Previsão do Tempo

domingo, 6 de julho de 2014

Uma viagem pela natureza de Portugal continental.

SPIRIT OF LUSITANIA from Daniel Pinheiro - Wildlife Films on Vimeo.

O burro que queria ser cavalo!...




Redacção: O que eu quero ser quando for grande


O que eu quero ser quando for grande

Andava eu na quarta classe e fiz uma redacção
sobre o que eu queria ser um dia quando crescesse
Quero ser um marinheiro, sulcar o azul do mar
vaguear de porto em porto até um dia me cansar
quero ser um saltimbanco, saber truques e cantigas
ser um dos que sobe ao palco e encanta as raparigas
A sessôra chamou-me ao quadro e deixou-me descomposto
Ò menino atolambado, que gracinha de mau gosto
Lá fiz outra redacção, quero ser um funcionário
ser zeloso, ter patrão, deitar cedo e ter horário
ser um barquinho apagado sem prazer em navegar
humilde, bem comportado, sem fazer ondas no mar
A sessôra bateu palmas e deu-me muitos louvores
apontou-me como exemplo e passou-me com quinze valores

Carlos Tê

sábado, 5 de julho de 2014

A Grande Rota da transumância

Grande Rota da Transumância from MPAGDP on Vimeo.

Mãos que fazem, que criam e que transformam!...




O tempo de Sofia!...



Tempo de solidão e de incerteza
Tempo de medo e tempo de traição
Tempo de injustiça e de vileza
Tempo de negação
Tempo de covardia e tempo de ira
Tempo de mascarada e de mentira
Tempo de escravidão
Tempo dos coniventes sem cadastro
Tempo de silêncio e de mordaça
Tempo onde o sangue não tem rasto
Tempo da ameaça.


Sophia de Mello Breyner Andressen

Hoje é sábado e como tal temos música!


Bem te avisei, meu amor
Que não podia dar certo
E que era coisa de evitar
Como eu, devias supor
Que, com gente ali tão perto,
Alguém fosse reparar
Mas não!
Fizeste beicinho e,
Como numa promessa,
Ficaste nua p'ra mim
Pedaço de mau caminho
Onde é que eu tinha a cabeça
Quando te disse que sim?
Embora tenhas jurado
Discreta permanecer
Já que não estávamos sós
Ouvindo na sala ao lado
Teus gemidos de prazer
Vieram saber de nós
Nem dei pelo que aconteceu
Mas mais veloz e mais esperta
Só te viram de raspão
A vergonha passei-a eu
Diante da porta aberta
Estava de calças na mão

sexta-feira, 4 de julho de 2014

A 4 de Julho de 1811, nascia em Godim, Peso da Régua, D. Antónia Adelaide Ferreira



A 4 de Julho de 1811 - faz hoje 203 anos - nascia em Godim, Peso da Régua, D. Antónia Adelaide Ferreira, mais conhecida por Ferreirinha, e foi uma empresária portuguesa de sucesso no século XIX.
Ficou conhecida por se dedicar ao cultivo do Vinho do Porto e pelas notáveis inovações que introduziu. A sua família era muito abastada, possuía muito dinheiro e vinhas.
O pai, José Bernardo Ferreira casou-a com um primo, mas este não se interessou pela cultura da família e esbanjou grande parte da fortuna.
D. Antónia teve dois filhos: uma menina, Maria de Assunção, mais tarde Condessa de Azanbuja, e um rapaz, António Bernardo Ferreira .
Ficou viúva muito nova (33 anos), a viuvez despertou nela a sua verdadeira vocação de empresária.
Sabe-se que a Ferreirinha, como era carinhosamente conhecida, se preocupava com as famílias dos trabalhadores das suas terras e adegas.
Apoiada pelo administrador José da Silva Torres, mais tarde seu segundo marido, Antónia Adelaide Ferreira lutou contra a falta de apoios dos sucessivos governos, mais interessados em construir estradas e comprar vinhos espanhóis. Debateu-se contra a doença da vinha, a filoxera e deslocou-se a Inglaterra para obter informação sobre os meios mais modernos e eficazes de combate a esta peste, bem como processos mais sofisticados de produção do vinho.
A Ferreirinha investiu em novas plantações de vinhas em zonas mais expostas à radiação solar, sem abandonar também as plantações de oliveiras, amendoeiras e cereais.
A Quinta do Vesúvio, uma das suas muitas propriedades, era por ela percorrida e vigiada de perto. No ano de 1849 a produção vinícola era já de 700 pipas de vinho. Mercê de bons acordos, grande parte dos vinhos foi exportada para o Reino Unido, ainda hoje o primeiro importador de Vinho do Porto.
Quando faleceu, em 1896, deixou uma fortuna considerável e perto de trinta quintas. Do Douro para o mundo passou a lenda da sua tenacidade e bondade.
(Wikipédia)
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O ano de 1868 foi um ano excelente, as qualidades de vinho eram enormes e os viticultores não conseguiam vender o seu vinho. D. Antónia compra enormes quantidades de vinho para ajudar os agricultores na luta contra os baixos preços praticados pela abundância de vinho.
Dois anos mais tarde surge a praga do oídio que destrói quase a totalidade dos vinhedos, atirando os Durienses para a miséria.
Mulher com uma capacidade enorme de negociar, pôde com alguma facilidade negociar com os ingleses todo o seu vinho que permanecia nos armazéns, contribuindo, assim, para um enriquecimento da casa Ferreira.

"Mãe é Mãe! Sogra é Sogra"!

A diferença entre ser sogra do genro e sogra da nora
Duas distintas senhoras encontram-se após um bom tempo sem se verem.
Uma pergunta à outra:
- Como vão seus dois filhos... a Rosa e o Francisco?
- Ah! querida... a Rosa casou-se muito bem. Tem um marido maravilhoso. É ele que levanta de madrugada para trocar as fraldas do meu netinho, faz o café da manhã, arruma a casa, lava as louças, recolhe o lixo e ajuda na faxina.
Só depois é que sai para trabalhar, em silêncio, para não acordar a minha filha. Um amor de genro! Benza-o, ó Deus!
- Que bom, heim amiga! E o seu filho, o Francisco? Casou também?
- Casou sim, querida. Mas tadinho dele, deu azar demais. Casou-se muito mal... Imagina que ele tem que levantar de madrugada para trocar as fraldas do meu netinho, fazer o café da manhã, arrumar a casa, lavar a louça, recolher o lixo e ainda tem que ajudar na faxina! E depois de tudo isso ainda sai para trabalhar, em silêncio, para sustentar a preguiçosa, vagabunda, encostada da minha nora - aquela porca nojenta e mal agradecida!
CONCLUSÃO:

"Mãe é Mãe! Sogra é Sogra"!

quinta-feira, 3 de julho de 2014

A coisa e a importância da coisa!



A palavra "coisa" é um bombril do idioma. Tem mil e uma utilidades. É aquele tipo de termo-muleta ao qual a gente recorre sempre que nos faltam palavras para exprimir uma idéia.
"Coisas" do português.
Gramaticalmente, "coisa" pode ser substantivo, adjetivo, advérbio. Também pode ser verbo: o Houaiss registra a forma "coisificar". E no Nordeste há "coisar": Ô, seu "coisinha", você já "coisou" aquela coisa que eu mandei você "coisar"?
Na Paraíba e em Pernambuco, "coisa" também é cigarro de maconha.
Em Olinda, o bloco carnavalesco Segura a Coisa tem um baseado como símbolo em seu estandarte. Alceu Valença canta: Segura a "coisa" com muito cuidado / Que eu chego já."
Já em Minas Gerais , todas as coisas são chamadas de trem. (menos o trem, que lá é chamado de "coisa"). A mãe está com a filha na estação, o trem se aproxima e ela diz: "Minha filha, pega os trem que lá vem a "coisa"!.
E, no Rio de Janeiro? Olha que "coisa" mais linda, mais cheia de graça...
A garota de Ipanema era coisa de fechar o trânsito! Mas se ela voltar, se ela voltar, que "coisa" linda, que "coisa" louca. Coisas de Jobim e de Vinicius, que sabiam das coisas.

Coisa não tem sexo: pode ser masculino ou feminino.
Coisa-ruim é o capeta. Coisa boa é a Juliana Paes. Nunca vi coisa assim!
Coisa também não tem tamanho.
Na boca dos exagerados, "coisa nenhuma" vira um monte de coisas...

Mas a "coisa" tem história mesmo é na MPB. No II Festival da Música Popular Brasileira, em 1966, a coisa estava na letra
das duas vencedoras: Disparada, de Geraldo Vandré: Prepare seu coração pras "coisas" que eu vou contar..., e A Banda, de Chico Buarque: pra ver a banda passar, cantando "coisas" de amor... Naquele ano do festival, no entanto, a coisa tava preta (ou melhor, verde-oliva). E a turma da Jovem Guarda não tava nem aí com as coisas: "coisa" linda, "coisa" que eu adoro!

Para Maria Bethânia, o diminutivo de coisa é uma questão de quantidade afinal, são tantas "coisinhas" miúdas. E esse papo já tá qualquer "coisa". Já qualquer "coisa" doida dentro mexe...
Essa coisa doida é um trecho da música "Qualquer Coisa", de Caetano,que também canta: alguma "coisa" está fora da ordem! e o famoso hino a São Paulo: "alguma coisa acontece no meu coração"!

Por essas e por outras, é preciso colocar cada coisa no devido lugar.
Uma coisa de cada vez, é claro, afinal, uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa. E tal e coisa, e coisa e tal.

Um cara cheio de coisas é o indivíduo chato, pleno de não-me-toques.
Já uma cara cheio das coisas, vive dando risada. Gente fina é outra coisa.
Para o pobre, a coisa está sempre feia: o salário-mínimo não dá pra coisa nenhuma.

A coisa pública não funciona no Brasil. Político, quando está na oposição, é uma coisa, mas, quando assume o poder, a coisa muda de figura.
Quando elege seu candidato de confiança, o eleitor pensa: Agora a "coisa" vai... Coisa nenhuma! A coisa fica na mesma. Uma coisa é falar; outra é fazer. Coisa feia! O eleitor já está cheio dessas coisas!

Se as pessoas foram feitas para serem amadas, e as coisas, para serem usadas, por que então nós amamos tanto as coisas e usamos tanto as pessoas? Bote uma coisa na cabeça: as melhores coisas da vida não são coisas. Há coisas que o dinheiro não compra: paz, saúde, alegria e outras cositas más.

Mas, deixemos de "coisa", cuidemos da vida, senão chega a morte, ou "coisa" parecida... Por isso, faça a coisa certa e não esqueça o grande mandamento:

"AMARÁS A DEUS SOBRE TODAS AS "COISAS".

Entendeu o espírito da coisa?


Francicarlos Diniz - jornalista e escritor, pós- graduado em Comunicação pela USP

quarta-feira, 2 de julho de 2014

O Porto na vanguarda do empreendorismo!...

Cidade de Chaves a riqueza cultural que nos espera.

Vila Real - Entrada do Reino Maravilhoso


Vá a Caminha e visite a Foz do Rio Minho

Ponte de Lima é linda, visite-a.

Valença - Uma pérola do Alto Minho

Coimbra tens mais encanto- Fernando Machado Soares





Coimbra tem mais encanto
Na hora da despedida.
Coimbra tem mais encanto
Na hora da despedida.

Que as lágrimas do meu pranto
São a luz que me dá vida.

Coimbra tem mais encanto
Na hora da despedida.
Coimbra tem mais encanto
Na hora da despedida.

Quem me dera estar contente
Enganar minha dor
Mas a saudade não mente
Se é verdadeiro o amor.

Coimbra tem mais encanto
Na hora da despedida.
Coimbra tem mais encanto
Na hora da despedida.

Não me tentes enganar
Com a tua formosura
Que para além do luar
Há sempre uma noite escura.

Coimbra tem mais encanto
Na hora da despedida.
Coimbra tem mais encanto
Na hora da despedida.

Que as lágrimas do meu pranto
São a luz que lhe dá vida.

Coimbra tem mais encanto
Na hora da despedida.
Coimbra tem mais encanto
Na hora da despedida.

Coimbra tem mais encanto
Na hora da despedida.
Coimbra tem mais encanto
Na hora da despedida.

No verão visite Viana do Castelo

terça-feira, 1 de julho de 2014

Carlos do Carmo distinguido com Grammy de carreira

Carlos do Carmo distinguido com Grammy de carreira


O fadista Carlos do Carmo, a celebrar 50 anos de carreira, vai receber um "Lifetime Achivement Grammy", que distingue carreiras de referência no panorama internacional, sendo o primeiro artista português a recebê-lo, foi anunciado esta terça-feira.
O galardão, que será entregue no dia 19 de Novembro no MGM Grand Garden Arena em Las Vegas, no estado norte-americano do Nevada, distingue as carreiras que constituíram contribuições criativas de excepcional importância artística.
"O `Board of Trustees` da Latin Academy of Recording Arts and Sciences [LARAS] decidiu, por unanimidade, atribuir a Carlos do Carmo o "`Lifetime Achievement Award`, galardão que distingue a obra das grandes referências do panorama musical internacional", indica a produtora do fadista em comunicado.
Carlos do Carmo, de 74 anos, tem sido distinguido ao longo da carreira com vários galardões, entre eles, o Prémio Goya da Academia de Artes Cinematográficas de Espanha, pela interpretação de "Fado da Saudade".
Em comunicado, a academia norte-americana considera Carlos do Carmo "um dos maiores fadistas do seu tempo", referindo que é filho da "lendária fadista Lucília do Carmo, que teve um papel importante na sua carreira, que se prolonga há mais de 50 anos".
A academia aponta Carlos do Carmo como uma das "mais emblemáticas vozes da música portuguesa".
E nós, portugueses muitas vezes sem chama, agradecemos (todos?) a Carlos do Carmo. É o mínimo que podemos fazer.

A 1 de Julho de 1920 nasce em Lisboa, Amália Rodrigues



O Fado nasceu um dia,
quando o vento mal bulia
e o céu o mar prolongava,
na amurada dum veleiro,
no peito dum marinheiro
que, estando triste, cantava,
que, estando triste, cantava.

Ai, que lindeza tamanha,
meu chão , meu monte, meu vale,
de folhas, flores, frutas de oiro,
vê se vês terras de Espanha,
areias de Portugal,
olhar ceguinho de choro.

Na boca dum marinheiro
do frágil barco veleiro,
morrendo a canção magoada,
diz o pungir dos desejos
do lábio a queimar de beijos
que beija o ar, e mais nada,
que beija o ar, e mais nada.

Mãe, adeus. Adeus, Maria.
Guarda bem no teu sentido
que aqui te faço uma jura:
que ou te levo à sacristia,
ou foi Deus que foi servido
dar-me no mar sepultura.

Ora eis que embora outro dia,
quando o vento nem bulia
e o céu o mar prolongava,
à proa de outro veleiro
velava outro marinheiro
que, estando triste, cantava,
que, estando triste, cantava.


A 1 de Julho de 1920 nasce em Lisboa, Amália Rodrigues (1920-1999), fadista, cantora e actriz portuguesa, considerada a Rainha do Fado.
Cantou os grandes poetas da língua portuguesa (Camões, Bocage), além dos poetas que escreveram para ela (Pedro Homem de Mello, David Mourão Ferreira, Ary dos Santos, Manuel Alegre, Alexandre O’Neill. Conhece também Alain Oulman, que lhe compõe diversas canções.
Amália dá brilhantismo ao fado, ao cantar o repertório tradicional de uma forma diferente, sintetizando o que é rural e urbano. Considerada a nossa melhor embaixatriz, difundiu a cultura portuguesa, a língua portuguesa e o fado.
Ao longo da sua carreira recebeu inúmeras distinções: Dama da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada (1958), Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada (1971), Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (1981), Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada (1990), Ordem das Artes e das Letras (França-1990), Légion d'Honneur (França-1990), Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique (1998).
A 6 de Outubro de 1999, Amália Rodrigues morre em Lisboa, tendo o 1º ministro decretado Luto Nacional por três dias. No seu funeral incorporaram-se centenas de milhares de lisboetas que assim lhe prestam uma última homenagem. Foi sepultada no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa. Em 2001, o seu corpo foi trasladado para o Panteão Nacional, onde está sepultado ao lado de outros portugueses ilustres.



"Que culpa tem o destino
Deste destino que eu tenho
Se o desgosto é pequenino
Eu aumento-lhe o tamanho

É meu destino
Se o desgosto é pequenino
Eu aumento-lhe o tamanho

Se o desespero matasse
Eu já teria morrido
Talvez alguém me chorasse
Talvez o tenha merecido

Sinto que cheguei ao fim
Das ilusões que não tive
Porque alguém gosta de mim

Algo de mim sobrevive
Cheguei ao fim
Mas se alguém gosta de mim
Algo de mim sobrevive

Adeus que chegou a hora
Há muito a venho esperando
E se por mim ninguém chora
Faz-me pena e vou chorando

Já vou embora
E se por mim ninguém chora
Faz-me pena e vou chorando"