Previsão do Tempo

sexta-feira, 6 de março de 2015

Maria do Ceo - Himno do Couto Mixto

Porta de Calvos de Randín Couto Mixto Gallego Portugués

CONHECE A HISTÓRIA DO PEQUENO PAÍS QUE EXISTIU DURANTE 800 ANOS NA FRONTEIRA ENTRE PORTUGAL E ESPANHA?



Era para aqui que iam os foragidos da justiça de Portugal e Espanha, os que não queriam pagar impostos, entre outros. Já conhecia?

Não perca a reportagem em vídeo!

CÉU LIMPO E SOL BRILHANTE, HORIZONTE SEM FIM.


PROVA DE QUE A PRIMAVERA ESTÁ A CHEGAR!


EM BREVE O VERDE TOMARÁ CONTA DE TODOS OS VINHEDOS!




MÊS DE MARÇO, MÊS DAS SEMENTEIRAS, RENASCER DE UM NOVO ANO, DESABROCHAR DA NATUREZA!




PORTUGAL TERRA DE NABOS



SE HAVIA DÚVIDAS!...

A 06 de Março de 1480 foi assinado o Tratado de Alcáçovas


São assim designados dois tratados assinados por portugueses e castelhanos relativamente a questõesdinásticas, fronteiriças e de relações entre Estados e populações, e principalmente de navegação e direitos decomércio e domínio nas terras descobertas e por descobrir no Atlântico. Se o primeiro tratado foi meramentepreliminar, o segundo impôs os direitos portugueses na Guiné e a sua doutrina do mare clausum.
Dado o alcance crescente das viagens de exploração atlântica dos Portugueses no século XV, logo os monarcasprocuraram salvaguardar os interesses do Infante D. Henrique e os da própria Coroa. Para além de só o Infantepoder autorizar viagens a sul do Cabo Bojador e mediante o pagamento de uma percentagem dos lucros obtidos,também a mesma Coroa, escudada por acordos diplomáticos e pela protecção da Santa Sé, impunha o monopólioe exclusividade de navegação e comércio no Atlântico a sul da Madeira. Evangelização, guerra contra a mouramae autoria da descoberta eram os argumentos dirimidos por Portugal para justificar internacionalmente essemonopólio. Uma significativa produção de bulas pela Santa Sé entre 1416 e 1456 suportará internacionalmente omare clausum português, pelo qual o País detinha direitos exclusivos de navegação, comércio e propriedade nosmares e terras descobertas e por descobrir. A intromissão de D. Afonso V na luta pela sucessão da coroacastelhana, na década de 70 do século XV e as lutas subsequentes serão o clímax também dos desafios enegações que os castelhanos desde sempre fizeram à pretensão portuguesa do mare clausum, visto que nãoraras vezes tiveram conflitos com Portugal a nível internacional contestando esse objectivo nacional comotambém várias surtidas e expedições de fidalgos castelhanos e andaluzes às Canárias puseram em causa alusitanidade atlântica. Com a guerra que se iniciou em 1474, na Península como também na costa africana e nasCanárias, os Castelhanos encontrarão um estímulo para empreenderem uma política expansionista concorrencialà dos Portugueses, que será mesmo um dos estandartes dos Reis Católicos e da nova Espanha unificada. D.Afonso V vira frustradas as suas pretensões ao trono de Castela, mas o príncipe D. João, seu filho e futuro rei D.João II, não deixará de lutar determinadamente contra a concorrência castelhana, embora com uma posiçãoenfraquecida pela derrota militar de seu pai e pela crise económica do reino, pelo que terá que optar pela vianegocial e diplomática para manter vivas as pretensões ultramarinas portuguesas.Assim, em 1479, emAlcáçovas, depois de várias consultas diplomáticas, celebrar-se-ão dois tratados entre D. Afonso V e seu filho D.João e Isabel de Castela e Fernando de Aragão, futuros Reis Católicos. No primeiro tratado - mais um acordopreparatório, com encontro de embaixadores e formulação do texto do tratado a propor aos soberanosulteriormente -, chamado também das "Terçarias de Moura", essencialmente pôs-se fim à guerra e à crise dasucessão dinástica castelhana (já definida no tratado de St. Jean de Luz, França, nesse ano de 1479) e definiu-seo casamento entre o neto de D. Afonso V, D. Afonso, filho do futuro D. João II, e D. Isabel, filha dos ReisCatólicos. Depois, em Alcáçovas, a 4 de Setembro de 1479, num acordo ratificado depois em Toledo pelos ReisCatólicos a 6 de Março de 1480, assinou-se o tratado de paz definitiva entre Portugal e Castela (Portugal sóratificou a 8 de Setembro de 1480). Trata-se de uma actualização e recuperação das pazes de Almeirimcelebradas entre os dois reinos a 7 de Janeiro de 1432. Introduziram-se novos itens a esse acordo, com trocas decidades, fortalezas e prisioneiros, perdões, devoluções territoriais, cooperação contra a pirataria, desistência deindemnizações, etc. Mas os capítulos de maior importância são aqueles dedicados à questão ultramarina, daexpansão ibérica. Pelo tratado de Alcáçovas, Portugal desistiu de qualquer pretensão às Canárias e à conquistado reino muçulmano de Granada, mas os futuros Reis Católicos reconheceram e atribuíram aos Portugueses,definitivamente, que além da Madeira e dos Açores, todas as terras a sul das Canárias (o "paralelo dasCanárias"), o exclusivo da navegação e comércio. A conquista de Fez pertencia também a Portugal. Este tratadodefiniu assim, à luz da diplomacia e dos acordos internacionais sobre direitos de exploração e propriedade deterritórios, o mare clausum português. Foi também importante pela sua originalidade, conferida precisamente pelostrês capítulos relativos à expansão ultramarina ibérica. Nunca fora redigido assim nenhum acordo internacional eteve que se esperar por Tordesilhas (1494), este já mais difícil, para se assistir a uma nova partilha do mundo,também entre as duas potências ibéricas, Portugal e a recém-unificada Espanha. Mas em Alcáçovas os ritmosexpansionistas e a vontade política eram diferentes, pois nessa altura, se por um lado Portugal tinha já objectivose imperativos bem definidos - a curto mas também a médio e longo prazo, visando já a Índia e acima de tudolucros calculados e previstos em África -, Castela movia-se ainda por uma questão de orgulho nacional de possede territórios no Atlântico, embora sem conhecimentos geográficos dos mesmos, uma política definida para a suaexploração ou um esforço prioritário e sistematizado de se implantar atlanticamente como Portugal. Só com a suaunificação com Aragão no reino de Espanha e depois com Tordesilhas é que desenhará uma nova política deexpansão, mais consistente e definida do que em Alcáçovas. Daí as dificuldades de Tordesilhas, onde osPortugueses não conseguiram (quase) tudo o pretendiam como sucedeu em Alcáçovas, quando ainda eram maisexperientes e conhecedores do mundo e desejosos de impor o seu mare clausum. Com a ratificação de Sisto IV a21 de Junho de 1481 na bula Aeterni regis, o articulado disposto em Alcáçovas conheceu a legitimaçãointernacional necessárias, bem como a imposição dos interesses e pretensões portugueses a nível europeu,principalmente com o exclusivo da navegação e trato nas "terras da Guiné". Estava aberto e salvaguardado ocaminho para o sul e para outras paragens, mas estava também o "mar fechado" (em latim, mare clausum) aquantos o quisessem usurpar.
Tratados de Alcáçovas. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.

A 06 de Março de 1899: A Aspirina é patenteada

O Real Madrid foi fundado oficialmente no dia 6 de março de 1902



O Real Madrid foi fundado oficialmente no dia 6 de março de 1902 pelos irmãos Juan Padrós e Carlos Padrós, com o nome de (Sociedad) Madrid Foot-Ball Club.
O titulo REAL foi dado pelo Rei Afonso XIII em 1920 juntamente com a coroa real no emblema. O apelido “merengue” do Real Madrid é devido à cor branca do equipamento que foi associada ao doce de origem suíça feito de clara de ovos de cor extremamente branca popularmente chamado de suspiro.
Participa da Primeira Divisão de Espanha, a mais alta categoria do Campeonato Espanhol de Futebol desde a sua fundação, em 1929, sendo uma das três únicas equipas que sempre a disputaram sem nunca terem descido, juntamente ao Athletic Club de Bilbau e o Barcelona.
Nela tem as honras de ter sido o primeiro líder histórico da competição, o clube que mais títulos possui na mesma, com um total de 32, e o de ter conseguido a maior pontuação numa temporada, com 100 pontos.
Contribuiu para o progresso do futebol em várias oportunidades, sendo membro criador, fundador e co-fundador de várias competições e associações de futebol, como o extinto Campeonato de Madrid ou Campeonato Regional Centro, a Taça do Rei da Espanha, a Liga dos Campeões da UEFA, a Taça Intercontinental, a FIFA ou da Associação de Clubes Europeus (anteriormente G-14, uma organização internacional que agrupava os mais importantes e influentes clubes da Europa).
No basquetebol, a sua segunda modalidade desportiva em importância, também conseguiram muitas façanhas, sendo juntamente com o Club Joventut de Badalona e o Club Baloncesto Estudiantes, os únicos clubes que nunca desceram de divisão, disputando desde a sua criação em 1957 a sua primeira divisão denominada Liga Espanhola de Basquetebol e posteriormente Liga ACB.
Da mesma forma que seu departamento de futebol, colaborou com o desenvolvimento deste desporto através de Raimundo Saporta, diretor do clube enquanto acumulava os seus cargos na FIBA e na Federação Espanhola de Basquetebol, criando a Taça da Europa de Basquetebol, o Torneio de Natal internacional, a Liga Espanhola de Basquetebol e a sucessora Liga ACB. Inumeráveis feitos contribuiram para que Raimundo Saporta fosse e seja considerado na actualidade como o maior propulsor deste desporto na Espanha e Europa.
Iniciado como um clube de futebol, logo adquiriu um caráter polidesportivo que o levou a desenvolver vários departamentos desportivos dentro da entidade.
A maioria destes departamentos encontram-se extintos actualmente, devido a problemas financeiros para mantê-los e para potencializar os departamentos principais, o futebol e o basquetebol.
Sobrevivem, além dos departamentos de futebol e basquetebol, também o showbol criado em 2008 a partir da equipe de veteranos.
Ao longo dos últimos anos houve várias especulações sobre a tentativa de recuperar alguns dos antigos departamentos desativados, como o andebol, mediante acordos com o Club Balonmano Ciudad Real ou o departamento de rugby, mediante um acordo com o CRC Madrid, mas não se chegaram a concretizar.
No que se refere aos sucessos desportivos, é uma das entidades mais premiadas e reconhecidas do mundo, recebendo no futebol o título de Melhor Clube do Século XX pela FIFA, em dezembro de 2000 e o título de Melhor Clube Europeu do Século XX pela IFFHS.
Também no basquetebol é a instituição mais premiada mundialmente. Entre as duas modalidades, soma um total de 18 títulos da Liga dos Campeões da UEFA, o maior campeonato de clubes do antigo continente, e 7 Campeonatos mundiais,27 somando mais que nenhum outro clube europeu em ambas as modalidades.
Identificado pela sua cor branca, a propriedade do clube recai sobre seus mais de noventa e três milhares de sócios, sendo um dos quatro únicos clubes profissionais da Espanha cuja entidade jurídica não é a de Sociedade Anónima Desportiva (S. A. D.).
Disputa os seus jogos de futebol, desde 1947, no Estádio Santiago Bernabéu, anteriormente chamado Novo Estádio de Chamartín, que conta com uma capacidade de 85.454 espectadores, o terceiro maior em capacidade da Europa, que chegou a contar com uma capacidade de 120.000 espectadores antes das regulamentações da UEFA.
É um dos clubes mais populares de Espanha, tendo a segunda maior claque, (com 37% do total de adeptos de futebol da Espanha, segundo estudo realizado em outubro de 2011 pela IKERFEL para o Diário AS).
Uma mudança em relação à 2007, quando a última pesquisa sobre o assunto em maio de 2007 feita pelo Centro de Investigaciones Sociológicas, indicava o Real Madrid como o clube de maior quantidade de adeptos da Espanha, com 32,8% de simpatizantes.
A relevância do clube, que se estende para fora da Espanha, tornando-o um dos mais aclamados mundialmente e uma das entidades desportivas de maior valor de mercado e detentora de uma das maiores receitas anuais.
O seu valor de mercado é estimado em 1.100 milhões de euros e suas receitas são de aproximadamente 500 milhões de euros por temporada, obtendo na temporada 2011/12 uma receita estimada em 514 milhões, quantidade jamais alcançada por outra entidade desportiva e convertendo-se na primeira e única entidade a superar os 500 milhões em receitas.
Possui um endividamento líquido de 124 milhões, reduzindo a dívida em 45 milhões em relação ao exercício anterior.
Através da sua fundação sem fins lucrativos, a marca Real Madrid e a filosofia do clube são espalhadas à várias regiões do mundo, desempenhando um importante trabalho social e de cooperação internacional a favor do desenvolvimento.

Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni nasceu em Caprese/Itália a 6 de Março de 1475



Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni nasceu em Caprese/Itália a 6 de Março de 1475 e morreu em Roma a 18 de Fevereiro de 1564, mais conhecido simplesmente como Miguel Ângelo (português europeu) ou Michelangelo (português brasileiro), foi um pintor, escultor, poeta e arquiteto italiano, considerado um dos maiores criadores da história da arte.
Desenvolveu o seu trabalho artístico por mais de setenta anos entre Florença e Roma, onde viveram os seus grandes mecenas, a família Medici de Florença e vários papas romanos.
Iniciou-se como aprendiz dos irmãos Davide e Domenico Ghirlandaio em Florença.
Tendo o seu talento logo reconhecido, tornou-se um protegido dos Medici, para quem realizou várias obras.
Depois fixou-se em Roma, onde deixou a maior parte de suas obras mais representativas.
A sua carreira desenvolveu-se na transição do Renascimento para o Maneirismo e o seu estilo sintetizou influências da arte da Antiguidade clássica, do primeiro Renascimento, dos ideais do Humanismo e do Neoplatonismo, centrado na representação da figura humana e em especial no nu masculino, que retratou com enorme pujança.
Várias das suas criações estão entre as mais célebres da arte do ocidente, destacando-se na escultura o Baco, a Pietà, o David, as duas tumbas Medici e o Moisés; na pintura o vasto ciclo do teto da Capela Sistina e o Juízo Final no mesmo local, e dois afrescos na Capela Paulina; serviu como arquiteto da Basílica de São Pedro implementando grandes reformas em sua estrutura e desenhando a cúpula, remodelou a praça do Capitólio romano e projetou diversos edifícios, e escreveu grande número de poesias.
Ainda em vida foi considerado o maior artista de seu tempo; chamavam-lhe o Divino, e ao longo dos séculos, até os dias de hoje, vem sendo tido na mais alta conta, parte do reduzido grupo dos artistas de fama universal, de fato como um dos maiores que já viveram e como o protótipo do génio.
Miguel Ângelo foi um dos primeiros artistas ocidentais a ter sua biografia publicada ainda em vida.
A sua fama era tamanha que, como nenhum artista anterior ou contemporâneo seu, sobrevivem registos numerosos sobre sua carreira e personalidade, e objetos que ele usara ou simples esboços para suas obras eram guardados como relíquias por uma legião de admiradores.
Para a posteridade Miguel Ângelo permanece como um dos poucos artistas que foram capazes de expressar a experiência do belo, do trágico e do sublime numa dimensão cósmica e universal.

Miguel Augusto Bombarda nasceu no Rio de Janeiro a 6 de Março de 1851



Miguel Augusto Bombarda nasceu no Rio de Janeiro a 6 de Março de 1851 e morreu em Lisboa a 3 de Outubro de 1910, foi um médico, cientista, professor e político republicano português
Miguel Bombarda nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 1851, então capital do Império do Brasil. Formou-se na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, tendo defendido uma tese sobre o "Delírio das Perseguições".
Empregou-se como lente naquela instituição em 1880, onde ocupou, por largos anos, a cadeira de Fisiologia e Histologia; em 1903, passou para a cadeira de Fisiologia Geral e Histologia.
Nestas funções, deu um importante contributo para a reforma dos estudos médicos.
Colaborou, igualmente, com esta instituição, tendo contribuído para a construção do seu edifício e para a aquisição de material científico.
Dedicou-se, especialmente, às enfermidades do sistema nervoso, tendo, por este motivo, sido convidado para dirigir o Hospital de Rilhafoles, posição que começou a ocupar em 1892; reorganizou e melhorou esta instituição, tendo aberto um curso livre de psiquiatria em 1896.
Aí exerceu igualmente as funções de cirurgião hospitalar e ao reorganizar a sua gestão acabou por o dirigir, desde 1892. Foi, igualmente, médico no Hospital de São José.
Fez parte de várias instituições nacionais e estrangeiras, como o Conselho Superior de Higiene, a Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais, da qual foi presidente e o Conselho de Medicina Legal; também exerceu a posição de secretário geral da Liga Nacional contra a Tuberculose, tendo organizado vários congressos.
Presidiu, igualmente, à Academia Real das Ciências Médicas de Lisboa. Nas funções de secretário-geral, foi responsável por organizar o XV Congresso Internacional de Medicina, que se realizou na cidade de Lisboa, em 1906.
Publicou várias dezenas de volumes e cerca de meio milhar de ensaios, a debruçar-se sobre os problemas clínicos terapêuticos e sanitários e sobre a Psiquiatria.
Defensor do anticlericalismo e do monismo naturalista e materialista, provocou polémica quando editou o livro “A Consciência e o Livre Arbítrio”, em 1897, e realizou várias conferências, como a Ciência e Jesuitismo e a Réplica a Um Padre Sábio.
Fundou, junto com Sousa Martins e Manuel Bento de Sousa, o jornal Medicina Contemporânea; dirigiu este periódico até à sua morte e colaborou frequentemente, tendo publicado vários artigos sobre as ciências médicas. Também colaborou na revista Brasil-Portugal (1899-1914).
Iniciou a sua carreira na política em 1908, como deputado adjudicado a Francisco Joaquim Ferreira do Amaral, então Presidente do Conselho; de tendências liberais e anticlericais, declarou-se abertamente como republicano, e começou a colaborar nos planos para um golpe de Estado para derrubar a Monarquia. No entanto, dois dias antes daquele que se dá o inicio da Implantação da República Portuguesa, em 3 de Outubro de 1910, foi assassinado no seu gabinete do Hospital de Rilhafoles, por um doente mental.
Fundou, em 1901, a Junta Liberal, e foi um membro do Comité Revolucionário, em 1909.

Gabriel José García Márquez nasceu em Aracataca/Colômbia a 6 de março de 1927



Gabriel José García Márquez nasceu em Aracataca/Colômbia a 6 de março de 1927 e morreu a 17 de Abril de 2014, é um enorme escritor, jornalista, editor, ativista e político colombiano.
Considerado um dos autores mais importantes do século 20, ele foi premiado com o Prémio Internacional Neustadt de Literatura em 1972 e o Nobel de Literatura de 1982 pelo conjunto de sua obra, que entre outros livros inclui o aclamado “Cem Anos de Solidão”.

Gabriel Garcia Márquez foi responsável por criar o realismo mágico na literatura latino-americana.
Viajou muito pela Europa e vivia no México quando faleceu.
É pai do cineasta Rodrigo García.
Em abril de 2009 declarou que se reformava e que não pretendia escrever mais livros.
Essa notícia viu-se confirmada em 2012, quando o seu irmão, Jaime Garcia Marquez, noticiou que foi diagnosticada uma demência a Gabriel Garcia Marquez e que, embora esteja em bom estado físico, perdeu a memória e não voltará a escrever.
Teve como seu primeiro trabalho o romance "La Hojarasca" publicado em 1955.
Em 1961 publica "Ninguém escreve ao coronel". A obra relato de um náufrago, muitas vezes apontada como seu primeiro romance, conta a história verídica do naufrágio de Luis Alejandro Velasco e foi publicado primeiramente no "El Espectador", somente sendo publicada em formato de livro anos depois, sem que o autor soubesse.
O escritor colombiano possui obras de ficção e não ficção, tais como “Crônica de uma morte anunciada” e “El amor en los tiempos del cólera”.
Em 1967 publica “Cem Anos de Solidão”, livro que narra a história da família Buendía na cidade fictícia de Macondo, desde sua fundação até a sétima geração.
Este livro foi considerado um marco da literatura latino-americana e exemplo único do estilo a partir de então denominado "Realismo Fantástico".
As suas novelas e histórias curtas - fusões entre a realidade e a fantasia – levaram-no ao Nobel de Literatura em 1982.
Em 2002 publicou sua autobiografia “Viver para contar”, logo após ter sido diagnosticado um cancro linfático.
Marquéz apontou como o seu mestre o escritor Norte-Americano William Faulkner.
Tem interesse por cinema e trabalha principalmente como diretor.
Em 1950 estudou no Centro experimental de cinema em Roma.
Participou diretamente nalguns filmes, tais como, Juego peligroso, Presságio, Erendira, entre outros.
Em 1986 funda Escola Internacional de Cinema e Televisão em Cuba, para apoiar a carreira de jovens da América Latina, Caribe, Ásia e África.
Em 1990 conhece Woody Allen e Akira Kurosawa, diretores pelos quais tem admiração.
Sabíamos desde 2012 que Gabriel Garcia Marquez estava doente e tinha deixado de escrever, mas a sua saúde agravou-se e venceu-o!

Maria Helena Vieira da Silva morreu em Paris a 6 de março de 1992

Comercial de absorvente mais louco que você já viu!!!

quinta-feira, 5 de março de 2015

Retrato do poder (em bom vernáculo)



Retrato do poder
(em bom vernáculo)


o crato é um chaparro
a cristas não vale um escroto
a luís é um escarro
e o aguiar um arroto


é uma mancha o machete
o portas um filme porno
o pires não vale um pirete
o guedes não vale um corno

a esteves uma estouvada
a paula tê uma cruz
o macedo, uma maçada
o mota um lambe-cus

este governo é mosquedo
esta presidência um coio
o pedro não vale um pêdo
nem o poiares vale um poio

António Aleijo in «Esta bílis que despejo»

Manuel José de Arriaga Brum da Silveira, faleceu em 5 de Março de 1917

 
Manuel José de Arriaga Brum da Silveira nasceu em 8 de Julho de 1840, na cidade da Horta, filho de Sebastião de Arriaga e de D. Maria Antónia Pardal Ramos Caldeira de Arriaga, ambos descendentes de famílias nobres açorianas.
Casou com D. Lucrécia de Brito Berredo Furtado de Melo, neta do comandante da polícia do Porto e partidário das forças liberais à data da revolução de 1820, de quem teve seis filhos, dois rapazes e quatro raparigas. Faleceu em 5 de Março de 1917, com 77 anos de idade.
Na Universidade de Coimbra, onde se formou em Leis, cedo manifestou simpatia pelas ideias republicanas, o que provocou um conflito insanável com o pai, que o deserdou e lhe deixou de custear os estudos. Para sobreviver e pagar a Faculdade, teve então de dar aulas de Inglês no liceu.
Em 1866, concorreu a leitor da décima cadeira da Escola Politécnica e da cadeira de História do Curso Superior de Letras. Não conseguindo a nomeação para qualquer delas, teve de continuar, agora em Lisboa, a leccionar a mesma disciplina de Inglês. Dez anos depois, em 26 de Agosto de 1876, já faz parte da Comissão para a Reforma da Instrução Secundária. Simultaneamente, vai cimentando a sua posição como advogado, tornando-se um notável casuísta graças à sua honestidade e saber. Entre as várias causas defendidas destaca-se, em 1890, a defesa de António José de Almeida, após este ter escrito no jornal académico O Ultimatum, o artigo "Bragança, o último", contra o rei D. Carlos.
Na sequência dos acontecimentos de 5 de Outubro de 1910, e para serenar os ânimos agitados dos estudantes da Universidade de Coimbra, é nomeado reitor daquela Universidade, tomando posse em 17 de Outubro de 1910.


Filiado no Partido Republicano, foi eleito por quatro vezes deputado pelo círculo da Madeira. Em 1890, foi preso em consequência das manifestações patrióticas de 11 de Fevereiro, relativas ao Ultimato Inglês.
Em 1891, aquando da revolta de 31 de Janeiro, já fazia parte do directório daquele Partido, em conjunto com Jacinto Nunes, Azevedo e Silva, Bernardino Pinheiro, Teófilo Braga e Francisco Homem Cristo.
Nos últimos anos da monarquia, sofre um certo apagamento, dado que o movimento republicano tinha chegado, entretanto, à conclusão que a substituição do regime monárquico não seria levada a cabo por uma forma pacífica. Os republicanos doutrinários são, então, substituídos pelos homens de acção que irão fazer a ligação à Maçonaria e à Carbonária.
Depois da proclamação do regime republicano foi então chamado a desempenhar as funções de Procurador da República.


ELEIÇÕES E PERÍODO PRESIDENCIAL


Foi eleito em 24 de Agosto de 1911, proposto por António José de Almeida, chefe da tendência evolucionista, contra o candidato mais directo, Bernardino Machado, proposto pela tendência que no futuro irá dar origem ao Partido Democrático de Afonso Costa.
O escrutínio teve o seguinte resultado:
Manuel de Arriaga 121 votos
Bernardino Luís Machado Guimarães 86 votos
Duarte Leite Pereira da Silva 1 voto
Sebastião de Magalhães Lima 1 voto
Alves da Veiga 1 voto
Listas brancas 4 votos


Assiste-se na época à divisão efectiva das forças Republicanas. De 27 a 30 de Outubro de 1911, reúne-se, em Lisboa, o Congresso do Partido republicano em que é eleita a lista de confiança de Afonso Costa, passando o partido a denominar-se Partido Democrático. Em 24 de Fevereiro de 1912, por discordar da nova linha política seguida pela nova direcção, António José de Almeida funda o Partido Evolucionista, e dois dias depois, Brito Camacho, o Partido União Republicana, divisão que, no entanto, pouco adiantará para a resolução das contradições deste período deveras conturbado. O início da Primeira Grande Guerra vem agravar ainda mais a situação, dando origem à polémica entre guerristas e antiguerristas.
O Ministério de Victor Hugo de Azevedo Coutinho, alcunhado de Os Miseráveis, que vigora entre 12 de Dezembro de 1914 e 25 de Janeiro de 1915, não vem alterar em nada a situação, acabando por ser demitido na sequência dos acontecimentos provocados pelo "Movimento das Espadas", de âmbito militar, onde se destacaram o capitão Martins de Lima e o comandante Machado Santos.
O Presidente Manuel de Arriaga tenta inutilmente chamar as forças republicanas à razão, envidando esforços no sentido de se conseguir um entendimento entre os principais dirigentes partidários. Goradas estas diligências, não dispondo de quaisquer poderes que lhe possibilitassem arbitrar os diferendos e impor as soluções adequadas e pressionado pelos meios militares, vai então convidar o general Pimenta de Castro para formar governo que é empossado em 23 de Janeiro de 1915.
O encerramento do Parlamento e a amnistia de Paiva Couceiro vão transformar em certezas as desconfianças que os sectores republicanos tinham acerca daquele militar, desde o governo de João Chagas onde ocupara a pasta da Guerra e evidenciara uma atitude permissiva face às tentativas monárquicas de Couceiro. A revolta não se fez esperar. Em 13 de Maio do mesmo ano, sectores da Armada chefiados por Leote do Rego e José de Freitas Ribeiro demitem o Governo que é substituído pelo do Dr. José de Castro, que inicia as suas funções em 17 do mesmo mês.
O Presidente é obrigado a resignar em 26 de Maio de 1915, saindo do Palácio de Belém escoltado por forças da Guarda Republicana.
Manuel de Arriaga não conseguiu recuperar deste desaire, morrendo amargurado dois anos depois, em 5 de Março de 1917. Foi substituído pelo Dr. Teófilo Braga.

Pier Paolo Pasolini nsceu em Bolonha a 5 de março de 1922



Pier Paolo Pasolini nsceu em Bolonha a 5 de março de 1922 e morreu, assassinado, em Óstia a 2 de novembro de 1975, com 53 anos!
Pasolini foi um cineasta, poeta e escritor italiano.
Nos seus trabalhos Pasolini demonstrou uma versatilidade cultural única e extraordinária, que serviu para transformá-lo numa figura controversa.
Embora o seu trabalho continue a gerar polémica e controvérsia até hoje, enquanto Pasolini ainda era vivo, os seus trabalhos foram tidos como obras de arte segundo muitos pensadores da Cultura italiana.
O crítico literário americano Harold Bloom considera Pasolini o maior poeta europeu e a maior voz da poesia do século XX.
Era filho de Carlo Alberto Pasolini, militar de carreira e de Susanna Colussi, professora primária, natural de Casarsa della Delizia (Friul), ao norte da Itália. Teve um irmão chamado Guidalberto Pasolini (1925 - 1945), que faleceu numa emboscada lutando na Segunda Guerra Mundial. Em 1926, o pai de Pasolini foi preso por dívidas de jogo e sua mãe mudou-se para a casa da sua família em Casarsa della Delizia, na região de Friuli.
Em 1939, Pasolini graduou-se em literatura pela Universidade de Bologna.
Era homossexual assumido e um artista solitário.
Antes de ficar famoso como cineasta, Pasolini havia trabalhado também como professor, poeta e novelista.
Entre seus livros mais conhecidos, estão Meninos da Vida, Uma Vida Violenta e Petróleo (livro). De porte atlético e estatura média, Pasolini usava óculos com lentes muito grossas.
Em 26 de janeiro de 1947, Pasolini escreveu uma importante declaração para a primeira página do jornal Libertà: "Em nossa opinião, pensamos que, atualmente, só o comunismo é capaz de fornecer uma nova cultura."
A controvérsia foi parcial devido ao fato de ele ainda não ser um membro do Partido Comunista Italiano, PCI.
Após sua adesão ao PCI, participou em várias manifestações, e, em meados de 1949, participou do Congresso da Paz, em Paris.
Observando as lutas dos trabalhadores e camponeses e vendo os confrontos dos manifestantes com a polícia italiana, ele começou a criar seu primeiro romance.
Em janeiro de 1950, Pier Paolo Pasolini mudou-se para Roma com a sua mãe.
Realizou estudos para filmes sobre a Índia, a Palestina e sobre a Oréstia, de Ésquilo, que pretendia filmar na África (Apontamento para uma Oréstia Africana).
Os seus filmes são muito conhecidos por criticarem a estrutura do governo italiano , na época fortemente ligado à igreja católica, que promovia a alienação e hábitos conservadores na sociedade.
Além disso, o seu cinema foi marcado por uma constante ligação com o arcaísmo prevalecente no homem moderno.
Prova disso é a obra Teorema, em que um indivíduo entra na vida de uma família e a desestrutura por inteiro, cada membro da família representa uma instituição da sociedade.
Dirigiu os filmes da Trilogia da Vida com conteúdo erótico e político: Il Decameron, I Raconti di Canterbury e Il fiore delle mille e una notte.
Pasolini, num determinado momento da sua vida, renegou esses filmes, afirmando que eles foram apropriados erroneamente pela indústria cultural, que os classificava como pornográficos.
Essa trilogia foi filmada na Etiópia, Índia, Irã, Nepal e Iêmen. Os filmes eram dobrados em italiano. Pelo conteúdo pretensamente classificado como erótico, foi proibido nos Estados Unidos e só chegou a ser exibido ali na década de 80. No Brasil, só foi exibido após a abertura política.
Em Accattone, de 1961, Pasolini pôs em prática a sua visão sobre a classe do proletariado na sociedade italiana da época.
Pasolini gostava de trabalhar com atores amadores e do povo.
Pier Paolo Pasolini foi brutalmente assassinado em novembro de 1975.
Ele tinha o rosto desfigurado e várias lesões no corpo. Foi encontrado no hidro-aeródromo de Ostia.
Os motivos de seu assassinato continuam a gerar polémica até hoje, sendo associados, com maior probabilidade a crime político.
Ganhou o Prémio de Melhor Argumento no Festival de Cannes, por "Giovani Mariti" (1958), o Prémio Especial do Júri no Festival de Veneza, por "Il vangelo secondo Matteo" (1964) e o Prémio OCIC no Festival de Veneza, por "Il vangelo secondo Matteo" (1964), o Prémio Especial do Júri no Festival de Berlim, por "Il Decameron" (1971), o Urso de Ouro no Festival de Berlim, por "I Raconti di Canterbury" (1972) e o Grande Prémio do Júri no Festival de Cannes, por "Il fiore delle mille e una notte" (1974).

Arlindo Augusto Pires Vicente nasceu em Troviscal/Oliveira do Bairro a 5 de Março de 1906


 
Arlindo Augusto Pires Vicente nasceu em Troviscal/Oliveira do Bairro a 5 de Março de 1906 e morreu em Lisboa a 24 de Novembro de 1977.
Há 108 anos, na freguesia do Troviscal, nasceu Arlindo Vicente, um nome que honra o património de luta contra o fascismo.
Entre outras facetas, foi destacado protagonista de uma das batalhas que mais abalaram a ditadura: a farsa eleitoral para a Presidência da República, de 8 de Junho de 1958.
Reinava no país a ditadura dos monopólios e dos latifúndios, principal causa da situação de atraso e de miséria em que o País estava mergulhado. os registos desta época dão-nos conta da entrada em crise de sectores fundamentais para a economia, como os têxteis, a cortiça e as conservas, do aumento do desemprego e da subida do custo de vida para níveis insustentáveis para os trabalhadores.
Foi neste contexto de agravamento da situação económica e social, mas também do desenvolvimento da organização e luta dos trabalhadores, mobilizados, essencialmente, pela única força política com intervenção consequente na oposição ao regime, o PCP, que se travou este importante combate eleitoral.
Arlindo Vicente, ao aceitar a honrosa mas também perigosa missão de ser candidato da Oposição Democrática à Presidência da República, protagonizou um dos principais papeis deste confronto com o fascismo.
Um confronto que, pelas brechas provocadas nas muralhas do regime, ficou para sempre referenciado como um marco histórico da longa luta pela liberdade.
Missão de risco na medida em que ia muito para além da mera concorrência eleitoral. Era uma candidatura em nome de um projecto de ruptura com o regime fascista. Um projecto que, apesar de unitário, era abertamente apoiado e dinamizado pela força política mais temida e odiada pelo fascismo: O Partido Comunista Português.
Por isso, ao aceitar esta missão, Arlindo Vicente teve correu o perigo de ser preso, como aliás, veio a ocorrer, ou até mesmo de perder a vida, como aconteceu com Humberto Delgado, mais tarde assassinado pela PIDE.
Surgida após a desistência da candidatura do engenheiro Cunha Leal por alegadas razões de doença, a escolha de Arlindo Vicente para candidato é votada por unanimidade numa Assembleia de Delegados do Movimento Oposição Democrática (MOD), realizada a 20 de Abril.
Nos dias imediatos, para além dos materiais de campanha da candidatura, são também editados diversos documentos do PCP, apelando à unidade e à mobilização dos democratas em torno desta candidatura e dos seus princípios orientadores: a «unidade de toda a oposição através de comissões eleitorais organizadas sem discriminação»; a «participação activa e consequente até à boca das urnas»; a «defesa de um programa democrático de governo que unisse à sua volta toda a oposição».
Aproveitando ao máximo as escassas liberdades que o regime de Salazar foi obrigado a ceder, foi levada a cabo, por todo o país, uma activa e participada campanha de esclarecimento.
Uma campanha de massas, como defendia o PCP, que contribui para abrir caminho a uma ampla unidade das forças antifascistas.
Arlindo Vicente participa ajudando, com a sua capacidade e prestígio, a propagar as ousadas ideias de mudança que norteavam esta candidatura.
Entre muitas outras intervenções, numa entrevista ao jornal República, avança como pontos fundamentais: a «unidade de todos os portugueses»; a «restauração das liberdades democráticas»; a «elevação do nível de vida do povo e o desenvolvimento da economia nacional»; a «modificação da política ultramarina» e o «entendimento e cooperação de todos os povos e de todos os governos».
Dias mais tarde, numa outra entrevista ao mesmo jornal, assume outro compromisso arrojado para época: o de instituir a igualdade de direitos entre homens e mulheres.
O seu passado com múltiplas provas dadas na luta contra o regime, as suas capacidades intelectuais e humanas e o prestígio que detinha, estiveram na base da escolha de Arlindo Vicente para o grande objectivo da Oposição democrática, o de reunir em torno de uma personalidade com este perfil todas as correntes opositores ao regime.
No entanto, este não foi o entendimento de alguns oposicionistas, que preferiram avançar com a candidatura do general Humberto Delgado, um militar de carreira até aí afecto ao regime e, como tal, sem referências que transmitissem confiança aos sectores democráticos.
Contudo, apesar do carácter de divisão que a candidatura de Humberto Delgado trouxe às forças opositoras ao regime, o PCP teve, desde o seu surgimento, uma posição lúcida quanto ao essencial do que estava em jogo: «o salazarismo é o inimigo comum das forças que apoiam as duas candidaturas», considerou o Comité Central, ao mesmo tempo que apelava à unidade na acção, tanto em torno das reivindicações dos trabalhadores, como contra a repressão e pelas liberdades democráticas.
Foi este ângulo de visão de valorização dos pontos comuns das candidaturas oposicionistas, numa perspectiva da construção de uma forte oposição em torno do objectivo central de derrotar o fascismo, que, em 31 de Maio, se chegou ao entendimento entre Humberto Delgado e Arlindo Vicente.
Em volta das candidaturas da oposição, tinha sido criado um poderoso movimento popular, para o qual muito tinham contribuído o MOD e o seu candidato.
Por isso, como expressa o comunicado da Comissão Política do PCP, emitido no dia seguinte à celebração do acordo, a desistência da candidatura de Arlindo Vicente foi um acto de lucidez e de coragem política, na medida em que, naquele momento, a candidatura de Humberto Delgado era a que «oferecia maiores possibilidades e perspectivas de se alcançar uma grande vitória».
A estrondosa farsa eleitoral montada a 8 de Junho deu a vitória a Américo Tomás, o candidato do regime. Mas o movimento popular e democrático desenvolvido em torno do processo eleitoral tinha acossado o fascismo e, como fera ferida, às denúncias da fraude responde com feroz repressão.
Sucedem-se as vagas de prisões de comunistas e outros democratas. Arlindo Vicente pouco tempo depois é também acusado de actos «subversivos» e por isso condenado à prisão e à perda de direitos políticos. Humberto Delgado é obrigado a exilar-se, mas mesmo assim é assassinado pela PIDE.
O fascismo não foi derrotado neste combate, mas a sementeira de confiança na perspectiva de mudança de regime foi grande e profícua. Apesar do fascismo ainda ter conseguido sobreviver mais dezasseis anos, esta batalha eleitoral constitui uma parte importante do processo que levou ao derrube do fascismo em Portugal.
Advogado de réus políticos e artista
Arlindo Vicente salientou-se também no exercício da advocacia e nas artes da escrita e da pintura.
Como advogado, cuja actividade iniciou em Anadia e que prosseguiu em Lisboa, destaca-se a corajosa defesa de réus acusados de crimes políticos, atitude que poucos tinham coragem de assumir, dada a perseguição a que ficavam sujeitos.
Como artista, a sua actividade vai desde o papel de director do jornal de caricatura Pena, Lápis e Veneno, ao de pintor com méritos reconhecidos. Em 1927, organiza o 1º Salão de Arte dos Estudantes da Universidade de Coimbra. Em 1930 e 1931, participa na organização do 1º e 2º Salão dos Artistas Modernos Independentes, em Lisboa. Em Novembro de 1974, as suas obras são novamente expostas na Sociedade Nacional de Belas Artes. Já depois do seu falecimento, realizam-se várias exposições, entre as quais, em 1990, na Fundação Dionísio Pinheiro, em Águeda, e no Museu Soares dos Reis, no Porto.
O reconhecimento de grande figura nacional
Arlindo Vicente ainda viveu os primeiros anos da revolução de Abril, participando em algumas das suas iniciativas.
Após o seu falecimento, em 1977, diversas iniciativas levadas a cabo um pouco por todo o País ilustram bem que é elevado o apreço que os democratas têm por esta figura: em 1983, foi agraciado postumamente com o Grau de Grande Oficial da Ordem da Liberdade; pelo menos em Lisboa, Coimbra, Oliveira do Bairro, Seixal e Grândola, Arlindo Vicente deu nome a ruas e avenidas; há poucos anos, em Aveiro, foi inaugurado o Museu da República Arlindo Vicente; presentemente, há sugestões para que em Bustos, freguesia vizinha da sua terra natal, seja criada a Escola de Artes Arlindo Vicente.
Em Oliveira do Bairro, concelho donde é natural, no dia 25 de Abril de 2006, uma comissão constituída por democratas, com o apoio dos órgãos autárquicos locais, comemorou o centenário do nascimento de Arlindo Vicente com a realização de uma sessão evocativa e uma exposição.
Os eventos, cujo lema foi «Arlindo Vicente, um lutador pela Democracia», estiveram à altura do homenageado. Contudo, o exemplo dado por esta figura nacional precisa de ser mais reconhecido e divulgado.
Porque em tempos de globalização do egoísmo e da corrupção de princípios, é importante recordar que vale a pena lutar por valores altruístas, mesmo quando essa luta se trava contra a corrente, como fez Arlindo Vicente.

(Publicado no Avante de 23 de Junho 2006)