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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Philip Anthony Hopkins nasceu a 31 de Dezembro de 1937


Philip Anthony Hopkins nasceu a 31 de Dezembro de 1937
em Port Talbot no País de Gales. Os seus pais Muriel Anne e Richard Hopkins não eram pessoas muito instruídas mas conseguiram construir e manter um negócio rentável que dava para sustentar a família, uma pequena mas honrosa padaria. Anthony Hopkins nunca teve um brilhante percurso académico, foi-lhe diagnosticado dislexia (uma condicionante cerebral/visual que se manifesta na dificuldade de aprendizagens básicas como a leitura e a escrita) um problema que o fez desistir praticamente dos estudos, tendo conduzido a uma adolescência frustrante solitária e rebelde. Hopkins passou a dedicar muito do seu tempo ás artes, principalmente á musica, foi por esta altura que começou a ter aulas de piano de modo a aperfeiçoar as suas capacidades, contudo devido á sua constante indisciplina, os seus pais enviaram-no para um colégio interno masculino onde permaneceu durante dois anos.
Influenciado pelo actor Ricahrd Burton, Hopkins decidiu tentar a sua sorte na representação, os seus pais ao principio não concordaram com a sua opção mas eventualmente acabaram por apoia-lo, Hopkins foi então aceite na Welsh College of Music and Drama em Cardiff donde se formou em 1957 com 20 anos. Após a sua formação, teve que cumprir dois anos de serviço militar obrigatório. Aos 22 anos mudou-se para Londres onde ingressou num curso da prestigiada RADA (Royal Academy of Dramatic Art) que acabou por concluir com distinção em 1963. Em 1965 teve a sua primeira grande proposta de trabalho, quando foi convidado para se juntar ao Laurence Oliver´s National Theatre. Em 1966 fez a sua estreia nos palcos com a peça “The White Bus” dirigida por Lindsay Anderson onde mostrou ás plateias londrinas o seu enorme talento para a representação. A sua brilhante interpretação valeu-lhe o convite para participar em outras peças de teatro, como “The Flea in her Hear” , “Juno and the Peacock” e “The Three Sisters”.
Em 1967, o prestigiado actor Laurence Oliver adoeceu vítima de uma apendicite, coube então ao jovem Anthony Hopkins a difícil tarefa de substituir o actor no papel principal da peça “Strindberg's Dance Of Death”, tarefa que cumpriu brilhantemente e que valeu os elogios do próprio Oliver. Após esta performance, foi-lhe oferecido o papel principal da peça de teatro “As You Like It” onde enfrentou mais um grande desafio na sua carreira tendo que se mascarar de mulher para interpretar a bela e provocante Audrey. Também em 1967 fez a sua estreia no cinema no filme “The Lion in Winter” onde interpretou a versão jovem de Richard The Lion Heart, filho do Rei Henrique II interpretado por Peter O´Toole. Hopkins não poderia ter desejado melhor estreia, desempenhou o seu papel na perfeição e ao lado de grandes nomes do cinema mundial, a sua performance valeu-lhe uma nomeação para o BAFTA de melhor actor secundário. Casou com a sua namorada Petronella Barker com quem teve uma filha (Abigail) infelizmente a relação acabou por azedar levando ao divórcio o que levou o actor a um vício potencialmente destrutivo, a bebida.
Apesar dos seus problemas pessoais continuou a trabalhar, em 1969 entrou nos filmes “The Looking Glass” e “Hamlet” onde interpretou John Avery e Claudius respectivamente. No mesmo ano também participou na série de ficção científica Department S. Entre 1970 e 1971 entrou em dois filmes de moderado sucesso “The Three Sisters” e “When Eight Bells Tool”. Em 1972, participou no filme “Young Winston” um épico histórico sobre a juventude de Winston Churchill que lhe valeu o aplauso da crítica e vários elogios incluindo o do realizador Richard Attenborough que o considerou um dos grandes talentos da sua geração. Também nesse ano foi a principal estrela da série que adaptou o aclamado livro “War and Piece” á televisão, uma interpretação que lhe valeu o seu primeiro BAFTA.
Apesar do estrondoso sucesso que alcançara, o seu problema de alcoolismo começava a mostrar sinais deveras preocupantes. Em 1973, o seu problema tornou-se de conhecimento público quando teve um colapso psicológico durante a peça de teatro “McBeth”, tendo abandonado o palco a meio da peça. Felizmente para ele, teve o apoio dos seus amigos e da sua namorada e futura mulher Jennifer Lynton, que o ajudaram a vencer o problema e após um ano de descanso regressou aos palcos de Teatro. Em 1977 voltou ao cinema com o filme “A Bridge Too Far” e com o filme de terror “Audrey Rose”. Ambas as obras despertaram o interesse do público norte-americano que começava a dar mais atenção o trabalho do actor. Em 1978 assumiu o papel principal do filme “Magic” realizado pelo seu amigo e realizador favorito Richard Attenborough, a sua fantástica performance foi aclamada pela crítica americana e europeia e obteve nomeações para um BAFTA e para um Globo de Ouro.
Anthony Hopkins era por esta altura um actor que trabalhava nas três frentes da representação (Teatro, Cinema, Televisão) era já considerado um dos actores mais talentosos e populares do mundo tanto na Europa como na América. Em 1980 entrou no aclamado “The Elephant Man” de David Lynch, interpretando o Doutor Frederick Tavares, o homem responsável pela descoberta do homem-aberração. Um ano mais tarde viria a conquistar um Emmy pela sua interpretação de Adolf Hitler no tele-filme “Bunker”. Pelo meio participou nos filmes “Peter and Paul” e “Change of Seasons” juntamente com Bo Dereck. Entre 1982 e 1986, participou em vários tele-filmes de sucesso como “Hollywood Wives”, “Othello” e “The Hunchback of Notre Dame”. Entre as gravações dos vários tele-filmes conseguiu um tempinho para participar no filme “The Bounty” de Roger Donaldson. Em 1988 “voltou” aos grandes papeis no cinema com o filme “The Dawning” um filme sobre um foragido atirador do IRA que era interpretado por Hopkins. Em 1990 realizou o seu primeiro filme “Dylan Thomas: Return Journey” onde também esteve encarregado da banda sonora, o filme passou algo despercebido ao público e portanto não estreou em muitas salas de cinema. Em 1991 participou no remake de “Desperate Hours” de 1955 do realizador Humphrey Bogart, uma obra que infelizmente alcançou pouco sucesso nas bilheteiras e foi mal recebido pela crítica.
Após o desastre de “Desperate Hours”, Hopkins teve o seu maior sucesso cinematográfico em 1991 com a obra-prima de Jonathan Demme “The Silence of The Lambs”, um filme onde vestiu pela primeira vez a pele do psicopata canibal Dr. Hannibal Lecter, uma representação que lhe deu o Óscar e o BAFTA de Melhor Actor Principal. O filme arrecadou cinco Óscares incluindo o de Melhor Filme, valendo também a Jodie Foster os três principais prémios de cinema (BAFTA, Globo de Ouro, Óscar) pela sua interpretação da agente do FBI Clarice Starling. A década de 90 que acabara de começar parecia promissora para o actor, e os prognósticos adivinharam-se correctos já que foi durante este período de dez anos que Hopkins teve os papéis mais rentáveis e mediáticos da sua carreira. Em 1992 participou no filme “Howards End”, uma adaptação ao cinema da famosa obra literária de E.M.Forster, um filme que acabou por se revelar um sucesso rendendo seis nomeações para os Óscares da Academia. Também em 1992 participou no filme de ficção científica “Freejack”, no filme semi-biográfico de Charlie Chaplin realizado por Richard Attenborough “Chaplin” e na comédia “Spotswood” de Mark Joffe. Para terminar o ano em beleza deu vida ao perito em vampiros o Profesor Van Hellsing, na adaptação cinematográfica de Francis Coppola do livro “Dracula” de Bram Stoker.
Anthony Hopkins era por estes anos um actor muito requisitado, participando em média em dois/três filmes por ano. 1993 trouxe-nos duas interpretações satisfatórias nos filmes “The Trial” e “The Inocente” e duas grandes representações no drama romântico “Shadowlands” realizado por Attenborough e escrito por William Nicholson e em “The Remains of the Day” um filme de James Ivory que arrecadou oito nomeações para os Óscares, incluindo a segunda nomeação de Hopkins à estatueta de Melhor Actor Principal. Hopkins também obteve nomeações para os Globos de Ouro e para os BAFTA. No ano seguinte, entrou em duas produções razoáveis “The Road to Wellville” e “The Legend of the Fall” onde dividiu o protagonismo com Brad Pitt. Em 1995 deu vida ao antigo Presidente norte-americano, no filme biográfico “Nixon”, uma obra realizada por Oliver Stone que voltou a valer a Hopkins uma nomeação para o Óscar e Globo de Ouro de Melhor Actor Principal.
Nos cinco anos seguintes, participou em oito filmes, dois em cada ano. O seu segundo trabalho como realizador surgiu com o filme “August” em 1996, uma comédia romântica onde assumiu três funções a de realizador, actor principal e a de coordenador da banda sonora, o filme acabou por não obter grande sucesso junto das bilheteiras e da crítica. No mesmo ano assumiu a pele do extravagante Pablo Picasso num filme realizado por James Ivory dedicado à vida e obra do pintor chamado “Surviving Picasso”. Juntamente com Alec Baldwin protagonizou o filme de aventura “The Edge” e assumiu um papel secundário numa das várias obras-primas de Steven Spielberg “Amistad”, um filme bastante aplaudido pela crítica mundial e que premiou Hopkins com várias nomeações e premiações pelo seu papel, incluindo uma nomeação para o Óscar e Globo de Ouro de Melhor Actor Secundário. Seguiram-se o Blockbuster “The Mask of Zorro” (1998) o drama “Meet Joe Black” (1998) o thriller “Instinct” (1999) e o épico “Titus”. Acabava assim uma década de sucessos e glória. O novo milénio trouxe novos desafios ao actor, dez anos depois de “The Silence of the Lambs” Hopkins voltaria a interpretar Hannibal Lecter em “Hannibal” um filme bastante mais fraco que o “original” mas que foi recebido muito bem nas bilheteiras. Também em 2001 protagonizou o drama “Hearts in Atlantis”.
Em 2002 entrou no filme de acção “Bad Company” e voltou a interpretar a sua personagem mais famosa e mediática, Hannibal Lecter, no terceiro filme da trilogia Lecter “Red Dragon”. Já em 2003 participou na série de televisão “Freedom: A History of US” e no cinema protagonizou o romance “The Human Stain” juntamente com Nicole Kidman. Este ano também foi marcado pelo divórcio do actor da sua mulher de longa data Jennifer Lynton. No final do ano casou com a colombiana Stella Arroyave. Participou em 2004 no filme realizado por Alec Baldwin “The Devil and Daniel Webster” e no épico de Oliver Stone “Alexander”. Em 2005 entrou no drama “Proof” e na comédia/Aventura “ The World Fastest Indian”.
No ano seguinte, recebeu o Globo de Ouro Cecil B. DeMille que o distinguiu por uma carreira notável nas artes da representação. Protagonizou e produziu o filme “Bobby” um filme que retrata a história do assassinato do candidato presidencial norte-americano Bobby Kennedy. Juntou-se também a Sean Penn e Jude Law no elenco de “All The King’s Men” que acabou por se revelar um desastre de bilheteiras. “Slipstream” (2007) foi o terceiro filme realizado por Anthony Hopkins, coube-lhe também a tarefa de escrever o argumento e de coordenar a banda sonora do filme. No mesmo ano entrou no filme “Fracture”, no épico animado em 3D “Beowulf” e no novo trabalho de James Ivory “The City of Your Final Destination”. Actualmente encontrasse a filmar “The Wolf Man”, uma obra de terror realizada por Joe Johnston, baseado na lenda do lobisomem. Este ano foi premiado com o Bafta Fellowship Award, uma homenagem da indústria cinematográfica inglesa a um dos seus melhores actores. Recentemente adquiriu a nacionalidade norte-americana. Hopkins já provou que é um talentoso músico, o seu instrumento favorito é o piano. Em 1986 lançou um single chamado “Distant Star” que aliançou a 75º posição nas tabelas de vendas do Reino Unido na sua semana de estreia. Recentemente anunciou que está a planear retirar-se temporariamente do cinema para poder fazer uma tour mundial com o seu piano, tocando sonatas da sua autoria e de outros compositores. Anthony Hopkins é sem dúvida um dos grandes actores da actualidade, durante a sua ilustre carreira conquistou mais de 30 prémios, o respeito de várias gerações de artistas e a simpatia de grande parte dos fãs da sétima arte.

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