Irei falar de tudo e do nada. Histórias e estórias. Coisas pensantes e desconcertantes. Fundado a 30 de Novembro de 2009 numa 2ª Feira
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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
domingo, 1 de fevereiro de 2015
Afinal quem és tu?
ROSA ENJEITADA
(José Galhardo/Raul Ferrão)
(José Galhardo/Raul Ferrão)
Flor de alma pura e de ternura ao Deus dará
Que viu um dia que sentia um grande amor
E de paixão o coração estalar de dor
Rosa enjeitada
Sem mãe, sem pão, sem ter nada
Que vida triste e chorada
O teu destino de deu
Rosa enjeitada
Rosa humilde e perfumada
Afinal, desventurada, quem és tu?
Rosa enjeitada
Uma mulher que sofreu
Tão pobrezinha que ainda tinha uma afeição
Alguém que amava e que chorava uma ilusão
Mas esse alguém por outro bem se apaixonou
E assim fiquei sem ele que amei e me enjeitou
Coisas e loisas!..
No primeiro dia em que um carro andou em Portugal houve uma vítima mortal. Conhece a história?
O primeiro automóvel chegou a Portugal em 1895. Era um veículo da marca Panhard & Levassor, importado de Paris pelo IV Conde de Avilez. Na Alfândega de Lisboa surgiu a dúvida sobre a taxa aduaneira a aplicar a tão estranho veículo. Seria uma máquina agrícola ou uma locomobile (máquina movida a vapor)? Adoptou-se esta última definição. Na primeira viagem que realiza, entre Lisboa e S. Tiago do Cacém, este veículo é protagonista do primeiro acidente de viação em Portugal ao atropelar um burro. À entrada da vila, surge um burro no meio da estrada e daí recusa-se a arredar com a sua típica teimosia. O choque é inevitável e do atropelamento resulta a morte do burro. O dono vê-se então recompensado da sua significativa perda com a quantia de dezoito mil réis, o triplo do valor de um burro naquela época. A chegada do Panhard & Levassor ao seu destino, Santiago do Cacém, causou enorme sensação e pasmo entre os habitantes da pacata localidade.
HOMENS COM GRIPE - POEMA A. LOBO ANTUNES
Grito de medo, chamo a mulher.
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
Cala os miúdos, fecha a janela,
Não quero canja, nem a salada,
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto,
Já vejo a morte nunca te minto,
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
Anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listas, bodes sem tranças.
Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes fica comigo
Não é o pingo de uma torneira,
Põe-me a Santinha à cabeceira,
Compõe-me a colcha,
Fala ao prior,
Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.
Faz-me tisana e pão de ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sozinho a apodrecer,
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer.
António Lobo Antunes - (Sátira aos HOMENS quando estão com gripe)
Para quem é, bacalhau basta!
Ronaldo, foi servido em cem variantes. O casamento desfeito, a nova namorada, o sopapo a preceito, a expulsão com cartão vermelho, as desculpas de respeito e as variantes que se seguiram. 64 pratos, e mesmo o mais requentado terá sido muito repetido e apreciado;
Costa, aquele que a imprensa apresenta como sendo, ainda antes de o ser. Cem variantes também, e delas sobressaem as tipo pescada (que antes de ser já o era). Embora tenha 52 pratos, atente-se nos tempos de confecção significando que há a preocupação de, no serviço, este seja requintado. A imprensa não brinca no que se refere a impor um sabor;
Sócrates, quando se julgava comida intragável a ribalta insiste em apresentar o mesmo prato com mais de cem maneiras diferentes de ser temperado, o que não é de estranhar. Os molhos e temperos sempre serviram para enganar o paladar quando se duvida da frescura. À porta de um restaurante (que se vai tornando famoso), há uma fila imensa sem que se perceba se é para comer ou se para agradecer a comida por ele servida;
Paulo, é um bacalhau muito apreciado e que tomou o lugar do outro Paulo. Representa a alternativa a quem está de dieta. Reza sobre ele suspeita vegetariana. Donde, é capaz mesmo de nos arruinar a saúde;
Coelho, não se come enquanto tal. Seria intragável, não fosse a persistência com que aparece no menú da imprensa. 41 receitas impostas, umas de "punheta" outras às postas e bastante azeitado. Há quem admita restaurar o paladar associando-o à pescada. Com o que esta imprensa nos dá a comer, tudo pode acontecer...
E se na mesa do canto alguém insiste em se levantar e protestar, a TV cita Bruxelas na voz da big-masterchef entendida, com a maior desfaçatez desta vida: "Para quem é, bacalhau basta!"
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