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segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

José Maria Mendes Ribeiro Norton de Matos, faleceu a 3 de Janeiro de 1955


José Maria Mendes Ribeiro Norton de Matos nasceu em Ponte de Lima, a 23 de Março de 1867 e faleceu nesta vila, a 3 de Janeiro de 1955
. Filho de Tomás Mendes Norton, comerciante e cônsul de Inglaterra em Viana, e de Emília Matos de Prego e Sousa. Frequentou o colégio em Braga e em 1880, foi para a Escola Académica, em Lisboa. Formou-se em Matemática pela Universidade de Coimbra, ingressando, depois na Escola do Exército, cujo curso do Estado Maior tirou com distinção. Em 1898, partiu para a Índia Portuguesa, onde organizou os cadastros das terras. Começou aí a sua carreira na administração colonial, como director dos Serviços de Agrimensura. Acabada a sua comissão, viajou por Macau e pela China em missão diplomática. Voltou a Portugal em 1910, sendo colocado na 2ª Divisão Militar (Viseu). Com a Implantação da Republica, aderiu ao Partido Democrático e foi promovido a major. Foi também iniciado na Maçonaria, na loja Pátria e Liberdade, com o nome simbólico de Danton. Em 1912, tomou posse como Governador-Geral de Angola. A sua actuação na colónia revelou-se extremamente importante, na medida em que impulsionou fortemente o seu desenvolvimento, empreendendo a maior obra administrativa e legislativa aí efectuada. Demitiu-se aquando da Ditadura de Pimenta de Castro e voltou à Metrópole para fazer parte da Junta Revolucionária que repôs a Constituição. Foi depois chamado ao Governo para ocupar o cargo de ministro das Colónias, durante cerca de um mês, em Junho de 1915, para depois ocupar a pasta de ministro da Guerra, durante cerca de dois anos e meio, num período difícil da História do século XX, a Primeira Guerra Mundial. Coube-lhe a responsabilidade de preparar o exército português para o combate. Em 1917, o golpe revolucionário de Sidónio Pais, obrigou-o a exilar-se em Londres, por divergências com o novo governo. Regressou à pátria, em Janeiro de 1919, e foi nomeado delegado de Portugal à Conferência da Paz. No Verão de 1919, voltou a Portugal para ocupar o cargo de deputado por Lisboa. Logo a seguir é feito general e nomeado Alto-comissário da Republica em Angola, onde prosseguiu a sua obra de fomento material, espiritual e moral. Em Junho de 1924, pede a demissão, devido à contestação que as suas medidas estavam a ser alvo, passa, então, a exercer o cargo de Embaixador de Portugal em Londres. Com a Ditadura Militar, é destituído do cargo de Embaixador. Acusado de conspirador, é perseguido pela nova situação política, preso e deportado para os Açores, regressando em 1929, sendo eleito, em Dezembro desse ano, Grão-Mestre o Grande Oriente Lusitano. O seu prestigio como figura da oposição ao Estado Novo foi-se cimentando ao longo dos anos e em 1949, candidata-se às eleições presidenciais desse ano, desistindo na véspera do acto eleitoral, por considerar que as eleições eram uma burla. Já com uma idade avançada, retira-se para a casa de família em Ponte de Lima, onde falece em Janeiro de 1955. 

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