Previsão do Tempo

sábado, 3 de outubro de 2015

Que dizer?

Anatomia e dissecação de um colossal falhanço


"Anatomia e dissecação de um colossal falhanço"
«Fez no dia 6 de abril quatro anos que Portugal pediu ajuda internacional. É mais do que tempo de fazer o balanço dos erros, mentiras e traições deste período e desconstruir o discurso que os vencedores têm produzido sobre o que se passou.
1 A 4 de abril, Angela Merkel elogia os esforços do Governo português para combater a crise, através de um novo plano de austeridade, o PEC 4. Com o apoio da chanceler alemã e do presidente da Comissão Europeia havia a real possibilidade de Portugal conseguir um resgate mais suave, idêntico ao que Espanha depois veio a ter. O primeiro-ministro, José Sócrates, dá conta ao líder da oposição, Pedro Passos Coelho, do que se passa. Este, pressionado pelo seu mentor e principal apoio partidário, Miguel Relvas, recusa-se a deixar passar o PEC 4, dizendo que não sabia de nada e que não apoiava novos sacrifícios. O seu objetivo é a queda do Governo e eleições antecipadas (ver o livro “Resgatados”, dos insuspeitos jornalistas David Dinis e Hugo Filipe Coelho). O Presidente da República, Cavaco Silva, faz um violento ataque ao Governo no seu discurso de posse, a 4 de abril, afirmando não haver espaço para mais austeridade. Os banqueiros em concertação pressionavam o ministro das Finanças. Teixeira dos Santos cede e coloca o primeiro-ministro perante o facto consumado, ao anunciar ao “Jornal de Negócios” que Portugal precisa de recorrer aos mecanismos de ajuda disponíveis. Sócrates é forçado a pedir a intervenção da troika. Merkel recebe a notícia com estupefação e irritação.
2 O memorando de entendimento (MoU) é saudado por políticos alinhados com a futura maioria, por economistas de águas doces, por banqueiros cúpidos e por comentadores fundamentalistas e bastas vezes ignorantes, pois, segundo eles, por cá nunca ninguém conseguiria elaborar tal maravilha. Hoje, pegando nas projeções para a economia portuguesa contidas no MoU, é espantoso constatar a disparidade com o que aconteceu. Em vez de um ano de austeridade tivemos três. Em vez de uma recessão não superior a 4%, tivemos quase 8%. Em vez de um ajustamento em 2/3 pelo lado da despesa e 1/3 pelo lado da receita, tivemos exatamente o contrário: uma austeridade de 23 mil milhões reduziu o défice orçamental em apenas 9 mil milhões. Em vez de um desemprego na casa dos 13%, ultrapassámos os 17%. Em vez de uma emigração que não estava prevista, vimos sair do país mais de 300 mil pessoas. E em vez da recuperação ser forte e assente nas exportações e no investimento, ela está a ser lenta e anémica, assentando nas exportações e no consumo interno. A única coisa que não falhou foi o regresso da República aos mercados. Mas tal seria possível sem as palavras do governador do BCE, Mario Draghi, no verão de 2013, ou sem o programa de compra de dívida pública dos países da zona euro? Alguém acredita que teríamos as atuais taxas de juro se não fosse isso, quando as agências de rating mantêm em lixo a nossa dívida pública? Só mesmo quem crê em contos de crianças.
3 Durante o período de ajustamento, Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, sublinhou sempre que o nosso sistema financeiro estava sólido. Afinal, não só não estava sólido como tinha mais buracos do que um queijo gruyère. BCP, BPI e Banif tiveram de recorrer à linha pública de capitalização incluída no memorando da troika, o BES implodiu, a CGD foi obrigada a fazer dois aumentos de capital subscritos pelo Estado, o Montepio está em sérias dificuldades — e só o Santander escapou.
4 O ex-ministro das Finanças, Vítor Gaspar, e o primeiro responsável da troika, Poul Thomsen, negaram durante dois anos que houvesse um problema de esmagamento de crédito às empresas. Pelos vistos desconheciam que a esmagadora maioria das PME sempre teve falta de capital, funcionando com base no crédito bancário. Como os bancos foram obrigados a cortar drástica e rapidamente os seus rácios de crédito, milhares de empresas colapsaram, fazendo disparar o desemprego. Gaspar e a troika diriam depois terem sido surpreendidos com esta evolução. A sobranceria dos que se baseiam na infalibilidade do Excel, aliada à ignorância dos que pensam que a mesma receita funciona em qualquer lugar, tem estes resultados.
Alguém acredita que teríamos as atuais taxas de juro se não fosse o BCE e Draghi, com a nossa dívida pública a continuar a ser considerada lixo? Só mesmo quem crê em contos de crianças.
5 Passos Coelho disse e redisse que as privatizações tornariam a economia portuguesa muito mais competitiva, levando os preços praticados a descer. Pois bem, a EDP foi vendida a muito bom preço porque as autoridades garantiram aos chineses da Three Gorges que os consumidores portugueses continuariam a pagar uma elevada fatura energética. E assim tem sido. Os franceses da Vinci pagaram muito pela concessão da ANA porque lhes foi garantido que poderiam subir as taxas sempre que o movimento aeroportuário aumentasse. Já o fizeram por cinco vezes. O Governo acabou com a golden share na PT e não obstou à saída da CGD do capital da telefónica. Depois assistiu, impávido e sereno, ao desmoronamento da operadora. A CGD foi obrigada pelo Governo a vender por um mau preço a sua participação na Cimpor. Hoje, a cimenteira é uma sombra do que foi: deixou de ser um centro de decisão, de competência e de emprego da engenharia nacional. Os CTT foram privatizados e aumentaram exponencialmente os resultados, à custa da redução do número de balcões e da frequência na entrega do correio.
6 A famosa reforma do Estado resumiu-se na prática a aumentar impostos, cortar salários, pensões e apoios sociais, bem como a fragilizar as relações laborais, flexibilizando o despedimento individual, diminuindo o valor das indemnizações, reduzindo o valor do subsídio de desemprego e o seu tempo de duração. O modelo económico passou a assentar numa mão de obra qualificada mas mal paga, em empregos precários e não inovadores, em trabalhadores temerosos e nada motivados.
7 O programa de ajustamento fez Portugal recuar quase 15 anos. Perdemos centro de decisão e de competência e não apareceram outros. A classe média proletariza-se sob o peso dos impostos. Nos hospitais reaparecem doenças e epidemias há muito erradicadas. O investimento estrangeiro estruturante não veio, o perfil da economia e das exportações não se alterou, a aposta na investigação eclipsou-se. E tudo para se chegar a um ponto em que a troika nos continua a dizer que já fizemos muito mas que é preciso fazer mais — e os credores internacionais nos vão manter sob vigilância até 2035. Sob o manto diáfano da fantasia, a nudez forte da verdade mostra que este ajustamento não teve apenas algumas coisas que correram mal — foi um colossal falhanço. E, desgraçadamente, os próximos anos vão confirmá-lo.


((Nicolau Santos, in “Expresso”, 11/04/2015. Via)

Gerardo Diego, poeta espanhol, nasceu em Santander do dia 3 de Outubro de 1896.





Gerardo Diego, poeta espanhol, membro da Geração de 27, nasceu em Santander do dia 3 de Outubro de 1896. Morreu em Madrid, em 8 de Julho de 1987, com 90 anos.
Estudou Filosofia e Letras em Madrid e foi catedrático de Literatura em Soria, Xixón, Santander e Madrid. Fundou as revistas “Cármen” e “Lola”, onde escreveram os novos poetas vanguardistas.
Nas suas primeiras obras: “Iniciales” (1918), “El romancero de la novia” (1918) e “Soria” (1923), observa-se uma clara influência de autores como Gustavo Adolfo Bécquer, Juan Ramón Jiménez e Antonio Machado. A obra “Alondra de verdad” (1941), formado por quarenta e dois sonetos escritos antes da guerra civil, pertence também à poesia tradicional.
A sua inclinação pela nova arte vanguardista, fez com que se iniciasse noultraísmo e, mais tarde, no criacionismo, movimento poético iniciado pelo escritor chileno Vicente Huidobro. A falta de sinais de pontuação, a disposição dos versos, os temas não transcendentes e as extraordinárias imagens caracterizam esta poesia. Destacam-se obras como “Manual de espumas” (1924) e “Fábula de Equis y Zeda” (1932).
Os seus temas preferidos eram as paisagens, a religião, a música, a tauromaquia o amor, etc. Gerardo Diego participou activamente na vida literária da sua época. A sua colaboração foi essencial na “Antología poética en honor a Góngora” (1927) e em “Poesía española contemporânea 1915-31” (1932, 2ª edição em 1934), um livro fundamental para se ter uma vista panorâmica da poesia espanhola daqueles períodos.

A 03 de Outubro de 1911 - Morre a médica e sufragista Carolina Beatriz Ângelo, a primeira mulher a votar em Portugal, por ocasião das eleições da Assembleia Constituinte, em 1911.





Médica, republicana e feminista, (Carolina) Beatriz Ângelo nasceu em 1877, na Guarda, cidade onde realizou os seus estudos liceais. Já em Lisboa, ingressou nas Escolas Politécnica e Médico-Cirúrgica, tendo terminando o curso no ano de 1902.
Na sua carreira médica destaca-se o facto de ter sido a primeira mulher portuguesa a operar no Hospital de São José, sob a direcção de Sabino Maria Teixeira Coelho. Trabalhou ainda no Hospital de Rilhafoles, sob a orientação de Miguel Bombarda, e dedicou-se à Ginecologia, com consultório na baixa lisboeta. A atividade profissional de Beatriz Ângelo foi conciliada com uma intervenção política e social intensa e marcante. Foi uma das principais ativistas da sua época, defensora dos direitos das mulheres, tendo lutado por causas como a emancipação das mulheres e o sufrágio feminino.
A sua militância em organizações defensoras dos direitos das mulheres iniciou-se em 1906 no Comité Português da agremiação francesa La Paix et le Désarmement par les Femmes. Em 1907 foi iniciada na Maçonaria, ano em que esteve também envolvida no Grupo Português de Estudos Feministas. Em 1909 fez parte do grupo de mulheres que fundou a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, defensora dos ideais republicanos, do sufrágio feminino, do direito ao divórcio, da instrução das crianças e de direitos e deveres iguais para homens e mulheres.
Na revolução de 5 de Outubro de 1910 tem associado à sua pessoa o simbolismo de ter participado na confeção das bandeiras hasteadas, obra de que foi encarregada por Miguel Bombarda. Já depois da implantação da república, esteve envolvida na fundação da Associação de Propaganda Feminista, em Maio de 1911. Esta associação, que chegou a dirigir, teve origem na cisão da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas por questões relacionadas com a tolerância religiosa e o sufrágio feminino. No âmbito da Associação de Propaganda Feminista projetou a criação de uma escola de enfermeiras, o que é referido como mais uma manifestação da sua preocupação com a emancipação das mulheres.
Beatriz Ângelo foi também a primeira mulher a votar em Portugal. Numa altura em que o direito de voto era concedido aos cidadãos portugueses, maiores de 21 anos, sabendo ler e escrever e chefes de família, a persistência de Beatriz Ângelo, a ambiguidade da lei e facto de trabalhar, ser viúva e ter a seu cargo uma filha, permitiram-se lutar pela defesa do seu direito. Votou em Lisboa, em 28 de Maio de 1911, para eleição dos deputados da Assembleia Constituinte, ato amplamente noticiado em Portugal e felicitado em diversos países do mundo pelas associações feministas. Em 1913, a lei eleitoral portuguesa foi alterada, consagrando o direito de voto a cidadãos portugueses do sexo masculino.
Beatriz Ângelo foi sem dúvida uma mulher marcante na história portuguesa, com um percurso interrompido pela sua morte prematura. Morreu aos 33 anos, em 3 de Outubro de 1911.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Já começa a apetecer a lareira!

BOMBEIRO EM ACÇÃO!...

Tubo de Ensaio: Tudo à martelada

The Beatles - Yesterday (Live)

Afinal o que é o amor?

A 02 de Outubro de 1925 - Nasce o escritor José Cardoso Pires

A 02 de Outubro de 1869 - Nasce Mahatma Gandhi

Músico Juca Chaves faz sucesso ao criar música abordando corrupção e dan...

Sim, estas pessoas votam, infelizmente.





ESTÁ EXPLICADO NESTE VIDEO O ÊXITO DA POLÍTICA EDUCATIVA DOS GOVERNOS QUE DIRIGIRAM O PAÍS APÓS O 25 DE ABRIL DE 74.
NÃO ADMIRA QUE COM ESTA MASSA A COLIGAÇÃO PSD/CDS NÃO LIDERE AS SONDAGENS.
CADA POVO TEM AQUILO QUE MERECE!...

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Passos Coelho mostra crucifixo do qual não se consegue separar...

Alicate PSD/CDS - vão-se os anéis ficam os dedos!...

A PARTILHA É UMA AMOSTRA DA AMIZADE!...

marijuana animated GIF

01 DE OUTUBRO - DIA DO IDOSO

Para reflectir!...

Vai no engodo Zé! Vai!...

Bruxelas divulga documento que contradiz o Governo, afinal contribuintes podem ter de pagar perdas do Novo Banco

Bruxelas divulga documento que contradiz o Governo,
Cavaco Silva e o governador do Banco de Portugal:
contribuintes podem ter de pagar perdas do Novo Banco




Recorda-se, caro leitor, do que eles disseram sobre o Novo Banco? Refresquemos a memória:

"[A solução] é aquela que oferece, seguramente, maiores garantias de que os contribuintes portugueses não serão chamados a suportar as perdas que, neste caso, respeitam pelo menos a má gestão que foi exercida pelo BES".
Passos Coelho, em 8 de Agosto de 2014

"A resolução do BES] protege os depositantes, seja qual for o valor dos depósitos, protege os contribuintes, salvaguarda os postos de trabalho, evita rupturas de crédito à economia, contribui para a estabilidade do sistema financeiro como um todo".
Paulo Portas, em 5 de Agosto de 2014

"Os contribuintes não terão de suportar os custos relacionados com a decisão tomada hoje. A nova instituição será detida integralmente pelo Fundo de Resolução".
Maria Luís Albuquerque, em 7 de Agosto de 2014

"A medida de resolução agora decidida pelo Banco de Portugal, e em contraste com outras soluções que foram adoptadas no passado, não terá qualquer custo para o erário público, nem para os contribuintes".
Carlos Costa, em 3 de Agosto de 2014

"A autoridade de supervisão, entre as alternativas que se colocavam, escolheu aquela que melhor servia o interesse nacional e que não trazia ónus para o contribuinte".
Cavaco Silva, em 26 de Setembro de 2014

Então, saiba, caro leitor, que um documento elaborado no seio da Comissão Europeia adverte para a possibilidade de os contribuintes portugueses virem a ter de suportar as perdas do Novo Banco. Como se sabe desde que o Governo adoptou a resolução do BES.

ADENDA — Os dois vídeos seguintes ajudam a relembrar a história da criação do Novo Banco (o primeiro) e a verificar os efeitos da opção tomada pelo Governo (o segundo):