Irei falar de tudo e do nada. Histórias e estórias. Coisas pensantes e desconcertantes. Fundado a 30 de Novembro de 2009 numa 2ª Feira
Previsão do Tempo
quinta-feira, 21 de maio de 2015
A 21 de Maio de 1965 -- A ditadura do Estado Novo extingue a Sociedade Portuguesa de Escritores, por ter atribuído o Grande Prémio a Luandino Vieira, preso no Tarrafal.
A Sociedade Portuguesa de Escritores fomentou várias actividades entre as quais se contam, cursos, conferências, encontros de escritores portugueses e estrangeiros e atribuição de prémios aos diferentes géneros literários (poesia, teatro, novelística e ensaio) e ainda prémios "revelação" para jovens escritores.
A Sociedade foi extinta em 1965 pelo Governo, devido à atribuição do prémio de novelística ao livro Luuanda de Luandino Vieira, escritor que devido à sua postura ideológica se encontrava em conflito com o governo vigente.
A iniciativa, por parte de vários escritores, para a reabertura desta Sociedade decorreu durante alguns anos, mas só em 1972 foi concedida a homologação da "Associação Portuguesa de Escritores" (escritura notarial em 1973) que sucedeu a Sociedade Portuguesa de Escritores.
Funcionou provisoriamente na Rua do Carmo e na Rua das Taipas, mas foi na Rua da Escola Politécnica n° 20 que teve a sua sede definitiva. Teve duas delegações, uma no Porto e outra em Coimbra.
A documentação foi remetida à Torre do Tombo pela Provedoria da Casa Pia de Lisboa, em 6 de Fevereiro de 1975.
quarta-feira, 20 de maio de 2015
Marco do Correio-Alberto Ribeiro
Marco do Correio
Minha rua sossegada
Tem á beira do passeio
A coisa mais engraçada
Que é o marco do correio
Marco do correio
De portinha ao centro
Não sabes, eu creio
No que tens lá dentro
Quantas raivas e desejos
Mil respostas e perguntas
Quantas saudades e beijos
E quantas lágrimas juntas
Marco do correio
Deixa-me espreitar
Deixa que eu não leio
Nem vou divulgar
Vá lá, não fiques zangado
Deixa-me ver, por favor
A carta que tens ao lado
A carta do meu amor
Frederico de Brito / Alberto Ribeiro
Amália Rodrigues, Maria Lisboa
É varina, usa chinela,
tem movimentos de gata;
na canastra, a caravela,
no coração, a fragata.
Em vez de corvos no xaile,
gaivotas vêm pousar.
Quando o vento a leva ao baile,
baila no baile com o mar.
É de conchas o vestido,
tem algas na cabeleira,
e nas veias o latido
do motor duma traineira.
Vende sonho e maresia,
tempestades apregoa.
Seu nome próprio: Maria;
seu apelido: Lisboa.
AMÁLIA - "HÁ FESTA NA MOURARIA"
Senhora da Saúde
Há festa na Mouraria
Há festa na Mouraria
É dia da procissão
Da Senhora da Saúde.
Até a Rosa Maria,
Da Rua do Capelão,
Parece que tem virtude.
Naquele bairro fadista,
Calaram-se as guitarradas.
Não se canta nesse dia;
Velha tradição bairrista:
Vibram no ar badaladas
Há festa na Mouraria
Colchas ricas nas janelas,
Pétalas soltas no chão,
Almas crentes, povo rude.
Anda a fé pelas vielas,
É dia da procissão
Da Senhora da Saúde.
Após um curto rumor,
Profundo silêncio pesa,
Por sobre o Largo da Guia.
Passa a Virgem no andor,
Tudo se ajoelha e reza,
Até a Rosa Maria.
Como que petrificada,
Em fervorosa oração,
É tal a sua atitude,
Que a rosa já desfolhada,
Da Rua do Capelão,
Parece que tem virtude.
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