Inexorável
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«DE» de 23 Nov 10
Por João Paulo Guerra
O JORNAL «Le Monde» publicou uma reportagem do seu enviado a Lisboa à qual deu o título: «Portugal desliza inexoravelmente para a pobreza». Pela reportagem desfila um conjunto impressionante de números. Dá ideia que as estatísticas se revoltaram contra a política portuguesa e aí as temos, num tumultuoso desfile contestatário, denunciando 30 anos de conluio de interesses entre três partidos governantes e as respectivas clientelas. E o resultado é a pobreza extrema que ameaça agora, no mais elementar dos direitos de subsistência, os que já eram pobres mas também a classe média.
Quarenta por cento dos novos pobres portugueses são desempregados ou endividados que anteriormente não viviam na pobreza. É assim Portugal, campeão europeu da desigualdade: novos portugueses e os mesmos ricos, acrescidos de uma casta de novos-ricos que proliferam na babugem dos velhos donos do País, cada vez mais ricos. A reportagem de «Le Monde» assinala, aliás, que Portugal chega a esta fase de crise à beira da falência «sem ter conhecido os delírios bancários da Irlanda» ou «as loucuras imobiliárias de Espanha».
Tem pontos altos a manifestação das estatísticas que desfilam contra as políticas de 30 anos de clientelismo, de destruição da indústria, das exportações, da agricultura e das pescas, tudo em favor da finança e da especulação. Desfila agora a estatística que dá conta de novo impulso da mortalidade infantil. Logo atrás vêm os números que dizem que os cortes orçamentais ameaçam afastar doentes dos tratamentos e que estão iminentes recaídas no consumo do álcool e das drogas ilícitas.
Mas isto é apenas uma manifestação virtual. De resto, e como comentava um leitor desta coluna aqui há dias, «reina a calma na panela de pressão».
.O JORNAL «Le Monde» publicou uma reportagem do seu enviado a Lisboa à qual deu o título: «Portugal desliza inexoravelmente para a pobreza». Pela reportagem desfila um conjunto impressionante de números. Dá ideia que as estatísticas se revoltaram contra a política portuguesa e aí as temos, num tumultuoso desfile contestatário, denunciando 30 anos de conluio de interesses entre três partidos governantes e as respectivas clientelas. E o resultado é a pobreza extrema que ameaça agora, no mais elementar dos direitos de subsistência, os que já eram pobres mas também a classe média.
Quarenta por cento dos novos pobres portugueses são desempregados ou endividados que anteriormente não viviam na pobreza. É assim Portugal, campeão europeu da desigualdade: novos portugueses e os mesmos ricos, acrescidos de uma casta de novos-ricos que proliferam na babugem dos velhos donos do País, cada vez mais ricos. A reportagem de «Le Monde» assinala, aliás, que Portugal chega a esta fase de crise à beira da falência «sem ter conhecido os delírios bancários da Irlanda» ou «as loucuras imobiliárias de Espanha».
Tem pontos altos a manifestação das estatísticas que desfilam contra as políticas de 30 anos de clientelismo, de destruição da indústria, das exportações, da agricultura e das pescas, tudo em favor da finança e da especulação. Desfila agora a estatística que dá conta de novo impulso da mortalidade infantil. Logo atrás vêm os números que dizem que os cortes orçamentais ameaçam afastar doentes dos tratamentos e que estão iminentes recaídas no consumo do álcool e das drogas ilícitas.
Mas isto é apenas uma manifestação virtual. De resto, e como comentava um leitor desta coluna aqui há dias, «reina a calma na panela de pressão».
«DE» de 23 Nov 10
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