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domingo, 17 de outubro de 2010

O Padre Manuel da Nóbrega, nasceu em Portugal, em Sanfins do Douro a 18 de Outubro de 1517 e morreu no Rio de Janeiro a 18 de Outubro de 1570.




O Padre Manuel da Nóbrega, nasceu em Portugal, em Sanfins do Douro a 18 de Outubro de 1517 e morreu no Rio de Janeiro a 18 de Outubro de 1570. Foi um sacerdote jesuíta português, chefe da primeira missão jesuítica à América do Sul. As cartas enviadas a seus superiores são documentos históricos sobre o Brasil colónia e a acção jesuítica no século XVI.
No livro da matrícula da Universidade de Coimbra, fl. 135, Nóbrega descreve ser filho do desembargador Balthazar da Nóbrega, já falecido. Seu pai foi muito estimado d'El-rei, D. João o Terceiro. Por ser homem de muita inteireza, El-rei lhe recomendava assuntos importantes. Em Coimbra, Nóbrega se graduou como Bacharel mesmo sendo muito gago. Continuou seus estudos em Coimbra e tomou ordens de missa. Naquela época se lançavam os alicerces da Companhia de Jesus  em Coimbra, havendo grandes fervores de espírito em todos pela salvação das almas. No tempo em que o Padre Nóbrega estava em missão na província de Beira, determinou El-rei D. João com os Superiores da Companhia mandar padres ao Brasil para ajudar aos portugueses como para converter à nossa fé aos Brasis. Thomé de Souza, de partida para o Brasil, leva então Nóbrega consigo, além de alguns outros padres e Irmãos. Ele aporta na Bahia em 1549: "Chegamos a esta Bahia a 29 dias de mez de Março de 1549. Andamos na viagem oito semanas. Achamos a terra de paz e 40 ou 50 moradores na povoação que antes era".
Em 1544, recebeu ordens na Companhia de Jesus. Antes de partir para a América e dedicar-se ao apostolado dos índios, fez a peregrinação a Santiago de Compostela. Em 1549 embarcou na armada de Tomé de Sousa, de quem foi amigo e conselheiro, como também o foi de Mem de Sá, prestando a ambos e à coroa portuguesa grande ajuda na colonização do Brasil.
Colaborou na fundação de Salvador e do Rio de Janeiro e também na luta contra os franceses. Convenceu os portugueses a não permanecer apenas no litoral, mas vencer os obstáculos da serra do Mar e penetrar no sertão. Foi o primeiro a dar o exemplo, ao subir ao planalto de Piratininga, para fundar a cidade de São Paulo. “Nomeado primeiro Provincial da Companhia de Jesus no Brasil, Padre Manoel da Nóbrega resolve subir ao planalto. Chama o Padre Manoel de Paiva, primo de João Ramalho, o irmão António Rodrigues e chegam a Santo André da Borda do Campo, a primeira vila do altiplano. Em companhia do filho mais velho de Ramalho, André Ramalho, percorrem o vale do Tietê.
Nóbrega escolhe o alto da colina, entre o Anhangabaú e o Tamanduateí e, ali, a seu pedido, os índios de Tibiriçá levantam a casa de pau-a-pique coberta de folhas de palmeira, para servir de escola e abrigo dos jesuítas e, a 29 de Agosto de 1553, Padre Nóbrega celebra missa nesse local, hoje Pátio do Colégio e faz cinquenta catecúmenos.
Padre Manoel de Paiva, designado por Nóbrega, celebra a 25 de Janeiro a missa padroeira da inauguração do colégio. Serve-lhe coroinha, o Irmão José de Anchieta, indicado por Nóbrega, para seu secretário e primeiro professor de latim do colégio. Assim, Padre Manuel da Nóbrega funda o Colégio de Piratininga no dia de São Paulo, que deu o nome à povoação, à vila, à província, ao Estado”. Em constantes viagens por toda a costa, de São Vicente a Pernambuco, soube aliar ao dinamismo um profundo tino político.
Em 1559, é demitido do cargo de provincial no Brasil, sendo substituído pelo padre Luís da Graça. Mesmo assim, auxilia o governador Mem de Sá na expulsão dos franceses do Rio de Janeiro. Ainda nesse ano escreve Informações das Terras do Brasil, Cartas da Bahia e de Pernambuco, publicadas em Veneza entre 1559 a 1570.
Em 1570, é nomeado novamente para o cargo de provincial, mas morre no Rio de Janeiro antes de assumir o antigo posto.
Escreveu Diálogos sobre a conversão do gentio, primeira obra em prosa da literatura brasileira, reeditada em 1954 por Serafim Leite, e Cartas do Brasil (1549-1570), reunidas por Vale Cabral (1886) e depois anotadas por Afrânio Peixoto em edição promovida pela Academia Brasileira de Letras (1931). Seus escritos foram posteriormente reunidos nas Obras completas, publicadas em Coimbra em 1955. Manuel da Nóbrega morreu no Rio de Janeiro, em 18 de Outubro de 1570.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Os escritos do Padre Manuel da Nóbrega foram obra literária produzida no Brasil. Nas cartas, encontra-se o início da história do povo brasileiro, do ponto de vista de um catequizador. Contribuição ao estudo dos costumes da sociedade tupinambá, já em sua primeira carta do Brasil, ao padre Simão Rodrigues, provincial em Portugal, se nota a postura dos jesuítas a respeito da conversão do gentio e a tentativa de eliminar alguns hábitos, como o canibalismo.
"Diz que quer ser cristão e não comer carne humana, nem ter mais de uma mulher e outras coisas:
somente que há de ir à guerra e os que cativar vendê-los e servir-se deles, porque estes desta terra
sempre tem guerra com outros e assim andam todos em discórdia. Comem-se uns aos outros, digo os
contrários. É gente que nenhum conhecimento tem de Deus, nem ídolos, fazem tudo quanto lhe dizem."
Está aparece, por exemplo, a luta entre cristãos e índios: os primeiros consideravam os segundos como um papel branco onde podiam inscrever as virtudes mais necessárias.
Ainda que Nóbrega não tenha alto voo lírico, estima-se que seu "Diálogo sobre a conversão do gentio", primeiro texto em prosa escrito no Brasil, tenha grande valor literário. O Padre Serafim Leite chega a afirmar ser a principal obra em prosa no século XVI no Brasil.
Frei Odúlio Van der Vat, em sua obra Princípios da Igreja no Brasil, diz na página 239:
"Quando em 1549 desembarcaram em Porto Seguro os primeiros jesuítas, encontraram a terra toda revirada por muitas inimizades. Graças, porém, à sua intervenção, muitos se reconciliaram publicamente com a igreja. O Padre Nóbrega continuou ali por alguns meses, dedicando-se às obras do apostolado e da caridade. Visitando os povos vizinhos desta terra, diz o Jesuíta, confessei a muitos e grande fruto se fez, porque muitos deixaram os pecados e tomaram por mulheres as concubinas ou as abandonaram, posto que entre estes se vêem muitos cristãos que estão aqui no Brasil, os quais têm não só uma concubina, mas muitas em casa, fazendo baptizar muitas escravas sob o pretexto do bom zelo e para se amancebar com elas, cuidado que por isso não seja pecado. E de par com estes estão muitos religiosos, que caem no mesmo erro, de modo que podemos dizer Omnes commixti sunt inter gentes et didicerunt opera eorum. Nesta terra , todos, ou a maior parte dos homens, têm a consciência pesada por causa dos escravos que possuem contra a razão, além de que muitos que eram resgatados aos pais não se isentam, mas ao contrário ficam escravos pela astúcia que empregam com eles, e por isso poucos há que possam ser absolvidos, não querendo abster-se de tal pecado nem de vender um a outro, posto que nisto muito os repreendo, dizendo que o pai não pode vender o filho, salvo em extrema necessidade, como permitem as leis imperiais. E nesta opinião tenho contra mim o povo e também os confessores daqui. E assim Satanás tem de todo presas as almas desta maneira, e muito difícil é tirar este abuso, porque os homens que aqui vêm não acham outro modo senão viver do trabalho dos escravos, que pescam e vão buscar-lhes o alimento; tanto os domina a preguiça e são dados a coisas sensuais e ócios diversos, e nem curam de estar excomungados, possuindo os ditos escravos. Pois que nenhum escrúpulo fazem os sacerdotes daqui, o melhor remédio destas coisas seria que o Rei mandasse inquisidores ou comissários para fazer libertar os escravos, ao menos os que são salteados, e obrigá-los a ficar com os cristãos até que larguem os maus costumes do gentio já baptizado, e que a nossa Companhia houvesse deles cuidado; amestrando-os na fé, da qual pouco ou nada podem aprender em casa dos senhores, e antes vivem como gentios, sem conhecimento algum de Deus."

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