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sexta-feira, 23 de novembro de 2012
D. Francisco Manuel de Melo nasceu a 23 de Novembro de 1606
D. Francisco Manuel de Melo nasceu em Lisboa em 23 de Novembro de 1606, época da dominação filipina em Portugal.
Na sua condição de fidalgo, ligado à mais alta nobreza, teve uma educação marcada pelo estudo no colégio jesuíta de Santo Antão, adquirindo uma vasta cultura erudita e prestou serviço nas armadas espanholas. Frequentou a corte madrilena, grande centro político e cultural da península.
Tendo combatido na Flandres ao serviço de Espanha, foi encarregado em 1640 de reprimir a revolta da Catalunha; no entanto, nesse mesmo ano, a restauração da independência portuguesa fê-lo cair em desgraça. Permaneceu preso durante quatro meses, por suspeita de apoiar a independência de Portugal e libertado após conseguir ilibar-se. Em 1641, foi encarregado de algumas missões diplomáticas e, no mesmo ano, acaba por desertar, aproveitando a sua estadia na Flandres, aderindo à causa da Restauração da independência, apoiando D. João IV de Portugal, prestando-lhe apoio militar e diplomático.
Em 1644 foi preso como cúmplice no assassínio de um criado do conde de Vila Nova, sendo tratado com grande rigor pelo rei, apesar do empenho com que se defendeu e da intercessão pessoal de Luís XIV de França. Teve na Torre de Belém um dos seus locais de reclusão. Permaneceu na prisão até 1655, seguindo depois como degredado para o Brasil (Baía), onde viveu três anos e de onde só voltou em 1658, após a morte de D. João IV. O conde de Castelo Melhor reabilitou-o e confiou-lhe importantes missões diplomáticas, voltando a ser uma personagem marcante na vida académica literária e na corte nos últimos anos da sua vida. Em 1666, ano da sua morte, foi nomeado deputado da Junta dos Três Estados.
Escritor bilingue, pertencente tanto à história da cultura portuguesa como espanhola, foi um representante típico da aristocracia da época e figura cimeira do barroco português.
A sua obra estende-se pelos mais variados géneros - poesia, teatro, doutrina política e militar, genealogia, biografia; foi memorialista e historiador, servindo-lhe Tácito de principal modelo. Foi ainda crítico de costumes, moralista, epistológrafo, cabalista, precursor dos volumosos trabalhos de compilação poética e de bibliografia que viriam a realizar-se no tempo de D. João V. Tem uma extensa obra bilingue que ocupa um lugar de relevo em qualquer das literaturas peninsulares, sendo um dos grandes prosadores da língua portuguesa da época barroca.
Destacou-se como animador da «Academia dos Generosos», agremiação literária barroca.
Publicou, em vida, um total de vinte obras; outras saíram postumamente.
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