Cresce o número de adolescentes em risco
Quem anda pelas escolas secundárias sabe do que estou a falar. O número de alunos com idades entre os 13 e os 17 anos em situação de risco extremo aumentou exponencialmente nos últimos meses. As direções executivas das escolas secundárias e dos agrupamentos com 3º CEB perdem grande parte do tempo a tratar de questões de carácter social - fome, abandono, abusos e violência - que afetam crianças e adolescentes em número crescente.
Os casos mais comuns são alunos abandonados pelos pais, entregues a avós ou a vizinhos, que vão à escola com o único propósito de almoçarem gratuitamente e de socializarem com gangues e grupos inorgânicos que se dedicam à pequena criminalidade.
Boa parte destas crianças e jovens abandonados pelos pais estão em processo de captura por parte dos gangues e dos grupos que se dedicam à marginalidade, ao furto e ao tráfico de droga.
Estes jovens são vítimas, por um lado, de 15 anos de maus governos, saque do erário público, despesismo faraónico e corrupção generalizada e, por outro, de pais que perderam toda a noção de responsabilidade. Muitos destes pais ausentes trocaram os filhos por uma mulher ou por um homem, deixaram de cumprir as responsabilidades parentais e cortaram os afetos que os ligavam aos filhos biológicos. São crianças e jovens mal amados, abandonados, traídos e revoltados. Têm como triste destino engrossarem as prisões do país. A escola pouco pode fazer por eles que vá além de lhes matar a fome, ouvi-los e dar-lhes bons conselhos. Mas isso é manifestamente insuficiente para o elevado nível de carência e abandono a que estes jovens foram votados. Esta é talvez a pior herança do socialismo socrático.
In "Profblog"
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