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terça-feira, 29 de junho de 2010

A 29 de Junho de 1984, morreram 14 jornalistas e Técnicos

A MORTE DE 14 JORNALISTAS E TÉCNICOS

● Vários desastres aéreos já ocorreram nos arredores do Morro São João, envolvendo inclusive aeronaves da Marinha. Os acidentes sempre ocorrem em épocas de chuvas, quando se agravam as questões de teto, visibilidade e as aeronaves voam baixo na região. O repórter Samuel Wainer Filho, o Samuca, 27 anos, e o cinegrafista Felipe Ruiz, 28 anos,morreram quando a Veraneio em que viajavam, deslizou no asfalto molhado da RJ-l24, entre Araruama e Rio Bonito,e se chocou contra uma árvore na chamada Curva da Morte, na velha rodovia. A seqüência de tragédias num só dia, ganhou mais dimensão com a morte do jovem e talentoso Samuca, que conheci na redação da Globo Rio. 

● Além do rápido crescimento profissional que o destacava na Rede Globo, Samuca tinha nome e sobrenome que se confundiam com a própria história contemporânea da imprensa brasileira. Ele era filho do jornalista Samuel Wainer, fundador da então poderosa Última Hora. Mais que isso: o velho Samuel foi responsável pela revolução gráfica dos jornais brasileiros, e exercia influência sem limites junto os poderes da República, com destaque conhecido no período da Era Vargas/Lacerda. Samuca era o caçula do casamento do saudoso Samuel com a escritora e jornalista Danuza Leão. 

● Certamente arrasado, Samuca recebeu a dolorosa pauta para cobrir o desastre aéreo que matou, entre outros profissionais, o seu colega de emissora, repórter Luiz Eduardo Lobo, o Lobinho, o cinegrafista Dario Duarte Silva e os operadores Levi Dias da Silva e Jorge Antônio Leandro.Filho de Luiz Lobo, outro grande profissional, Lobinho tinha 27 anos, era muito querido e, apesar da idade, já tinha experiências internacionais. Cobriu a guerra das Malvinas e as eleições da Costa Rica. O penúltimo trabalho de Samuca foi feito justamente com Lobinho: o comício das Diretas Já, na Candelária, no Rio.

● O desastre com a Veraneio de reportagem foi na antiga RJ-124, uma rodovia assassina entre Araruama e Rio Bonito, sem acostamento e sem sinalização, que deu lugar a Via Lagos l3 anos depois, com a privatização da estrada. A Via Lagos não é nenhuma maravilha – emborá não tenha construído ainda uma mureta que divida as pistas, uma falha criminosa do contrato com o Estado e fator de muitos desastres com mortes - mas reduziu os desastres e o tempo de viagem entre o interior e a Capital do RJ, em relação a velha fatídica RJ-124. 

● O surgimento da Via Lagos foi uma notícia que, pelo menos, minimizou um pouco o índice preocupante de acidentes na velha rodovia neste triste aniversário de 26 anos do desastre aéreo em Barra de São João, que matou os jornalistas a caminho da Petrobrás em Campos, no Norte fluminense,além do desastre automobilístico perto de Rio Bonito que tirou a vida de outros profissionais da mesma empresa.

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