Morreu o cantor Luiz Goes
O cantor Luiz Goes, de 79 anos, uma das referências da canção de Coimbra, morreu esta terça-feira em Mafra, nos arredores de Lisboa, confirmou o músico Manuel Alegre Portugal à Lusa.
Nascido em 1933, em Coimbra, Luiz Fernando de Sousa Pires de Goes licenciou-se em Medicina, tendo exercido a profissão de médico dentista em paralelo com a carreira artística.
Iniciou-se no Fado por influência do tio paterno, Armando Goes, contemporâneo de Edmundo Bettencourt, António Menano, Lucas Junot, Paradela de Oliveira, Almeida d'Eça e Artur Paredes.
Manuel Alegre Portugal recordou que Luiz Goes "foi padrinho musical de Adriano Correia de Oliveira e José Afonso".
O músico referiu ainda que Luiz Goes se juntou, na década de 1950, aos músicos Carlos Paredes, João Bagão e António Portugal, com os quais gravou o álbum ‘Serenata de Coimbra' que "é ainda hoje o disco português mais vendido".
Manuel Alegre Portugal recordou que, "na altura, Luiz Goes recusou um milionário contrato da gravadora Philips porque queria acabar o curso".
"Luiz Goes representa para a música de Coimbra o que Amália Rodrigues representa para a música portuguesa", rematou.
Como autor, Luiz Goes assinou 25 fados e 18 baladas, dos quais se destacam: ‘Fado da Despedida', ‘Toada Beira', ‘Balada da Distância', ‘Canção do Regresso', 'Homem Só', ‘Meu Irmão', ‘Romagem à Lapa' ou ‘É Preciso Acreditar'.
Em 2002, a editora EMI-Valentim de Carvalho reuniu a obra integral numa edição intitulada ‘Canções Para Quem Vier', para assinalar os 50 anos da primeira gravação de Luiz Goes.