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quinta-feira, 8 de abril de 2010

A 9 de Abril de 1865, nasceu o Abade de Baçal

Francisco Manuel Alves, por todos conhecido como Abade de Baçal, foi um historiador, etnógrafo e arqueólogo. Nasceu 


em 9 de Abril de 1865 e faleceu em 13 de Novembro de 1947. Frequentou o liceu, onde fez os preparatórios,



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O Padre  ingressando de seguida no Seminário de Bragança, onde foi ordenado padre em 13 de Junho de1889. Pouco tempo depois foi nomeado pároco da sua terra natal, Baçal, onde permaneceu toda a sua vida de pároco, vivendo para os seus paroquianos e para os trabalhos agrícolas nas terras herdadas de seus pais. Paralelamente desenvolveu uma actividade de investigação arqueológica e histórica por terras do distrito de Bragança. Digno de realce é o facto de o Abade não ter tido estudos específicos que o capacitassem para tal. Apenas o seu saber de experiência feito e a sua intuição natural, aliado à ajuda que muitos dos seus amigos lhe davam, permitiu que a sua obra fosse tão vasta e de tanto valor científico, aliás reconhecido mais tarde com a filiação na Academia das Ciências, na Associação dos Arqueólogos Portugueses, no Instituto Etnológico, na comissão de História Militar, como vogal e como membro de vários institutos académicos estrangeiros. Em 1925, em reconhecimento à sua contribuição para um melhor conhecimento das terras do distrito, foi nomeado director-conservador do Museu Regional de Bragança, mais tarde Museu Abade de Baçal, em sua homenagem. 

Não se pense que a sua vida se cingiu apenas à arqueologia e à história. Foi sempre uma voz activa e respeitada em todos os assuntos que à igreja diziam respeito. Escreveu textos em muitos jornais, tanto regionais como nacionais, onde opinava sobre os mais variados temas, como as polémicas em que a igreja bragançana esteve envolvida nos princípios do século XX, em defesa do seu bispo, D. José Alves Mariz. 

Dos jornais nacionais em que colaborou destacaria O Comércio do Porto, O Diário de Notícias, O Século e O Primeiro de Janeiro. Também os jornais regionais tiveram a sorte de publicar escritos seus. Destaco, entre outros, o Anuário de Viana do Castelo, A Palavra, A Torre de D. Chama, o Distrito de Bragança, Gazeta de Bragança, Leste Transmontano, Notícias de Bragança, O Comércio de Chaves e O Bragançano. Toda esta actividade em prol da sua terra teve, como consequência natural, um reconhecimento público em 1935 quando lhe foi prestada uma grande homenagem nacional, a atribuição do seu nome ao Museu de Bragança, a condecoração com o Grande Oficialato da Ordem de Santiago pelo e a inauguração de um monumento da autoria do escultor Sousa Caldas, segundo projecto do arquitecto Januário Godinho. Ainda bem que foi em vida que as suas gentes lhe prestaram esta homenagem. Estamos habituados a que isto só aconteça após a sua morte. 

Neste primeiro texto realçarei algumas das suas obras, deixando para o próximo a sua obra principal e algumas das características que o tornaram um homem querido por todos os que com ele trabalharam e o ajudaram a tornar realidade uma obra gigantesca. 

Os seus estudos estenderam-se por todo o distrito de Bragança, chegando mesmo a todo o Trás-os-Montes. São prova do que afirmo o texto que intitulou de Trás-os-Montes e foi publicado na Colecção Portugal aquando da Exposição de Sevilha. Lx.ª , 1929; Chaves, Apontamentos arqueológicos,Gaia, 1931; Vinicultura Duriense, Régua, 1938; Catálogo dos Manuscritos de Simancas,respeitantes à História Portuguesa. Coimbra, 1933 e Lista de Provesende e Sepulcros Luso-Romanos. Lx.ª, 1938. 

Respeitante ao distrito de Bragança publicou, entre outros, Moncorvo, Subsídios para a sua História, Porto, 1908; Castro de Avelãs, Mosteiro Beneditino, Coimbra, 1910 e As Terras Bragançanas, Coimbra, 1932 

Postumamente foram publicadas algumas cartas nomeadamente Cartas Inéditas do Abade de Baçal, in Presença, Coimbra; cartas a José Montanha, Braga, 1973 e Cartas ao Prof. Manuel Maria Chamorro, in Mensageiro de Bragança, nº 703, 7.2.1958. 

Registo com muito agrado a homenagem que a cidade de Bragança lhe prestou no ano do centenário do seu nascimento, 1964. Bem merecida. 

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