SONETO DOS IMORTAIS
Nascido de Petrarca, Cecco e Dante
o soneto sustém-se em teimosia
de afirmar que a perfeita poesia
reside no seu seio, palpitante.
Oito séculos, glórias, agonia:
auge da fama e pejo degradante.
Nem mesmo Augusto, singular, brilhante,
pôde ficar aquém da picardia.
Mas o molde se aferra em perdurar:
Camões, Bocage, Guido, Waldemar,
Bilac, Baudelaire e os atuais
hão de levar adiante a luta infinda
e muitas gerações farão ainda
quartetos e tercetos imortais!
Recife, 25 de outubro de 2010.
Carlos Severiano Cavalcanti
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