Previsão do Tempo

quinta-feira, 17 de março de 2016

Sim isto é poesia, isto é melodia!... Grande Ary e grande Carlos do Carmo.



"Estrela da Tarde"

Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia

Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia

Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza

Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram
Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram

Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram


Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza

Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto

Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto

quarta-feira, 16 de março de 2016

Abaças - Vila Real e os seus acessos!...



ORA VOLTAMOS À VACA FRIA!...

HÁ MAIS DE UM MÊS APELEI A ALGUÉM DE DIREITO PARA DAREM UM JEITO AOS ACESSOS À FREGUESIA DE ABAÇAS - VILA REAL, NUM DOS ACESSOS OS BURACOS FORAM SUBSTITUÍDOS POR MONTÍCULOS DE ALCATRÃO, AGORA AS VIATURAS AO PASSAREM EM VEZ DE CAÍREM NOS BURACOS SALTAM, O QUE É , JULGO EU, UM POUCO MAIS CÓMODO . MAS NO ACESSO VIA SOUTO FARO AS COISAS SÃO MAIS REQUINTADAS, SE NÃO VEJAMOS:

1º - MANDARAM VARRER A VIA (FINALMENTE), SÓ QUE O LIXO FOI VARRIDO PARA AS VALETAS (VISÃO PROFISSIONAL DO ASSUNTO).


2º - RETIRARAM ALGUMAS DERROCADAS DAS BERMAS (ATÉ QUE ENFIM CHEGOU A HORA).

3º - COLOCARAM ALGUM ALCATRÃO NOS BURACOS, ISTO JÁ LÁ VAI À VONTADE UM MÊS E NUNCA MAIS LÁ PUSERAM OS PÉS, ENCONTRANDO-SE A VIA NESTAS CONDIÇÕES.

PS: ESTAS IMAGENS NÃO SÃO DA SÍRIA NEM DO IRAQUE!... SÃO DE PORTUGAL, PAÍS DA COMUNIDADE EUROPEIA, MEMBRO DO EURO, MEMBRO DA NATO E DA ONU E DO SÉCULO XXI.












Cuidado com as "cobras"!...

terça-feira, 15 de março de 2016

Para ver e pensar!...

Andar a pé dá saúde!

Haja alegria!... Isto é o que está a dar!...

A Afurada - Gaia - Portugal



Do lado de Gaia ergue-se uma aldeia que escala as colinas onde os habitantes vigiam o mar, entre casas coloridas e uma paisagem... maravilhosa.

Bairro da Cantareira - Porto



Uma sugestão de percurso na foz, num dos bairros mais emblemáticos da cidade do Porto: a Cantareira. Um passeio feito de cor entre as actividades ligadas ao rio e ao mar, as ruelas estreitas preenchidas de histórias, um casario rústico que subiu o morro e ficou por ali a contemplar a paisagem.

Bom dia Portugal!...

Dedicado a todas as pessoas de mente estruturada e preconceituosa!!!

terça-feira, 8 de março de 2016

Para todas as Mulheres, neste Dia Internacional da Mulher.



Calçada de Carriche
Luísa sobe,
sobe a calçada,
sobe e não pode
que vai cansada.
Sobe, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe
sobe a calçada.
Saiu de casa
de madrugada;
regressa a casa
é já noite fechada.
Na mão grosseira,
de pele queimada,
leva a lancheira
desengonçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Luísa é nova,
desenxovalhada,
tem perna gorda,
bem torneada.
Ferve-lhe o sangue
de afogueada;
saltam-lhe os peitos
na caminhada.
Anda, Luísa.
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Passam magalas,
rapaziada,
palpam-lhe as coxas,
não dá por nada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Chegou a casa
não disse nada.
Pegou na filha,
deu-lhe a mamada;
bebeu da sopa
numa golada;
lavou a loiça,
varreu a escada;
deu jeito à casa
desarranjada;
coseu a roupa
já remendada;
despiu-se à pressa,
desinteressada;
caiu na cama
de uma assentada;
chegou o homem,
viu-a deitada;
serviu-se dela,
não deu por nada.
Anda, Luísa.
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Na manhã débil,
sem alvorada,
salta da cama,
desembestada;
puxa da filha,
dá-lhe a mamada;
veste-se à pressa,
desengonçada;
anda, ciranda,
desaustinada;
range o soalho
a cada passada;
salta para a rua,
corre açodada,
galga o passeio,
desce a calçada,
desce a calçada,
chega à oficina
à hora marcada,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga;
toca a sineta
na hora aprazada,
corre à cantina,
volta à toada,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga.
Regressa a casa
é já noite fechada.
Luísa arqueja
pela calçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada,
sobe que sobe,
sobe a calçada,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.

António Gedeão, in 'Teatro do Mundo'


Amélia dos olhos doces,
Quem é que te trouxe grávida de esperança?
Um gosto de flor na boca,
Na pele e na roupa, perfumes de França.

Cabelos cor-de-viúva,
Cabelos de chuva, sapatos de tiras,
E pois, quantas vezes,
Não queres e não amas
Os homens que dormem,
Os homens que dormem contigo na cama.

Amélia dos olhos doces,
Quem dera que fosses apenas mulher.
Amélia dos olhos doces,
Se ao menos tivesses direito a viver.

Cabelos cor-de-viúva,
Cabelos de chuva, sapatos de tiras,
E pois, quantas vezes,
Não queres e não amas
Os homens que dormem,
Os homens que dormem contigo na cama.

Amélia gaivota, amante, poeta,
Rosa de café.
Amélia gaiata, do bairro da lata,
Do Cais do Sodré.

Tens um nome de navio,
Teu corpo é um rio onde a sede corre.
Olhos doces, quem diria,
Que o amor nascia onde Amélia morre.

Cabelos cor-de-viúva,
Cabelos de chuva, sapatos de tiras,
E pois, quantas vezes,
Não queres e não amas
Os homens que dormem,
Os homens que dormem contigo na cama.

Amélia dos olhos doces...

08 de Março de 2016 - Dia Internacional da Mulher




Abaças - Vila Real (Rua do Calvário)





Abaças - Vila Real - "O verdadeiro mundo rural"