Caríssimos, aínda não percebi muito bem o que os portugueses esperam de um futuro governo PSD, ou PS. Não fiquei nada surpreendido com as sondagens ontem divulgadas, que indicavam uma vitória dos sociais-democratas, sem maioria absoluta e essa maioria poderia ser conseguida somando os potenciais votos no CDS, com os socialistas logo posicionados na segunda posição!
Mas como a esperança é a última a morrer, aínda poderá ser que um dia, abram os olhos! Pois afinal, o jarro tantas vezes irá à fonte, que um dia lá deixará a asa.
O futuro das gerações vindouras, já se encontra hipotecado e continua-se por amor à camisola a dar votos de confiança, sempre aos mesmos. Quero com isto dizer, que sem mudança de política, nunca mais Portugal recuperará.
Na minha opinião, as medidas duras que Portugal a Grécia e a Irlanda tomam neste momento são completamente inúteis se não abandonarem o euro, para tal é preciso uma mudança nas políticas implementadas e aceites como correctas, é preciso uma viragem, uma ruptura, um reassumir da nossa independência. Enquanto continuarmos nas mãos dos banqueiros, será um afundar constante.
Atentemos pois no caso da Grécia! E vejamos o que nos espera...
A economia grega regrediu 4,5% em 2010 Grécia afunda-se na recessão
Após mais de um ano de medidas antipopulares, que já provocaram 14 greves gerais, centenas de manifestações e protestos quase diários em diferentes sectores, a Grécia afunda-se na recessão económica e os cofres do Estado estão cada vez mais vazios.
As receitas da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional impostas à Grécia estão a ter resultados catastróficos sob qualquer ponto de vista. Em 2010 a economia regrediu 4,5 por cento, a inflação disparou para 5,2 por cento (Janeiro passado), os rendimentos médios da população baixaram nove por cento e o desemprego galgou para 12,9 por cento, atingindo os 34 por cento na camada etária até aos 25 anos.
Segundo as previsões da central sindical GSEE, o desemprego irá continuar a aumentar podendo atingir até ao final deste ano 22 por cento da população activa.
Como era de prever, os sucessivos pacotes de austeridade, impondo a redução dos salários dos funcionários públicos, drásticos cortes nas despesas sociais e um brutal aumento da carga fiscal mais não fizeram do que contrair o consumo das massas e dessa forma agravar a situação da economia cada vez mais moribunda.
Ao mesmo tempo, embora tenha reduzido o défice em seis pontos percentuais à custa da redução da despesa, o governo social-democrata do PASOK continua a braços com um défice público elevado, que faz aumentar a cada dia que passa a enorme dívida do país.
Na área do próprio partido governante surgem vozes a pedir a revisão e a reestruturação da dívida grega. Sofia Sakarofa, deputada expulsa do PASOK por se ter recusado a votar a intervenção do FMI e da UE, defende a criação de uma comissão de auditores, com a participação de peritos internacionais, para examinar a dívida do Estado e verificar a existência de irregularidades, na base das quais se possa contestar o seu pagamento.
Face à ausência de resultados, a troika composta pelo FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu exigiu, em Fevereiro último, ao governo de Papandreu a intensificação das «reformas» e o alargamento do plano de privatizações de modo a realizar um encaixe de 50 mil milhões de euros até 2013, dos quais mil milhões já este ano.
Uns dias depois, o ministro das Finanças, Gueorgui Papaconstantinou, apresentou um vasto programa de privatizações que inclui portos, aeroportos, caminhos-de-ferro, electricidade e até mesmo praias turísticas do país.
Mas enquanto anuncia a venda do país por atacado e condena o seu povo à miséria, o governo do PASOK continua a manter um elevado nível de despesas militares, decorrente, muito em particular, da compra de fragatas e helicópteros à França e submarinos à Alemanha.
Segundo o Instituto Internacional de Estocolmo para a Investigação da Paz (SIPRI), a Grécia é o país europeu com maiores gastos militares em proporção com o seu Produto Interno Bruto, figurando entre os dez principais compradores de armas do mundo.
Mas, ao que se constata, nenhum destes sumarentos contratos militares foi suspenso ou anulado no momento ou a seguir à intervenção financeira da UE e do FMI. Pelo contrário, como esclareceu o Ministério da Defesa francês, em Maio de 2010, nenhuma das restrições orçamentais impostas à Grécia deveria afectar as aquisições de material militar previstas pelo Ministério da Defesa grego.