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domingo, 28 de março de 2010

No dia 28 de Março de 845 Paris é saqueada pelos Vikings

No final do século VIII, na costa nordeste da Inglaterra a ilha de Lindisfarne, era povoada por pastores, agricultores e religiosos. Local sagrado, onde havia vivido Santo Aindan, o tesouro do povoado era um punhado de objectos de culto guardados no mosteiro, cálices e hostiários feitos de metal precioso. A maioria da Europa era cristã e eles até temiam uma invasão, mas não se preocupavam com suas relíquias religiosas. Essa confiança desapareceu em oito de Junho de 793, quando uma horda de homens desembarcou na ilha, vindos da região geladas do norte. Ferozes e rápidos saquearam o mosteiro e mataram os monges. Essa invasão marcou o início da Era dos Vikings, que durou entre o fim do século VIII e a metade do século XI, quando boa parte da Europa foi aterrorizada pelos guerreiros escandinavos. Primeiro a costa britânica e depois o resto do continente, logo perceberam que nada intimidava os Vikings. Nem crenças, nem regras nem leis, seguiam esses homens cujo nome se originou do termo nórdico vik, que significa alguém que espreita uma baía, isto é, um pirata. Pagãos, não diferenciavam camponeses de monges ou tesouros de relíquias religiosas, e com razão foram tachados de “bárbaros”. Na realidade o campo de batalha era um paraíso, para eles, pois o céu de sua religião, Valhala, nada mais era que uma eterna guerra. Eles acreditavam que nessa espécie de Olimpo, os vencedores do dia, comemoravam com Odim, um de seus principais deuses. Além de saquear, eles também faziam escravos, mas também praticavam pacificamente o comércio e estabeleceram colónias na França, Alemanha nos Países Baixos e a Rússia. Não eram apenas senhores da guerra, eram também exploradores que colonizaram terras até então desabitadas do Atlântico Norte, Islândia e Finlândia. Em terras que hoje pertencem à Suécia, Dinamarca e Noruega, viviam da agricultura, da pesca e do comércio de peles, madeira, trigo, peixe, metais e até escravos. A sobrevivência era complexa, escassos recursos e o frio intenso. Nunca sofreram uma invasão romana e por causa disso eram bem diferentes dos povos do continente. Não formavam uma sociedade unificada embora compartilhassem a mesma cultura. Eram divididos em pequenas comunidades, comandada por um líder guerreiro. Sem uma divisão política organizada as pilhagens eram feitas por pequenos grupos, que depois dividiam o resultado entre si. Navegando para longe da terra natal, eles se estabeleceram ao sul, York na Grã Bretanha e Dublin na Irlanda e o contacto com as comunidades não era obrigatoriamente violento. Mas na Europa continental fizeram por merecer sua fama de implacáveis. Aproveitando a versatilidade dos seus barcos navegaram duas vezes pelo rio Sena até Paris, em 845 e 860, e pilharam sem encontrar grande resistência. Em Novembro de 885. voltaram, mas encontraram uma cidade bem mais protegida com guaritas e pontes móveis de madeira. Utilizaram então uma de suas táticas: o cerco, para sufocá-la e exigir pagamento para se retirar.Os parisienses resistiram quase um ano ao assédio de 30.000 homens que chegaram em 700 embarcações e foram salvos pela chegada do exército do Império Romano. Quando as batalhas terminaram os vikings envolvidos se dispersaram. Um dos líderes, Rollo, resolveu ficar na região. Ganhou parte do território da Normandia para se estabelecer e em troca deveria proteger a região de novos ataques dos seus compatriotas. Mudou o nome para Robert e converteu-se ao cristianismo, dando origem a uma linhagem que mais tarde conquistaria parte da Inglaterra. E assim seguiram: os ataques à França as ilhas britânicas e a Espanha eram efectuados pelos vikings que viviam nas actuais Noruega e Dinamarca sendo seu alvo principal a Irlanda. Os que viviam na actual Suécia, partiam para o mar Báltico onde atacavam a actual Polónia, Letónia, Lituânia e Rússia. Sendo objectivo o comércio aventuravam-se até Constantinopla. Em túmulos vikings na Suécia, foram encontradas moedas cunhadas em Bagdá o que indica que para vender seus produtos aos árabes, percorreram muito chão e muita água. Grande parte do que se sabe sobre eles foi descoberto pelos seus túmulos. Os líderes eram enterrados com tesouros, armas e objectos pessoais, incluindo os barcos.

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