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terça-feira, 14 de agosto de 2012
René Goscinny nasceu a 14 de agosto de 1926
René Goscinny
René Goscinny nasceu a 14 de agosto de 1926, em Paris (França).
Filho de mãe ucraniana e de pai polaco, passou grande parte da sua infância naArgentina, onde chegou com quase dois anos.
Frequentou o Liceu Francês de Buenos Aires, distinguindo-se como bom aluno,colaborando ativamente nos boletins Notre voix e Quartier Latin, onde publicouos seus primeiros textos e desenhos.
Com a súbita morte do pai, no Natal de 1942, a hipótese de ser admitido emBelas-Artes foi posta de parte, começando por trabalhar na publicidade.
Em 1945 partiu para os EUA com a sua mãe, juntando-se a familiares que viviamem Nova Iorque, trabalhando em traduções numa empresa de importações eexportações.
Foi em 1948 que se iniciou como assistente num pequeno estúdio de desenho,onde pontificavam nomes que mais tarde se tornarão célebres, como HarveyKurtzman e outros colegas, que fundarão a revista Mad, em 1952.
Em 1950 conheceu Joseph Gillain (Jijé) e Maurice de Bévere (Morris) que, comoele, tentavam a sua sorte no país de todas as oportunidades. Deste encontro,nascerão vários projetos e a hipótese de tentar a sua sorte na Bélgica e emFrança.
Regressado à Europa, abandonou a expectativa de vingar nos desenhos,confiando em tirar partido dos seus textos. Acabou por conhecer Albert Uderzoem 1951, em Paris, iniciando-se uma cumplicidade que terá o seu apogeu com acriação de "Astérix", em 1959. Antes disso, colaborou em diversos periódicos,como Moustique e Spirou. Neste último começou a sua longa colaboração comMorris, assegurando os argumentos de Lucky Luke, série criada a solo peloprimeiro, em 1949.
Um conflito pelo reconhecimento dos direitos dos autores acabou por levar aque Goscinny, Uderzo e ainda Jean-Michel Charlier, também argumentista,fundassem a Édipresse/Édifrance, agência especializada na imprensa decomunicação. Aí nasceram publicações de natureza diversa, multiplicando-se aspersonagens e as colaborações com outros autores.
Em 1955 surgiu Le Petit Nicolas (O Pequeno Nicolau), sob ilustrações de Jean-Jacques Sempé, publicado em Le Moustique, inicialmente como BD, depois emSud-Ouest e na Pilote, na versão de texto e ilustração. Em 1956 iniciou-se acolaboração na revista Tintin, onde Goscinny pontificou em diferentes séries,destacando-se, no ano seguinte, o aparecimento de Spaghetti (com DinoAttanasio), Modeste e Pompon (com André Franquin) e Oumpah-Pah (Humpá-Páem Portugal, com Albert Uderzo). Humpá-Pá, o simpático pele vermelha,apareceu em 1958, numa segunda versão, depois de uma experiência sem êxitoem 1951.
Goscinny, Uderzo e Charlier lançaram-se numa outra aventura conjunta, aocriarem a revista Pilote, em 1959, que marcou fortemente a BD europeia dadécada seguinte. Logo no número inaugural surgiu Astérix, a mais célebre dasvárias criações de Goscinny e de Uderzo que, em poucos anos, se tornou numverdadeiro fenómeno de popularidade e motivo de orgulho para a RepúblicaFrancesa. Pegando num emblemático momento da História de França, aresistência ao invasor romano, e beneficiando de argumentos portentosamenteescritos por Goscinny e um registo gráfico que foi sendo aprimorado por Uderzo,a série foi multiplicando o número de títulos e de edições no estrangeiro,sobretudo na Europa, onde a sua popularidade não tem parado de crescer.
Os autores foram impondo um ritmo de dois novos álbuns por ano, cujastiragens foram batendo sucessivos recordes. No entanto, Goscinny nãoesmoreceu, as suas outras séries e criações, continuando a trabalhar paravários autores e publicações.
Depois de dificuldades iniciais surgidas na Pilote, George Dargaud, importanteeditor francês, comprou a revista por um preço simbólico. Goscinny e Charlierassumiram a chefia da redação, começando a revista a registar significativosaumentos nas vendas, ao mesmo tempo que novos talentos como Giraud,Mézières, Fred, Gotlib e Reiser foram despontando.
Em janeiro de 1962 surgiram As Aventuras do Califa Haroun El Poussah, noprimeiro número da revista Record, série depois rebatizada como As Aventurasdo Grão-Vizir Iznogoud, dada a extraordinária popularidade que o grão-vizirusurpador (Iznogoud) começou a desfrutar. Tudo porque ele "quer ser califa nolugar do califa"!
No início da década de 70, reflexo do maio de 68, retirou-se da chefia deredação da sua Pilote, contestado pelos autores mais novos, que pretendiamdar outra dinâmica à revista, concentrando-se nas suas múltiplas criações.Fundou nessa época, com Uderzo, o Studio Idéfix, dedicado à realização dedesenhos animados das suas séries e a sua própria editora, a Éditions Albert-René.
Faleceu na sua cidade natal, a 5 de novembro de 1977, vítima de uma crisecardíaca, no auge da sua popularidade, trabalhando a um ritmo frenético, commuita energia, criatividade e talento. A sua obra, de tão vasta que é, deuorigem ao Dictionnaire Goscinny (Dicionário Goscinny), saído em 2003, volumosolivro em que pontificam todos os seus trabalhos editados em livro/álbum, com osseus autores a considerarem que seria necessário um outro similar referente àshistórias que nunca saíram das páginas de jornais e revistas. As dezenas delivros editados com o seu nome, alguns com tiragens de vários milhões deexemplares, tornaram-no no autor francês mais traduzido em todo o Mundo.
A sua esposa Gilberte (entretanto falecida) e a sua filha Anne instituíram oPrémio René Goscinny, que recompensa jovens argumentistas de BD e cujaentrega ocorre, todos os anos, durante o Festival de Angoulême.
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