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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A Batalha das LINHAS DE ELVAS, travou-se a 14 de Janeiro de 1659

A Batalha das LINHAS DE ELVAS
14 de Janeiro de 1659  





Mas a mais importante batalha a que Elvas tem ligado o seu nome glorioso, pelas consequências morais e materiais da vitória alcançada pelos Portugueses, foi a das Linhas de Elvas. A 14-I-1659. Havia já perto de 3 meses (desde 22-VIII-58) que o exército castelhano, comandado pelo primeiro ministro D. Luís de Haro, tinha investido a praça de Elvas. Esta, apesar da sua pequena guarnição - 11.000 homens, reduzida por terríveis epidemias contra 14.000 infantes, 2500 cavalos e numerosa artilharia - resistia sempre. Logo de começo o seu comandante, André de Albuquerque, tinha conseguido passar as linhas dos castelhanos, acompanhado por outros oficiais, e dirigira-se a Estremoz, onde o conde de Cantanhede organizava um exército de socorro, ficando como comandante D. Sancho Manuel, depois do conde de Vila- Flor. Compunha-se este exército de socorro de 8.000 infantes (sendo só 2.500 regulares), 2.900 cavalos e sete peças de artilharia. Saindo a 11 de Estremoz, a 13 estava em frente de Elvas, avisando da sua chegada com o troar da sua artilharia. Na manhã evocada de 14, D. João Pacheco, general castelhano, que já na véspera saíra a reconhecer os nossos, voltou a fazer novo reconhecimento, concluindo que os nossos não atacariam nesse dia. Ordenou então D. Luís de Haro que as forças castelhanas que tinham reforçado as guarnições da linha fronteira ao nosso exército, recolhessem aos seus quartéis. Entretanto tinha-se dissipado o nevoeiro, ficando um dia formosíssimo. Os nossos, que já na véspera tinham tomado o seu «dispositivo de batalha»e recebido ordens para o ataque, começaram o seu avanço. A sua «ordem de batalha» era a seguinte: na frente, mil homens escolhidos levando, além das suas armas, «faxinas» para cegarem os fossos, comandados pelo mestre de campo - general Diogo Mendes de Figueiredo. «Vanguarda», 3.000 infantes, 1.200 cavalos, comandados pelo conde de Mesquitela e André de Albuquerque. «batalha» (grosso), 2.000 infantes e 900 cavalos, comandados pelo sargento-mor Manuel Mendes Leitão. «Reserva», 2.000 infantes e 800 cavalos, comandados por Pedro de Lalande. A «artilharia», comandada por Afonso Furtado de Mendonça, ocupara uma eminência perto de Amoreira, donde batia eficazmente o campo de batalha. A guarnição da praça tinha tomado posições, donde podia coadjuvar o exército. Logo que D. Luís de Haro reconheceu o erro que cometera, coadjuvado pelos seus generais, mandou os seus terços reocuparem as posições ameaçadas que eram a parte das linhas: Monte de Nossa Senhora da Graça-Murtais-mosteiro de S.Francisco, constituída por forte circunvalação flanqueada por 5 fortins. Esta manobra foi feita de maneira confusa e desordenada, pois além dos obstáculos naturais e artificiais do terreno, o fogo dos nossos era de grande intensidade e eficácia, sendo o exército espanhol «surpreendido no momento de tomar o seu dispositivo de combate», revés inicial que, pode-se dizer, decidiu do resultado da batalha. Sob a pressão formidável dos nossos, foi impossível ao general espanhol, embora auxiliado por bons e afamados generais, como o duque de Ossuna, o duque de S.German, D.Nicolau de Cordova e outros, deter o nosso progresso. As linhas foram cortadas pelos infantes escolhidos de Diogo de Figueiredo, auxiliados pelos terços do conde de Mesquitela e logo um dos fortins foi tomado. Pela aberta ou brecha foram entrando as forças que formavam a «batalha» (grosso), que tomaram posição no interior das linhas. As tropas espanholas concentraram-se nos fortins, onde se concentrou a resistência. A artilharia e as forças da praça cooperavam com grande energia. A luta durou muitas horas mas foi-nos sempre favorável. Caíram em nosso poder outros dois fortins, e os outros dois ficaram cercados, sendo um deles o do Monte da Graça. Ao anoitecer os nossos entraram na praça e a vitória transformou-se em triunfo. Os dois chefes abraçaram-se no campo de batalha. D. Luís de Haro tinha retirado pouco depois do começo da batalha para Badajoz e o seu substituto, D. Rodrigo Moxica, também se não demorou. Todo o acampamento caiu em nosso poder. Nos despojos figuravam 15.000 espingardas, 19 peças e 3 morteiros. Prisioneiros foram mais de 5.000. Número de mortos foi também muito elevado. Dos nossos morreram cerca de duas centenas, e grande número de oficiais, entre eles André de Albuquerque. Durante a noite renderam-se os dois últimos fortins. Logo de manhã D. Sancho Manuel, com a cavalaria perseguiu os Espanhóis, que retiravam em grande desordem, até ao Caia, causando muitas baixas e tomando-lhe duas peças, carros, etc. Foram muito importantes as vantagens obtidas nesta batalha, tanto militares como políticas; infelizmente não puderam ser mantidas por muito tempo.

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