoridades otomanas, após a neutralização dos rebeldes, se voltou contra a população cristã e os seus símbolos, queimando igrejas e as relíquias de São Sava em Vrátchar, onde mais tarde foi edificado um grande templo ortodoxo, o Templo de São Sava, em sua memória.
No final do século XVII, Belgrado foi atingida pela peste, que varreu a Europa e as rebeliões da janízaros, que contribuiu para a estagnação da cidade. O lugar se tornou palco das sucessivas campanhas militares entre os austríacos e os otomanos, ue foi temporariamente ocupada pelas tropas habsburgas entre 1688 e 1690, e depois entre 1717 e 1739, e pelas forças dos Habsburgo-Lorena entre 1789-1791, até voltar ao controle otomano.  Durante este período, a cidade foi parcialmente despovoada, como resultado dos movimentos das populações deslocadas desde a migração de sérvios, através do qual centenas de milhares de pessoas, liderados pelos seus patriarcas religiosos, refugiaram-se nas terras da Voivodina e na moderna Eslovânia, no então Sacro Império Romano, em 1690 e de 1737 a 1739. A Primeira Insurreição Sérvia permitiu o controlo da cidade pelos sérvios entre 1806 e 1813, quando foi retomada pelos otomano.

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