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domingo, 1 de agosto de 2010

O Remexido morreu a 2 de Agosto de 1838




O Remexido, de seu nome José Joaquim de Souza Reis, foi uma personalidade natural do Algarve, que granjeou certo prestígio na área das milícias populares e nasceu por volta do início do século XIX em Estombar, filho de lavradores abastados que faleceram ambos com poucos meses de intervalo, quando ele tinha apenas 6 anos de idade. 

O rapaz foi, então, entregue aos cuidados do seu tio José Joaquim de Souza, prior de Alcantarilha, que o destinou à vida sacerdotal, colocando-o no seminário de Faro aos 14 anos e recomendou – o ao bispo do Algarve, que era então o insigne D. Francisco Gomes de Avelar. 

Nos estudos eclesiásticos bem depressa se distinguiu pela viveza da sua inteligência, pelo que, sendo ainda estudante do primeiro ano de Teologia, obteve autorização para pregar na Sé, nas festas da Senhora da Soledade, onde pregou também um frade franciscano O sermão que produziu “avassalou por completo os nervos sensíveis do elemento feminino da beatífica assembleia” o que desde logo deu grande nome ao seu orador.. 

Porém não tardou muito, a abandonar os estudos e a sair do seminário, levado nas asas do amor da mulher com quem casou, D. Maria Clara Machado Bastos, órfã de pai e mãe, sobrinha do capitão de ordenanças Manoel Inácio Bastos.. 

Após o seu casamento, fixou residência em. S. Bartolomeu de Messines, no Algarve, terra de sua mulher, onde, por influência de seu tio, foi nomeado em 1820 depositário dos direitos públicos, juiz de vintena, que lhe dava certos meios e bastante influência. 

No exercício deste cargo público se manteve por alguns anos e ali fundou uma escola de instrução primária, que regeu, e criou em 1825 a feira da Nossa Senhora da Saúde, que é uma das primeiras do Algarve. 

A revolução de 1820 tinha-lhe passado indiferente mas não lhe sucedeu o mesmo com a contra-revolução de1823, a Vilafrancada, que abraçou com entusiasmo e carinho, revelando-se partidário de D. Miguel, vindo a ser nomeado alferes da companhia de ordenanças de Messines em 1828, tomando parte do primeiro movimento, que se esboçou sobre FARO, que teve de retirar para Tavira, por causa do cerco que lhe fizeram as tropas do comando de Saldanha e do Conde de Alva, reforçadas com certo número de milícias e com o auxílio de uma esquadrilha, que tinha seguido de Lisboa para aquela província e desembarcado em Lagos. 

Não podendo aguentar-se naquela cidade, retirou Sousa Reis para a margem direita do Guadiana, para Castro Marim e de lá para Ayamonte, onde foi desarmado e recolhido num depósito com os seus soldados, por ordem do governo espanhol, que o recebeu muito bem. 

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