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quarta-feira, 15 de junho de 2011

JOSÉ Sobral de ALMADA-NEGREIROS, a 15 de Junho de 1970, morre, em Lisboa, com 77 anos de idade




JOSÉ Sobral de ALMADA-NEGREIROS (1893-1970) 

Artista plástico e escritor português, natural de São Tome e Príncipe. Estudou no colégio jesuíta de Campolide e na Escola Nacional de Belas-Artes, em Lisboa. Retomou posteriormente estudos de pintura em Paris (1919-1920).
Residiu em Espanha entre 1927 e 1932 e, em 1934, casou com a pintora Sara Afonso.
Almada Negreiros, conhecido corno «Mestre Almada», colaborou nas revistas de vanguarda Orpheu (de que foi co-fundador),Contemporânea, Athena, Portugal Futurista Sudoeste (que dirigiu). Participou em exposições de arte, nomeadamente na I Exposição dos Humoristas Portugueses (1911), a primeira do modernismo nacional. Como artista plástico, são de realçar os seus murais na gare marítima de Lisboa, Os trabalhos para a igreja de Nossa Senhora de Fátima (mosaico e pintura) e o célebre retrato de Fernando Pessoa. Pintor do advento do cubismo, a sua actividade artística estendeu-se ainda à tapeçaria, à decoração e ao bailado. Como escritor, publicou pecas de teatro (Antes do Começar, 1919; Pierrot e  Arlequim, 1924; Deseja-se Mulher, 1928); o romance Nome do Guerra (publicado em 1938, mas escrito em 1925), considerado um dos romances fundamentais do século XX português e o primeiro em que se manifesta já a arte modernista; poemas (entre os quais A Cena do Ódio, de 1915, descrição violenta do Portugal seu contemporâneo) e uma serie de textos de critica e polémica, dispersos pelas publicações em que colaborava. De entre estes, destacam-se A invenção do Dia Claro (1921), conferência sob a forma de poema, e o Manifesto «Anti-Dantas», verdadeiro libelo de reacção ao ambiente cultural estagnado e academizante da época. A sua obra representa uma síntese, única na sua geração, das tendências modernistas e futuristas de então, não apenas por, como artista, ser multifacetado, mas também pela sua capacidade de fusão e conjugação, nas letras e na pintura, dessas varias vertentes - plástica, gráfica e poética.
Artista da novidade e da provocação, entendendo o século XX como um recomeçar, atento à busca de urna unanimidade universal e profundamente marcado pela herança e o sentido da civilização europeia, foi uma das grandes figuras da cultura portuguesa do século XX. Artísticamente activo ao longo de toda a sua vida. O seu valor foi reconhecido por inúmeros prémios.

In: Enciclopédia Universal Multimédia 

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