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sábado, 17 de novembro de 2012

A 17 de Novembro de 1717 iniciaram-se as obras da construção do Convento de Mafra



As obras iniciaram-se em 1717, ano do lançamento da primeira pedra e a 22 de Outubro de 1730, dia do 41º aniversário do rei, procedeu-se à sagração da basílica.

È o mais significativo monumento do barroco em Portugal, integrando um Paço Real, uma Basílica, um Convento Franciscano e uma importante Biblioteca, síntese do saber enciclopédico do séc. XVIII.

A construção, que chegou a envolver mais de 50 mil homens, só terminou, oficialmente, em 1750, com a morte do rei,embora muitos pormenores só viessem a ser concluídos nos três reinados seguintes.

As dificuldades para manter os trabalhadores foram enormes chegando a ser tomadas medidas drásticas, para castigar os fugitivos. Os que fossem apanhados teriam de trabalhar 3 meses sem receber pagamento e se fossem reincidentes, esperava-os as galés e açoites.

Acomodaram-se nesta obra as pessoas em casas de madeira que se construíram e foram abatidas depois da obra concluída, numa área superior ao Terreiro do Paço.

Da enorme massa de trabalhadores envolvida, muito adoeceram e morreram, tendo D.João V determinado que ás famílias de cada um dos mortos de desse uma esmola de 3 mil réis, um hábito para ser amortalhado, uma cova e cinco missas por alma.

Foram realmente tempos de trabalhos forçados, muitos homens reduzidos á condição de escravos, obrigados a deixar as suas terras e famílias para trabalharem numa obra, que apenas era do gosto do rei.

Imensos problemas com demoras nos pagamento aos trabalhadores e ajustamento de trabalho com mestres de ofício, fizeram atrasar a obra que afinal não agradava a ninguém para além do próprio rei.

Os religiosos do convento também se queixavam, do sítio onde foi edificado, que nem agradava á família real, que o rei tinha dificuldade em conseguir que o acompanhassem a Mafra. Transferência de festas importantes para Mafra foi outro dos subterfúgios a que D.João V se socorreu para tentar tornar Mafra um local bem querido e importante.

Mesmo com a construção por acabar em 1733 resolveu ali festejar o seu aniversário, que habitualmente se festejava no Paço da Ribeira, o que igualmente havia acontecido no ano anterior, quando em meados de Outubro uma grande tormenta quebrou os vidros do convento, logo o rei mandou para Mafra, oficiais e vidraceiros, para que sob pena de prisão, tivessem tudo pronto na véspera do seu aniversário em 22 de Outubro, nessa altura só os camaristas o acompanharam, permanecendo os demais cortesãos em Lisboa.

Quando o rei adoeceu em 1742, Mafra ainda não estava totalmente concluído, mandando el-rei arrematar a obra por 625.000 cruzados , com um prazo de 8 anos para a sua finalização.

Em 1744 decidiu mandar comprar as quintas e casais num perímetro de 3 léguas em torno do edifício, para fazer uma cerca para os padres do convento e para mandar fazer uma tapada, para onde o príncipe D.José pudesse ir a caça, para "o ver mais vezes naquele sítio".

Parece que o príncipe herdeiro contudo, preferia caçar coelhos na real tapada de Alcântara.

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