Previsão do Tempo

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Juntos, na União ou na fragmentação



Soromenho Marques, hoje, no "DN"

Entre 2007 e 2013 desvaneceu-se o mito da terceira via. Dizia-se, durante décadas, que a Europa saída da guerra iria construir, com os "pequenos passos" de Schuman e Monnet, um novo corpo político que não seria nem um mero sistema internacional (onde a lógica do mais forte acaba por prevalecer) nem uma união federal (que a avareza dos governantes nacionais sempre considerou um remédio demasiado amargo). A União Europeia seria uma inovação radical na história, retirando o melhor da coesão cultural, que se apura no seio das nações, e o melhor da solidariedade, que só é possível no seio da partilha federal de soberania.
A dura verdade, posta a nu pela "crise da dívida", é a de que a Europa continua a ser, dominantemente, um sistema internacional onde os atores são Estados, fazendo jogos de soma zero, em que os mais fracos perdem para os mais fortes. Os tratados e instituições comuns são meros instrumentos, válidos enquanto não prejudicam os supostos interesses dos Estados que apresentam os ativos mais sólidos e convincentes, sobretudo económicos. Os povos e os cidadãos continuam na margem do palco europeu, impotentes para expressar com utilidade a sua voz, ou sequer a sua angústia.
Passaram quase setenta anos desde que as armas se calaram nas margens do Reno e do Danúbio. Eis-nos regressados, pela terceira vez num século, ao drama de uma "Europa Alemã". O mais grave é que em Berlim poucos aparentam ter consciência de que isso deveria ser um sinal de alerta para o tsunami que se aproxima. A hegemonia germânica hoje é económica, mas a degradação das assimetrias de força entre os Estados pode fazer estalar o verniz, mais depressa do que se julga. Hollande nunca o fará, mas Marine Le Pen, num futuro que espero jamais venha a ocorrer, não hesitaria em recordar a Berlim que a base última do poder efetivo está sempre na ponta das baionetas, que hoje são os arsenais nucleares. Essas baionetas falam inglês e francês. Jamais falarão alemão.
Mas a sorte dos alemães está ligada à sorte de todos os outros europeus. É claro que teremos muitos e graves problemas a solucionar, começando na refundação da União Económica e Monetária, e na reforma política de uma Europa que se cristalizou em instituições e rotinas contrárias ao republicanismo e à democracia. Mas a questão vital passa por aceitarmos que, como europeus, constituímos uma comunidade de destino. Estamos condenados a ficar juntos. Seja na vitória sobre preconceitos e rancores, criando uma Europa federal, governada por leis e cidadãos, unida na sua pluralidade perante os titânicos desafios do futuro. Seja no abismo de pobreza e violência a que o regresso a uma Europa da "balança do poder", cega pelo ódio, acabaria por nos lançar.

Sua Alteza Real, D. Mário Soares


Sua Alteza Real, D. Mário Soares

Clara Ferreira Alves, no Expresso
Tudo o que aqui relato é verdade. Se quiserem, podem processar-me.
Eis parte do enigma. Mário Soares, num dos momentos de lucidez que
ainda vai tendo, veio chamar a atenção do Governo, na última semana,
para a voz da rua.
A lucidez, uma das suas maiores qualidades durante uma longa carreira
politica. A lucidez que lhe permitiu escapar à PIDE e passar um bom
par de anos, num exílio dourado, em hotéis de luxo de Paris.
A lucidez que lhe permitiu conduzir da forma "brilhante" que se viu o
processo de descolonização.
A lucidez que lhe permitiu conseguir que os Estados Unidos
financiassem o PS durante os primeiros anos da Democracia.
A lucidez que o fez meter o socialismo na gaveta durante a sua
experiència governativa.

A lucidez que lhe permitiu tratar da forma despudorada amigos como
Jaime Serra, Salgado Zenha, Manuel Alegre e tantos outros.
A lucidez que lhe permitiu governar sem ler os "dossiers"..
A lucidez que lhe permitiu não voltar a ser primeiro-ministro depois
de tão fantástico desempenho no cargo.
A lucidez que lhe permitiu pôr-se a jeito para ser agredido na Marinha
Grande e, dessa forma, vitimizar-se aos olhos da opinião pública e
vencer as eleições presidenciais.
A lucidez que lhe permitiu, após a vitória nessas eleições, fundar um
grupo empresarial, a Emaudio, com "testas de ferro" no comando e um
conjunto de negócios obscuros que envolveram grandes magnatas
internacionais.
A lucidez que lhe permitiu utilizar a Emaudio para financiar a sua
segunda campanha presidencial.
A lucidez que lhe permitiu nomear para Governador de Macau Carlos
Melancia, um dos homens da Emaudio.
A lucidez que lhe permitiu passar incólume ao caso Emaudio e ao caso
Aeroporto de Macau e, ao mesmo tempo, dar os primeiros passos para uma
Fundação na sua fase pós-presidencial.
A lucidez que lhe permitiu ler o livro de Rui Mateus, "Contos
Proibidos", que contava tudo sobre a Emaudio, e ter a sorte de esse
mesmo livro, depois de esgotado, jamais voltar a ser publicado.
A lucidez que lhe permitiu passar incólume as "ligações perigosas" com
Angola, ligações essas que quase lhe roubaram o filho no célebre
acidente de avião na Jamba (avião esse transportando de diamantes, no
dizer do então Ministro da Comunicação Social de Angola).

A lucidez que lhe permitiu, durante a sua passagem por Belém, visitar
57 países ("record" absoluto para a Espanha - 24 vezes - e França -
21), num total equivalente a 22 voltas ao mundo (mais de 992 mil
quilómetros).
A lucidez que lhe permitiu visitar as Seychelles, esse território de
grande importância estratégica para Portugal, aproveitando para dar
uma voltinha de tartaruga.
A lucidez que lhe permitiu, no final destas viagens, levar para a
Casa-Museu João Soares uma grande parte dos valiosos presentes
oferecidos oficialmente ao Presidente da Republica Portuguesa.
A lucidez que lhe permitiu guardar esses presentes numa caixa-forte
blindada daquela Casa, em vez de os guardar no Museu da Presidência da
Republica.
A lucidez que lhe permite, ainda hoje, ter 24 horas por dia de
vigilância paga pelo Estado nas suas casas de Nafarros, Vau e Campo
Grande.
A lucidez que lhe permitiu, abandonada a Presidência da Republica,
constituir a Fundação Mário Soares. Uma fundação de Direito privado,
que, vivendo à custa de subsídios do Estado, tem apenas como única
função visível ser depósito de documentos valiosos de Mário Soares. Os
mesmos que, se são valiosos, deviam estar na Torre do Tombo.
A lucidez que lhe permitiu construir o edifício-sede da Fundação
violando o PDM de Lisboa, segundo um relatório do IGAT, que decretou a
nulidade da licença de obras.
A lucidez que lhe permitiu conseguir que o processo das velhas
construções que ali existiam e que se encontrava no Arquivo Municipal
fosse requisitado pelo filho e que acabasse por desaparecer
convenientemente num incêndio dos Paços do Concelho.
A lucidez que lhe permitiu receber do Estado, ao longo dos últimos
anos, donativos e subsídios superiores a um milhão de contos.
A lucidez que lhe permitiu receber, entre os vários subsídios, um de
quinhentos mil contos, do Governo Guterres, para a criação de um
auditório, uma biblioteca e um arquivo num edifico cedido pela Câmara
de Lisboa.
A lucidez que lhe permitiu receber, entre 1995 e 2005, uma subvenção
anual da Câmara Municipal de Lisboa, na qual o seu filho era Vereador
e Presidente.
A lucidez que lhe permitiu que o Estado lhe arrendasse e lhe pagasse
um gabinete, a que tinha direito como ex-presidente da República,
na... Fundação Mário Soares.
A lucidez que lhe permite que, ainda hoje, a Fundação Mário Soares
receba quase 4 mil euros mensais da Câmara Municipal de Leiria.
A lucidez que lhe permitiu fazer obras no Colégio Moderno, propriedade
da família, sem licença municipal, numa altura em que o Presidente
era... João Soares.
A lucidez que lhe permitiu silenciar, através de pressões sobre o
director do "Público", José Manuel Fernandes, a investigação
jornalística que José António Cerejo começara a publicar sobre o tema.
A lucidez que lhe permitiu candidatar-se a Presidente do Parlamento
Europeu e chamar dona de casa, durante a campanha, à vencedora Nicole
Fontaine.
A lucidez que lhe permitiu considerar Jose Sócrates "o pior do
guterrismo" e ignorar hoje em dia tal frase como se nada fosse.

A lucidez que lhe permitiu passar por cima de um amigo, Manuel Alegre,
para concorrer às eleições presidenciais mais uma vez.
A lucidez que lhe permitiu, então, fazer mais um frete ao Partido
Socialista.
A lucidez que lhe permitiu ler os artigos "O Polvo" de Joaquim Vieira
na "Grande Reportagem", baseados no livro de Rui Mateus, e assistir,
logo a seguir, ao despedimento do jornalista e ao fim da revista.
A lucidez que lhe permitiu passar incólume depois de apelar ao voto no
filho, em pleno dia de eleições, nas últimas Autárquicas.
No final de uma vida de lucidez, o que resta a Mário Soares? Resta um
punhado de momentos em que a lucidez vem e vai. Vem e vai. Vem e vai.
Vai.... e não volta mais.

Enquanto tivemos empréstimos, já se lembrou que éramos pobres e que a regra é deixar património para os filhos e não uma herança de dividas?Para quem tem memória curta!
Não é por acaso que foi cognominado de viajante
A Moral dum exímio gastador!!!!!
Alguém se lembra do nosso Presidente Soares e das suas viagens?
Vamos lá fazer um resumo de onde foram gastos milhões dos nossos
impostos, só em viagens, com a sua comitiva... tudo pago pelo
contribuinte, claro!1986
11 a 13 de Maio - Grã-Bretanha
06 a 09 de Julho - França
12 a 14 de Setembro - Espanha
17 a 25 de Outubro - Grã-Bretanha e França
28 de Outubro - Moçambique
05 a 08 de Dezembro - São Tomé e Príncipe
08 a 11 de Dezembro - Cabo Verde

1987
15 a 18 de Janeiro - Espanha
24 de Março a 05 de Abril - Brasil
16 a 26 de Maio - Estados Unidos
13 a 16 de Junho - França e Suíça
16 a 20 de Outubro - França
22 a 29 de Novembro - Rússia
14 a 19 de Dezembro - Espanha

1988
18 a 23 de Abril - Alemanha
16 a 18 de Maio - Luxemburgo
18 a 21 de Maio - Suíça
31 de Maio a 05 de Junho - Filipinas
05 a 08 de Junho - Estados Unidos
08 a 13 de Agosto - Equador
13 a 15 de Outubro - Alemanha
15 a 18 de Outubro - Itália
05 a 10 de Novembro - França
12 a 17 de Dezembro - Grécia

1989
19 a 21 de Janeiro - Alemanha
31 de Janeiro a 05 de Fevereiro - Venezuela
21 a 27 de Fevereiro - Japão
27 de Fevereiro a 05 de Março - Hong-Kong e Macau
05 a 12 de Março - Itália
24 de Junho a 02 de Julho - Estados Unidos
12 a 16 de Julho - Estados Unidos
17 a 19 de Julho - Espanha
27 de Setembro a 02 de Outubro - Hungria
02 a 04 de Outubro - Holanda
16 a 24 de Outubro - França
20 a 24 de Novembro - Guiné-Bissau
24 a 26 de Novembro - Costa do Marfim
26 a 30 de Novembro - Zaire
27 a 30 de Dezembro - República Checa

1990
15 a 20 de Fevereiro - Itália
10 a 21 de Março - Chile e Brasil
26 a 29 de Abril - Itália
05 a 06 de Maio - Espanha
15 a 20 de Maio - Marrocos
09 a 11 de Outubro - Suécia
27 a 28 de Outubro - Espanha
11 a 12 de Novembro - Japão

1991
29 a 31 de Janeiro - Noruega
21 a 23 de Março - Cabo Verde
02 a 04 de Abril - São Tomé e Príncipe
05 a 09 de Abril - Itália
17 a 23 de Maio - Rússia
08 a 11 de Julho - Espanha
16 a 23 de Julho - México
27 de Agosto a 01 de Setembro - Espanha
14 a 19 de Setembro - França e Bélgica
08 a 10 de Outubro - Bélgica
22 a 24 de Novembro - França
08 a 12 de Dezembro - Bélgica e França

1992
10 a 14 de Janeiro - Estados Unidos
23 de Janeiro a 04 de Fevereiro - India
09 a 11 de Março - França
13 a 14 de Março - Espanha
25 a 29 de Abril - Espanha
04 a 06 de Maio - Suíça
06 a 09 de Maio - Dinamarca
26 a 28de Maio - Alemanha
30 a 31 de Maio - Espanha
01 a 07 de Junho - Brasil
11 a 13 de Junho - Espanha
13 a 15 de Junho - Alemanha
19 a 21 de Junho - Itália
14 a 16 de Outubro - França
16 a 19 de Outubro - Alemanha
19 a 21 de Outubro - Áustria
21 a 27 de Outubro - Turquia
01 a 03 de Novembro - Espanha
17 a 19 de Novembro - França
26 a 28 de Novembro - Espanha
13 a 16 de Dezembro - França

1993
17 a 21 de Fevereiro - França
14 a 16 de Março - Bélgica
06 a 07 de Abril - Espanha
18 a 20 de Abril - Alemanha
21 a 23 de Abril - Estados Unidos
27 de Abril a 02 de Maio - Grã-Bretanha e Escócia
14 a 16 de Maio - Espanha
17 a 19 de Maio - França
22 a 23 de Maio – Espanha
01 a 04 de Junho - Irlanda
04 a 06 de Junho - Islândia
05 a 06 de Julho - Espanha
09 a 14 de Julho - Chile
14 a 21 de Julho - Brasil
24 a 26 de Julho - Espanha
06 a 07 de Agosto - Bélgica
07 a 08 de Setembro - Espanha
14 a 17 de de Outubro - Coreia do Norte
18 a 27 de Outubro - Japão
28 a 31 de Outubro - Hong-Kong e Macau

1994
02 a 05 de Fevereiro - França
27 de Fevereiro a 03 de Março - Espanha (incluindo Canárias)
18 a 26 de Março - Brasil
08 a 12 de Maio - África do Sul (Tomada de posse de Mandela)
22 a 27 de Maio - Itália
27 a 31 de Maio - África do Sul
06 a 07 de Junho - Espanha
12 a 20 de Junho - Colômbia
05 a 06 de Julho - França
10 a 13 de Setembro - Itália
13 a 16 de Setembro - Bulgária
16 a 18 de Setembro - - França
28 a 30 de Setembro - Guiné-Bissau
09 a 11 de Outubro - Malta
11 a 16 de Outubro - Egipto
17 a 18 de Outubro - Letónia
18 a 20 de Outubro - Polónia
09 a 10 de Novembro - Grã-Bretanha
15 a 17 de Novembro - República Checa
17 a 19 de Novembro - Suíça
27 a 28 de Novembro - Marrocos
07 a 12 de Dezembro - Moçambique
30 de Dezembro a 09 de Janeiro 1995 - Brasil

1995
31 de Janeiro a 02 de Fevereiro - França
12 a 13 de Fevereiro - Espanha
07 a 08 de Março - Tunísia
06 a 10 de Abril - Macau
10 a 17 de Abril - China
17 a 19 de Abril - Paquistão
07 a 09 de Maio - França
21 de Setembro - Espanha
23 a 28 de Setembro - Turquia
14 a 19 de Outubro - Argentina e Uruguai
20 a 23 de Outubro – Estados Unidos
27 de Outubro - Espanha
31 de Outubro a 04 de Novembro - Israel
04 e 05 de Novembro Faixa de Gaza e Cisjordânia
05 e 06 de Novembro - Cidade de Jerusalém
15 a 16 de Novembro - França
17 a 24 de Novembro - África do Sul
24 a 28 de Novembro - Ilhas Seychelles
04 a 05 de Dezembro - Costa do Marfim
06 a 10 de Dezembro - Macau
11 a 16 de Dezembro - Japão

1996
08 a 11 de Janeiro - Angola

Durante os anos que ocupou o Palácio de Belém, Soares visitou 57
países (alguns várias vezes como por exemplo Espanha que visitou 24
vezes e a França 21 vezes), percorrendo no total 992.809 KMS o que
corresponde a 22 vezes a volta ao mundo...

Para quê?
Expliquem ao povo para que serviu tanta viagem…
Eis um dos porquês do nosso recurso ao acordo da troika.Para o qual esta Alteza agora quer deixar de ser " fiel "…

Mário Soares: A obrigação do PS ser fiel ao acordo da troika chegou ao
fim - Economia - Jornal de Negócios

Recebido por email

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Rir com coisas a sério.

É esta a gente que nos governa!...



O DIAP de Lisboa abriu um inquérito-crime contra 14 ministros do Governo Sócrates por ilegalidades no uso de cartões de crédito, subsídios de residência e despesas de representação, avança o Diário Económico.
A Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP) enviou documentos de 14 ministérios do Executivo de Sócrates para o Ministério Público após suspeitas das ilegalidades, explica o DE.
A associação sindical considerou que existiam indícios de uso de dinheiros públicos para fins pessoais, o que poderá tratar-se de crimes de abuso de confiança ou de peculato, escreve ainda o jornal.



10 mil milhões de euros, duvidosos. Estradas de Portugal no banco dos réus? Será?
Os juízes do TC queixam-se de omissão de dados num negócio de 10 mil milhões, que contribuiu para induzir o estado em erro e elevado prejuízo.
É cada vez mais óbvio que os gestores públicos têm por função roubar o patrão (estado) para favorecer amigos. Deve ser uma das exigências que, invariavelmente, faz parte do currículo dos eleitos - bom ladrão e com experiência. Competência para por a empresa a dar lucro isso não é exigido. Aliás veja-se um E-mail onde se discute quem escolher para o BPN, como é que os corruptos escolhem os gestores...
#-O TC aprovou 5 auto-estradas com base em dados incompletos e/ou enganosos? E o argumento do responsável é que - se o Tribunal de Contas queria os papeis que os pedisse...
Suponhamos... eu vou pedir um orçamento a um construtor e ele fornece-me o orçamento com os dados que me levam a concluir que a obra ficará em 200 mil euros. Este ganha a obra por ser o mais barato. Após a obra feita desc...



ARTIGO COMPLETO: http://apodrecetuga.blogspot.com/2012/04/10-mil-milhoes-de-euros-duvidosos.html#ixzz2LSTlnknP

Os 4 mil milhões do FMI estão aqui, na Galilei




Os 4 mil milhões do FMI estão aqui, na Galilei 
O FMI aponta como caminho para os 4 mil milhões novos cortes inteligentes. Mas existem alternativas.
Uma delas é ir directamente ao espólio da Galilei.
A Galilei Grupo é o novo nome da antiga Sociedade Lusa de Negócios (SLN) e a SLN era a detentora do BPN, os tais amigos não-presos.
O BPN que faliu e ofereceu aos contribuintes portugueses um buraco de 9 mil milhões. Mas a Galilei existe, funciona, tem dinheiro e é uma das empresas portuguesas mais ricas em património.
Tudo isso deve voltar para as mãos do Estado!
Os contribuintes têm o direito de exigir!




Coisas que o dinheiro não pode pagar



AMOR, SOLIDARIEDADE, QUANDO É INDISPENSÁVEL
Embora possa impressionar, deve ser observado com atenção até ao fim.

Apelo do Dr. Rath às pessoas da Alemanha, da Europa e de todo mundo.



Vivemos em tempos de mudança!

A partir deste evento realizado a 13.03.2012 em Berlim, o Dr. Rath apela às pessoas na Alemanha e na Europa para assumirem responsabilidades. É um apelo para construir juntamente uma Europa democrática para o povo e pelo povo -- e para um sistema de saúde orientado na prevenção e eliminação de doenças, a nível mundial. Os resultados disponíveis de pesquisa de terapias naturais, cientificamente comprovados, demonstra que a aplicação destes conhecimentos vai diminuir muitas doenças comuns a uma fracção de seu estado presente. Infelizmente, este "mundo deslumbrante sem doenças" não nos é oferecido, pois cada uma destas doenças representa um mercado de biliões para a indústria farmacêutica. Se querermos criar este mundo para nós e para os nossos filhos, então temos que nos empenhar. Agora!

8 de Maio de 1945 " fim da 2ª guerra Mundial na Europa"



Filme feito em 8 de maio de 1945 celebrando o fim da guerra na Europa em Londres.



Faz hoje 68 anos que o exército nazi capitulou. Foi o dia da libertação, o fim do pesadelo europeu e mundial.
Numa altura em que o racismo, a xenofobia e o antissemitismo ameaçam recrudescer, os republicanos devem conjugar esforços para que o Holocausto se não repita, para que a democracia se aprofunde nos seus aspetos políticos, económicos e sociais e, enfim, para que o militarismo e os regimes totalitários sejam contidos.
Recordar o dia 8 de Maio é refletir sobre a violência do Estado, erradicar o antissemitismo e homenagear todas as vítimas que ao longo da história foram perseguidas por preconceitos religiosos, étnicos e culturais.

domingo, 5 de maio de 2013

Portugal vende-se!...

Gordillo, lidera uma cidade em Espanha, à margem do mundo capitalista.



VIDEO DE GORDILLO,
 Lidera uma cidade em Espanha, à margem do mundo capitalista.
Sou apartidário, pelo menos no contexto actual. Não defendo o comunismo nem nenhum dos políticos portugueses que deturparam o regime democrático que escolhemos, e o transformaram numa ditadura capitalista disfarçada, que rejeitamos.
Mas, partidos à parte, libertem-se de preconceitos e avaliem este video, não como um movimento de um partido, mas como um grupo de cidadãos, que decidiram mudar o jogo... Criar uma cidade nova com um sistema anti capitalista! Ou o que quiserem chamar-lhe.
Recusaram largar a peseta, recusam o capitalismo da banca, a especulação e usura imobiliária. Existem casas a 15 euros.
Neste vídeo veja como em Espanha, um povo se isola da sociedade comum, e cria uma sociedade renovada. A sociedade que criamos, vive agarrada à ganancia e aos valores errados, que apenas visam o lucro e não o bem comum. Este video mostra que é possível invertemos este ciclo destrutivo que os governos e as grandes empresas nos impõem, como se fosse o único possível.
Julio Anguita
"Digamos que agora se constituiu uma plataforma consenciente de exemplo de esperança.Como disse antes, é preciso desenvolver a consciência e a determinação para nos incorporarmos na luta democraticamente organizada, mas que tem que começar pelo concreto e pelo imediato."
Para os portugueses que estão cansados de viver na escravatura sustentando a banca, os políticos e as grandes empresas que exploram o país e o povo, acreditam que esta pode ser uma solução?

ARTIGO COMPLETO: http://apodrecetuga.blogspot.com/2013/05/gordillo-lidera-uma-cidade-em-espanha.html#ixzz2SR3o6cb3

RECORDANDO OS VELHOS COROLAS DA WW




Hoje 5 de Maio celebra-se o 195º aniversário do nascimento do grande revolucionário, filósofo, sociólogo e economista Karl Marx.




Karl Heinrich Marx nasceu a 5 de Maio de 1818, na cidade alemã de Trier e morreu em Londres em 1883. No cemitério de Highgate, em Londres, a 17 de Março de 1883, só 11 pessoas se apresentaram no funeral de Marx. Entre elas, o seu amigo de longa data, Friedrich Engels, que não hesitou em declarar que "o nome e a obra de Marx persistirão ao longo dos tempos". Dadas as circunstâncias, esta parecia uma previsão votada ao fracasso. Todavia, Engels tinha razão.
Dada a influência de Marx no mundo contemporâneo, não é de admirar a existência de várias biografias. Há biografias académicas e biografias populares, biografias que pretendem apresentá-lo como um génio do pensamento político e biografias que pretendem apresentá-lo como a incarnação do Mal — um mal que justificou até a intervenção da Nossa Senhora de Fátima, que apesar de parecer não se preocupar com os milhões de pessoas que morriam à fome no Terceiro Mundo, se preocupou com o facto de haver um império comunista e ateu. Prioridades católicas.
A nova biografia de Francis Wheen é um trabalho informado dirigido ao grande público, que não procura apresentar Marx como um demónio nem como um deus, mas como um simples homem. E, neste aspecto, consegue ser uma obra admirável, dando-nos a conhecer a vida de Marx, com as suas contrariedades do dia-a-dia, as suas manias, os seus defeitos e as suas qualidades.
Esta biografia compreende 12 capítulos, uma introdução e três apêndices, além das notas que referem as fontes, dos agradecimentos e do índice analítico. Apresenta-se redigida num estilo directo e despretensioso, por vezes até humorístico, o que ajuda o leitor mais tímido a vencer as páginas ligeiramente densas, onde algumas das ideias importantes de Marx são apresentadas e discutidas. Para quem nada sabe de Marx além de lugares-comuns, esta biografia é um bom ponto de partida.
Marx era filho de um advogado judeu moderadamente progressista, que se converteu ao catolicismo quando a situação política e social a isso o aconselharam. Marx deveria herdar a profissão paterna e foi com esse intuito que foi enviado para a Universidade de Bona e de Berlim. Na altura, Hegel era o santo padroeiro do pensamento de língua alemã, o expoente máximo da filosofia e da cultura, a autoridade insofismável — Marx detestou-o. Pelos mesmos motivos que qualquer pessoa sensata hoje o detesta: o seu estilo grandiloquente, a mania de dizer coisas triviais de maneiras rebuscadas e com a aparência de profundidade, e o pretensiosismo. Marx chegou mesmo a escrever um poema em que escarnece de Hegel, e que hoje poderia ser usado para escarnecer de grande parte do pensamento alemão do século XX.
Apesar de detestar Hegel, Marx cedo começou a interessar-se pela filosofia política e pelos estudos económico-filosóficos. Para consternação do pai, acabou por abandonar o estudo do Direito e dedicou-se ao estudo da Filosofia. Para sua própria consternação, acabou por achar que a filosofia de Hegel era um marco importante da filosofia ocidental, sendo no entanto necessário trazê-la do céu das abstracções espirituais para a terra das preocupações sociais e políticas.
As relações de Marx com a família eram pouco íntegras. Nas suas cartas bajulava o pai e a mãe, mas fugia sistematicamente a visitar a família ou sequer a dar-lhe atenção. Este facto desagradável acerca de Marx tem, todavia, uma atenuante: a sua mãe era extremamente dominadora e o jovem Marx sentia, aparentemente, necessidade de se distanciar da sua protecção subjugadora.
Apesar de conduzir uma vida típica de estudante que gosta de pândegas, Marx apaixonou-se por Jenny, com quem viria a casar e a viver feliz toda a vida. Todavia, só depois de muita pressão por parte de Jenny, cuja família aristocrática era bastante mais rica do que a de Marx, é que ele se decidiu a casar, depois de muitos adiamentos. Aparentemente, Marx sempre colocou a sua vida de estudante sem responsabilidades acima de praticamente tudo e só a insistência de Jenny e o seu próprio amor por ela o terá levado a casar-se, não sem alguma relutância.
Quando Marx terminou o seu doutoramento o clima político tornara impossível que conseguisse ensinar numa Universidade de língua alemã. Apesar de o seu doutoramento versar sobre um tema aparentemente inócuo da filosofia grega antiga, as suas ideias progressistas eram já conhecidas, dadas as suas intervenções públicas em vários jornais, o que lhe arruinou uma possível vida académica. Hoje é irónico pensar que Marx não tenha conseguido ensinar numa Universidade; as iminências pardas que lhe recusaram a vida académica não são hoje mais do que pó que ninguém recorda, ao passo que as ideias e a influência de Marx dificilmente poderia ter sido maior. Uma lição para as más universidades do mundo inteiro — e para as portuguesas onde ainda hoje um pensador inovador jamais seria admitido como professor.
O jornalismo foi a carreira de recurso a que Marx deitou mão. Mas a sua paixão pelas ideias políticas não lhe permitiam um jornalismo confortável; de modo que todos os jornais que dirigiu eram mal vistos pelo poder político, acabando por agravar a sua situação pública.
A escrita de Marx era extremamente persuasiva. Baseada em argumentos por vezes bastante elaborados do ponto de vista lógico, Marx tinha no entanto uma maneira vívida de os apresentar. A sua retórica era calorosa, mas geralmente desastrosa, violando uma das regras fundamentais da escrita argumentativa: Marx era incapaz de escrever sem insultar uma parte substancial do seu próprio público. Na verdade, Marx tinha uma capacidade especial para fazer inimigos, tendo perdido grande parte do seu tempo a escrever diatribes contra personalidades pardas que só ficaram na história precisamente porque Marx escreveu contra elas.
Apesar da sua extraordinária capacidade para fazer inimigos, dado o seu gosto pelo conflito, Marx era capaz de ser tolerante com ideias que ele considerava erradas e disparatadas. Mal se mudou para Paris fez amizade com o poeta romântico Heinrich Heine (1797-1856), uma autoridade no mundo das letras, cujos poemas foram musicados por Schubert e Schumann. Marx tinha desde a juventude uma grande admiração por Heine e não deixou que a religiosidade hesitante de Heine, nem as suas ingenuidades políticas, destruíssem a sua admiração. Eleanor Marx viria a explicar que o seu pai pensava que os poetas eram "excêntricos e temos de permitir que possam ir pelos seus próprios caminhos; não devem ser avaliados pelos mesmos padrões com que avaliamos os homens comuns e nem mesmo pelos padrões com que avaliamos os homens extraordinários".
Um dos primeiros sinais do rumo que haveria de conduzir Marx ao pensamento progressista mais radical do século XX foi o seu ateísmo. Marx rapidamente se apercebeu não apenas das falácias da religião, mas também do facto de estas serem usadas como instrumento político e social para fazer calar os mais pobres e os mais desfavorecidos: "O sofrimento religioso é ao mesmo tempo a expressão do sofrimento real e um protesto contra o sofrimento real. A religião é o suspiro da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração e a alma de condições desalmadas. É o ópio do povo".
Uma das características dos escritos de Marx é a sua lógica, que desarma os leitores menos sofisticados, levando-os a cair no erro comum de pensar que só porque algo é logicamente coerente é verdadeiro. Isto, claro, é falso. A teoria de Ptolomeu é logicamente coerente mas falsa; a coerência não é garantia da verdade. Mas é um facto que qualquer teoria verdadeira tem de ser coerente.
Os escritos de Marx revelam uma boa capacidade de análise das situações políticas e sociais do seu tempo, mas uma capacidade inferencial limitada. Ora, a capacidade para traçar inferências correctas a partir dos dados da experiência ou a partir dos resultados da nossa avaliação de situações dadas é fundamental na construção de teorias. É talvez esta capacidade limitada para traçar inferências que explica o insucesso da doutrina marxista. Todavia, a ideia geral que hoje corre — nomeadamente, a de que o pensamento de Marx nada tem para nos ensinar — é curiosamente falsa.
A ideia de que as sociedades democráticas ocidentais vieram para ficar, paralisando assim a história, que nada mais teria para nos mostrar em termos políticos e sociais, parece condenada ao fracasso. E algumas das razões pelas quais essa ideia parece condenada ao fracasso prendem-se com aspectos já entrevistos por Marx. As sociedades democráticas actuais estão dominadas pelos meios de comunicação de massas, eleições que fazem lembrar concursos televisivos, multinacionais mais poderosas do que Estados, e uma irracionalidade notória na gestão da riqueza e dos recursos naturais. Mas ao contrário do que Marx parecia dizer, o capitalismo não produziu hordas de trabalhadores a viver perto dos níveis de pobreza absoluta. Pelo contrário, as classes médias expandiram-se imenso e hoje os trabalhadores conduzem automóveis caros, compram casas de férias, têm micro-ondas e televisões wide screen. Todavia, a verdade é que parte desta riqueza só é possível graças à exploração de países do terceiro mundo, à exploração irracional dos recursos naturais e ao aprofundamento de uma sociedade desumanizada e febrilmente consumista, egoísta e cega. Poderá Marx ter algo para nos ensinar hoje?
Essa é a opinião do seu mais recente biógrafo, Francis Wheen. Do seu ponto de vista, Marx tem sido mal interpretado. Não temos hordas de proletários nos limites da pobreza? Temos o terceiro mundo, que resulta da exploração capitalista. E temos hordas de desempregados. Todavia, Wheen vai longe de mais. As hordas de desempregados que temos hoje vivem provavelmente muito melhor do que os proletários do século XIX. E não é fácil ver se a fome no terceiro mundo é realmente um resultado da exploração capitalista ocidental, se um resultado da falta de solidariedade e sensibilidade dos próprios proletários do mundo desenvolvido. Por outro lado, os proletários têm cada vez menos importância na nossa sociedade, como força fundamental na produção de riqueza; é o sector terciário que hoje comanda a economia, muito mais do que o primário ou o secundário.
Todavia, há indícios que fazem pensar que os actuais modelos sociais e políticos têm de ser revistos. E talvez Marx constitua um guia importante. Como Wheen sublinha, o Capital, a obra de fundo de Marx, não é apenas um tratado económico, social e político; é também uma obra sobre a felicidade humana e sobre o facto de ela não se poder alcançar de um ponto de vista exclusivamente materialista. Isto pode parecer surpreendente para quem está habituado a encarar Marx como um paladino do materialismo. Mas há aqui uma confusão terminológica. Marx deplorava, de facto, a espiritualidade religiosa — por várias razões sociais e políticas, mas também porque este tipo de espiritualidade é um obstáculo à verdadeira espiritualidade. O que Marx deplorava era um mundo desumanizado pelas relações económicas entre as pessoas. E nesse aspecto o seu pensamento não podia ser mais actual.
Os padrões de vida nunca foram tão elevados para tantas pessoas como hoje em dia nos países desenvolvidos. Todavia, algo de essencial parece faltar. Este é um mundo regido pelo consumismo frívolo, pela mentira da publicidade e da política populista, pela destruição dos recursos naturais, pela comunicação desviante que faz uma multidão gritar num bar sem realmente conversar nem estabelecer relações sociais sólidas. É de duvidar que Marx tenha a receita para a solução destes problemas; é também duvidoso que ele tenha compreendido completamente os mecanismos que conduzem a uma sociedade desumanizada. Mas não é disparatado repensar as suas propostas e reanalisar as suas análises para procurar entrever um modelo de sociedade diferente do actual.
Um dos aspectos mais infelizes do pensamento de Marx foi o facto de ele achar que a chegada da Revolução seria incontornável. Ao longo da sua vida, ao assistir às diversas convulsões sociais que fizeram o seu tempo, Marx procurava incessantemente indícios de que a Revolução do Proletariado estaria prestes a acontecer. No entanto, ela nunca veio. Contudo, talvez uma outra forma de revolução tenha de acabar por acontecer, quando a pressão da falta de recursos ecológicos começar a fazer-se sentir. A ideia de que podemos continuar a viver indefinidamente tal como vivemos hoje é um puro disparate; se todas as pessoas do mundo consumissem a energia que as pessoas dos países desenvolvidos consomem, o planeta não resistiria durante muito tempo. Não se trata de saber se queremos ou não encontrar alternativas para o modelo de sociedade em que hoje vivemos; nós teremos de o fazer. Trata-se é de saber que modelo queremos.
Um dos aspectos curiosos desta biografia de Marx é o facto de nos mostrar uma característica incómoda da sua personalidade: o facto de ser anti-Rússia. Claro que estamos a falar da Rússia dos Czares; mas Marx pensava que se tratava de uma sociedade de tal forma atrasada que só pela pressão dos países desenvolvidos, como a Alemanha, a França ou a Inglaterra, poderia ser levada a alcançar a Revolução. É um lugar-comum dizer que as previsões de Marx falharam porque a tão almejada Revolução do Proletariado não ocorreu em países altamente industrializados e desenvolvidos, como ele previra, mas em países praticamente feudais, como a Rússia e a China. Mas esta é uma crítica injusta. Tanto o regime Chinês como o Russo, e as respectivas revoluções, pouco ou nada tiveram de marxistas, excepto alguns slogans mal compreendidos e retirados do contexto. Marx não desejava uma sociedade policial, sem liberdade de imprensa, nem liberdade política; pelo menos, é o que o seu biógrafo nos quer fazer crer.
Um dos aspectos mais tocantes da vida de Marx foi a sua longa amizade com Engels. Friedrich Engels (1820-95), alemão de nascimento, cedo se estabeleceu na Inglaterra. Tendo herdado um lucrativo negócio, enveredou desde cedo pelo activismo libertário. Era um homem de pensamento límpido e de grande autonomia intelectual. Inteligente, culto, dedicou-se de alma e coração às causas libertárias desde os seus tempos de estudante — e, com igual energia, a uma vida sexual prolixa. Quando conheceu Marx pessoalmente não gostou dele — não gostou da sua ironia que revelava arrogância, do modo como dizia mal de tudo e de todos. Todavia, acabou por reconhecer em Marx um pensamento original poderoso, pontuado por análises devastadoras e rigorosas da sociedade do seu tempo. Acabou por ser o maior amigo de Marx — confidente, financiador, co-autor e até autor fantasma, pois muitos dos artigos publicados em nome de Marx foram efectivamente escritos por Engels.
Um dos aspectos mais caricatos da vida pessoal de Marx, sobretudo quando se instalou em Londres, era o facto de conduzir a sua vida como um burguês respeitável. Como na realidade não era um burguês, apesar de ser uma pessoa respeitável, mas sim um homem sem recursos, andou literalmente toda a vida a fugir do homem do talho e de outros credores. Mas não prescindia de alugar as casas mais caras e de fazer férias nos locais mais caros, onde toda a "sociedade" se mostrava. Isto pode parecer hipócrita da parte de um homem que lutava contra a exploração a que a burguesia votava o proletariado e sem dúvida que há algo de frívolo nesta atitude; mas ela tem uma explicação. O seu amor à causa da libertação humana levou-o a nunca ter emprego certo e a passar por dificuldades financeiras e políticas constantes, tendo nomeadamente sido expulso do seu próprio país. Anos depois, Marx haveria de declarar que de nada se arrependia excepto de ter imposto à sua mulher e filhas uma vida de sacrifícios e dificuldades. Esta era uma das razões pela qual ele procurava ter uma vida tão semelhante quanto possível à de um burguês respeitável: para garantir às suas filhas um futuro — que naquela altura significava um bom casamento, o que implicava pertencer à "sociedade".
A autoridade intelectual de Marx manifestou-se logo desde a sua juventude. Jenny, a sua mulher, tinha uma paixão adolescente e romântica pelo seu revolucionário idealista — e continuou a apoiá-lo durante toda a sua vida. Marx tinha o dom da palavra, o aspecto e o tom de quem tem autoridade e uma visão superior das coisas. Mesmo os seus mais contundentes inimigos lhe reconheciam estas qualidades. Todavia, era um homem cuja "violência" se esgotava nas palavras. Na verdade, era extremamente dedicado à sua família e amigos, sendo extremamente bem-humorado e sempre disposto a passar um serão ou uma tarde a brincar com os seus filhos, que ele adorava acima de tudo.
A vida pessoal de Marx foi tragicamente pontuada pela morte de vários dos seus filhos e, finalmente, da sua mulher — sempre vítimas de doença. Os seus descendentes não tiveram melhor sorte, acabando todos os seus filhos e netos por perecer tragicamente. O único descendente directo de Marx que morreu tranquilamente de velhice já no século XX foi o filho da criada de Marx — um filho ilegítimo de que talvez Marx tenha sido o pai, apesar de não haver certezas a esse respeito. Francis Wheen apresenta novos e persuasivos dados que apontam para a paternidade de Marx. Todavia, nem este deslize conjugal parece ter abalado a felicidade conjugal, não acarretando sequer que a criada em causa tenha sido despedida.
A vida e obra de Marx merecem uma reapreciação. A primeira, para demonstrar que Marx não era nem um Iluminado nem um Demónio, mas apenas um pensador como qualquer outro. A segunda, porque no estado de desertificação actual quanto a modelos alternativos de sociedade, as suas ideias podem muito bem revelar-se inspiradoras, indicando-nos um caminho a seguir — sem que isso se confunda com qualquer tipo de regime soviético, chinês ou cubano. Uma obra a não perder.

Desidério Murcho

Passeio andino!



Sugestão do amigo AJ Neves, radicado do outro lado do Atlântico.



Filhos do 25 de Abril

Filhos do 25 de Abril
26/04/2013 | 00:02 | Dinheiro Vivo


A geração que fez o 25 de Abril era filha do outro regime. Era filha da ditadura, da falta de liberdade, da pobre e permanente austeridade e da 4.ª classe antiga.
Tinha crescido na contenção, na disciplina, na poupança e a saber (os que à escola tinham acesso) Português e Matemática.
A minha geração era adolescente no 25 de Abril, o que sendo bom para a adolescência foi mau para a geração.
Enquanto os mais velhos conheceram dois mundos – os que hoje são avós e saem à rua para comemorar ou ficam em casa a maldizer o dia em que lhes aconteceu uma revolução – nós nascemos logo num mundo de farra e de festa, num mundo de sexo, drogas e rock & roll, num mundo de aulas sem faltas e de hooliganismo juvenil em tudo semelhante ao das claques futebolísticas mas sob cores ideológicas e partidárias. O hedonismo foi-nos decretado como filosofia ainda não tínhamos nem barba nem mamas.
A grande descoberta da minha geração foi a opinião: a opinião como princípio e fim de tudo. Não a informação, o saber, os factos, os números. Não o fazer, o construir, o trabalhar, o ajudar. A opinião foi o deus da minha geração. Veio com a liberdade, e ainda bem, mas foi entregue por decreto a adolescentes e logo misturada com laxismo, falta de disciplina, irresponsabilidade e passagens administrativas.
Eu acho que minha geração é a geração do “eu acho”. É a que tem controlado o poder desde Durão Barroso. É a geração deste primeiro-ministro, deste ministro das Finanças e do anterior primeiro-ministro. E dos principais directores dosmedia. E do Bloco de Esquerda e do CDS. E dos empresários do parecer – que não do fazer.
É uma geração que apenas teve sonhos de desfrute ao contrário da outra que sonhou com a liberdade, o desenvolvimento e a cidadania. É uma geração sem biblioteca, nem sala de aula mas com muita RGA e café. É uma geração de amigos e conhecidos e compinchas e companheiros de copos e de praia. É a geração da adolescência sem fim. Eu sei do que falo porque faço parte desta geração.
Uma geração feita para as artes, para a escrita, para a conversa, para a música e para a viagem. É uma geração de diletantes, de amadores e amantes. Foi feita para ser nova para sempre e por isso esgotou-se quando a juventude acabou. Deu bons músicos, bons actores, bons desportistas, bons artistas. E drogaditos. Mas não deu nenhum bom político, nem nenhum grande empresário. Talvez porque o hedonismo e a diletância, coisas boas para a escrita e para as artes, não sejam os melhores valores para actividades que necessitam disciplina, trabalho, cultura e honestidade; valores, de algum modo, pouco pertinentes durante aqueles anos de festa.
Eu não confio na minha geração nem para se governar a ela própria quanto mais para governar o país. O pior é que temo pela que se segue. Uma geração que tem mais gente formada, mais gente educada mas que tem como exemplos paternos Durão Barroso, Santana Lopes, José Sócrates, Passos Coelho, António J. Seguro, João Semedo e companhia. A geração que aí vem teve-nos como professores. Vai ser preciso um milagre. Ou então teremos que ressuscitar os velhos. Um milagre, lá está.
Pedro Bidarra
Publicitário, psicossociólogo e autor
Escreve à sexta-feira
Escreve de acordo com a antiga ortografia

A obra que orgulha Passos Coelho E Cª - Imagens de Portugal em 2013




Do outro lado da crise há um número cada vez maior de pessoas obrigadas a viver na rua. No último ano terá triplicado o número de sem abrigo e mendigos em Lisboa, mas não há dados oficiais. Só na Estação do Oriente, há noites em que dormem dentro da gare, mais de cem pessoas.