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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Matsuô Bashô morreu a 28 de Novembro de 1694



De acordo com as diversas literaturas, Bashô nasceu em 1644 e morreu em 1694, portanto morreu na plenitude de seus 50 anos. Se por um lado, algumas informações pesquisadas, ditam que pouco material está disponível para recriar a vida de Bashô antes de seu estabelecimento em uma cabana, outras são mais otimistas e recompõem a vida de Bashô com grande admiração. Acredita-se que ele nasceu em ou perto de Ueno na província de Iga, aproximadamente trinta milhas ao sudeste de Kyoto e duas centenas de milhas a oeste de Edo.
Seu pai, Matsuo Yozaemon, foi provavelmente um samurai de categoria mais baixa que se dedicava ao cultivo nas horas vagas. Pouco se sabe sobre sua mãe, exceto que seus pais não eram nativos de Ueno. Foi chamado Kinsaku e diversos outros nomes quando criança; teve um irmão mais velho e quatro irmãs. O status social da família era respeitável, mas não era do tipo que prometia um futuro brilhante para Bashô, se ele quisesse seguir um curso da vida.
Na idade de 9 anos, Bashô entrou a serviço da família Todo como um acompanhante do caçula da família, Todo Yoshitada, seu mestre. Os dois meninos desenvolveram uma forte amizade e juntos estudaram literatura e poesia.
A ligação mais forte entre os dois era o haikai, um dos passa tempos favoritos dos homens da sociedade na época. Aparentemente Yoshitada tinha afinidades com a escrita do verso e até adquiriu o pseudónimoSengin. Se ou não o estímulo inicial veio de seu mestre, Bashô desenvolveu também um gosto para a escrita do haikai, usando o pseudónimo Sobo. O primeiro poema de Bashô preservado até hoje foi escrito em 1662, quando ele tinha 18 anos. Em 1664, já com 20 anos, dois haicais de Bashô e um de Yoshitada apareceram em uma antologia de versos publicada em Kyoto. No ano seguinte, Bashô, Yoshitada, e três outros juntaram-se e compuseram um renku (versos linkados, tipo renga, mais voltados para o verão) com cem estrofes. Bashô contribuiu com dezoito estrofes, seus primeiros versos do tipo.

O Jovem Bashô

Quando Yoshitada morreu, na idade de 25 anos, Bashô por conta do choque, foi para Kyoto onde acredita-se foi ao templo Kinpukujui, para continuar seus estudos em chinês e japonês clássico como também a caligrafia.
Em sua juventude Bashô também foi um samurai, quando em 1666, aos 22 anos passou a dedicar-se a escrita da poesia como Matsuo Munefusa. Outra suposta razão para Bashô deixar sua casa tem a ver com seus casos amorosos, contam diversas biografias, porém não parecem ter apoio no que afirmam.
Em 1672, aos 29 anos, Bashô foi para Edo, onde publicou uma série de versos. Em 1675 ele compôs versos linkados em sequência com Nishiyama Soin, da escola Danrin e pelos próximos quatro anos ele se dedicou ao trabalhos de hidráulica para se manter. Em 1682 ou 1683, a cabana de Bashô (ver parágrafo abaixo) sofreu um incêndio e por outro lado foi o ano em que a mãe de Bashô morreu. Bashô, então foi para a Província de Kai. Sua cabana foi reconstruída em 1683 ou posteriormente, e Bashô voltou para Edo. Nessa época, acredita-se que Bashô tenha iniciado seu estudo zen no Templo Fukagawa. Algumas biografias sugerem que Bashô foi um monge budista, pelo fato de que ele vestia-se e expressava-se mostrando maneiras clericais. Outras biografias porém informam que é erróneo pensar que Bashô foi realmente um monge em algum tempo em sua vida.

Bashô Adulto

Aos 40 anos, ou seja em 1684, Bashô viajou por diversos lugares, como um andarilho, caminhando pelo interior das cidades, vivendo do ensino da poesia, em cada vilarejo por onde passava. Em 1690 Bashô passou algum tempo em retiro, ao norte de Kyoto. Em 1691, aos 47 anos, Bashô retornou a Edo.
Matsuo Munefusa foi um nome adotado quando Bashô se tornou um samurai. Porém todos concordam que Bashô, na verdade é o pseudónimo adotado por este famoso mestre do haicai, em 1681, aos 37 anos. Há várias versões para a origem dste pseudónimo. Uma delas conta que o mestre costumava isolar-se para meditar em sua cabana onde havia uma bananeira que em japonês é chamada de Bashô-an. Alguns estudantes, que visitavam o lugar, chamavam a residência de Bashô e logo o seu morador. Uma outra versão conta que um dia, na primavera de 1681, uma bananeira foi plantada ao lado de uma modesta cabana em uma área rústica de Edo, hoje Tokyo. A planta foi um presente de um residente local a seu professor da poesia (Bashô), que tinha se mudado para a cabana diversos meses antes. O professor, um homem de trinta e seis anos de idade, ficou encantando com o presente e gostou muito da bananeira porque era um tanto como ele na maneira como ela parecia. Suas folhas grandes eram macias e sensíveis e rasgavam-se facilmente quando as rajadas de ventos chegavam do mar. Suas flores pequenas e discretas, pareciam solitárias, como se soubessem que não poderiam dar frutos no clima frio do Japão. Seus caules eram longos e frescos, contudo não eram de nenhum uso prático. O haicai parecia sugerir a consciência do poeta, a sua afinidade espiritual com a bananeira. Algumas pessoas que visitavam o mestre podem ter observado essa afinidade considerando a bananeira como um ponto de referência. Em todo o caso, passaram a chamar a residência, de Bashô (bananeira), e logo o nome foi aplicado a seu residente: o professor passou a ser conhecido como o mestre da cabana Bashô, ou o mestre Bashô. Bashô gostou muito do apelido e passou a usá-lo para o resto de sua vida. Em outra versão, a cabana era feita de folhas de bananeira. Ainda, Bashô teve centenas de estudantes pelos diversos lugares por onde andava e alguns deles construiram para ele uma pequena cabana. No jardim da frente eles plantaram uma bananeira, que em japonês se chama bashô, e assim foi como ele ganhou esse nome. Porém encontramos biografias, onde Basho adotou esse nome, ao mudar-se para a cabana onde encontrava-se uma bananeira.
É comum chamar o mestre também de Matsuo Bashô, nome que está associado especialmente com a celebrada era Genroku (1680-1730), que viu florescer muitas das maiores personalidades artísticas japonesas.
Todos concordam, porém, que o mestre viveu sempre sozinho na cabana. Em noites quando não tinha nenhum visitante, sentava-se quieto para escutar o vento através das folhas da bananeira e produzia haicais com base nessa atmosfera, que tornava-se mais profunda em noites chuvosas. Em um desses momentos, a água da chuva escapando através do telhado gotejava intermitentemente em uma bacia. Aos ouvidos do poeta que sentado no quarto não ofuscante iluminado, aquele som produzia uma harmonia estranha com o barulho das folhas da bananeira lá fora.

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