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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O nome de Daniel Filho é João Carlos Daniel. Nasceu a 30 de setembro de 1937, na cidade do Rio de Janeiro.



O nome de Daniel Filho é João Carlos Daniel. Nasceu a 30 de setembro de 1937, na cidade do Rio de Janeiro. Seu pai, Juan Daniel, começou sua carreira como bailarino, em Buenos Aires.
Era espanhol de Barcelona. A mãe, Maria Irma, era de família de circo. Daniel é a quinta ou sexta geração circense. E, como ocorre entre as pessoas de circo, eram todos parentes. Assim, temos a família de Piolin, de Misiara, de Bibi Ferreira e a de Daniel Filho. O primeiro filme de Oscarito era em dupla com um tio de Daniel. O casamento de seus pais foi meio escondido, tendo como padrinho o grande cantor Silvio Caldas. Juan Daniel, o pai, projetou-se como cantor, e foi dele o primeiro lançamento da famosa "Solamente una vez". Era a época dos cassinos e dos teatros de revista. Daniel, filho único, entrou no circo do pai. Estava com seis ou sete anos. Era o Circo Atlântico, que tinha picadeiro e palco. Entrava e ficava de ladinho, só para enrolar e desenrolar os tapetes. Depois já apareceu dentro de um caixote, de onde saía em uma determinada hora, para assustar o palhaço, com um pano branco na cabeça. Daniel gostava de fazer esse "fantasma" e era no circo que ele passava todos os seus dias. Era maquinista do teatro e conseguia montar toda a lona "numa pancada só". Também foi eletricista, ponto, fez de tudo. Assim mesmo deu para estudar, pois a família, isto é, os avós, moravam fixos no Rio, e ali ficava Daniel, pois os pais viajavam para os cassinos. Já mocinho, foi para o teatro de revista. Fez isso escondido dos pais, pois era fascinado por aquele mundo. Era tímido. Não davam certo suas "paqueras", embora estivesse ficando um rapaz muito bonito. Profissionalmente começou na companhia dos pais, em 1952, e já tinha feito várias peças quando foi convidado para a TV Tupi do Rio de Janeiro. Heloisa Helena, principal figura da televisão daquele tempo, e que era muito amiga de seus pais, foi quem o chamou. Ao mesmo tempo, Eva Todor o chamou para participar de "Aventuras de Eva". Continuou, porém, em teatro e fez o galã de "Maria Caxuxa", de Juracy Camargo. Estava lançado como "mocinho" de televisão e teatro. Foi para a TV Rio. Fazia sistematicamente as duas emissoras de televisão. Sua memória era muito boa. Participou também várias vezes do "Câmera um", de Jacy Campos. Logo fez sucesso e trabalhou em muitos programas ao mesmo tempo. Quanto mais trabalhava, mais cachê ganhava. Depois foi para São Paulo, para a TV Paulista. E era a "Ponte Aérea" toda semana. Era o tempo da televisão ao vivo, antes do vídeo-teipe. Havia uma grande união, uma grande amizade entre todos. Foi nessa mesmo época que Daniel Filho começou a fazer cinema, em filmes do Manga, do Ronaldo Lupo. Fez "Colégio de brotos", trabalhou com Zé Trindade. O rapaz estava em todas. Trabalhou com Tônia Carreiro, com Gildo Ribeiro. Seu grande sucesso foi "Os cafajestes", com o chamado Cinema Novo. Depois  "Boca de Ouro". Sobrava tempo, nem sabe como, para fazer inúmeras dublagens. Foi então para a TV Excelsior, Canal 9 em São Paulo, e 2 no Rio. Fazia programas de humor, cantando também. Foi quando se deu uma grande virada em sua vida e ele começou a dirigir, no programa de grande sucesso que se chamava "Time Square", onde trabalhava ao lado de Dorinha Duval, com quem depois se casou. Em São Paulo, passou a dirigir o "Chico Anysio Show". Isso sem deixar as novelas, como "A grande viagem", em que fazia o galã de Regina Duarte. Aí foi formado o Telecentro e Daniel ficou trabalhando ao lado de Boni, que viria a ser o grande homem da televisão. Quando o Boni foi para a Globo, Daniel Filho foi como diretor de "A Rainha Louca", de Gloria Magadan. Dirigia simultaneamente duas novelas, uma com o nome trocado, para não parecer que o cast da Globo era fraco. Dirigiu "Sangue e areia". Foi ele quem levou Janete Clair para a Globo. Ela fez a novela "Anastácia", na qual houve o "famoso terremoto" em que ela matou todo mundo. Nisso, por pequeno desentendimento com Boni, Daniel foi para a TV Rio. Voltou seis meses depois. E nessa época a TV Globo de São Paulo pegou fogo e tudo foi transferido para o Rio. Daniel dirigia simultaneamente "Rosa Rebelde" e "A cabana do Pai Tomás". Fez "Irmãos Coragem", dirigiu "O primeiro baile" e inúmeras outras novelas, como: "Pecado Capital", "O Astro", "Dancin’ Days". Foi ele também quem mais fez "séries brasileiras",  como: "Malu Mulher",  "Plantão de Polícia", "Carga Pesada", "Confissões de Adolescente", "A Justiceira", "Mulher". Todas séries de imenso sucesso, sem contar "Grande Sertões Veredas", que ele dirigiu ao lado de Walter Avancini. Trabalhou ainda como ator em mais de vinte filmes, e na Globo ajudou a criar a Globo Filmes. Esse é Daniel Filho. Um homem inteiramente ligado à arte, desde a mais tenra idade, e que até hoje dedica toda a sua vida à sua profissão. Ele tem orgulho de dizer que a Globo, onde é o Diretor de Programação, faz um trabalho sério, cumprindo seu dever junto à população. Daniel Filho casou-se quatro vezes e se dá maravilhosamente bem com seus filhos, assim como também é muito amigo de suas ex-mulheres. Sua mais forte marca é  o orgulho de ser um homem de televisão. Quando perguntado acerca de quem ele é, responde rápido: "Sou um ser de televisão, que é uma coisa da máxima importância, e que hoje é respeitada internacionalmente. Esse era o meu sonho de menino. Esse é o meu orgulho como ser humano. Eu ajudei a fazer a televisão".
Em uma “ disputada entrevista “ de seu último filme, “ A Partilha”, conseguimos ouvir, perguntar e refletir com as idéias deste genial ator, diretor e ícone da televisão.  

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