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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Bertolt Brecht nasceu a 10 de fevereiro de 1898
Bertolt Brecht (Augsburg, 10 de Fevereiro de 1898 — Berlim, 14 de Agosto de 1956) foi um influente dramaturgo, poeta e encenador alemão do século XX.
Nascido Eugen Berthold Friedrich Brecht na Baviera, Brecht estudou Medicina e trabalhou como enfermeiro num hospital em Munique durante a Primeira Guerra Mundial. Filho da burguesia, sofreu, como todos em seu país, a sensação de desolamento de encarar um país completamente destruído pela guerra.
Depois da guerra mudou-se para Berlim, onde o influente crítico, Herbert Ihering, chamou-lhe a atenção para a apetência do público pelo teatro moderno. Já em Munique, as suas primeiras peças (Baal (1918/1926) "Tambores na Noite" Trommeln in der Nacht(1918-1920) ) foram levadas ao palco e Brecht conheceu Erich Engel com quem veio a trabalhar até ao fim da sua vida. Em Berlim, a peça Im Dickicht der Städte, protagonizado por Fritz Kortner e dirigido por Engel, tornou-se no seu primeiro sucesso.
O totalitarismo afirmava-se como a força renovadora que não só iria reerguer o país, como se outorgava a missão de reviver o Sacro Império Romano-Germânico. Mas, ao mesmo tempo, chegavam à Alemanha influências da recém formada União Soviética, com sua bem-sucedida implantação de um regime socialista, o que significava esperança para um povo sofrido como o da Alemanha naquele período. É a este último grupo que Brecht vai se unir, na ânsia de debelar o seu desespero existencial. No entanto, depois de Hitler eleito em 1933 Brecht não estava totalmente seguro na Alemanha Nazista, exilando-se na Áustria, Suíça, Dinamarca, Finlândia, Suécia, Inglaterra, Rússia e finalmente nos Estados Unidos. Recebeu o Prêmio Lênin da Paz em 1954.
As suas principais influências foram Constantin Stanislavski, Vsevolod Emilevitch Meyerhold e Erwin Piscator. Stanislavski é o primeiro revolucionário, e suas teorias servem de base para o trabalho de Meyerhold e seu "método biomecânico" cuja principal intenção é fazer com que o ator exprima as nuanças psicológicas de seu personagem através de uma "máscara pantomímica".
Ele já desenvolve a técnica de comentar o texto através do gesto, inspiração asiática evidente no teatro de Brecht. A contribuição de Piscator é a noção de um teatro propagandístico e educativo. É ele quem abre caminho para o verdadeiro teatro épico teorizado e executado por Brecht. Também foram influências significativas os seus estudos sobre Sociologia e o marxismo.
Podem ser identificadas duas motivações principais para o Teatro Épico de Brecht:
•a concepção marxista do Homem, um ser que deve ser entendido observando-se o conjunto de todas as relações sociais de que participa. Para Brecht, a forma épica é a única capaz de apresentar as determinantes sociais das relações inter-humanas.
•o seu intuito didático, a necessidade de um "palco científico" capaz de desmistificar as relações da sociedade, esclarecendo o público e suscitando a ação transformadora.
Algumas de suas principais obras são:
"Um Homem É um Homem", em que cresce a idéia do homem como um ser transformável,
"Mãe Coragem e Seus Filhos", sobre a Guerra dos Trinta Anos, escrita no exílio no começo da Segunda Guerra Mundial, e
"A Vida de Galileu", drama biográfico com o qual Brecht encontra definitivamente o caminho do teatro dialético. Afirma Bernard Dort a respeito deste último:
"... Galileu foi escrita, pelo menos originalmente, para servir de exemplo e de conselho aos sábios alemães tentados a abdicar seu saber nas mãos dos chefes nazistas. "
Além dessas, escreveu "Seu Puntila e seu Criado Matti", "A Irresistível Ascenção de Arturo Ui", "O Círculo de Giz Caucasiano" e "A Boa Alma de Setzuan".
Brecht deixou marcas em Berlim:
Um trajeto por Berlim resgata os passos do dramaturgo Bertolt Brecht pela metrópole da República de Weimar e capital da Alemanha Oriental.
Berlim é uma cidade por onde já passaram incontáveis artistas e intelectuais. Mas talvez nenhum outro escritor moderno tenha deixado pistas tão nítidas na cidade como o dramaturgo Bertolt Brecht, autor da Ópera dos Três Vinténs e mentor do chamado Teatro Épico.
Berlim foi a cidade em que o jovem autor nascido em Augsburg conseguiu chamar a atenção dos intelectuais e do público para sua obra. Em 1924, Brecht mudou de sua cidade bávara para Berlim, onde trabalhou com o escritor Carl Zuckmayer no Deutsches Theater.
A efervescência cultural da República de Weimar teve fim com a ascensão do nazismo. No início de 1933, uma apresentação da peça A Medida, de Brecht, foi interrompida por policiais. Um dia antes do atentado incendiário contra o Reichstag (Platz der Republik 1), em fevereiro do mesmo ano, Brecht partiu com seus filhos e sua terceira mulher, a atriz vienense Helene Weigel, para o exílio dinamarquês. No mesmo ano, as obras de Brecht foram lançadas ao fogo durante a queima de livros organizada pelos nazistas na Opernplatz, atual Bebelplatz.
Após os nazistas invadirem a Dinamarca, Brecht emigrou para os Estados Unidos, onde permaneceu até 1948. Após uma permanência na Suíça, o dramaturgo retornou à Alemanha Oriental em 1949, com passaporte tcheco, já que sua cidadania tinha sido cassada pelos nazistas em 1935.
Ao retornar a Berlim, Brecht residiu com Helene Weigel numa casa na Chausseestrasse 125, em Mitte. Desde 1989, este endereço abriga a Casa Brecht, onde se pode visitar a última residência do casal, o arquivo Berthold Brecht e o restaurante com receitas da austríaca Helene Weigel.
De volta à Alemanha, Brecht e Weigel criaram sua própria companhia, o Berliner Ensemble, que inicialmente funcionou no Deutsches Theater, instalando-se posteriormente no Theater am Schiffbauerdamm, onde a Ópera dos Três Vinténs havia estreado em 1928. Em 1954, esta se tornou a sede definitiva do Berliner Ensemble.
A Akademie der Künste (Academia das Artes) da Alemanha Oriental (Pariser Platz 4), da qual Brecht era membro, foi reinaugurada em maio de 2005, nas imediações do Portão de Brandemburgo. O edifício foi projetado por Behnisch & Partner com Werner Durth e funciona hoje como espaço de exposições.
Bertolt Brecht faleceu no hospital Charité (o único arranha-céu nas imediações do Berliner Ensemble), em agosto de 1956, em decorrência de um infarto. Ele está enterrado ao lado de Helene Weigel no Dorotheenstädtischer Friedhof ao lado da Casa Brecht.
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