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Previsão do Tempo
sexta-feira, 1 de julho de 2011
Salgueiro Maia, nasceu em Castelo de Vide em 1 de Julho de 1944,
É um exemplo de valentia e grandeza na Revolução dos Cravos. Salgueiro Maia, soldado português, comandou as forças que avançaram sobre Lisboa no 25 de Abril de 1974. Pôs fim à ditadura militar e forçou a rendição de Marcello Caetano. Foi aclamado em apoteose. Salgueiro Maia impediu uma devastação desnecessária e deu aos Portugueses um novo amanhecer. Personifica o herói dos tempos modernos. “A tranquilidade, coragem e serenidade que soube transmitir fazem com que simbolize todo aquele movimento”, refere a escritora Inês Pedrosa.
É o mais puro símbolo da coragem e generosidade dos capitães de Abril. “É a figura da Revolução”, diz a escritora Alice Vieira. Salgueiro Maia, militar português, avançou sobre Lisboa em 25 de Abril de 1974. À frente de 240 homens e com dez carros de combate da Escola Prática de Cavalaria, ocupou o Terreiro do Paço, levando à fuga os ministros de um regime ditatorial que durava há quase 50 anos. Obrigou Marcello Caetano à rendição e a demitir-se. “Eu, o António Pedro Vasconcelos e o João César Monteiro fomos para o Largo do Carmo. Reparei nele, na maneira como conduzia e aguentou aquilo”, relembra Fernando Lopes. Para o cineasta, o ar de “herói romântico” de Salgueiro Maia marcou-o profundamente. “É uma imagem quase poética.”
A partir da chegada da coluna de Salgueiro Maia ao centro físico do poder político, os passos deste capitão confundem-se com a história do próprio 25 de Abril. Não há dúvida de que “é o melhor dos capitães de Abril”, como diz o jornalista Carlos Magno, e o responsável por aquela que é considerada por muitos a frase da Revolução: “Somos todos capitães.”
Há quem diga que se Otelo Saraiva de Carvalho foi o estratega e o cérebro da operação, Salgueiro Maia foi o seu braço mais importante. Diz Otelo no livro “Alvorada em Abril”, editado pela Editorial de Notícias, que “Salgueiro Maia iria ser o comandante das forças do Movimento mais sujeito a situações de perigo e de tensão ao longo do dia 25. O número de homens que tem sob o seu comando e o potencial bélico de que dispõe permitem-lhe, todavia, encarar com certo optimismo as situações de responsabilidade que se lhe vão deparando e sendo resolvidas”. De facto, “a sua extrema juventude, a sinceridade com que fez a comunicação entre o poder cessante e o novo poder, a tranquilidade, a coragem e a serenidade que soube transmitir nesse momento, fazem com que simbolize todo aquele movimento”, reforça a escritora Inês Pedrosa. Mesmo que uma onda de medo lhe retorcesse o estômago, Salgueiro Maia ia em frente.
Nascido em Castelo de Vide em 1 de Julho de 1944, Salgueiro Maia resolve fazer carreira militar. Em Outubro de 1964, ingressa na Academia Militar e, dois anos depois, apresenta-se na Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, para frequentar o tirocínio. Em 1968 é integrado na 9.ª Companhia de Comandos, e parte para o Norte de Moçambique, em plena guerra colonial. A participação vale-lhe a promoção a capitão já em 1970. Depois de Moçambique vai para a Guiné. Regressa a Portugal em 1973, altura em que é colocado na Escola Prática de Cavalaria.
Como delegado da arma de cavalaria, acaba por integrar a comissão coordenadora do movimento das forças das armadas (MFA) que, entretanto, iniciara reuniões clandestinas. Após o levantamento das Caldas, de 16 de Março de 1974, no histórico dia 25 de Abril o capitão comandou a coluna de carros de combate que montou cerco aos ministérios do Terreiro do Paço. Para António Costa Pinto, historiador, Salgueiro Maia é “alguém que entra e sai da história muito rapidamente, sem se confundir com ela”. A escritora Alice Vieira acrescenta: “Foi o homem da acção, que ia à frente dos chaimites. É o herói em toda a sua ascensão popular.”
No final da tarde do dia 25, Salgueiro Maia força a rendição de Marcello Caetano, que entrega a direcção do governo ao general António de Spínola. Maia escolta Caetano ao avião que o transporta para o exílio. As notícias varrem o país como um “tsunami” de alegria e regozijo. A Revolução dos Cravos marcava o fim da ditadura em Portugal. Os Portugueses acordaram noutro país, com mais esperança. “Eu tinha 4 anos no 25 de Abril quando vi o Salgueiro Maia. Vi, da varanda da casa dos meus pais, aqueles tanques a passarem no Largo do Carmo, Rua D. Pedro V por aí acima. São das poucas imagens que retenho da minha infância. É exactamente da euforia das pessoas de que me lembro. Foi inesquecível”, conta, com entusiasmo, o compositor Bernardo Sassetti.
Em 4 de Abril de 1992 Salgueiro Maia morreu vítima de uma doença cancerígena. No cemitério de Castelo de Vide, quatro presidentes da República - António de Spínola, Costa Gomes, Ramalho Eanes e Mário Soares - vêem descer à terra o corpo de um dos homens que mais contribuiu para que todos eles pudessem ascender à mais alta magistratura da nação.
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