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domingo, 17 de outubro de 2010

Jaime Ramón Mercader del Río Hernández, morreu a 18 de Outubro de 1978



Jaime Ramón Mercader del Río Hernández (7 de fevereiro de 1914 - 18 de outubro de 1978) foi um comunista nascido na Espanha que, além de grande herói na Guerra Civil Espanhola, serviu como agenteestrangeiro da NKVD durante o tempo em que Josef Stalin era governante da União Soviética. Nesta condição, ele se tornou famoso como o assassino do principal rival de Stalin, Leon Trotsky.

Mercader nasceu em 1914 em Barcelona, mas passou grande parte de sua juventude na França com sua mãe, Eustacia Maria Caridad del Río Hernández, após seus pais se separarem. Ainda jovem abraçou o Comunismo, ajudando organizações de esquerda na Espanha durante meados dos anos 30. Foi aprisionado por pouco tempo devido a suas atividades, mas libertado quando uma coalizão de esquerda venceu as eleições e assumiu o governo de seu país em 1936.
Nesta época, sua própria mãe se tornou uma agente soviética, e Ramón seguiu os caminhos dela ao viajar para Moscou pouco tempo antes de irromper a Guerra Civil Espanhola, com o intuito de treinar as artes da sabotagem, luta de guerrilhas e assassinato. Foi-lhe dado o nome-código “GNOME” por seus superiores.
Seus chefes na NKVD escolheram-no para assassinar Trotsky, o qual tinha deixado a URSS muitos anos antes. O bolchevique histórico havia saído de seu país em função da derrota na disputa pelo poder com Stalin, mas continuava a antagonizar o líder soviético em seus escritos a partir do exílio. Em outubro de 1939, Mercader entrou no México com um passaporte falso, identificando-se como “Jacques Mornard”, um homem de negócios.
No dia 24 de maio de 1940, falhou um elaborado plano de assassinato estabelecido por Mercader e outro agente da NKVD no México. Mas um segundo plano foi engendrado. Desta vez, “Jacques Mornard”, que tinha evitado levantar suspeitas durante o primeiro atentado contra a vida de Trotsky, conseguiu a amizade de uma secretária de Trotsky. E, através dela, começou a encontrar-se pessoalmente com Trotsky sob o pretexto de ser um patrocinador canadense das idéias de Trotsky. Em 20 de agosto, no estúdio da casa de Trotsky em Coyoacán (próximo da Cidade do México), Mercader feriu-o mortalmente na cabeça com uma picareta de alpinismo.
Segundo alguns relatos, os seguranças de Trotsky irromperam e já iam matar Mercader, mas Trotsky poupou-lhe a vida gritando “Não o matem! Este homem tem uma história a contar.”
Mercader foi conduzido às autoridades mexicanas, a quem se recusou a revelar sua real identidade; não obstante, foi condenado por assassinato e sentenciado a 20 anos de prisão. Apenas em agosto de 1953 sua verdadeira identidade foi descoberta, e suas conexões com a NKVD não foram reveladas até que tivesse ocorrido a dissolução da União Soviética.
Mesmo sendo freqüentemente torturado pela polícia mexicana, ele jamais revelou sua identidade ou suas ligações com a NKVD. Alfonso Quiroz, um psicólogo mexicano que se interessou pelo caso, concluiu após diversas análises que Mercader era uma pessoa superdotada, pois além de dominar vários idiomas fluentemente tinha uma capacidade de raciocínio acima do normal. Após poucos anos de prisão, Mercader pleiteou liberdade condicional, que foi negada pelo Dr. Jesús Siordia e pelo criminologista Q. Cuarón. Após cumprir sua pena, foi finalmente libertado do presídio Lecumberri, na Cidade do México, em maio de 1960, e mudou-se para Havana, onde o governo revolucionário de Fidel Castro o acolheu.
Em 1961, ele mudou-se para a URSS e foi condecorado com a medalha de Herói da União Soviética, uma das mais altas comendas do país. Mercader dividiu-se entre Cuba e a União Soviética pelo resto de sua vida, reverenciado pela KGB (sucessora da NKVD). Veio a falecer em Havana, em 1978, e encontra-se sepultado sob o nome de Ramon Ivanovitch López no cemitério Kuntsevo, em Moscou, possuindo um lugar de honra, no museu da KGB na capital russa.

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