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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Vitorino Nemésio Mendes Pinheiro da Silva, morreu a 20 de Fevereiro de 1978



Vitorino Nemésio Mendes Pinheiro da Silva nasceu nos   Açores (Ilha terceira) em 1901. Em 1916 fundou a revista literária "Estrela d’Alva". Em 1921, em Lisboa, foi redactor dos jornais "A Pátria", ?A Imprensa de Lisboa? e "Última Hora". Em 1922 concluiu o liceu em Coimbra, ingressou na Faculdade de Direito e no ano seguinte começou a colaborar na revista "Bizâncio" de Coimbra. Nesse ano viajou para Espanha pela primeira vez, com o Orfeão Académico e em Salamanca conheceu Unamuno. Em 1924 abandonou o curso de Direito e matriculou se na Faculdade de Letras, em Ciências Histórico Geográficas. Com Afonso Duarte, António de Sousa, Branquinho da Fonseca e Gaspar Simões (entre outros), fundou a revista "Tríptico". Em 1925 optou definitivamente pelo curso de Filologia Românica e foi nesse ano que surgiu o jornal "Humanidade" (quinzenário de Estudantes de Coimbra), tendo sido Nemésio o seu redactor principal. Nesse jornal colaboraram, entre outros, José Régio, João Gaspar Simões e António de Sousa. Em 1926, fundou e dirigiu com Paulo Quintela, Cal Brandão e Sílvio Lima, o jornal "Gente Nova" (jornal republicano académico) e a partir de 1928 passou a colaborar na revista "Seara Nova".
Nesse mesmo ano, começou a corresponder se com Miguel de Unamuno. Em 1930 colaborou na revista "Presença", com textos poéticos e transferiu se para a Faculdade de Letras de Lisboa, começando a pesquisa sobre Herculano (que o ocupou até ao fim da vida). Licenciou se na Faculdade de letras de Lisboa em 1931 e ali iniciou o magistério, leccionando Literatura Italiana e dois anos depois, também Literatura Espanhola. Em 1934 começou a corresponder se com Valery Larbaud. No mesmo ano começou a desempenhar funções de chargé de cours na Universidade de Montpellier. Ainda em 1934, doutorou se em Letras, com "A Mocidade de Herculano até à Volta do Exílio". Em 1935 colaborou no jornal "O Diabo" com vários poemas. Em 1937 fundou e dirigiu, em Coimbra, a "Revista de Portugal". No mesmo ano, partiu para a Bélgica, e leccionou na Universidade Livre de Bruxelas durante dois anos, regressando a Portugal em 1939 para leccionar na faculdade de Letras de Lisboa. Colaborou nos "Cadernos de Poesia", na revista "Variante", na revista "Aventura? e na revista "Litoral". Em 1944 foi editada a primeira edição de "O Mau Tempo no Canal", que recebeu no ano seguinte o Prémio Ricardo Malheiros da Academia das Ciências. Em 1946 iniciou a sua colaboração no jornal "Diário Popular" e na revista "Vértice". Em 1952 viajou pela primeira vez para o Brasil, que depois se tornou um destino frequente. De 1956 a 1958 foi director da Faculdade de Letras de Lisboa e a partir de 1958, começou a leccionar no Brasil (Baía, Ceará, Rio de Janeiro, etc.). Em 1960 interveio na reforma dos planos de estudos das Faculdades de Letras então projectada e viajou para África por causa dos cursos de extensão universitária em Luanda e Lourenço Marques. Em 1965 foi doutorado honoris causa pela Universidade Paul Valery, de Montpellier, e no mesmo ano recebeu o Prémio Nacional de Literatura, pelo conjunto da sua obra. Iniciou em 1969 uma colaboração regular na RTP com o programa "Se bem me lembro". Em 1970 inaugurou as comemorações do centenário da "Geração de 70" no Centro Cultural Português de Paris, da Fundação Calouste Gulbenkian. Iniciou em 1971 a sua colaboração regular na revista "Observador" e no mesmo ano, em 12 de Dezembro, proferiu a sua "Última Lição" na Faculdade de Letras de Lisboa, onde ensinara durante quase quarenta anos. Em 1974 recebeu o Prémio Montagine, da Fundação Freiherr von Stein/Friedrich von Schiller, de Hamburgo. No mesmo ano, a Bertrand lançou a primeira colectânea de estudos sobre a obra de Nemésio. Em 1975 colaborou na homenagem ao Prof. Aurélio Quintanilha, a quem dedicou "Limite de Idade". Em Dezembro, assumiu a direcção do jornal "O Dia". Em 1977 foi coordenador nacional do centenário de Herculano. Vitorino Nemésio faleceu em Lisboa, em 1978, e foi sepultado em Coimbra. No mesmo ano foi publicado o primeiro estudo em livro que lhe é exclusivamente consagrado: ?Vitorino Nemésio, a Obra e o Homem?, de José Martins Garcia. Vitorino Nemésio tem as suas obras traduzidas em italiano, francês, inglês e alemão, entre outras.





Entre 1969 e 1975, a RTP apresentou um programa semanal, que em 1974 passou a quinzenal, com o título "Se bem me lembro". Durante cerca de meia hora, em horário nobre, os portugueses, encantados, deixavam o professor Vitorino Nemésio abrir-lhes as fronteiras da cultura e do conhecimento. Um homem apaixonado pela palavra, um homem culto e um comunicador nato, Vitorino Nemésio assinava um programa mágico. Um programa de conversas que o viria tornar bem popular junto do público. E a sua presença tão natural na televisão enganava mesmo - é que era uma absoluta estreia de Nemésio em frente às câmaras. Mas o tempo viria a torná-lo, com justiça, uma presença assídua e importante.

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