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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Marcello Mastroianni, nasceu a 28 de Setembro de 1924




Marcello Mastroianni, que morreu em Paris, aos 72 anos, nasceu na Itália, em Fontana Liri, em 28 de setembro de 1924. Tinha 10 anos quando a família se mudou para Roma. Foi estudar na Escola Industrial. Adolescente, começou a se interessar pelo teatro, participando de montagens amadoras. Em 1947, estreou no cinema com Os Miseráveis, que Riccardo Freda realizou baseado no romance de Victor Hugo. 

No ano seguinte debutou no teatro, tendo a chance de trabalhar com Luchino Visconti, que o dirigiu numa importante montagem de Shakespeare (Troilo e Créssida). Seus primeiros papéis importantes no cinema foram em filmes de Luciano Emmer: Domingo de Agosto e As Garotas da Praça de Espanha. O segundo consagrou-o como um dos principais galãs no nascente star-system do cinema italiano posterior ao neo-realismo. 

Mas ele se consolidou mesmo como um dos temperamentos dramáticos mais sensíveis da sua geração com Crônica dos Pobres Amantes, que Carlo Lizzani adaptou do romance de Vasco Pratolini. Simultaneamente, prosseguiu a carreira no teatro, participando de peças como A Morte de Um Caixeiro Viajante, de Arthur Miller, Um Bonde Chamado Desejo, de Tennessee Williams, e Tio Vânia, de Chekhov, todas dirigidas por Visconti. 

Foi, porém, com um filme dos mais medíocres que ele iniciou sua carreira internacional: o próprio Mastroianni não tinha orgulho nenhum em lembrar que rodou na Espanha, em 1955, A Princesa das Canárias, de Paolo Moffa. A partir daí, virou um astro europeu. Seguiram-se dois filmes importantes: Noites Brancas, o primeiro sob a direção de Visconti no cinema, e Os Eternos Desconhecidos, de Mario Monicelli, transposição cômica para a Itália do clássico Rififi, de Jules Dassin. 

Em 1959, Federico Fellini buscava um ator para o papel de Marcello Rubini, o jornalista de "A Doce Vida". Escolheu Mastroianni - o ator gostava de dizer que isso aconteceu porque ele tinha um rosto "terrivelmente comum". A partir de A Doce Vida, que ganhou a Palma de Ouro em Cannes, a carreira de Mastroianni explodiu. Ele virou o grande nome do cinema italiano, participando de filmes como "Divórcio à Italiana", de Pietro Germi, que lhe deu o prêmio de melhor ator em Cannes, e "O Belo Antônio", de Mauro Bolognini, com roteiro de Pier Paolo Pasolini adaptado do romance de Vitaliano Brancatti. 

A grande fase prosseguiu com "A Noite", de Michelangelo Antonioni, em que ele e Jeanne Moreau expressam o vazio existencial da burguesia, "Oito e Meio", em que, como o cineasta Guido Anselmi, volta a encarnar o alter ego de Federico Fellini, e "Os Companheiros", de Mario Monicelli, em que virou ícone da esquerda interpretando um líder dos primódios da sindicalização italiana. 

Sua versatilidade foi provada em papéis cômicos e dramáticos. No total, foram mais de 120 filmes em 49 anos de carreira. Além da associação com Fellini, Mastroianni também se ligou a Vittorio De Sica para outra série talvez menos prestigiada de filmes, mas nem por isso menos importante. Foi os que ele interpretou ao lado de Sophia Loren: Ontem, Hoje e Amanhã, Matrimônio à Italiana e Os Girassóis da Rússia, todos grandes sucessos de público. 

Com a bela Sophia, voltou a trabalhar em A Mulher do Padre, dessa vez dirigido por Dino Risi. E já estava beirando os 70 anos quando Robert Altman chamou-o para, de novo com Sophia, parodiar um dos episódios de Ontem, Hoje e Amanhã em Prêt-a-Porter. Seu segundo filme com Visconti é um dos mais discutidos do grande diretor: Mastroianni é Mersault em O Estrangeiro, substituindo Alain Delon, que o cineasta considerava mais adequado para expressar a angústia do personagem de Albert Camus. 

Outros grandes papéis de Mastroianni incluem Casanova e a Revolução, de Ettore Scola, Olhos Negros, de Nikhita Mikhalkov, pelo qual foi melhor ator em Cannes, 1987, e O Apicultor e O Passo Suspenso da Cegonha, ambos de Theo Angelopoulos. E não se pode esquecer, mesmo que não seja um de seus melhores papéis, a aventura brasileira de Gabriela, de Bruno Barreto, em que fez dupla com Sonia Braga como a heroína do romance de Jorge Amado. 

Atribuíram-lhe casos com praticamente todas as belas mulheres com quem trabalhou. Divertia-o a fama de Don Juan. Seu único casamento foi com Flora Clarabella, mãe de sua filha Bárbara. Catherine Deneuve deu- lhe a outra filha, Chiara, mas os dois nunca se casaram. 

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