Irei falar de tudo e do nada. Histórias e estórias. Coisas pensantes e desconcertantes. Fundado a 30 de Novembro de 2009 numa 2ª Feira
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sexta-feira, 6 de julho de 2012
Arrelva-te pá!
Arrelva-te pá!
Arrelvas-te e serás ministro, pá. Topas? Sim, arrelvar-se é tornar-se verdejante. Que jovem o não deseja?
Como é que se faz? Simples. Assim que te aparece o buço preenches a cartolina da Jota. Desempatas o 12º ano num curso profissional qualquer, jardineiro, por exemplo. Nem precisas de pegar na enxada ou de marrar. Depressa chegarás a secretário-geral da Jota.
Depois matriculas-te numa universidade. De preferência numa que seja livre, autónoma, independente, lusófona. Nesta, claro, não te vais armar aos cágados a falar estrangeiro.
Na livre tens mais liberdade. Inscreves-te em direito porque ali ninguém te entorta. Tentas concluir uma disciplina somente, tipo ciência política e direito constitucional. Não sabes o que é? Não interessa. Não precisas de mais. O pior pode ser a prova oral. Mas não terás de engolir em seco porque a nota está garantida. Só precisas de lábia. Dez é seguro. Poderás ainda frequentar umas aulitas de história para teres uma noção do teu passado brilhante.
Depois descansas uns anos. Vais andar por aí. Assentas o rabinho numa das cadeiras daquela casinha na rua de São Caetano. Reúnes muito. Ninguém te mandará pró Caetano. Pelo contrário. Chegarás a secretário-geral. Não tardará a seres convidado para um cargo no governo. Não precisas de levar a enxada porque não é cargo de trabalhos agrícolas. Vais ganhando curridículo, perdão, currículo, e experiência.
Terás de ter paciência, aprender a dizer "yes mano". E esperar duas dezenas de anos. Ou menos. Depois, com as vastas habilitações adquiridas, frequentarás uma coisa lusófona onde possas falar a tua lusíada língua e ser devidamente compreendido, pelo menos, pelo Camões.
Um curso de ciência política e relações internacionais é bom e acessível. É ciência porque aumenta, qual big bang, o teu universo. Num ano consegues fazer três. Dão-te créditos porque acreditam em ti. E serás doutor. A parte das relações internacionais é só para poderes falar sem sotaque, em português, com parlamentares. E com sindicatos, organizações empresariais, comunicação social.À última não darás confiança. Ameaçarás apenas com sorriso mavioso e voz de falsete. Os gajos dos media não são de fiar. Dão com a língua nos dentes. Têm o vício de noticiar. E pior. Descobrem coisas impossíveis. Até vasculham as secretarias, de universidades privadas extintas, em busca de cadeiras e pragas de bicho-carpinteiro. São peçonhentos. Cuidado.
Adquirirás, fruto do teu esforço e mérito, competências acima de qualquer mortal. Poderás ser deputado, presidente de qualquer assembleia municipal ou região de turismo. De turismo saberás tu sobretudo se viajaste, em novo, de Angola para a parvónia.
Terás perfil para secretário da administração local. Local é óptimo porque fica perto. O caminho para ministro adjunto e dos assuntos parlamentares é mais longo mas está à mão. Ainda que o teu primeiro tenha um percurso académico tardio, bem apadrinhado, e altamente prestigiado. E, de resto, serás sempre um acólito anónimo e dedicado.
Para chegares onde queres basta que as urnas recebam muitos papelinhos de gente descontente, como contra o outro que nem respeitava o dia do senhor, o Domingo, para fazer cadeiras. Era independente.
Depois é só aguentar os desmandos da populaça, armada em famélica, e rezar para não vires a ser demitido. Caso venha a acontecer terás, à tua espera, reforma dourada. Poderás valer ouro. És refulgente.
De uma coisa terás a certeza - o teu ministro da educação e ciência, se for o actual, terá imenso orgulho em ti e no teu percurso académico.
Porfia mano. Quem porfia mata caça. Não precisaste de andar a gastar os olhos em calhamaços arcaicos ou a fazer copy & paste da internet em trabalhos académicos. Serás um eleito.
Nunca correrás o risco de ser corrido à traulitada. A padeira de Aljubarrota está inerte. O povo é manso. O teu primeiro considerará sempre as tuas habilitações um "não assunto".Quererás melhor?
Publicada por Observador
Um leitor visitante do ‘site’ do jornal ‘Expresso’ escreveu esta pérola impossível de ser deixada para trás sem a merecida divulgação.
Arrelvas-te e serás ministro, pá. Topas? Sim, arrelvar-se é tornar-se verdejante. Que jovem o não deseja?
Como é que se faz? Simples. Assim que te aparece o buço preenches a cartolina da Jota. Desempatas o 12º ano num curso profissional qualquer, jardineiro, por exemplo. Nem precisas de pegar na enxada ou de marrar. Depressa chegarás a secretário-geral da Jota.
Depois matriculas-te numa universidade. De preferência numa que seja livre, autónoma, independente, lusófona. Nesta, claro, não te vais armar aos cágados a falar estrangeiro.
Na livre tens mais liberdade. Inscreves-te em direito porque ali ninguém te entorta. Tentas concluir uma disciplina somente, tipo ciência política e direito constitucional. Não sabes o que é? Não interessa. Não precisas de mais. O pior pode ser a prova oral. Mas não terás de engolir em seco porque a nota está garantida. Só precisas de lábia. Dez é seguro. Poderás ainda frequentar umas aulitas de história para teres uma noção do teu passado brilhante.
Depois descansas uns anos. Vais andar por aí. Assentas o rabinho numa das cadeiras daquela casinha na rua de São Caetano. Reúnes muito. Ninguém te mandará pró Caetano. Pelo contrário. Chegarás a secretário-geral. Não tardará a seres convidado para um cargo no governo. Não precisas de levar a enxada porque não é cargo de trabalhos agrícolas. Vais ganhando curridículo, perdão, currículo, e experiência.
Terás de ter paciência, aprender a dizer "yes mano". E esperar duas dezenas de anos. Ou menos. Depois, com as vastas habilitações adquiridas, frequentarás uma coisa lusófona onde possas falar a tua lusíada língua e ser devidamente compreendido, pelo menos, pelo Camões.
Um curso de ciência política e relações internacionais é bom e acessível. É ciência porque aumenta, qual big bang, o teu universo. Num ano consegues fazer três. Dão-te créditos porque acreditam em ti. E serás doutor. A parte das relações internacionais é só para poderes falar sem sotaque, em português, com parlamentares. E com sindicatos, organizações empresariais, comunicação social.À última não darás confiança. Ameaçarás apenas com sorriso mavioso e voz de falsete. Os gajos dos media não são de fiar. Dão com a língua nos dentes. Têm o vício de noticiar. E pior. Descobrem coisas impossíveis. Até vasculham as secretarias, de universidades privadas extintas, em busca de cadeiras e pragas de bicho-carpinteiro. São peçonhentos. Cuidado.
Adquirirás, fruto do teu esforço e mérito, competências acima de qualquer mortal. Poderás ser deputado, presidente de qualquer assembleia municipal ou região de turismo. De turismo saberás tu sobretudo se viajaste, em novo, de Angola para a parvónia.
Terás perfil para secretário da administração local. Local é óptimo porque fica perto. O caminho para ministro adjunto e dos assuntos parlamentares é mais longo mas está à mão. Ainda que o teu primeiro tenha um percurso académico tardio, bem apadrinhado, e altamente prestigiado. E, de resto, serás sempre um acólito anónimo e dedicado.
Para chegares onde queres basta que as urnas recebam muitos papelinhos de gente descontente, como contra o outro que nem respeitava o dia do senhor, o Domingo, para fazer cadeiras. Era independente.
Depois é só aguentar os desmandos da populaça, armada em famélica, e rezar para não vires a ser demitido. Caso venha a acontecer terás, à tua espera, reforma dourada. Poderás valer ouro. És refulgente.
De uma coisa terás a certeza - o teu ministro da educação e ciência, se for o actual, terá imenso orgulho em ti e no teu percurso académico.
Porfia mano. Quem porfia mata caça. Não precisaste de andar a gastar os olhos em calhamaços arcaicos ou a fazer copy & paste da internet em trabalhos académicos. Serás um eleito.
Nunca correrás o risco de ser corrido à traulitada. A padeira de Aljubarrota está inerte. O povo é manso. O teu primeiro considerará sempre as tuas habilitações um "não assunto".Quererás melhor?
Publicada por Observador
Negócios da Semana - A Máfia das Parcerias Público-Privadas em Portugal ...
É assim que os nossos (des)governantes têm enriquecido e levado o país à ruína.
Oposição ironiza com o curso de Miguel Relvas tirado num ano
A licenciatura de Miguel Relvas entrou no debate político, com os líderes da oposição à esquerda do PS a ironizarem ambos com o curso tirado pelo ministro adjunto num só ano. Hoje soube-se mais um detalhe sobre o curso de Relvas. O ministro teve equivalências a 32 das 36 cadeiras da licenciatura, ou seja não precisou de fazer exame.
1ª Página do Diário de Notícias de 06/07/2012
Passos admite alargar cortes ao setor privado
Juízes decidiram que fim de subsídios de férias e de Natal apenas para a função pública viola "princípio da igualdade". Face à situação do País, TC aceita que esses cortes se mantenham só em 2012. Primeiro-ministro...
Repórter TVI - Os Abutres
Em tempo de crise económica, financeira e de valores, o debate sobre a criminalização do enriquecimento ilícito está na ordem do dia.
A moralização da vida pública é cada vez mais uma necessidade que ninguém contesta. A corrupção, a fraude, o branqueamento, o tráfico de influências e a gestão danosa no seio do sector público minam qualquer estado de direito. E criam, por outro lado, pobreza e desde logo mais desigualdade.
«Abutres» é uma reportagem de investigação de Rui Araújo, Rui Pereira e Carlos Lopes, que retrata o caos vigente no seio de algumas empresas do Estado. No final, quem paga a factura é sempre o contribuinte.
O Estado perdeu 104 milhões de euros com as empresas da holding PARPÚBLICA no primeiro semestre de 2010.
Reportagem de investigação de Rui Araújo, Rui Pereira e Carlos Lopes
A explicação da causa da divida pública
Depois de ver e reler o documento colocado no site abaixo, fiquei a saber quais os motivos que levam os nossos políticos a não largar os tachos pelos quais lutam encarniçadamente, além disso percebi o motivo da divida pública. Depois de uma pausa para reflectir conclui; sinto vergonha de fazer parte deste circo português e de contribuir dia a dia para uma cáfila (corja) esfomeada de políticos mal formados e indignos de representar um povo que tanto labuta para conseguir sobreviver.
Vejam a origem da desgraça nacional.
http://www.tretas.org/VencimentoCargosPoliticos
Vejam a origem da desgraça nacional.
http://www.tretas.org/VencimentoCargosPoliticos
6 DE JULHO: AS HISTÓRIAS DESTE DIA
quinta-feira, 5 de julho de 2012
Será uma ave de rapina?
Estará a comunicar que a situação económica de Portugal está a ir ao fundo?
Só sei que parece (é) uma ave de rapina a levantar vôo. Que grande Abutre.
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