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sábado, 9 de outubro de 2010

D. Luís da Cunha, morreu a 9 de Outubro de 1749


D. Luís da Cunha
nasceu em Lisboa no dia 25 de Janeiro de 1662. Estudou Direito na Universidade de Coimbra. Concluiu o curso de forma brilhante, o que levou a coroa a nomeá-lo desembargador da Relação do Porto. Depois de ter ocupado o mesmo cargo em Lisboa, foi nomeado embaixador em Londres em 1696. 

O diplomata tinha uma recheada rede de contactos, que fazia questão de manter com profissionalismo exemplar. O exímio trabalho de gestão desta rede contribuía para fechar o “pacote”. D. Luís da Cunha tinha, realmente, capacidade de influência. Aprendeu a planear o jogo da conquista de aliados para as suas causas. E isso - ontem como hoje - vale ouro. 

O seu bom desempenho em Londres, na gestão das relações com um aliado difícil, despoletou a sua nomeação como ministro plenipotenciário, nas negociações do Congresso de Utreque, que visava a assinatura de um tratado para pôr termo à Guerra de Sucessão de Espanha. Após vários meses de negociações, a paz foi assinada em 1713 com a França e dois anos mais tarde, em 1715, com a Espanha. Terminado o trabalho, D. Luís da Cunha regressou a Londres. 

O dever levou-o a Madrid, quatro anos mais tarde, para negociar o pagamento de uma dívida que o país vizinho tinha para com Portugal. A Espanha estava temporariamente sem rei - D. Luís da Cunha teve como interlocutor o cardeal Alberoni. As negociações foram duras: ouviram-se punhos cerrados a bater em cima da mesa. D. Luís da Cunha sabia que a Espanha não podia arriscar um novo conflito com Portugal. Estava em guerra com a França, desde 1719, e não podia dar-se ao luxo de abrir nova frente de batalha. Aproveitou este facto para assumir uma posição de força e obter aquilo que queria. 

D. Luís da Cunha tinha uma visão para a diplomacia portuguesa: profissionalizá-la. Na época, os diplomatas eram escolhidos dentre a aristocracia e nem todos tinham o perfil adequado. Durante o reinado de D. João V, as principais opções de política externa eram a defesa contra o expansionismo espanhol, a fixação dos limites territoriais do Brasil e a manutenção da neutralidade face aos conflitos continentais. Estando de acordo com algumas das opções, D. Luís da Cunha discordava da neutralidade em relação à Europa. Para ele, essa posição apenas servia para afastar Portugal do centro das decisões europeias. 

O seu último posto diplomático foi em Paris. Gostava muito da capital francesa. Os embaixadores de outras nações requisitavam-no frequentemente para mediar conflitos. 
D. Luís da Cunha fez questão de deixar registo escrito do seu pensamento político, que se manteve inédito até 1820, mas que foi amplamente divulgado por meio de cópias manuscritas. Os seus textos acompanham 50 anos da história política da Europa. Trocou correspondência com o futuro rei D. José I, aconselhando-o sobre as reformas necessárias para Portugal. Faleceu em Paris em 9 de Outubro de 1740. 

D. Luís da Cunha foi o grande diplomata nos reinados de D. Pedro II e D. João V. A sua argúcia foi essencial para a defesa dos interesses de Portugal no mundo.

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