Previsão do Tempo

sábado, 5 de junho de 2010

A 5 de Junho de 1883, nasceu John Maynard Keynes

John Maynard Keynes (n. 1883; f. 1946) é – de forma profundamente justa, aliás – considerado um dos mais proeminentes economista da nossa história. A sua influência, e também a nossa admiração pelo seu trabalho ainda crescem, hoje, mais de 60 anos após a sua morte. Sobretudo nos tempos de crise, como estes que infelizmente nestes dias, e último ano, vamos enfrentando.
A afirmação que atrás subscrevo, que não deriva somente da minha consideração pessoal por este muito importante autor, em nada porém me impede de reflectir sobre a perspectiva que Keynes, enquanto teórico económico e político, suscita. Também de pensar sobre a forma como o conjunto coerente de perspectivas de intervenção que representa, melhor se devam reflectir e aplicar no nosso concreto de hoje.
Os contextos originários de desenvolvimento e de aplicação das teorias de Keynes ocorrem, com evidente sucesso, primordialmente na primeira metade do século XX, sobretudo no seu segundo quartel. Estes são tempos que representam um dos períodos da nossa história em que o progresso científico e tecnológico mais se fez sentir, aspecto que se torna sobretudo notório entre finais do Século XIX e meados do Século XX, com maior intensidade ainda durante o período relativo ao primeiro quartel do Século XX.
Observamos de forma coincidente com este tempo, ainda, a eclosão da terrível Grande Depressão, de 1929, bem como a mais terrível ainda II (e esperemos que última) Grande Guerra Mundial, de 1939 a 45.
Estas são as marcas da história que identifico como mais importantes, para a análise conveniente da teoria em causa, que pretendo realizar. E Keynes, no seu tempo e génese, apresenta-se sem dúvida como a resolução, ou a possibilidade de ultrapassagem, de muitos dos problemas então sentidos.
O que nesta perspectiva de análise reflicto implica, na minha opinião, a necessidade de ajustamos as perspectivas de investimento, assumidas por Keynes, a tempos e a condições económicas, tecnológicas e sociais hoje – muito, aliás – diferentes. Na verdade estão hoje penalizados (e felizmente, porque daqui concluo protagonizarmos tempos desenvolvidos e com situação de investimento infra-estrutural mais amadurecida) os níveis potenciais de remuneração dos capitais de investimento, em infra-estruturas. Estes são hoje, pela própria natureza como os mesmos se decidem e se desenrolam, necessariamente menos remuneradores, que os casos observados equivalentemente nos tempos relativos aos princípios/meados do Século XX passado, tempo de implementação prática mais inicial das ideias de Keynes, relativamente ao investimento infra-estrutural.
Resultam por isso hoje condições muito menos favoráveis, na perspectiva da aplicação liminar das soluções de intervenção anti-crise, quer políticas, quer económicas, de raiz keynesiana.
Estas novas condições actuais, tal como as identifico, não devem – mas sobretudo não podem – ser descuradas, nas análises das opções de investimento que hoje queiramos tomar. Se de outro modo actuarmos, isto é, se não analisarmos de forma adequada em termos de potencialidade de valia as nossas opções de investimento, estaremos a dar azo de forma simplesmente irreflectida a gastos tontos de recursos. Promove-se neste caminho apenas a execução de projectos que mais não representam(rão) a longo prazo, que penalizações do actual ambiente de crise, de que já padecemos.

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