Previsão do Tempo

quarta-feira, 3 de março de 2010

Poema dedicado ao nosso 1º Ministro


POEMA da 'MENTE'...
Há um Primeiro-Ministro que mente,
Mente de corpo e alma, completa/mente.
mente de modo tão pungente
Que a gente acha que ele, mente sincera/mente,
Mas que mente, sobretudo, impune/mente...
Indecente/mente.
mente tão habitual/mente,
Que acha que, história afora, enquanto mente,
Nos vai enganar eterna/mente... 
(Recebido por mail) 

Quem fala assim não é gago. Quem ele é!


Podridão dos Políticos e dos Partidos = Podridão do Regime

Leis feitas por corruptos para se protegerem e poderem praticar todos os crimes impunemente. Desigualdade dos cidadãos perante a justiça. Não precisamos duma lupa para vermos o que há muito se passa e a agora se comprova.
Escutar o primeiro-ministro


A TRANQUILIDADE com que o legislador previu um regime especial para as escutas ao primeiro-ministro era de muito mau agouro. Parecia prever que seria normal ter primeiros-ministros que iriam estar, mais tarde ou mais cedo, embrulhados nas malhas de uma qualquer escuta.

O pior é que acertou. Mas se perguntarmos quem é que deve escutar o primeiro-ministro a resposta só pode ser uma: ninguém.

Se chegamos ao ponto em que os amigos mais próximos do primeiro se envolvem em crapulosos casos de polícia levando a que sejam escutados e arrastando para a rede do controlo judicial altas figuras do Estado, então, tudo está perdido.

Dir-se-á que em Portugal vigora a separação de poderes e o princípio da igualdade perante a lei. Que nada impede que o primeiro-ministro seja investigado como qualquer cidadão.

Mas tudo isso são tretas. O sistema não suporta, sem danos sérios, esse tipo de investigação.

Quando um magistrado tem de começar a pensar se uma decisão sua não irá provocar uma crise política, se essa crise política vai ou não pôr em risco o crédito da República, se haverá alguém que o possa substituir, então vamos ter uma má decisão.

“Hard cases made bad law”. E casos como estes são de uma dificuldade infinita, quando colocam na esfera judicial decisões inteiramente políticas.

Solução?

Os partidos têm de ter de vergonha e ter cuidado com quem colocam nos postos cimeiros.

Não temos ainda em Portugal o sistema de vetting ou de investigação para quem vai assumir altos cargos. Mas nos partidos políticos sabe-se tudo de toda agente. De onde se veio e o que é que se fez. Que esqueletos é que podem sair dos armários.

Ao que parece estamos tão mal que coisas que em tempos normais seriam impeditivas já não o são. Mas se assim é não venham depois queixar-se das consequências.

Nem esperem que a justiça vá resolver bem esses casos. Por excesso ou por defeito ela vai exibir todas as suas fraquezas.

A justiça pode servir perfeitamente para meter na cadeia um ou outro presidente da câmara particularmente relapso (geralmente, nem isso consegue), mas não para decidir quem vai ficar em S. Bento. Está para além das suas forças (mesmo, se por qualquer milagre, ela conseguisse ser muito melhor que o sistema político que a criou) esse tipo de decisões que, na verdade, não lhe podem caber. Por mais que se diga que a Constituição prevê, garante ou determina.

Se não, olhemos para a Itália: escorraçados os Craxis, entram os Berlusconis. A impotência da justiça cria o descrédito da política e da justiça.

A solução está por isso antes da justiça e dentro dos partidos: quem nos vão propor, quem é que vamos escolher. Quando os aparelhos partidários estão tão apodrecidos que já não conseguem distinguir entre quem podem e quem não podem colocar em certos lugares, não há regime legal de escutas que nos valha.
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NB: O silêncio conivente e envergonhado de Manuel Alegre a respeito da Face Oculta é de uma grande eloquência. Ficamos a saber qual é o PS cujo apoio ele pretende.

Por J.L. Saldanha Sanches

terça-feira, 2 de março de 2010

Marguerite Duras

Marguerite Duras no ano de 1993

Faz dia 3 de Março 14 que morreu Marguerite Duras, escritora de origem Francesa

Marguerite Duras nasceu em Gia Dinh, na  Indochina  (agora  Vietnam),  em  1914,  onde  passou  a  infância  e  a adolescência.  A autora irá ficar profundamente marcada pela paisagem e pela vida da antiga colónia francesa, frequentemente referidas na sua obra literária.
O seu pai morreu quando tinha quatro anos de idade, e a sua mãe, uma professora, lutou arduamente para criar três  filhos  sozinha.   Durante   a  adolescência,  Marguerite  Duras  teve  um  caso  com  um  homem  chinês  rico  e  retorna mais tarde a este período nos seus livros  (nomeadamente O Amante  O Amante da China do Norte). Aos 17 anos viajou para França, onde estudou Direito e Ciência Política no Sorbonne, formando-se em 1935.
Durante a II Guerra Mundial, marguerite Duras tomou parte da da Resistência Francesa, filiando-se também no partido comunista.

Duras publica os seu primeiros livros em 1943 e 1944, Os Imprudentes e A Vida Tranquila, respectivamente. A partir de 1959 começa também a escrever argumentos para o cinema, dos quais Hiroshima meu amor é sem dúvida o mais conhecido e marcante.  Em 1950, com Uma barrangem conhtra o Pacífico, Duras esteve muito próxima de ganhar o Prémio Goncourt. É no entanto apenas 30 anos depois que a injustiça lhe é reparada, ganhando o prémio por unanimidade com o romance O Amante. É uma autora muito fértil, com uma obra literária vastíssima, desde os romances aos argumentos cinematográficos. Afirma-se sempre com um estilo de beleza inconfundível, num tom duro e denso, por vezes até um pouco inacessível, mas sempre numa expressão profundamente genuína e humana das paixões, grandezas e misérias da vida. Marguerite Duras é por excelência uma escritora da condição humana, mas contudo não procura utilizar a escrita como forma de redenção e/ou salvação; antes, a escrita é uma exigência urgente, um valor supremo em que reside, uma vontade bruta de falar de si. As suas obras estão repletas de descrições belíssimas e soberbamente envolvidas na ambiência exótica da paisagem oriental, não sem deixarem reconhecer uma intensidade angustiada e desesperada, oriunda de uma constante luta da autora com as questões do amor e da morte.

Durante a década de 1980, Marguerite Duras apaixona-se por Yann Andréa Steinner, um homem 38 anos mais novo. Duras viverá com Yann até à sua morte em 1996, mas não sem antes atravessar um duro período em que permaneceu junto do seu marida Robert Antelme, depois de este ter sobrevivido milagrosamente a uma captura pela Gestapo. Este período serviu de base para uma colecção de histórias curtas, intitulada A Dor (de 1985), um grito literário sobre a pressão sob que viveu.

Coppa delle Coppe 1984

Faz no dia 3 de Março 57 anos que nasceu Boniek, futebolista Polaco. Vamos recordá-lo na final da Taça das Taças em 1984 contra o F. C. do Porto.

Zico - Melhores Momentos (Música - Camisa 10 Da Gávea)

Faz no dia 3 de Março 57 anos que nasceu o futebolista brasileiro ZICO

Faz no dia 3 de Março 182 anos que nasceu Bulhão Pato, poeta Português

Bulhão Pato (Raimundo António de).
n.  3 de Março de 1829.
f. 

Poeta contemporâneo, 2.º oficial da 1.ª repartição da direcção geral do comércio e industria, sócio da Academia Real das Ciências. 
N. a 3 de Março de 1829 em Bilbau, nas províncias vascongadas, e foi criado em Deusto, pequena e risonha povoação assentada sobre o rio, a uma légua da cidade. Era filho de Francisco de Bulhão Pato, poeta e fidalgo português, e de D. Maria da Piedade Brandy. 
Na sua infância estava Espanha entregue aos horrores da guerra civil, deram-se os três cercos de Bilbau, e a família Bulhão Pato depois de sofrer grandes transtornos e inclemências, decidiu abandonar a casa onde vivia, e em 1837 retirou-se para Portugal. Os primeiros rudimentos de leitura, gramática, escrita e de língua francesa, aprendeu-os com seus pais. Depois de frequentar o colégio da rua do Quelhas, matriculou-se na Escola Politécnica em 1845. Desde então, contando apenas 15 anos, começou a conviver com as primeiras capacidades literárias e políticas daquela época, como Alexandre Herculano, Garrett, Andrade Corvo, Latino Coelho, Mendes Leal, Rebelo da Silva, Gomes de Amorim, Zaluar, etc.; por vezes via-se na casa de Herculano, em Ajuda, na de Garrett e na de José Estêvão, onde costumavam reunir-se os homens de letras mais notáveis. Este convívio desenvolveu-lhe ainda mais o seu estro poético, que desde criança se manifestara. Os seus versos eram tão espontâneos e tão naturais, que o consagraram verdadeiro poeta. 
Publicou o seu primeiro livro em 1850, com o título de Poesias de R. A. de Bulhão Pato; em 1862 apareceu o seu segundo livro, Versos de Bulhão Pato,e em 1866 o poema Paquita. Estes livros tiveram um grande sucesso literário, Acerca da Paquita, escreveram Alexandre Herculano e Rebelo da Silva palavras muito elogiosas. Publicaram-se depois, em 1867 as Canções da Tarde; em 18 70 as Flôres agrestes; em 1871 as Paizagens, em prosa; em 1873 os Canticos e satyras; em 1881 o Mercador de Veneza; em 1879Hamlet, traduções das tragédias de Shakespeare, de Ruy Blas de Victor Hugo, 1881 seguindo-se outras publicações: Satyras, Canções e Idyllios; o Livro do Monte, em 1896, de que a imprensa muito se ocupou. Para o teatro, parece que escreveu apenas uma comédia em 1 acto, Amor virgem n'uma peccadora, que se representou no teatro de D. Maria em 1858, sendo publicada nesse mesmo ano. O Sr. Bulhão Pato tem sido colaborador em diferentes jornais: Pamphletos, 1858; a Semana, Revista Peninsular, Revista Contemporanea, Revista Universal, etc. Duas vezes foi convidado para deputado, mas sempre se recusou. A sua biografia encontra-se na Revista Contemporanea, 1.° vol., de 1861, a pág. 539, escrita por L. A. Rebelo da Silva, e no Occidente, vol. XIV, de 1891, pág. 10 e seguintes, escrita pelo sr. conde de Valenças. No Occidente de 15 de Dezembro de 1896 e números seguintes, também se encontra um artigo do Sr. Zacarias de Aça acerca doLivro do Monte.

Alexander Graham Bell

No aniversário de Alexander Bell, 3/02/1847

Faz no dia 3 e Março de 2010 163 anos que nasceu Alexander Bell

Alexander Graham Bell, nasceu na Escócia (1847-1922), tendo emigrado para o Canadá em 1870.  Seu pai, especialista em elocução, desenvolveu um método de ensinar a pronunciar as palavras. Isso implicou um código escrito de linhas rectas e curvas.
Bell tornou-se professor de elocução e, quando a sua mãe ficou surda, interessou-se pelos problemas que as pessoas surdas enfrentam. Decidiu usar o código do pai para ensinar crianças atingidas pela surdez. Bell estava interessado em converter a fala em sinais eléctricos que pudessem ser transmitidos através de um cabo.
Bell precisava de ajuda nas suas experiências e pediu a Thomas Watson que fosse seu assistente e ambos descobriram uma maneira de transformar a fala humana, por meio de um transmissor de telefone, em corrente eléctrica variada.  A corrente, viajando por um fio eléctrico até ao receptor de outro telefone, vibrava, ao chegar, num disco e recriava a fala original.
Registou a patente do primeiro telefone em 1876 e, um ano mais tarde viajou para a Inglaterra para promover a sua invenção. Bell juntou-se ao inventor americano Thomas Edison para construírem vários novos telefones.
Em 1877, abria a primeira estação telefónica no Connecticut, nos Estados Unidos

Faz no dia 3 de Março de 2010 555 anos que nasceu D.João II, rei de Portugal

Filho de D. Afonso V e de D. Isabel de Coimbra, D. João II foi casado com D. Leonor de Viseu. 

No início do seu reinado numa linha marcadamente centralizadora, atacou fortemente as grandes casas senhoriais (em particular a de Bragança). O duque de Bragança é executado em Évora e no ano seguinte, o duque de Viseu, D. Diogo, seu primo e cunhado, é chamado ao palácio e esfaqueado pelo próprio rei por suspeitas de conspirar contra ele. Muitas outras pessoas foram executadas, assassinadas ou exiladas para Castela. Depois destes acontecimentos, mais ninguém em Portugal ousou desafiar o rei, que não hesitava em fazer justiça pelas suas próprias mãos. 

D. João II foi um grande defensor e impulsionador da política de exploração marítima. Os descobrimentos portugueses foram uma prioridade governamental, assim como a busca do caminho marítimo para a Índia. 

Cristóvão Colombo pediu apoio a D. João II para a sua viagem à India mas este recusou, provavelmente porque sabia que Colombo partia de uma suposição que o rei sabia estar errada (D. João II estava decidido a chegar à Índia pelo ocidente, contornando África) 

De facto, Cristóvão Colombo chegou ao continente americano em 1492, pensando ter chegado à India. Até à sua morte, esteve convencido desse facto. 

D. João II não deixou descendência pois quase no final do seu reinado o seu único filho legítimo faleceu em consequência de uma queda de cavalo. 

Em testamento redigido por si, em Alcácer do Sal, designou como seu sucessor o seu primo e cunhado, D. Manuel. 

Elvis Presley

Foi no dia 3 de Março de 1955 que Elvis Presley aparece pela 1ª vez na televisão-

Personalidade do Ano da revista Time

Faz dia 3 de Março 87 anos que começou a publicação da Revista TIME.

Faz no dia 3 de Março 92 anos que foi assinado o Tratado de Brest-Litovsk

Tratado de Brest-Litovsk

Tratado de paz assinado no local que designou o seu nome, Brest-Litovsk, entre as potências beligerantes da Rússia e dos estados da Europa Central (Alemanha, Áustria-Hungria, Turquia e Bulgária), a 3 de Março de 1918. 
As duas partes intervenientes nos conflitos armados desenrolados durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), acordaram neste tratado em pôr fim às hostilidades. 
O Governo bolchevique que depôs Aleksandr Kerensky, em 1917, empenhou-se na pacificação das suas relações com as potências centrais. O armistício assinado em Dezembro de 1917 resultou numa conferência de paz. O líder russo Leon Trotsky atrasou as discussões e mais tarde os conflitos reacenderam-se. Entretanto, as posições extremaram-se, e com a entrada em cena de Lenine, que temia a destruição do Estado bolchevique, foi acordada a cedência de um vasto conjunto de territórios como a Finlândia, a Polónia, a Estónia e a Ucrânia. Também foram entregues algumas áreas à Turquia. Todavia, o armistício que pôs termo à I Guerra Mundial anulou as disposições acordadas neste tratado.

Foi há 105 anos que Nicolau II criou a Duma (parlamento) Russo

No início do século XX, a Rússia contava com 176 milhões de habitantes, mais do que a soma das populações de Alemanha, França e Inglaterra. Era um país pobre e atrasado tecnologicamente, conhecido como o "celeiro" da Europa por apenas exportar cereais ao Velho Continente. 80% da sua população activa vivia no campo, em muita regiões nem sequer se conhecia o arado. Os camponeses viviam na miséria, trabalhavam a -25ºC, com roupas de pano e botas de papelão. Do outro lado, no Palácio de Inverno, os bailes com a realeza europeia, os uniformes de gala e as prendas luxuosas que o Czar Nicolau II oferecia à sua família sucediam-se constantemente.
Um enorme movimento grevista em 1902-03 precedeu a revolução de 1905. Mas o principal factor detonante dos eventos de 1905 foi a guerra entre Rússia e Japão em 1904. Os russos foram derrotados pelos japoneses, numa guerra motivada pela disputa da região da Manchúria.
As tropas russas foram humilhantemente derrotadas. Os custos da guerra recaíam nos ombros dos trabalhadores e camponeses, que por isso aumentavam a sua oposição à guerra.
Os camponeses viviam na miséria, trabalhavam a -25ºC, com roupas de pano e botas de papelão. Do outro lado, no Palácio de Inverno, os bailes com a realeza europeia, os uniformes de gala e as prendas luxuosas que o Czar Nicolau II oferecia à sua família sucediam-se constantemente.

A partir de finais de 1904, Gapon (1) começa a elaborar, com proletários que defendiam a abolição da autocracia czarista, um documento que suplica ao Czar alguns direitos sociais.
Os camponeses, liderados pelo padre Gapon, acreditando que o czar não tinha a consciência de que o povo passava fome e miséria, reuniram-se, e mais de 200 mil pessoas dirigiram-se até ao Palácio de Inverno. Segundo algumas fontes, durante a caminhada eram cantadas músicas religiosas, e também a canção nacional "Deus Salve o Czar", muitos manifestantes carregavam ícones religiosos e retratos do Czar, a quem até então as massas não identificavam como um inimigo de classe, como revelam os termos da petição:
«Majestade! Nós, operários da cidade de São Petersburgo, as nossas mulheres, os nossos filhos e os nossos velhos pais inválidos, viemos a V. Majestade à procura de justiça e protecção (...) somos compelidos cada vez mais para o abismo da miséria, da ausência de direito, da ignorância. O despotismo e a arbitrariedade nos esmagam, e estamo-nos a afogar. O que nós pedimos é pouca coisa. Só pedimos aquilo sem o qual a vida não é vida, mas prisão de forçados e tortura infinita. O nosso primeiro pedido era que os nossos patrões examinassem, connosco, as nossas necessidades; mas mesmo isso foi-nos recusado, recusaram-nos o direito de falar das nossas necessidades, achando que a lei não nos reconhece este direito. Eis o que está diante de nós, Majestade, é isto o que nos concentrou junto aos muros do seu palácio. É aqui que estamos à procura da nossa última salvação. Não recuse protecção ao seu povo; tire-o do túmulo do arbitrário, da miséria, da ignorância».
O Czar vê o povo reunido e ordena aos cossacos (tropas de soldados imperiais) o extermínio das massas. A neve que os camponeses pisavam ficou vermelha, os disparos só pararam quando uma multidão de corpos colapsou a avenida. Dezenas de camiões intervieram na retirada dos cadáveres.
Há 100 anos atrás ocorreu o ensaio geral da onda revolucionária que iria varrer a História do século XX: a Revolução Russa de 1905. Esta primeira revolução, de facto, foi o culminar de todo um longo processo de luta operária e camponesa no Império Russo. Como Rosa Luxemburg muito bem analisou: «a Revolução que rebentou em Janeiro de 1905 foi buscar a sua influência directa à gigantesca greve geral que se deu em Bacu, no Caúcaso, em Dezembro de 1904. Estes eventos de Bacu, por sua vez, foram a última e poderosa ramificação das tremendas greves e manifestações que atravessaram todo o sul da Rússia em 1903 e 1904, que tiveram como prólogo a greve de massas de Batum em Março de 1902. Esta foi, portanto, o reavivar de outras grandes greves e movimentações da classe trabalhadora que em 1896 e 1897 tinha levado a cabo a estrondosa greve dos trabalhadores têxteis de São Petersburgo».
A selvagem reacção do governo czarista no "Domingo Sangrento", em vez de provocar um refluxo no movimento operário, fez explodir a energia revolucionária das massas, surpreendendo as suas próprias direcções e aterrorizando a autocracia. Em 10 de Janeiro, levantaram-se barricadas em São Petersburgo. Rapidamente, a greve se estendeu por todo o país, mobilizando 400.000 trabalhadores ainda durante o mês de Janeiro. A onda revolucionária atingiu a Polónia, os Estados bálticos, Geórgia, Arménia e a Rússia Central. Nos meses que se seguiram ao "Domingo Sangrento", um milhão de operários entraram em greve em todo o império russo. "As massas proletárias" - afirmava Trotsky - "estavam agitadas no verdadeiro coração da sua existência. Por quase dois meses, sem nenhum plano, em muitos casos sem levantar nenhuma reivindicação, parando e recomeçando, obedeciam só ao instinto de solidariedade, a greve dominou o país" (León Trotsky, A Revolução de 1905).
Assustado com o crescimento do movimento grevista, o czar Nicolau II publicou um manifesto em 18 de Fevereiro, em que fazia promessas de uma Constituição e de reformas.
As pressões sobre o governo imperial czarista levou-o a promulgar o "Manifesto de Outubro" em 1905, no qual fazia promessa liberais, tentando acalmar a oposição ao seu governo. Entre essas promessas, além de transformar o seu governo numa monarquia constitucional, o czar prometia a adopção da DUMA (2), ou seja, uma Assembleia Nacional Parlamentar com a finalidade de exercer um poder de carácter legislativo. Seria eleita com base na afiliação político partidária e estender-se-ia a todos os partidos, incluindo os revolucionários mais radicais.

Porém, esta manobra (criação das Dumas e outras cedências), que tinha como objectivo apenas dividir o movimento e acalmar o ânimo da classe operária, não teve efeito e as greves intensificaram-se ainda mais. O espírito revolucionário do proletariado das cidades atingiu o campo, provocando revoltas camponesas com ocupações de terras. A agitação camponesa repercutiu-se no exército, provocando insurreições e motins. Um dos levantamentos militares mais importantes foi o dos marinheiros do Couraçado Potemkin, apoiado pela greve geral da classe operária de Odessa.
A sublevação do Potemkin começou em 14 (27) de Junho de 1905. Na cidade de Odessa, onde a greve geral tinha sido declarada, as condições favoráveis para a unidade de acção dos operários e marinheiros não foram aproveitadas. A organização bolchevique na cidade estava gravemente fragilizada por uma série de prisões. Os mencheviques manifestaram-se contra a insurreição armada e deixaram escapar a possibilidade de uma luta ofensiva conjunta de operários e marinheiros.

O governo czarista enviou ordens para que toda a frota do mar Negro sufocasse a revolta, mas os marinheiros negaram-se a disparar contra seus companheiros do navio sublevado e o comando viu-se obrigado a retirar a esquadra para evitar que a revolta se propagasse. Depois de vaguear onze dias pelo mar, o Potemkin, privado de víveres e de carvão, atracou na Roménia, onde os marinheiros se entregaram às autoridades locais. A maioria ficou no estrangeiro. Os que retornaram à Rússia foram detidos e julgados. A revolta havia fracassado, mas o facto da tripulação do maior navio de guerra do império russo ter-se somado à revolução constituiu um passo significativo no desenvolvimento da luta pelo fim do czarismo.

Notas:

1) Georgi Apollonovich Gapon (em russo, Георгий Аполлонович Гапон; 1870 - 10 de Abril de 1906)
Foi um sacerdote Ortodoxo Russo e um líder popular da classe operária antes da Revolução Russa de 1905.Gapon era filho dum fazendeiro rico da região de Poltava. Foi educado num seminário. Após à morte da sua mulher passa a viver em São Petesburgo onde se licencia na academia de teologia em 1903.
O Padre Gapon organizou a Assembleia de Operários Industriais Russos de São Petesburgo, apoiada pelo Departamento da Polícia e pela polícia secreta de São Petesburgo, a Ojrana. Os objectivos da Assembleia consistiam em defender os direitos dos trabalhadores e aumentar a sua moral e fé religiosa. Só as pessoas afiliadas á confessão ortodoxa podiam aceder aos seus cargos. Em breve, a organização conseguiria contar com 12 divisões e 8000 membro. Gapon tentou expandir as suas actividades para Kiev e Moscovo.
A 9 de janerio (22 de janerio C.G.), um dia depois do começo da greve geral em São Petesburgo, Gapon organizou uma marcha de operários, com o fim de apresentar um comunicado ao czar, que acabaria em tragédia (Domingo Sangrento). Os seus seguidores salvaram-lhe a vida naquele dia. Após este acontecimento, o padre Gapon, excomunhou o imperador e suplicou aos trabalhadores que actuassem contra o regime. Muito cedo o Padre Gapon fugiria para o estrangeiro, onde manteve estreito contacto com o Partido Social-Revolucionário. Após o manifesto de Outubro voltou à Rússia e continuou à sua relação com a Orjana. Suspeito de ser um agente provocador, Gapon foi enforcado numa cabana finlandesa pelas mãos de Pinhas Rutenberg, pondo em prática uma sentença emitida pela direcção do Partido Social-Revolucionário.

2) As Dumas:
A primeira Duma foi eleita em Março de 1906. Mais de 40 partidos e grupos políticos estavam representados com predomínio dos "cadetes", afectos à burguesia. Quando começou os seus trabalhos, a Duma mostrou-se demasiado liberal para a administração czarista, levando o governo a dissolvê-la;

A segunda Duma reuniu-se em Março de 1907. Era uma Duma hostil ao governo imperial e dela fazia parte Lenine e os bolcheviques e por isso foi dissolvida mais depressa que a primeira.
O governo fez algumas mudanças no processo eleitoral para escolha dos representantes da Duma de forma a favorecer os partidos mais conservadores.

A terceira Duma, beneficiada pelas mudanças do processo de eleição, possuía nas suas fileiras uma maioria de representantes da direita conservadora e cumpriu, integralmente, o seu mandato de cinco anos. Apesar do seu aspecto conservador, essa Duma introduziu muitas reformas; concedeu direitos civis aos camponeses ao introduzir a justiça local e a expansão do sistema educacional.

Foi há 207 anos que foi fundado o Colégio Militar em Lisboa

Criado há quase dois séculos, numa conturbada época da vida nacional, o Colégio Militar surgiu não por força de qualquer decreto friamente concebido numa secretaria, mas por iniciativa de um homem cuja vida constitui aliciante exemplo de dádiva total ao serviço da Pátria, desde o dia em que, com 14 anos incompletos, sai da sua aldeia transmontana para se alistar voluntariamente nas fileiras do Exército: o Marechal António Teixeira Rebelo ( 1750 - 1825 ). Evocá -lo é trazer à lembrança o perfil moral de uma grande figura de soldad o e educador. Filho de modestos lavradores, nasceu em 17 de Dezembro de 1750, em Cumieira, humilde aldeia transmontana.
Foi sua coroa de glória incontestável a fundação do Colégio Militar. Deu-lhe ensejo para isso o ser nomeado em 1802, comandante do Regimento de Artilharia da Corte, unidade militar aquartelada no Forte da Feitoria, a par de S. Julião da Barra.
Era  então coronel. Preocupado com a ocupação e educação das crianças e jovens familiares da sua guarnição e de civis da região, cria, na Feitoria anexa, uma escola cujos agentes de ensino seriam os próprios militares do seu Regimento.
Nasce assim, o Colégio da Feitoria em data que se consagrou ser o dia 3 de Março de 1803. Os primeiros alunos ali educados distinguem-se pelos seus conhecimentos militares, pelo seu comportamento e bravura nas campanhas contra as tropas invasoras de Napoleão.
Desde o seu nascimento o Colégio esteve instalado em diversos locais ao longo de toda a sua vida. Inicialmente, foi seu berço a Feitoria, de 1803 a 1813. Por portaria de 1814 o Colégio é transferido para o edifício do Hospital de Nossa Senhora dos Prazeres, na Luz, com a designação de Real Colégio Militar, onde permanece até 1835.
Depois passa para a extinta Congregação dos Missionários, denominada de Rilhafóles ( o efectivo havia sofrido um aumento substancial, nesta altura ), onde esteve de 1835 a 1848. Em 1848 é transferido para Mafra onde fica até 1859. Novamente na Luz até 1870, volta a Mafra até 1873, ano em que regressa para a Luz, onde se tem mantido até aos nossos dias.

Parada no Colégio Militar

Nos 207 anos da fundação do Colégio Militar. O Colégio Militar foi fundado a 3 de Março de 1803.

Efemérides do dia 3 de Março de 2010


Principais acontecimentos registados no dia 03 de Março: 

1431- O bispo Gabriele Condulmer é eleito Papa Eugénio IV. 

1455 - Nasce Rei João II de Portugal. 

1585- O Teatro Olímpico, projectado pelo arquitecto Andrea Palladio, é inaugurado em Vicenza. 

1605 - Morre Papa Clemente VIII. 

1638- A aliança franco-sueca é renovada por três anos. 

1803 - O Marechal Teixeira Rebelo funda, em Lisboa, o colégio militar. 

1805 - Nasce Jonas Furrer, primeiro presidente da Confederação Suíça. 

1808 - Forças francesas, comandadas por Joachim Mrat, ocupam Madrid (Espanha).

1832 - D. Pedro IV, de Portugal, assume a regência do reino. 

1839 - Nasce Jamsetji Tata, indiano, pioneiro da indústria moderna. 

1847 - Nasce Alexander Graham Bell, inventor escocês. 

1857 - A França e o Reino Unido declaram guerra à China. 

1861 - Abole-se a escravatura na Rússia. 

1864 - Nasce Mindaugas II da Lituânia, e é eleito rei. 

1687 - Domingos Jorge Velho compromete-se a conquistar e destruir os negros de Palmares. (Brasil). 

1878 - A Bulgária consegue a sua independência do Império Otomano. 

1891 - Morre Arthur Drewry, inglês ex-presidente da FIFA. 

1896 - Assina-se a paz de Bucareste, entre a Sérvia e a Bulgária. 

1904 - O Kaiser Wilhelm II da Alemanha torna-se a primeira pessoa a fazer uma gravação sonora de um documento político, usando o cilindro de Thomas Edison. 

1905 - O Tsar Nicolau II da Rússia concorda em criar uma assembleia legislativa (a Duma). 

1918 - Rússia, Áustria e Alemanha assinam o Tratado de Brest-Litovsk, que marca a saída da Rússia da I Guerra Mundial e abre caminho para a independência da Finlândia, Estónia, Letónia, Lituânia e da Polónia. 

- Nasce Arthur Kornberg, bioquímico estado-unidense, ganha o prémio Nobel de Medicina em 1959. 

1919 - Finlândia: realiza as primeiras eleições parlamentares após a guerra Civil. 

1932 - As forças chinesas são forçadas pelos japoneses a abandonar Xangai. 

1938 - Descobre-se petróleo na Arábia Saudita. 

1939 - Em Bombaim, Mohandas Gandhi inicia jejum em protesto ao governo autocrático da Índia. 

- Cincos pessoas morrem num incêndio criminoso que atinge a sede do jornal comunista Norrskensflamman em Lulea, na Suécia. 

1955 - A Grécia, Jugoslávia e a Turquia estabelecem um conselho parlamentar representativo. 

1956 - A França reconhece a independência de Marrocos. 

1965 - Seretze Khama, eleito primeiro presidente da Behcuanalandia, inaugura o primeiro governo negro do país, que atingiria a independência no ano seguinte com o nome de Botswana. 

1969 - A NASA lança a Apollo 9 para testar o módulo Lunar, durante o projecto Apollo. 

1974 - Um avião comercial das linhas aéreas turcas despenha-se numa floresta perto de Paris (França), provocando a morte de 345 pessoas que seguiam a bordo. 

- Líderes da Igreja Católica Apostólica Romana e do Luteranismo chegam a um acordo para uma eventual reconciliação, realizando o primeiro acordo entre as duas igrejas desde a reforma Protestante. 

1980 - O dirigente do Zimbabwé, Robert Mugabe, obtém uma vitória esmagadora nas eleições que conduziriam o país independência. 

1981 - Diogo Freitas do Amaral é eleito, por unanimidade, em Bruxelas, presidente da União Europeia das Democracias Cristãs (UEDC). 

1985 -Termina a greve dos mineiros britânicos, que se prolongava há 356 dias. 

1987 - A GNR descobre que Victor Jorge, 38 anos, que matara, na madrugada de dia 2, na zona da Amieira, Leiria, a mulher e a filha mais velha, assassinara, anteriormente, outras cinco pessoas. 

- Morre o actor norte-americano Danny Kaye aos 74 anos de idade. 

1988 - O Partido Liberal e o Partido Social Democrata fundem-se na terceira maior força política da Grã-Bretanha, o partido Social e Liberal Democrata (SLDP). 

1991 - Miguel Trovoada é eleito presidente da República de São Tomé e Príncipe, com 81 por cento dos votos, sucedendo a Manuel Pinto da Costa, no poder desde a independência, em 1975. 

1995 - Chega ao fim a acção humanitária dos boinas azuis das Nações Unidas na Somália. 

1996 - O partido popular, de José Maria Aznar, vence as eleições legislativas em Espanha. 

- Morre a escritora francesa Marguerite Duras aos 81 anos de idade. 

1997 - Inaugura-se a mais alta estrutura do Hemisfério Sul, Sky Tower no centro de Auckland, Nova Zelândia, após dois anos e meio de construção. 

2001 - A cidade de Sirte na Líbia, nasce a União Africana, que entretanto precisa da ratificação do tratado que a institui pelomenos 36 Estados. 

- O presidente da Assembleia Nacional angolana, Roberto de Almeida, visita a República do Burkina Faso, a convite do seu homólogo, Malengue Traoré.

2005- Zimbabwé liberta sessenta e dois dos 65 alegados mercenários sul-africanos detidos em Março de 2004 por violarem as leis de imigração. 

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Este é o sexagésimo terceiro dia do ano. Faltam 303 dias para o termo 2010. 

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E para o Nelson Ned Parabéns!

Tudo Passará-Nelson Ned

Faz hoje 63 anos que nasceu o actor brasileiro Nelson Ned