Miguel Relvas e o escrutínio das redes sociais
As redes sociais têm torrentes de partilhas que contêm denúncias pessoais sobre o caso da licenciatura do ministro. A investigação da comunicação social pode passar pelas redes porque lá também existem fontes credíveis
Texto de Rui Marçal • 05/07/2012 - 19:47
Ultimamente o país tem acompanhado a evolução do caso da Licenciatura do ministro dos Assuntos Parlamentares. O leitor que procura o esclarecimento encontra muitas vezes informações contraditórias e confusas. Mas a Internet é um mundo e é por isso que encontramos, nesta entrevista, Miguel Relvas a falar sobre impostos, responsabilidade e exemplo.
Na mesma entrevista, Miguel Relvas aborda a importância do Facebook e do Twitter como mecanismos de “acesso democrático”. O ministro sublinha inclusive que a averiguação das redes sociais é positiva porque “a política sem escrutínio e sem responsabilidade pode-se tornar perigosa e que leva a deslumbramentos”.
O ministro tem razão. Actualmente, muita da nossa comunicação é feita através de "chats", comentários e partilhas. Hoje em dia, o próprio Presidente da República usa as redes sociais como meio privilegiado de divulgação das suas mensagens. Mesmo assim, a comunicação social não tem dado a importância devida às redes sociais e aos seus utilizadores.
Se grande parte da divulgação das notícias é feita nestas redes, existe também uma parte substancial de denúncias que se alastram e que são sucessivamente ignoradas. Neste momento, quem fizer esse mesmo escrutínio pelas redes sociais na tentativa esclarecer algumas informações dúbias, encontrará algumas revelações inesperadas, com torrentes de partilhas que contêm denúncias pessoais sobre o caso da licenciatura do ministro.
Por exemplo, entre vídeos e "posts", uma das denúncias que mais "hype" tem criado (já vai para lá das 100 partilhas) vem de um professor universitário (segundo o respectivo perfil do Facebook e a própria página do ISG, Instituto onde lecciona). Este professor conta a história com detalhe no seu mural do Facebook. Em determinado "post" afirma mesmo que “o Dr António José Seguro foi um dos professores (da Universidade Lusófona) que assinou a falsa Licenciatura do Dr Miguel Relvas”.
A investigação da comunicação social pode passar pelas redes sociais porque lá também existem fontescredíveis. Claro está que a veracidade de todas as afirmações deve ser confirmada no terreno, mas não seria a primeira vez que a verdade partiria das redes sociais. O jornalismo 2.0 passa por aqui.
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