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quarta-feira, 9 de março de 2011

O gato do portuga



                           O gato do portuga


Um frio dia de inverno, chega Joaquim no armazém do Manuel.

- Manuel, quero uma dessas bolsas de borracha que você coloca água quente e que serve para esquentar a cama e manter os pés quentinhos.


- Que azar, Joaquim; hoje de manhã vendí a última para Maria.

- E o que eu faço com esse frio do diabo que faz à noite?

- Fique tranquilo, eu posso lhe emprestar meu gato.


- Seu gato?


- Meu gato é gordinho, você pode colocar nos pés na hora de deitar, e você vai ver como ele vai te esquentar a noite toda.
Na próxima terça-feira chegam as bolsas, aí você vem pegar uma e me devolve o gato.

- Tudo bem. Obrigado.

Joaquim pega o gato e vai embora pra casa.
No dia seguinte, volta com a cara toda desfigurada, aranhada pelo gato.

- Manuel, vim devolver seu gato de merda, pode enfiar no cu! Olha como me deixou o filho da puta!

- Mas como! O que aconteceu? Ele é tão manso!

- Manso? Uma ova! O funil no cu, até que aguentou bem, mas quando comecei a jogar o água quente, aí virou uma fera!
 

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João J. C.Couto

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