As origens da SCML remontam a 15 de Agosto de 1498, devido à especial intervenção da Rainha D. Leonor de Lencastre, viúva do Rei D. João II.
Decorria, então, uma nova política da saúde e assistência em Portugal, caracterizada pela construção de hospitais, resultantes da fusão de pequenas instituições medievais. De acordo com esta política, D. Leonor, então regente por ausência de D. Manuel I, toma a iniciativa de criar uma Irmandade de Invocação a Nossa Senhora da Misericórdia, que tinha como fim ajudar a resolver os graves problemas de assistência e saúde existentes em Portugal.
A nova Irmandade ou Confraria regia-se por, nos termos do qual os membros da Irmandade tinham por missão pôr em prática as 14 Obras de Misericórdia, 7 espirituais e 7
corporais:
- Ensinar os simples
- Consolar os tristes e desconsolados
- Sofrer as injúrias com paciência
- Rogar a Deus pelos vivos e pelos mortos
- Dar bom conselho a quem o pede
- Castigar com caridade os que erram
- Perdoar os que nos ofendem
- Remir cativos e visitar os presos
- Curar os enfermos
- Cobrir os nus
- Dar de comer aos famintos
- Dar de beber a quem tem sede
- Dar pousada aos peregrinos e pobres
- Enterrar os finados
Esta Irmandade esteve na base da fundação de muitas outras Misericórdias no Reino e por todo o Império português. Se deada, inicialmente na Capela da Terra Solta, da Sé de Lisboa, foi transferida, em 1534, para o edifício anexo à então edificada Igreja Manuelina da Conceição Velha, situado na zona ribeirinha.
Em 1755, a Misericórdia de Lisboa viu destruída a sua sede pelo terramoto ocorrido a 1 de Novembro, o que obrigou à dispersão dos serviços. Nesta catástrofe, perderam-se documentos comprovativos de contas, benefícios e bens, o que tornou a situação económica da Instituição ainda mais precária.
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