Albrecht Dürer nasceu a 21 de Maio de 1471, em Nuremberg, na Alemanha. Foi o terceiro de dezoito filhos e o favorito de seu pai, um ourives de descendência húngara, também apaixonado pelas artes e primeiro professor de arte de Dürer.
Como o próprio Dürer conta, aos quinze anos de idade, "...em 1486 o meu pai contactou Michael Wohlgemut para seu aprendiz" (Newman, 1956, p.591). Foi uma escolha feliz. Wohlgemut era o melhor pintor de Nuremberg e o jovem Dürer aprendeu muito com ele, nomeadamente, a esculpir peças em madeira, os chamados "woodcuts".
Em 1472, Dürer parte para Colmar, passando a trabalhar no atelier de Martin Schonganer. Mais tarde, em Estrasburgo, faz ilustrações para várias publicações como o livro "O Navio dos Loucos" de Sebastian Brant. Em 1494, regressa a Nuremberg, casa Agnes Frey e, pouco depois, parte para Itália.
Quando regressa a Nuremberg, em 1495, produz, durante os dez anos seguintes, um largo número de trabalhos que estabeleceram firmemente o seu nome: diversos "woodcuts", o "Apocalipse" (1498), as esculturas "Large Fortune"(1501-1502) e "Fall of Man"(1504), para além de muitos outros trabalhos que mostram uma técnica aperfeiçoada, um conhecimento profundo das proporções humanas e uma notável capacidade para incorporar os detalhes da natureza.
Entre 1505 e 1507, Dürer está de novo em Itália. Durante a viagem produz algumas soberbas aguarelas que vende pelo caminho para financiar a viagem. Em Veneza, conhece o mestre Giovanni Bellini. O seu diário fornece um relato fascinante das suas viagens, das suas audiências com a realeza e dos contactos que estabeleceu com artistas famosos da época.
Em 1507 estabelece-se de vez em Nuremberg, passando a visitar ocasionalmente a Itália e outros países da Europa. É neste ano, de grande produtividade, que pinta "Adão e Eva". Dürer é já então alvo da admiração de muitos pintores seus contemporâneos pelos seus trabalhos em madeira, retratos, peças de altar, esculturas. Destaquemos um exemplo magnífico: "Melancolia" (1514).
Em 1520, numa jornada aos Países Baixos, contrai febre malária, doença que o afligiu durante os últimos oito anos da sua vida, mas que não conseguiu fazer com que Dürer deixasse de ser imensamente produtivo. Os seus dois últimos trabalhos foram dois grandes painéis, "Os Quatro Apóstolos", originariamente apresentados como um presente à cidade de Nuremberg.
Dürer faleceu na noite do dia 6 de Abril de 1528, em Nuremberg.
Grande observador da natureza, espírito inquiridor que ilustra de forma magnífica o universo renascentista, Dürer é ainda hoje considerado um mestre de primeiro plano, detentor de uma extrema facilidade de traço e de uma extraordinária observação do detalhe, qualidades evidentes nos seus auto-retratos.
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